Priscila BarcellaEu não sei dizer se foi o impulso do momento, a intimidade que tínhamos desenvolvido ou apenas a atração inegável entre nós dois, mas o beijo com Liam foi algo avassalador. Estávamos na piscina, as luzes suaves refletindo na água, criando uma atmosfera mágica. A brisa da noite trazia o aroma das flores do jardim, envolvendo-nos em um abraço perfumado. Eu podia sentir meu coração batendo descompassado, meu corpo tremendo, e uma confusão de sentimentos inexplicáveis invadindo minha mente.Ficamos ali, parados, nos encarando, sem palavras. A tensão era palpável e a química entre nós parecia fazer faíscas. Eu sabia que não deveria ter cedido à tentação, mas seus lábios macios e seu toque me envolviam de uma forma que eu não conseguia resistir. A sensação de felicidade e culpa se misturavam dentro de mim, fazendo meu peito apertar.Aproximamos nossos rostos mais uma vez, cedendo ao desejo que nos consumia. Seu beijo era intenso, apaixonado, repleto de emoções que eu não s
Priscila BarcellaCaminhei pelas ruas do condomínio, seguindo qualquer som que indicasse uma festa, com o Liam logo atrás de mim. Era nítido que ele também estava preocupado. Já havíamos passado por cinco ruas e, embora a noite estivesse fria, eu não me importava mesmo estando ainda molhada e com a roupa transparente grudada no meu corpo eu não está me importando com nada relacionado a mim; tudo o que eu queria era encontrar a Íris.Quando finalmente cheguei à última rua do condomínio, minha raiva aumentou ao ver que a última casa a maior do condomínio estava cheia de carros e com dois paredões de som.Assim que chegamos à casa, notamos que todos lá estavam bêbados, e com certeza todos eram maiores de idade, entre uns 18 a 20 anos. Entrei com tudo, já procurando a Iris com os olhos, mas não consegui encontrá-la.O som ensurdecedor das músicas e as vozes embriagadas preenchiam o ambiente, me deixando sufocada. Procurei em cada canto, entre as pessoas que dançavam e bebiam, mas não cons
Priscila BarcellaA cada minuto naquele lugar, minha ansiedade aumentava, e o medo de Íris correr algum perigo só intensificava minha preocupação.Enquanto nos aproximávamos do segundo corredor, escutamos a voz de Íris clamando para ser deixada em paz.— Não encoste em mim! Eu quero ir para casa — sua voz ecoava, cheia de terror, fazendo com que minha adrenalina atingisse o pico. Não hesitamos em arrombar a porta imediatamente.O garoto devia ter uns vinte e três anos, estava apenas de cueca e tentava beijá-la à força. Ela o afastava com as mãos, mas ele era mais forte e já tinha rasgado um pedaço do short dela.Ao ver aquela cena, uma sensação de déjà vu passou pela minha cabeça, trazendo memórias que tento ocultar há anos. Em questão de segundos, arranquei ele de cima dela, enfiando minhas unhas em sua pele, fazendo-o sangrar.— Quem são vocês? Por que estão fazendo isso? — Ele questionou confuso, enquanto eu o prensava contra a parede, com uma mão em seu pescoço, privando-o de ar.
Priscila BarcellaVoltamos para a casa da Natália e, assim que entramos, vimos que ela estava sentada, mas sua cor havia mudado. Estava pálida e com os lábios meio roxos. O pequeno Ítalo estava ao lado dela, abandonado, e a Belinha e o Henrique pareciam assustados.— Amiga — chamei já aflita. Ela não conseguia falar muita coisa. Peguei meu celular e liguei para o SAMU, preocupada. Tudo o que a Natália precisava era de repouso absoluto. Enquanto eu tentava ligar, a Íris ainda me abraçava, ainda mais acanhada.— É tudo minha culpa. — ela falou em um sussurro. — Eu não deveria ter fugido com a Ramona — minha sobrinha disse, voltando a chorar. Lembrei que tinha trazido o aerosol da Nina e corri para pegá-lo o mais rápido possível. Coloquei o soro no nariz dela.— Calma, amiga. Não se culpe, estamos aqui para te ajudar. Precisamos apenas esperar o socorro chegar, está tudo sob controle. — tentei acalmá-la, segurando sua mão.A Natália começou a respirar mais aliviada e, aos poucos, a voz f
Liam Rodrigues Eu ainda estou meio em transe, quase não dormi. A noite foi cheia de acontecimentos, e eu não conseguia ficar na cama. Preciso conversar com a Priscila, preciso saber se ela sentiu o mesmo que eu senti quando a beijei. Como não estava conseguindo dormir, me levantei, desci as escadas e encontrei o Ramon no sofá se preparando para dormir. — A Priscila também te mandou para o sofá? — Ramon perguntou. — Não — falei me aproximando. — Então você está sem sono? — ele perguntou, se sentando. — É, o dia foi agitado. As coisas sempre são assim? — perguntei. — Por incrível que pareça, as coisas costumam ser bem calmas aqui em casa — ele falou, suspirando cansado. — Ainda bem, porque eu não quero que nada disso ou algo parecido aconteça com a minha menina. — Eu estou sendo um péssimo pai, e a Natália está certa. Eu não sei o que fazer, acabo deixando ela fazer qualquer coisa para não se sentir mal, nem abandonada. Ela já estava dando trabalho, mas achei que era ex
Liam Rodrigues Depois de cerca de duas horas e cinco cervejas, finalmente fomos preparar o café da manhã. A ansiedade de Ramón era palpável; ele queria fazer algo especial para Natália. Juntos, preparamos um banquete completo: um bolo de chocolate com brigadeiro, uma torta de framboesa, torradas, panquecas e suco de laranja. Ramón caprichou no suco de morango com menta, o favorito da Ramona. Enquanto arrumávamos a mesa, sentia-se no ar uma mistura de expectativa e alegria.— Nossa, que mesa bonita! — Priscila entrou na cozinha com Nina no colo, seu sorriso contagiante refletia a cumplicidade que tínhamos. — Algum santo quer perdão — brincou, provocando Ramón com um olhar travesso.Eu adorava vê-la assim, descontraída e leve.— Sim, quer me ajudar? — Ramón perguntou.— Não, obrigada. Não estou a fim de me intrometer nas brigas de vocês, né amorzinho da mamãe? Esses dois brigam por meia hora e depois se acertam — Priscila disse, provocando Ramón, que revirou os olhos.— Bom dia, Prisci
Priscila BarcellaMesmo exausta após uma noite agitada, o simples gesto de ver Liam na cozinha, ajudando Ramon, fez meu coração se aquecer. Eu não conseguia negar a atração que estava começando a surgir por aquele babá incrível, mas ao mesmo tempo, meu coração ainda batia forte por Max. Era como se eu estivesse dividida entre dois mundos, um onde a estabilidade e segurança de Liam me confortavam, e outro onde a paixão e a história com Max me consumiam. Mesmo eu fazendo de tudo para negar o Max ainda mexia comigo.Enquanto amamentava Nina na sala da casa da minha amiga, meu celular tocou. Era Max. O som de sua voz fez meu coração acelerar, e eu soube naquele instante que qualquer notícia que ele tivesse não seria simples. Ajeitei Nina, tentando manter a calma e o foco no celular para não expor mais do que o necessário.Ligação:— Bom dia, Pri. Desculpa te ligar tão cedo em pleno domingo — Max falou, com uma expressão que me fez sentir um frio na espinha. O que poderia ter acontecido pa
Liam RodriguesContinuamos arrumando a cozinha, e Priscila foi até a sala para amamentar Nina. Ouvi o celular dela tocar, mas não prestei atenção na conversa. Quando ela voltou com Nina nos braços, percebi imediatamente que algo havia mudado. A animação havia desaparecido de seus olhos, substituída por uma sombra de preocupação que não passou despercebida por mim.— Liam, pretendo ir embora por volta das dez horas — ela informou, entregando-me Nina, que sorria inocentemente.Mas a cara da Priscila não estava nada boa.— Você só vai depois do almoço, e isso é final de conversa — disse Ramon, tentando trazer um pouco de leveza. — Deixe as crianças se divertirem.— Preciso criar uma campanha inteira até amanhã. Não sei como lidar. Eles querem algo diferente e houve mudanças de última hora...— Dificuldades? — perguntei, preocupado com sua tensão. Ramon também parecia preocupado, tanto que pegou Nina do meu colo para aliviar a carga de Priscila.— Sim, e esta campanha é crucial. Com minha