TRÊS ANOS DEPOISEra festa do padroeiro de Machia, São Francisco de Assis. Aquele era um evento onde a cidade inteira participava, não faltando um cidadão sequer. E claro que a prefeita estava presente, junto de seu marido e suas duas filhas, Alegra e Vitória. As crianças do orfanato também estavam presentes, como sempre acontecia. A diferença é que há alguns anos atrás contávamos com certa de quase trinta participantes de lá. Atualmente dez crianças ainda moravam no lugar e eu ainda tinha esperanças de que fossem adotadas em breve. Eu inclusive havia começado uma campanha de adoção, estendendo para a capital, recebendo auxílio de meu pai com sua influência junto a pessoas importantes. Killian e eu optamos por não recebermos mais crianças até que praticamente todas estivessem adotadas. Nossa intenção era sempre lhes dar o melhor e para que não pudesse faltar o importante, que era atenção e carinho, era necessário reduzir o número. Oficialmente o orfanato pertencia à Machia, finalme
- Digamos que meu coração tem tentado perdoar. E... Talvez eu consiga. Ele tem tentado provar que se arrepende de seus erros.Maria Cecília veio até mim e logo Killian saiu para juntar-se a meu pai e Nadine. Ela me cumprimentou com um beijo e logo perguntei:- Aquele sorriso para o padre... Tem algum motivo especial? Do que falavam? - Você é bem curiosa! – ela riu.- Sabe que sou. E sei muito bem dos “sinais” sobre mulheres que se interessam por padres.- Deus me livre! – ela fez o sinal da cruz – Mas quem me dera! – riu.Estreitei os olhos, confusa:- Maria Cecília... Se comporte.- Já faz um tempo que não me interesso por ninguém – ela observou – E... Celso é bonito.- Celso? – gargalhei – Não é mais “padre Celso”? Mas que porra, agora entendo porque quer ficar com todas as questões entre prefeitura e igreja!Ela sorriu, olhando para o padre:- Você é esperta, Danna Dave. Mas desta vez demorou a perceber.- Sua filha da puta! – Ri – Vai desvirtuar o padre.- Olha quem falando!- Ma
Senti algo agarrar-se a mim com força e quase caí, me desequilibrando. Olhei o garotinho grudado nas minhas pernas, com aquele sorriso cheio de dentes branquinhos que me faziam lembrar uma piranha, já que o rostinho era pequeno para os tantos dentes que ele tinha na boca. Peguei-o no colo:- Olá, minha miniatura preferida! Ele deu-me um beijo no rosto:- Assustei você, tia Danna? – Gargalhou, ansioso pela minha resposta.Arregalei os olhos:- Nossa, eu fiquei muito assustada! Tanto que quase caí... Você é bom em assustar as pessoas.- Mamãe disse que posso me fantasiar de bicho-papão na próxima festa!Pisquei:- Acho que é uma ótima fantasia. Logo ele balançou as pernas e o soltei, vendo-o sair correndo atrás das meninas. Gabriel também era um garoto especial. E tinha um lugar no meu coração.Vanessa me abraçou:- Semana passada ele era um astronauta. Agora quer ser um bicho-papão. – Balançou a cabeça, rindo.- Maria Cecília, preciso da sua ajuda. – Padre Celso se aproximou, solicit
Assim que saiu o resultado mais esperado da festa, de quem havia feito o melhor bolo, que dentre os jurados tinha o padre Celso, Marialva e a prefeita estava fora, por estar concorrendo, venceu, não surpreendendo ninguém, Juliana Sturman.Revirei os olhos, fazendo pouco caso.- Ano que vem a gente vence, mamãe! – Alegra tentou me convencer, com Vitória no colo.Olhei para Vitória, que saboreava um bolo de chocolate com menta, feito por Juliana:- Ei, traidora! – mordi um pedaço do bolo dela, sentindo o sabor diferente e de certa forma... Bom.- É bom, mamãe! – Vitória pareceu tirar as palavras da minha boca.- Bom não é. Mas não é tão ruim, digamos! – Claro que eu não admitiria que pudesse ser bom.- Mamãe, ano que vem vamos fazer um bolo de chocolate com menta? – Vitória propôs.Olhei em volta e vi todos parabenizando Juliana e a pequena Deise e mencionei:- Ano que vem faremos algo que nunca se ouviu falar... Quem sabe um bolo gigantesco que toda a cidade poderá provar ao mesmo temp
- Por que não? O corpo de Cristo é algo bem fácil de fazer. Porém ninguém votaria naquela coisa sem graça, sem gosto e sem a mínima chance de... Provocar orgasmos. – Comecei a rir.Killian chegou e pôs o braço sobre meu ombro, com o semblante questionador:- Pelo visto estão se divertindo. – Observou.- Estamos lembrando de uns certos biscoitos da biscoiteira. – Foi Juliana quem falou, rindo.Killian pôs uma das mãos no rosto, não contendo o riso:- Deus, foi uma situação bem complicada!Suspirei e disse:- Parabéns, Juliana. Mas aposto que o sabor especial foi obra de Deise. – Alfinetei.- Claro, não tenha dúvida! – ela sorriu – Acho que ela é a parte especial de tudo.- No fim, o que vale não é o sabor do bolo, mas o que vem antes dele, como os ingredientes que vão na massa. – Killian deu sua opinião, certamente remetendo às crianças.- Achei prazeroso fazer o bolo com as minhas filhas – confessei – Adorei a bagunça. Mas perder não é nada bom. Por isso ano que vem seremos competidor
- Amo transar com você – ele gemeu – E amo fazer amor com você! Amo... Estar dentro de você, de um jeito ou de outro.- Eu... Vou gozar... – Miei feito uma gata no cio, deixando meus braços na parede, cravando as unhas nas palmas das mãos ao sentir o espasmo causado pelo clímax, pelo prazer intenso e insano que me era causado cada vez que aquele homem me tocava. Senti seu esperma morno e gostoso dentro de mim, imaginando o sabor que tinha, que eu bem conhecia. Ficamos um tempo ali, abraçados, Killian me segurando pelos quadris, deitando a cabeça no meu ombro, nossas respirações aceleradas, os corações batendo num mesmo compasso, tão enroscados que mais parecíamos um do que dois corpos. - O que... Foi isso? – A voz dele estava ofegante e baixa.- Isto foi... Uma boa foda! – Ri.- Garota má! – ele mordeu levemente meu ombro.- Eu nunca disse que era boa! – provoquei. Saindo do banheiro, nos vestimos e descemos para o jantar. Fazíamos a refeição de forma tranquila e divertida com nos
Killian e eu andávamos pela floresta sem pressa, enquanto Alegra levava Vitória pela mão, parando em cada parte que a nossa miniatura se perdia em inúmeras perguntas sobre todas as coisas.Senti os dedos de Killian alisarem os meus enquanto as observávamos, andando logo atrás de nossas meninas. - Elas são perfeitas juntas! – Ele mencionou.- A miniatura é bem curiosa. E tem umas ideias meio estranhas.- Puxou à mãe! – ele riu. - Jura? Acho a cara do pai. - Olhos do pai, boca da mãe... E cabelos como os da mulher que conheci no alto da torre: escuros como um céu sem estrelas e com um corte nada tradicional. - O cabelo de Vitória só está assim porque ela achou que podia ser cabelereira e fazer seu próprio corte. Logo ficará normal. – Garanti, rindo.- O que importa é que ela se acha bonita! – Ele meneou a cabeça, não contendo uma risada espontânea.Olhei para nossa filha à frente, com os cabelos cortados na altura da nuca, o que pude fazer para salvá-los depois que ela atorou com a
- Eu já disse que sou o homem mais feliz do mundo? – Killian suspirou.- Eu sou feliz porque você é feliz papai. E porque teremos uma miniatura de miniatura. – Vitória bateu as pernas para descer, saindo correndo para um lugar que já sabíamos onde era: a casa na árvore.Sim, Killian havia construído junto com as meninas uma casa na árvore e era o lugar que elas mais gostavam no mundo todo. Mesmo Alegra crescendo, ainda assim não deixava que a irmã se sentisse sozinha e a acompanhava em tudo. Talvez fazia aquilo porque não teve uma infância tão tranquila. Mas logo a miniatura de miniatura faria companhia a nossa miniatura e então a que estava deixando de ser miniatura poderia enfim “crescer”. Killian me pegou no colo e foi em direção à cabana. Deitei a cabeça em seu peito e disse:- Lembra quando me pegou no colo a primeira vez?- Você disse que me amava. E aquilo me assustou muito! – Ele riu. - Achou que algum dia teríamos uma família juntos?- Eu sempre soube! – ele deu um beijo no