Juliana foi até o confessionário e assim que entrou, entrei junto de meu pai José, para ouvir a confissão. Se era errado fazer aquilo? Sim, ambos sabíamos que era. Mas ao mesmo tempo culpar uma pessoa inocente por algo que não havia feito era pior ainda. Precisávamos saber da verdade sobre qual das duas mentia: Juliana ou Danna.
Juliana ajoelhou-se e fez o sinal da cruz:
- “Perdoe-me, padre, pois eu pequei. Faz duas semanas desde a minha última confissão. Estes são meus pecados... – suspirou – Eu talvez esteja odiando uma pessoa.
- Odiando? – Pai José perguntou.
- Sim. O senhor já conhece Danna Dave. E eu não queria ter sentimentos tão ruins dentro de mim, já que em meu coração só tento manter coisas boas. Mas esta mulher é muito má, padre. Ela me diz coisas horríveis... E tentou me mata
Vanessa ficou em silêncio por alguns minutos, a respiração acelerada, aos poucos começando a ficar mais calma.- Deseja um copo de água, Vanessa? – Pai José perguntou.- Não, padre José... Obrigada.Ela queria falar, mas parecia incerta. Olhei de forma interrogativa para meu pai, querendo saber o motivo pelo qual ele não a questionava.- Sinta-se à vontade, Vanessa! Não se force a dizer o que não quer. E se quiser dizer, estarei aqui para ouvi-la. Siga o caminho do seu coração.Arqueei a sobrancelha, confuso. Por que meu pai estava fazendo aquilo, sabendo o quanto era importante para mim saber sobre Danna?- Eu... – ela suspirou – Sinto que Danna não esteja bem. E creio que está apaixonada pelo padre Killian...Estreitei os olhos, confuso. E o que aquilo tinha a ver com “aquela noite” que ela men
POV DANNA DAVEAssim que bati na porta, Jorge me atendeu. Me olhou surpreso:- Você aqui?Sorri e acenei:- Não vim como... Conhecida e sim como cliente. – deixei claro, com um sorriso.- Minha primeira cliente? – ele sorriu gentilmente – Merece um café. Entre, Danna!Ele se afastou da porta para que eu entrasse. Percebi que Jorge estava montando uma recepção na sala de sua casa.- Pensa em usar este espaço para trabalho? – Perguntei.- Sim. É hora de mudar um pouco a forma como tudo ficava aqui.- Esta cidade não aceita muito bem as mudanças. – Deixei claro.- Mas quiserem um bom advogado, terão que me engolir. – ele sorriu e puxou uma cadeira para mim – Infelizmente meu escritório não está totalmente pronto, então terei que recebê-la deste jeito. Mas como somos... Amigo
POV ISLAEu estava sentada no sofá, revisando alguns documentos que precisava enviar para o banco quando me flagrei sorrindo do nada ao ver Danna e Vanessa preparando um jantar para dois rapazes. Estavam tão alegres que por um minuto pensei em ir até lá e dizer a verdade, que a ligação que sentiam não era do nada, que tinham o mesmo sangue correndo nas veias... E não era por serem primas.Ah, como doía ainda! E talvez aquela dor do passado nunca fosse acabar. Eu sabia que Celli nunca me perdoou, embora na última das poucas conversas que tive com ela mencionou que estava tentando esquecer o que houve.MACHIA, ANOS ANTESTodos comemoravam a notícia de que minha irmã Celli estava grávida. Embora ainda não casada com Júlio Dave e a notícia tivesse pego nossos pais desprevenidos, ainda assim ficaram felizes. Quem não gostaria que a filha se casasse com um homem milionário e de boa índole?Júlio Dave estava cursando o último semestre de arquitetura na faculdade e se formaria em breve. Escol
Desliguei as luzes principais e abri a janela do quarto, deixando que o ar fresco entrasse e o refrescasse. Suspirei quando estava saindo e vi seu corpo sobre a cama, como se a luz da rua estivesse planejando iluminar só ele naquele momento, para me provocar e fazer perceber o quanto aquele homem proibido era perfeito. Voltei, sentindo o coração acelerar e abri sua camisa, retirando-a. Daquela forma ele estaria mais confortável.Olhei para seu peito nu e cheguei a pôr as mãos em sua direção, me contendo. Aquilo era errado... E não só porque ele era o futuro marido de minha irmã, mas também porque estava completamente bêbado e mal sabia da minha existência.Mas certamente aquela seria a primeira e última vez que eu o veria daquele jeito. Logo ele iria embora e talvez eu os visitasse vez ou outra ou eles viessem ver nossos pais. Mas com o tempo minha irmã teria ta
Ouvi o estralo da bofetada dela na minha cara, que me fez revirar a face de tão forte que foi. Eu sabia que era pouco para o que eu havia feito.- Vagabunda... Você é uma vagabunda! – Ouvi a voz dela num fio, enquanto as lágrimas banhavam seu rosto.- Eu sempre o amei.Ela meneou a cabeça, incrédula:- E porque não me contou?- De que adiantaria, Celli? Era de você que ele gostava.- Nós iremos nos casar... Eu espero um filho de Júlio... Como você teve coragem de fazer isto?- Ele estava bêbado. Eu vim trazê-lo para o quarto, ajudá-lo... E... Me aproveitei da situação. Sou mesmo uma vagabunda e merecedora de todo seu ódio. – Eu não lembrava de ter chorado tanto na vida.- Eu esperava ser traída nesta vida por qualquer pessoa, menos por você.- E eu esperava trair qualquer pesso
POV DANNA DAVEIncrivelmente Calum e Jorge conseguiram ser melhores do que eu imaginava. E para mim aquilo era incrível, pois era realmente a primeira vez que eu fazia amigos que sabiam que eu não tinha nada ou bem pouco a oferecer financeiramente. A não ser que estivessem esperando para que eu ganhasse a causa contra meu pai… Ainda assim não fazia muito sentido, já que quando me ajudaram naquela fatídica noite, não sabiam quem eu era tampouco o sobrenome que carregava.Eu também nunca havia cozinhado antes, ou mesmo tentado fazer algo do tipo. Tudo que comi antes de chegar naquele lugar sempre veio nas minhas mãos, o que eu queria, na hora em que pedia. Descobri, ao lado de Vanessa, que cozinhar podia ser bem divertido, além de ter um resultado saboroso ao final.Enquanto comíamos a sobremesa, ainda sentados à mesa, Calum falou a Isla:- Eu não acredito que
Eu já tinha ouvido falar em conexão, embora não soubesse se existia de fato. Aliás, eu me sentia conectada com minha mãe. Mas naquele momento, ao ver os olhos arregalados de Vanessa, eu tive certeza de que ela estava preocupada por conta de Lourenço. E ela não precisava dizer com palavras… Eu sentia em seus olhos.Então eu soube o que era o real sentido da palavra “conexão”, que aconteceu ali, com minha prima, naquela noite.Sorri e tranquilizei-a:- Só irei ver o salgueiro chorão.- Salgueiro chorão? - Minha tia levantou os olhos na minha direção - A árvore de Killian?- Na verdade é minha árvore. - Justifiquei.- Não foi ele quem plantou?Eu ri:- Inexplicavelmente creio que a árvore pertence a mim - Lembrei da outra conexão que eu tinha, que era entre a árvore e
POV KILLIAMQuando a vi ali, completamente molhada, com os cabelos escuros grudados no rosto, os olhos arregalados e alguns arranhões no rosto e nas pernas, tive vontade de pegá-las nos braços e cuidá-la.Mas já fazia um tempo que tudo que eu queria era cuidá-la... E me parece que ela se metia em confusões só para me deixar com aquela sensação, já que quando nos encontrávamos ou Danna Dave estava ferida ou fora de si.- Estou... Tentando me abrigar da chuva. – Ela explicou.Ouvimos passos no piso de tábua, de pezinhos correndo. Então segurei Danna com meus braços para que ela não caísse no chão, devido ao abraço de Alegra, que quase a quebrou ao meio.Era a primeira vez que eu a tocava daquela forma, sentindo todo seu corpo junto ao meu. Teve também a vez que a levei no colo do salgueiro chorão at&