O sorriso iluminou o rosto perfeito de Killian, que se levantou imediatamente e aproximou-se de mim, erguendo a mão a fim de tocar-me, mas contendo-a, a deixando no ar.
Dei um passo para frente, fazendo com que aquele toque acontecesse, exatamente na minha bochecha. Fechei os olhos, tentando imaginar o semblante dele naquele momento. Tudo que eu queria era ficar ali para sempre, sentindo os dedos mornos dele na minha pele.
Killian se afastou e abri meus olhos, encontrando os dele, que me queimavam por dentro.
- Você não partiu? – A voz de Killian foi extremamente suave.
- Por hora... Não.
- Eu... Estou feliz que tenha ficado.
- Verdade? – Me ouvi perguntando, sentindo um frio na barriga e o coração acelerar.
- Sim... Estou muito feliz... Porque você salvou a vida de Alegra... E é... Uma pessoa do bem e...
Revirei os olhos e dei um suspiro:
- Eu já s
Killian pôs a mão no peito e disse:- Eu não gostaria de corresponder... Mas aqui dentro... Você está ocupando um lugar muito grande.Senti minhas pernas amolecerem e o coração disparou. Respirei fundo e Killian falou:- A deixo trabalhar no orfanato. Mas terá que fazer algo em troca... – Sorriu.- Ajoelhar-me aqui e agora? – Provoquei.Ele balançou a cabeça, suspirando:- Você é... Insana.- Não sou “insana”, sou só “Danna”. – Brinquei, fazendo rima.- Quero que assista uma missa.- Uma missa? Isto significa ficar sentada em um banco por uma hora?- Algumas vezes você precisa levantar. – Ele piscou.- Senta, levanta, levanta e senta. Não é melhor ir na academia?- Danna, isto não é uma brincadeira!- Aposto que quando
Esperei duas semanas em casa, até porque não me sentia nada bem. As costelas doíam até quando eu respirava e já tinha encerrado o uso de analgésicos, então precisava fazer só o dito repouso.Repouso seria algo bem interessante de fazer na piscina da minha casa ou mesmo na sauna, recebendo suco de laranja orgânica espremido na hora, gelatina com chantilly, biscoitos de chocolate… Minha boca salivou só de pensar naquelas delícias. Fui fazer algo para comer e como não tivesse muitas opções, meio que qualquer coisa servia.Isla e Vanessa tinham ido no primeiro horário da missa e eu iria no segundo. Por algum motivo não quis ir junto com elas… Talvez por vergonha, já que nunca participei de algo daquele tipo. Não queria ser analisada pela forma como reagiria.Óbvio que minha intenção era chamar a atenç&
Olhei para aquela mulher e seus olhos negros que direcionavam toda a raiva a mim, ela sendo contida por Killian. Lembrei de tudo que eu havia passado por conta de Juliana e Loureço, me remetendo ao dia em que a mulher se jogou na piscina e me culpou, Killian acreditou nela e acabei parando no carro de Lourenço.Senti como se o sangue subisse à minha cabeça e tudo levemente escureceu à minha volta. Foi como se eu visse os olhos de Killian naquela piscina, me julgando, enquanto pegava Juliana nos braços.Apontei para ele:- Você também tem culpa do que aconteceu! Acreditou nela… Não me deu uma chance de provar que eu não tinha feito aquilo…Virei as costas, tentando conter as lágrimas. Não tenho certeza se me sentia humilhada ou pisoteada. Fiquei completamente confusa, sem saber como agir enquanto me dirigia para a porta da igreja, vendo o sol brilhar como fogo,
Que eu tinha vontade de matar Lourenço eu tinha. Só não precisava deixar claro para os quatro cantos do mundo. Sobre um pacto de sangue: não queria dizer nada. E bem que Vanessa tinha me prevenido. Sempre me achei tão esperta. Será que eu era uma idiota da porra?Não fiquei ali discutindo com Luane. Se ela amava um estuprador que a fez tirar o próprio filho, eu não tinha nada a ver com aquilo e nem o que fazer para ajudá-la a sair daquele amor tóxico. Eu mal conseguia cuidar de mim mesma.Virei as costas para ela e a deixei falando sozinha, indo em direção ao meu destino: o orfanato.Meu pai já havia enviado muito dinheiro e contratado uma equipe da capital para fazer a manutenção do telhado, que estava praticamente pronto. Eu não tinha ido até lá para verificar, por isto fiquei surpresa com a rapidez das obras. Não esperava
Quando me mexi na cama, senti que estava com pouco espaço para mover-me. Toquei o braço morno que me envolvia e abri os olhos, ansiosa. Imaginei que pudesse ser um certo padre, que sabendo da minha presença decidiu vir no meio da noite me fazer uma surpresa… Deitando na mesma cama que eu.Franzi a testa, confusa ao me deparar com Alegra, a miniatura de pessoa que me abraçava com força, ainda com os pequenos olhinhos fechados. Fiquei com a mão erguida, com vontade de tocar seu rosto tão pleno e tranquilo. Mas sempre parecia que algo me impedia de fazer aquele toque.Lembrei de minha mãe o do quanto era bom quando ela me alisava e dizia o quanto me amava. Uma rajada de vento soprou a cortina e o sol iluminou diretamente o rosto da pequena menina que estava ao meu lado. Por mais incrível que pudesse parecer, minha tatuagem estava exatamente na altura dos meus olhos.Foi quando eu tive certeza de
POV KILLIAN DE ALCÂNTARAEu não sei se no fundo esperava encontrá-la ali e por aquele motivo fui ao salgueiro chorão naquela manhã. Cheguei a sonhar com aquele lugar e com Danna ali dentro. E Deus, aquilo me deixava completamente confuso e culpado.- Por que agiu daquela forma, como se eu fosse culpado? – Perguntei, sem mover-me do lugar.- Porque... Você é culpado.- Eu... A defendi.- Estou tão cansada. – Danna deixou que os braços se amolecessem e caíssem ao longo do corpo.- Irei defendê-la... Sempre.Danna sorriu com tristeza e meneou a cabeça:- Eu não preciso mais que me defenda, Killian. Nunca pensei que algum dia diria isto, mas estou desistindo.- De... Mim?- De tudo.Suspirei e senti meu coração batendo tão forte que parecia que sairia pela boca e fugiria para nunca mais volta
- Danna, tem sim!- Eu... Quero fazer qualquer outra coisa, menos falar de Deus. – Ela fez cara de tédio e eu deveria recriminar aquilo, no entanto não o fiz.E não o fiz porquê de certa forma ela tinha razão. Era preciso aproveitar o nosso tempo juntos, porque não tinha como saber quando teríamos qualquer minuto juntos e sozinhos novamente.- Diz que me ama de novo! – Ela pediu, com um sorriso que eu sabia que era capaz de me fazer cometer o maior pecado de todos.- Não sei se devo... – Fiquei incerto sobre como reagiria ao toque dela.- Por quê?- Eu te amo, Danna. E posso dizer isto mil vezes se quiser, sem nunca parar.Ela ficou na ponta dos pés e me beijou novamente. E agora já parecia mais habituada a usar a língua e aquele beijo foi ainda mais incrível que o anterior. Se um dia ficássemos juntos eu nunca me cansaria
Já era o terceiro dia que Danna vinha à igreja ajudar nos preparativos para a festa de São Francisco de Assis, padroeiro da cidade. Recusei ajuda da maioria das pessoas e os poucos que aceitei pedi que fizessem coisas em suas casas e não na igreja, alegando que estava pintando ainda e o forte cheiro impedia que pudéssemos usar o local.Meu pai estava nos auxiliando e também Isla e Vanessa no final do dia, quando saíam do trabalho. No segundo dia Danna trouxe Jorge, o advogado e Calum, o médico.Ela soube se comportar e por sorte parecia que ninguém percebia o sentimento forte que havia entre nós. Primeiro eu senti ciúme de Jorge, que parecia ter uma ligação de certa forma íntima com Danna. Até que o vi beijando Vanessa e entendi que não tinha nenhum tipo de envolvimento afetivo entre os dois.Depois encuquei com o médico, que embora mais velho,