Nossa casa foi construída no alto de um morro. Com engenharia e arquitetura moderna, era baseada na estrutura do lugar onde morava o Homem de Ferro, personagem da Marvel. Tinha dois pavimentos, sendo que o acesso principal se dava pelo superior, de carro. A descida em direção à garagem era em espiral, em volta da casa e o automóvel parava praticamente dentro da nossa sala de estar.
Praticamente 70% da nossa casa era rodeada pela piscina de borda infinita, que nos dava uma vista privilegiada de toda a cidade. Praticamente livre de concreto, a não ser nas estruturas que ligavam a casa à montanha, todas as paredes externas eram de vidro blindado.
Nossa residência chamava a atenção não só pela construção futurista, mas também por ser toda autossustentável. As paredes externas em que os vidros não ficavam evidentes eram ocupadas por trepadeiras verdejantes n
- Ele não me estuprou ou algo do tipo... – Tentei defender o professor.Senti a mão de Nadine no meu ombro:- Não fale como se o que este homem fez não fosse algo terrível, Danna. Assédio, importunação, estupro... Tudo é muito parecido e fere a honra da mulher. Sei que é difícil e você deve estar com muito medo neste momento. Mas precisa denunciar. Estaremos ao seu lado... Seu pai e eu.Ela tentou me abraçar, fazendo com que eu me esquivasse violentamente de seu toque.Percebi que Nadine deu um passo para trás e mordeu o lábio, falando ao meu pai:- Ela precisa... De apoio, Júlio!- Eu... Estou apoiando.- E carinho. – Nadine continuou.- Carinho? – Ele perguntou, confuso.- Carinho? – Olhei-a, sem entender nada.- Dê um abraço na sua filha, Júlio... – Os
Quando cheguei na faculdade naquela manhã, a vice-reitora foi à nossa sala e avisou que o senhor Jax Gatti havia sido demitido e outro professor o substituiria, tendo a mesma formação acadêmica do antigo professor de Artes Plásticas.Embora todos tivessem sido pegos de surpresa, não falaram nada, afinal o novo professor já estava presente e iniciou sua aula de forma expositiva, chata e nada lúdica ou atrativa. Parecia que o reitor havia feito de propósito ao substituir o professor de corpo atlético e chamativo por um senhorzinho que parecia ter saído do asilo para tomar o lugar de Jax.Encerrada a aula, ouvi os comentários próximos:- O que será que houve com o senhor Gatti?- Ouvi certo ou disseram “demitido”?- Por que o demitiriam? Ele era um ótimo professor e nunca faltava!- O certo &e
- O que esperava? Que me acusaria e assim eu ficaria com você? – ele balançou a cabeça, atordoado – Confesso que tenho rezado muito... E pedido a Deus que não me faça pegar uma arma e dar um tiro no meio da sua testa.Desta vez foi eu que dei um passo para trás, amedrontada com as palavras dele.Percebi as lágrimas escorrendo de seus olhos quando Jax disse:- E eu não quero ser esta pessoa... Que tem vontade de matar outra com tamanha crueldade... Como penso em fazer com você.Engoli em seco e disse:- Tentarei... Resolver isto...- Por favor, Danna, faça isto. Minha vida está nas suas mãos e você sabe disto.Entrei na limusine e mandei que o motorista me levasse para casa. Fui diretamente para o meu quarto e tomei um banho demorado, pensando em como resolveria aquela porra.Claro que Jax merecia sofrer um pouquinho, já qu
- Pai... Por favor, acalme-se! – Pedi, com um pouco de dó de Jax.- Acalmar-me? – Júlio Dave olhou para mim e depois para o professor – Só não quebro a sua cara aqui mesmo porque sei que pagará pelo crime que cometeu.- Eu não fiz nada, senhor Dave. – Jax me olhou, implorando por ajuda.A mulher deu um passo, ficando à frente de Jax e olhando com audácia para meu pai:- O senhor deveria se envergonhar de apoiar as mentiras da sua filha louca. – Pôs o dedo em riste na direção dele.- Cuide como fala! Não sabe com quem está lidando. – Meu pai disse entredentes.- Não sei e não quero saber. Acha que tenho medo do seu sobrenome ou do quanto tem de dinheiro na sua conta bancária? A verdade virá à tona e o senhor terá que pedir desculpas ao meu marido por ter acreditado nesta mulher
- Onde aconteceu o assédio?- Na sala de aula, após o término do período do professor.- E por que estavam só vocês dois ao final da aula, sem a presença de nenhum outro colega?- Porque eu que tinha dúvidas sobre a matéria e não os outros colegas. – Respondi de forma firme.- Sua amiga... Moana... – ele leu o nome dela anotado em um dos seus milhares de papéis – Fez questão de deixar claro que você pediu que ela ficasse do lado de fora da sala e trancasse a porta, não deixando ninguém entrar.Fiquei em silêncio, incrédula sobre Moana ter falado aquilo. Era um absurdo minha amiga ter me traído daquele jeito.- Você pediu que sua amiga trancasse a porta enquanto estivesse com o professor Jax na sala, após a aula? – O delegado me perguntou em tom sério.- Delegado, n&atild
Cidade de Machia, anos antesAs mãos de Juliana me tocavam sobre a calça e eu ria, tentando me desvencilhar:- Estou dirigindo, Juliana!- E que importância isto tem? - Ela riu, de forma provocante.- Preciso ficar atento ao trânsito.- Como se tivesse muito movimento em Machia. - Gargalhou, não me dando atenção e pondo uma de suas mãos dentro da minha, alcançando meu pau completamente endurecido.- E se saíssemos de Machia? - Sugeri.- Você propondo isto? - Ela parou a mão de repente, ainda dentro da minha calça.- Não estou falando de sair daqui para viver fora da cidade - ri, olhando-a de relance - Estou falando de irmos a algum lugar diferente agora, neste momento.Juliana suspirou e fez beicinho:- Me diga que um dia me levará embora desta porra de cidade.- Sabe que Machia é importante para mim
Quando abri os olhos novamente, percebi que estava num hospital. Tentei levantar, mas fui impedido por alguém. Deparei-me com o padre José:- Pai?- Tente se acalmar, meu filho. Ainda não pode levantar.Senti uma leve dor na cabeça e olhei ao redor, me dando em conta de que estávamos somente nós dois ali:- Juliana? Onde ela está?O padre José evitou meus olhos e senti um frio na barriga:- Pai, me diga que Juliana está bem.- Eu não posso mentir, Killian.Engoli em seco, fazendo uma nova tentativa de levantar, que ele conteve:- Você também se feriu.“Também”? O que aquilo queria dizer? Que Juliana também estava ferida?- Como ela está? Me diga que não foi nada grave, por favor.Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa a porta se abriu e entrou uma mulher que imaginei ser a m&
- Sim... Eu já estive lá, orando por você e Juliana.- Me leve lá, pai... Por favor.- Claro, meu filho. - Ele disse saindo pela porta automática da recepção, contornando o pequeno prédio do hospital, dirigindo-se para os fundos.Havia uma pequena capela, que servia realmente só para rezar, certamente onde não eram ministradas missas, já que cabiam ali talvez no máximo 20 pessoas.Passei pelo pequeno corredor indo diretamente para o pequeno altar, onde ajoelhei-me e olhei diretamente para a imagem de Jesus Cristo na cruz. Embora pequena, a imagem totalmente dourada, acompanhada de todos os doze apóstolos, cada um na sua ordem, também pregados à parede, trazia uma paz indescritível.Eu não tinha certeza se eu acreditava tanto em Deus e havia tanta fé dentro de mim porque eu vivi por 19 anos praticamente dentro de uma igreja, s