Priscila Barcella Segui o caminho até um restaurante em frente à praia, onde costumo ir com o Max e a Natália nos finais de semana de folga.Após fazer o pedido, admirei a vista enquanto Belinha parecia me imitar.— O mar é lindo — Belinha falou e olhou para mim com um sorriso. — Podemos ir conhecer de pertinho? — ela pediu, juntando as mãozinhas.— Depois que terminarmos de comer, podemos ver isso — sugeri, e ela sorriu concordando.Nina começou a reclamar no carrinho, então a peguei no colo e ajeitei. Belinha ficou animada ao ver a área infantil, e eu a deixei ir explorar. O restaurante não estava lotado, então eu conseguia manter um olho nela de onde estava.Observei-a por um momento antes de voltar minha atenção para minha bebezinha.— Desculpa por ontem, viu, minha bonequinha? A mamãe teve uma crise. Você vai entender um dia que nós, seres humanos, somos complicados — falei, alisando seu cabelo e olhando para seu rostinho.Ela está crescendo tão rápido e, sinceramente, eu não po
Priscila BarcellaQuando voltei para casa, a Íris já tinha arrumado tudo e estava passando pano na sala.— Muito bem, vai tomar banho, já pedi a janta — falei e subi com as meninas, precisávamos de um banho. A Belinha ainda tinha areia no corpo.Depois do banho, o jantar chegou. Comemos enquanto assistiam à televisão, e eu mal prestei atenção no filme.A Belinha já estava exausta e dormiu assim que o primeiro filme acabou. Levei-a para minha cama, não iria deixá-la dormir no chão. A noite foi tranquila, estávamos cansados demais.Na manhã seguinte, acordei com alguém batendo na minha porta.— Senhora Priscila — a Josefa chamou, batendo na porta.— Oi — falei baixinho, ainda sonolenta.— Já está tarde, a Belinha vai se atrasar para a escola — ela falou, e levei um susto. A Nina sempre acordava às 5 da manhã, no mais tardar.— Obrigada, já vamos — falei, já me levantando. — Meu amorzinho — falei no ouvido dela.— Tô com sono — ela disse, e eu estava morrendo de pena, mas já eram 6:40. T
Priscila Barcella Ainda não consigo acreditar que quase beijei o babá. Se Sebastião não tivesse chegado, com certeza teríamos nos beijado.— Senhora, o papelão — disse Sebastião novamente.— Obrigada, Sebastião, e muito obrigada por me salvar de novo, Liam — falei, olhando nos seus olhos. Ele me colocou no chão.— Não foi nada, Priscila, mas acho melhor você ficar longe de escadas por um tempo — ele falou, e por algum motivo sorri.— Certo, vou deixar as escadas com você — respondi, desviando o olhar do seu corpo musculoso e desnudo à minha frente. — Sebastião, poderia pedir à Cida para ajudar a preparar o quarto ao lado do das crianças?— Se a senhora quiser, podemos pintar...— Agradeço. Nunca fiz essas coisas — admiti, e ele sorriu.— Para tudo nesta vida existe uma primeira vez. Vamos pôr a mão na massa — disse Liam, e eu sorri, começando a colocar o papelão no chão. Sebastião saiu.— Sabe o que está faltando? — perguntei, e ele sorriu.— Está tudo aqui — ele falou.— A música, o
Liam RodriguesPriscila pode parecer uma mulher fria, mas sei que por trás daquela armadura há um coração querendo se libertar. Ela é muito bonita, mas quando sorri, fica ainda mais linda.Foi muito bom passar um tempo com Priscila; ela é uma boa pessoa, e nem acredito que quase a beijei. Eu poderia ser demitido por isso, mas há algo nela que me atrai. Meu coração acelera toda vez que chego perto dela, e só de pensar nela, sinto um frio na barriga. Nunca senti nada assim.Quando ela saiu para o trabalho e eu fui buscar as crianças na escola, já estava cansado. Os três sempre têm muita energia.— Tio Liam, cadê a minha tia? — Belinha perguntou assim que entrou em casa.— Ela foi trabalhar — expliquei, e ela não pareceu muito contente.— Eu nem lembro se a vi hoje — Belinha falou, e não pude deixar de rir.— Claro, meu amor. Sua tia teve que arrumar você dormindo — expliquei, e ela sorriu.— É que ontem nós fomos conhecer o mar, e eu brinquei muito com a vovó Monica e o vovô Scott. Foi
Priscila Barcella Minha tarde foi muito agitada e passei boa parte da noite me organizando. A Nina veio à tarde e passou o resto do tempo comigo. O Max colocou um Moisés no meu escritório com alguns brinquedos musicais; ele arrumou um cantinho todo especial para ela. Além do Moisés, tinha um cercadinho com um tapete musical, alguns livros infantis e uma naninha de patinho que ela simplesmente adorou.Ela ficou bem entretida no cantinho dela e me deixou trabalhar tranquila.Quando cheguei à noite, a casa estava em um enorme silêncio. Quando entrei no meu quarto, vi a Isabela dormindo abraçada a um vestido meu, o que achei muito estranho. Apenas a cobri, dei banho na Nina e tomei um banho antes de dormir.Na manhã seguinte foi a mesma coisa: arrumei a Isabela, eles foram para a escola e eu fui tomar café.— Priscila, já terminou? — o Liam perguntou, e eu olhei para a Nina que ainda mamava. — Entendi, vou colocar os papéis de parede e te espero para me ajudar a montar os móveis — ele fa
Liam Rodrigues Nós brincamos com as crianças, assistimos ao filme que a Belinha e o Ítalo escolheram, e rimos muito. No entanto, notei que a Priscila estava esperando a Íris; ela olhava para a escada toda hora, mas a Íris não quis nem comer, muito menos conversar. Acordei cedo hoje, ainda não eram cinco da manhã, e senti fome. Ao entrar na cozinha, encontrei Íris vasculhando os armários. — Acordou com fome? — perguntei. — Não, só estou perdendo tempo abrindo e fechando portas — ela respondeu, sarcástica. — Bem, vou aproveitar as sobras da pizza — disse, indo até a geladeira. Ontem à noite, a Priscila comprou quatro pizzas tamanho família e comeu uma inteira. Coloquei a caixa de pizza na mesa, abrindo-a para revelar a tentadora mistura de frango com catupiry e portuguesa. — Eu amo pizza de frango com catupiry gelada — falei, pegando uma fatia. Ela sentou na minha frente e pegou uma fatia de portuguesa. — Você vai morar aqui todo dia? — ela perguntou. — Se sua tia estiver che
Liam Rodrigues A Priscila sempre me surpreende. Ela aparenta ser inabalável, mas acredito ter descoberto o motivo do seu coração congelado: o medo de se machucar. Iris foi se arrumar e acordar os irmãos. Estou realmente preocupado com Priscila. Decidi ir até o escritório. Bati na porta, mas não obtive resposta. Tentei abrir, mas estava trancada, o que só confirmou a gravidade da situação. — Priscila — chamei, batendo na porta. Ouvi um barulho, mas não consegui entender se ela disse algo. Apenas percebi que estava chorando. Coloquei Nina no cercadinho com brinquedos e voltei ao escritório, batendo novamente na porta. — Liam, eu quero ficar sozinha — ela falou, e pude ouvir um soluço no final. — Mas você não precisa estar sozinha. Abre a porta, por favor — pedi, mas a porta continuou trancada. — Liam, eu não quero falar com ninguém — ela disse. — Mas não precisa falar, só me deixa estar ao seu lado — falei, e ela não respondeu. Peguei Nina do cercadinho, certo de que seu choro
Priscila Barcella Estou vivendo uma confusão de sentimentos que não consigo compreender. Por um lado, sinto uma profunda vontade de beijar o Liam, algo que me atrai de uma forma intensa e irresistível. No entanto, ao mesmo tempo, me vejo impedida de agir conforme meus desejos, especialmente pelo papel que ele desempenha na vida dos meus filhos. É difícil admitir, mas a verdade é que não posso me permitir apaixonar por alguém; não quero me tornar vulnerável a esse sentimento que pode se transformar em uma âncora, prendendo-me em um ciclo de emoções complexas e imprevisíveis. Mas, ao mesmo tempo em que tento resistir a esse desejo proibido, não consigo evitar perceber que há algo especial e único no olhar de Liam, algo que me transmite uma sensação de paz, de confiança e de certeza de que tudo vai dar certo. É como se ele fosse o porto seguro em meio à tempestade, o suporte que eu precisava sem nem ao menos saber. Essa conexão é algo totalmente novo para mim, algo que me desafia a qu