Avisos Gerais
A obra O ANJO QUE VEIO DO INFERNO é fictícia e não se embasa na opinião pessoal da autora quanto à assuntos como Religião, Crenças, Mitos, Moralidade etc.
O livro contém cenas com descrição de sexo explícito, abuso, estupro, falta de moralidade, uso de drogas, morte, podendo causar gatilhos.
Não recomendado para menores de 18 anos.
Há cenas em que são citados personagens e passagens da história A SAGA DOS KASENKINOS, mas não é uma leitura obrigatória para o livro atual.
CURIOSIDADES: Esta história foi baseada em dois livros antigos escritos pela autora na sua adolescência, nunca publicados: O Anjo que Veio do Inferno e Loucuras de Amor.
CAPÍTULO 1. DANNA DAVE
- Senhorita Dave, podemos começar a jogar as pétalas de rosas? – Ouvi a voz do copiloto no fone que encobria minhas orelhas.
- Sim. – Respondi, ansiosa.
A partir da minha confirmação, os outros dois tripulantes começaram a jogar as pétalas naturais que estavam organizadas nos sacos de seda pura, fazendo com que uma chuva de pétalas vermelhas caíssem sobre a casa de Jax Gatti, meu professor de Artes Plásticas da faculdade de Belas Artes.
Eu sorria satisfeita do alto do helicóptero ao perceber as pessoas saindo de suas casas minúsculas e singelas, completamente impressionadas com a cena.
- Podemos nos aproximar mais? – Perguntei ao microfone, enquanto meus olhos alcançavam o piloto à frente, que virou brevemente na minha direção.
- Não, senhorita Dave. Mais próximo que isto não é seguro.
- Preciso ver melhor a reação da... Da pessoa que está dentro da casa. – Expliquei.
- Não há como, senhorita.
- Claro que há! – contestei – Eu pago o dobro do combinado. – Propus.
- Não é seguro! – O copiloto olhou para o piloto, intrometendo-se na conversa.
- Exijo que me coloquem mais próxima da casa. – Falei claramente.
- Não podemos fazer isto, senhorita Dave.
Bufei, certa de que não se aproximariam, nem por qualquer dinheiro do mundo. Eu odiava pessoas no geral... Mas as éticas e com senso de responsabilidade de causavam repulsa. As não “compráveis” então... Poderiam ser extintas do mundo.
Quando o terceiro saco foi esvaziado e observei o telhado avermelhado de pétalas bem como parte do quintal e da rua de onde Jax morava, achei que poderia ter investido em mais pétalas.
Por fim, quando vi que havia feito um verdadeiro show e chamado a atenção de todos do bairro de classe média baixa onde o homem morava, me dei por satisfeita e mandei que o piloto me levasse de volta à base.
Enquanto entrava na limusine, liguei para a concessionária:
- Alô! É Danna Dave.
- Ah, senhora Dave. Espere um segundo que estou passando sua ligação para o nosso gerente.
- Seja rápida, por favor, pois não tenho tempo a perder. – Revirei os olhos, entediada.
Assim que o gerente atendeu, disse:
- Senhorita Dave, já providenciamos tudo.
- Quase dois minutos para alguém levar o telefone até você? – fiquei incrédula – Já ouviu falar em ramal ou linha direta?
- Ah, sim... Me desculpe por fazê-la perder este precioso tempo, senhorita Dave, mas estamos providenciando a linha por ramais sim. Gostaria do meu celular para facilitar nossa comunicação numa próxima vez?
- Próxima vez? – gargalhei – Acha mesmo que farei negócios com você numa próxima vez? Dois minutos do meu tempo esperando que alguém leve o telefone... Isto é a coisa mais absurda que já vi na vida.
- Peço humildemente desculpas, senhorita. E aproveito para garantir que o automóvel já foi entregue no endereço solicitado, com o laço em tamanho grande e o cartão.
- Quem recebeu?
- Uma mulher.
- Entregaram o cartão em mãos a ela?
- Sim, como solicitou.
- Ótimo!
- Mas temos um problema, senhorita Dave...
- Um problema? – Arqueei a sobrancelha, furiosa – Eu não trabalho com problemas.
- A mulher mandou que recolhêssemos o automóvel e trouxéssemos de volta. Isso foi minutos depois que entregamos.
Eu gargalhei, achando perfeito. Depois perguntei:
- Mas não aceitaram devolução, não é mesmo?
- Claro que não, senhorita Dave. O automóvel está pago e deixamos claro que se não quisessem, deveriam livrar-se dele de outro modo, pois não aceitávamos devolução.
- Ótimo!
Encerrei a ligação e deitei a cabeça no banco em couro da limusine, finalmente conseguindo descansar um pouco. Fazer aquela surpresa para o meu professor havia me levado um bom tempo, especialmente na parte de conseguir as flores frescas, alguém que se dispusesse a fazer a chuva de pétalas num local tão urbanizado e movimentado bem como a entrega do carro zero quilômetro causando um verdadeiro estardalhaço no lugar.
Ainda de olhos fechados, sorri satisfeita. Se não fosse para causar barulho, não era eu, Danna Dave.
Lembrei do que eu havia escrito no cartão-presente junto do carro: “O presente perfeito para agradecer a noite perfeita.”
Não havia como a esposa dele não acreditar naquilo. Ninguém daria um carro e faria chover pétalas de rosas vermelhas do céu se não tivesse dormido com o homem perfeito, que lhe proporcionasse o orgasmo mais intenso e duradouro da vida.
Ao menos era assim que eu imaginava que seria gozar com Jax... Sentir meu corpo estremecer em seus braços enquanto ainda me fodesse até que eu implorasse que parasse, pois não aguentava mais tantos orgasmos em tão pouco tempo.
Liguei para o celular de Moana à noite, mas ela não me atendeu. No telefone de casa, avisaram que ela havia saído com algumas “amigas”. Como assim tinha saído com “amigas”? Não era eu a amiga dela?
Como não tinha aula com Jax naquela noite, não fui à faculdade. Pouco me importava com as aulas sem graça que perderia, ministradas por professores sem vaidade, feios, metidos a intelectuais ridículos e cujas vozes me causavam tédio.
Em torno de oito horas da noite desci para o primeiro andar e perguntei à uma das empregadas:
- Onde está meu pai?
- O senhor Dave não está em casa, senhorita.
Eu ri, com escárnio:
- Acha que não sei disto? Por acaso imagina que sou cega?
- Não, senhorita. Me perdoe a forma como falei... Não quis ofendê-la... Ele só... Não chegou... Ainda.
Respirei fundo, não disposta a demitir outra empregada naquela semana. Meu dia não havia sido de um todo ruim para que eu destruísse a vida de uma pobre coitada que se achava capaz de trabalhar na minha casa. Lhe daria uma nova chance, já que eu era uma boa pessoa. Mas se novamente me tratasse como uma débil mental, já que era óbvio que eu sabia que meu pai não estava em casa e caso soubesse não me daria ao trabalho de perguntar, gastando minha preciosa voz.
Voltei para meu quarto e peguei o celular, discando diretamente para ele:
- Pai, onde você está?
- Oi, Danna. Irei jantar com Nadine hoje.
- Como assim irá jantar com Nadine?
- Sim, é isso mesmo. Convidei-a para jantar só nós dois. Ou vai dizer que queria jantar conosco? Saiba que tive que sair de minha própria casa para jantar com minha namorada porque não aguento mais a forma com a trata.- Trato Nadine como ela merece ser tratada: uma pistoleira, papa-viúvos.- Você está em casa?- Como sabe?- Mandei rastrear seu telefone.- Isso é ilegal. Não sou de menoridade. Posso processá-lo por invasão de privacidade.Ele riu:- Pois o faça. E a próxima vez que chamar Nadine de pistoleira ou papa-viúvos, terei que tomar providências mais severas com você.- Estou tremendo de medo.- E eu cansado de você!- Como pode dizer isto da sua própria filha? Qual o pai se cansa de falar com a filha? Qualquer juiz me daria ganho de causa... Estou sendo profundamente afetada psicologicamente com a forma como me trata.- Qualquer juiz perceberia que você tem sérios transtornos psicológicos os quais se recusa a tratar. Sobre não ter ido na faculdade... Quer reprovar novamente
- E então? – Moana quis saber – O senhor Gatti pareceu bem furioso quando saiu.- Ele pode ficar furioso... – sorri – Gosto dele ainda mais assim... Arisco!- Acha que ele realmente vai se render? O senhor Gatti nunca lhe deu sequer a entender que pode rolar algo entre vocês.- Jax vai ficar comigo... Se não for por bem, será por mal.- Que ele é um gato todo mundo aqui já sabe – ela sorriu – Aquela bundinha gostosa no jeans apertado deixa todo mundo em polvorosa! Mas o professor não é só gostoso... Ele dá uma boa aula. Por que você o escolheu?- Nossa, você fala como se o fato de eu o ter escolhido fosse horrível! – Fiz careta.- Não! Eu não quis dizer isto! – ela me olhou seriamente – Só fiquei em dúvida do motivo de ser “ele” e não qualquer outro colega da nossa idade, por exemplo... E livre.- Gosto de homens comprometidos! – Confessei, rindo.- Mas isto... Faz com que nunca possa ter um relacionamento de verdade...- Não me importo! – dei de ombros – Relacionamento é só sexo mesm
Levantei o dedo e ele fingiu não me ver por um tempo, enquanto continuava a falar. Até que comecei a balançar meu braço para um lado e para o outro, sendo que o professor Jax foi obrigado a se dirigir a mim:- Senhorita Dave... Alguma dúvida?- Creio que minha mente e criatividade possam ir bem além, senhor Gatti... Minha dúvida é: posso fazer o pênis na minha escultura?Ele me encarou um tempo antes de responder:- Como eu disse... Use sua criatividade e imaginação.- Acontece que estou em dúvida porque quero fazer um pênis bem grande na minha escultura...Risos novamente até que Jax novamente se saiu bem:- Se sua criatividade quer modelar um pênis grande, já que acredita que esta seja a mudança física do homem através dos séculos, sinta-se à vontade. Só não esqueça que não é somente sobre modelar sua escultura... Não pode fugir do tema que propus.- Por que nas esculturas antigas os pênis são tão pequenos? – Uma colega questionou.- Ótima pergunta, senhorita Stanford – ele aplaudiu
Nossa casa foi construída no alto de um morro. Com engenharia e arquitetura moderna, era baseada na estrutura do lugar onde morava o Homem de Ferro, personagem da Marvel. Tinha dois pavimentos, sendo que o acesso principal se dava pelo superior, de carro. A descida em direção à garagem era em espiral, em volta da casa e o automóvel parava praticamente dentro da nossa sala de estar.Praticamente 70% da nossa casa era rodeada pela piscina de borda infinita, que nos dava uma vista privilegiada de toda a cidade. Praticamente livre de concreto, a não ser nas estruturas que ligavam a casa à montanha, todas as paredes externas eram de vidro blindado.Nossa residência chamava a atenção não só pela construção futurista, mas também por ser toda autossustentável. As paredes externas em que os vidros não ficavam evidentes eram ocupadas por trepadeiras verdejantes n
- Ele não me estuprou ou algo do tipo... – Tentei defender o professor.Senti a mão de Nadine no meu ombro:- Não fale como se o que este homem fez não fosse algo terrível, Danna. Assédio, importunação, estupro... Tudo é muito parecido e fere a honra da mulher. Sei que é difícil e você deve estar com muito medo neste momento. Mas precisa denunciar. Estaremos ao seu lado... Seu pai e eu.Ela tentou me abraçar, fazendo com que eu me esquivasse violentamente de seu toque.Percebi que Nadine deu um passo para trás e mordeu o lábio, falando ao meu pai:- Ela precisa... De apoio, Júlio!- Eu... Estou apoiando.- E carinho. – Nadine continuou.- Carinho? – Ele perguntou, confuso.- Carinho? – Olhei-a, sem entender nada.- Dê um abraço na sua filha, Júlio... – Os
Quando cheguei na faculdade naquela manhã, a vice-reitora foi à nossa sala e avisou que o senhor Jax Gatti havia sido demitido e outro professor o substituiria, tendo a mesma formação acadêmica do antigo professor de Artes Plásticas.Embora todos tivessem sido pegos de surpresa, não falaram nada, afinal o novo professor já estava presente e iniciou sua aula de forma expositiva, chata e nada lúdica ou atrativa. Parecia que o reitor havia feito de propósito ao substituir o professor de corpo atlético e chamativo por um senhorzinho que parecia ter saído do asilo para tomar o lugar de Jax.Encerrada a aula, ouvi os comentários próximos:- O que será que houve com o senhor Gatti?- Ouvi certo ou disseram “demitido”?- Por que o demitiriam? Ele era um ótimo professor e nunca faltava!- O certo &e
- O que esperava? Que me acusaria e assim eu ficaria com você? – ele balançou a cabeça, atordoado – Confesso que tenho rezado muito... E pedido a Deus que não me faça pegar uma arma e dar um tiro no meio da sua testa.Desta vez foi eu que dei um passo para trás, amedrontada com as palavras dele.Percebi as lágrimas escorrendo de seus olhos quando Jax disse:- E eu não quero ser esta pessoa... Que tem vontade de matar outra com tamanha crueldade... Como penso em fazer com você.Engoli em seco e disse:- Tentarei... Resolver isto...- Por favor, Danna, faça isto. Minha vida está nas suas mãos e você sabe disto.Entrei na limusine e mandei que o motorista me levasse para casa. Fui diretamente para o meu quarto e tomei um banho demorado, pensando em como resolveria aquela porra.Claro que Jax merecia sofrer um pouquinho, já qu
- Pai... Por favor, acalme-se! – Pedi, com um pouco de dó de Jax.- Acalmar-me? – Júlio Dave olhou para mim e depois para o professor – Só não quebro a sua cara aqui mesmo porque sei que pagará pelo crime que cometeu.- Eu não fiz nada, senhor Dave. – Jax me olhou, implorando por ajuda.A mulher deu um passo, ficando à frente de Jax e olhando com audácia para meu pai:- O senhor deveria se envergonhar de apoiar as mentiras da sua filha louca. – Pôs o dedo em riste na direção dele.- Cuide como fala! Não sabe com quem está lidando. – Meu pai disse entredentes.- Não sei e não quero saber. Acha que tenho medo do seu sobrenome ou do quanto tem de dinheiro na sua conta bancária? A verdade virá à tona e o senhor terá que pedir desculpas ao meu marido por ter acreditado nesta mulher