Liam RodriguesPriscila pode parecer uma mulher fria, mas sei que por trás daquela armadura há um coração querendo se libertar. Ela é muito bonita, mas quando sorri, fica ainda mais linda.Foi muito bom passar um tempo com Priscila; ela é uma boa pessoa, e nem acredito que quase a beijei. Eu poderia ser demitido por isso, mas há algo nela que me atrai. Meu coração acelera toda vez que chego perto dela, e só de pensar nela, sinto um frio na barriga. Nunca senti nada assim.Quando ela saiu para o trabalho e eu fui buscar as crianças na escola, já estava cansado. Os três sempre têm muita energia.— Tio Liam, cadê a minha tia? — Belinha perguntou assim que entrou em casa.— Ela foi trabalhar — expliquei, e ela não pareceu muito contente.— Eu nem lembro se a vi hoje — Belinha falou, e não pude deixar de rir.— Claro, meu amor. Sua tia teve que arrumar você dormindo — expliquei, e ela sorriu.— É que ontem nós fomos conhecer o mar, e eu brinquei muito com a vovó Monica e o vovô Scott. Foi
Priscila Barcella Minha tarde foi muito agitada e passei boa parte da noite me organizando. A Nina veio à tarde e passou o resto do tempo comigo. O Max colocou um Moisés no meu escritório com alguns brinquedos musicais; ele arrumou um cantinho todo especial para ela. Além do Moisés, tinha um cercadinho com um tapete musical, alguns livros infantis e uma naninha de patinho que ela simplesmente adorou.Ela ficou bem entretida no cantinho dela e me deixou trabalhar tranquila.Quando cheguei à noite, a casa estava em um enorme silêncio. Quando entrei no meu quarto, vi a Isabela dormindo abraçada a um vestido meu, o que achei muito estranho. Apenas a cobri, dei banho na Nina e tomei um banho antes de dormir.Na manhã seguinte foi a mesma coisa: arrumei a Isabela, eles foram para a escola e eu fui tomar café.— Priscila, já terminou? — o Liam perguntou, e eu olhei para a Nina que ainda mamava. — Entendi, vou colocar os papéis de parede e te espero para me ajudar a montar os móveis — ele fa
Liam Rodrigues Nós brincamos com as crianças, assistimos ao filme que a Belinha e o Ítalo escolheram, e rimos muito. No entanto, notei que a Priscila estava esperando a Íris; ela olhava para a escada toda hora, mas a Íris não quis nem comer, muito menos conversar. Acordei cedo hoje, ainda não eram cinco da manhã, e senti fome. Ao entrar na cozinha, encontrei Íris vasculhando os armários. — Acordou com fome? — perguntei. — Não, só estou perdendo tempo abrindo e fechando portas — ela respondeu, sarcástica. — Bem, vou aproveitar as sobras da pizza — disse, indo até a geladeira. Ontem à noite, a Priscila comprou quatro pizzas tamanho família e comeu uma inteira. Coloquei a caixa de pizza na mesa, abrindo-a para revelar a tentadora mistura de frango com catupiry e portuguesa. — Eu amo pizza de frango com catupiry gelada — falei, pegando uma fatia. Ela sentou na minha frente e pegou uma fatia de portuguesa. — Você vai morar aqui todo dia? — ela perguntou. — Se sua tia estiver che
Liam Rodrigues A Priscila sempre me surpreende. Ela aparenta ser inabalável, mas acredito ter descoberto o motivo do seu coração congelado: o medo de se machucar. Iris foi se arrumar e acordar os irmãos. Estou realmente preocupado com Priscila. Decidi ir até o escritório. Bati na porta, mas não obtive resposta. Tentei abrir, mas estava trancada, o que só confirmou a gravidade da situação. — Priscila — chamei, batendo na porta. Ouvi um barulho, mas não consegui entender se ela disse algo. Apenas percebi que estava chorando. Coloquei Nina no cercadinho com brinquedos e voltei ao escritório, batendo novamente na porta. — Liam, eu quero ficar sozinha — ela falou, e pude ouvir um soluço no final. — Mas você não precisa estar sozinha. Abre a porta, por favor — pedi, mas a porta continuou trancada. — Liam, eu não quero falar com ninguém — ela disse. — Mas não precisa falar, só me deixa estar ao seu lado — falei, e ela não respondeu. Peguei Nina do cercadinho, certo de que seu choro
Priscila Barcella Estou vivendo uma confusão de sentimentos que não consigo compreender. Por um lado, sinto uma profunda vontade de beijar o Liam, algo que me atrai de uma forma intensa e irresistível. No entanto, ao mesmo tempo, me vejo impedida de agir conforme meus desejos, especialmente pelo papel que ele desempenha na vida dos meus filhos. É difícil admitir, mas a verdade é que não posso me permitir apaixonar por alguém; não quero me tornar vulnerável a esse sentimento que pode se transformar em uma âncora, prendendo-me em um ciclo de emoções complexas e imprevisíveis. Mas, ao mesmo tempo em que tento resistir a esse desejo proibido, não consigo evitar perceber que há algo especial e único no olhar de Liam, algo que me transmite uma sensação de paz, de confiança e de certeza de que tudo vai dar certo. É como se ele fosse o porto seguro em meio à tempestade, o suporte que eu precisava sem nem ao menos saber. Essa conexão é algo totalmente novo para mim, algo que me desafia a qu
Priscila Barcella Estava perdida em meus pensamentos quando a Natália me chamou. — Amiga? — Natália falou, esbarrando em mim. — Oi — respondi, voltando ao presente. — Vamos entrar, o Henrique está na piscina — ela disse. — Sozinho? — perguntei, surpresa e preocupada. — Não, ele está com a irmã. Tenho tanta coisa para te contar — falou, me abraçando. Pude sentir que ela não estava bem. Era sempre assim toda vez que a ex-esposa do Ramon vinha trazer a Ramona; ela aprontava alguma coisa. Quando soube que a Natália estava grávida pela primeira vez, foi tão rude e até agrediu minha amiga. Depois que se mudou para a Espanha, só vinha para trazer a Ramona. Mesmo com a garota já tendo 15 anos, fazia questão de vir para dar em cima do Ramon. Mesmo quando a Natália começou a namorar, eles já estavam divorciados há algum tempo, mas a ex-esposa ainda culpava a Natália por isso. — Então vamos fazer isso, tomando aquele cafezinho que só você sabe fazer — falei, e ela sorriu. — Vou
Priscila Barcella— Vamos para o quintal? O Liam é só um, e não sei se os meus anjinhos sabem nadar — falei bebendo o café. Ela concordou e fomos até lá, onde a Belinha e o Ítalo estavam no lado raso com o Henrique.A Belinha e o Henrique se deram muito bem, então não me preocupo.— Mamãe — a Belinha me chamou. Ainda estou me acostumando com isso, mas é bom ouvi-la me chamar assim.— Oi, minha princesa — falei, e ela sorriu.— Nada, não, mamãe. É que o Henrique falou que você não podia ser minha mãe e minha tia — a Belinha falou sorrindo.— Eu não sabia, Dinda, porque a Belinha primeiro disse que você era tia dela e depois que você é a mãe. Eu fiquei confuso.— Tudo bem, campeão. É confuso mesmo — falei, e ele assentiu.— Dinda, você trouxe o meu presente? — Toda vez que eu venho aqui ele me pede um presente e eu nem ligo.— Henrique — a Natália falou repreendendo.— Não, mas depois podemos resolver isso.— Certo...— Ela está enrolando? — ouvi o Ítalo perguntar.— Não, ela me dá o di
Priscila BarcellaEu não sei dizer se foi o impulso do momento, a intimidade que tínhamos desenvolvido ou apenas a atração inegável entre nós dois, mas o beijo com Liam foi algo avassalador. Estávamos na piscina, as luzes suaves refletindo na água, criando uma atmosfera mágica. A brisa da noite trazia o aroma das flores do jardim, envolvendo-nos em um abraço perfumado. Eu podia sentir meu coração batendo descompassado, meu corpo tremendo, e uma confusão de sentimentos inexplicáveis invadindo minha mente.Ficamos ali, parados, nos encarando, sem palavras. A tensão era palpável e a química entre nós parecia fazer faíscas. Eu sabia que não deveria ter cedido à tentação, mas seus lábios macios e seu toque me envolviam de uma forma que eu não conseguia resistir. A sensação de felicidade e culpa se misturavam dentro de mim, fazendo meu peito apertar.Aproximamos nossos rostos mais uma vez, cedendo ao desejo que nos consumia. Seu beijo era intenso, apaixonado, repleto de emoções que eu não s