Capítulo 4
Ela segurava o troféu, sem um sorriso de alegria ou intenção de entregá-lo para Camila. Ao contrário, mordeu o lábio, e com um tom de voz triste, falou:

— Camila, o diretor me pediu para entregar o troféu para você. Esse prêmio é muito prestigioso, você é incrível. Eu queria, de forma meio vergonhosa, lhe pedir algo... Eu nunca ganhei esse prêmio antes. Você se importaria de me emprestar o troféu por alguns dias?

Emprestar o troféu por alguns dias?

Camila nunca havia ouvido um pedido tão absurdo.

Ela franziu a testa e respondeu, com tranquilidade:

— Já que você admite ser sem vergonha, então não faça esse tipo de pedido. Se realmente gosta tanto, participe da competição e ganhe um para você.

Depois de falar, estendeu a mão para pegar o troféu dos braços de Eduarda.

Não esperava que a atitude de Camila fosse tão ríspida. O rosto de Eduarda se tornou muito inocente, como se estivesse sendo cruelmente injustiçada.

— Camila, como você pode falar assim? Eu não quero tomar o seu troféu, só quero colocá-lo em casa para me motivar… Isso não é possível?

Vendo Camila estender a mão para pegar o troféu, Eduarda apertou-o ainda mais contra o peito, recusando-se a soltá-lo.

No meio da disputa, o troféu de cristal caiu no chão, estilhaçando-se instantaneamente em pedaços.

Luís e Bruno, que estavam passando por ali, ao verem a cena, correram para proteger Eduarda, envolvendo-a com seus braços.

— Eduarda!

Ambos ficaram ao redor de Eduarda, com expressões de grande preocupação, verificando cuidadosamente se ela estava ferida.

Luís levantou a barra da saia de Eduarda e viu que a parte inferior de sua perna estava cortada, com o vidro do troféu fazendo um pequeno ferimento. Seus olhos se estreitaram e, sentindo uma dor imensa no peito, disse:

— Vou levar você para o hospital!

Ignorando as tentativas de resistência de Eduarda, ele a pegou no colo, de maneira abrupta, e saiu com ela.

Vendo os pedaços de vidro espalhados pelo chão, Bruno, com o rosto fechado, se aproximou e questionou, com raiva:

— Camila, você já tem tudo o que quer, por que precisa disputar um troféu com a Eduarda?

"Disputar?"

Ao ouvir essa palavra, Camila quase explodiu de tanta raiva, chegando a sorrir de forma irônica.

— Esse é meu troféu! É fruto do meu esforço de três meses, é a minha honra! E ela vem com essa carinha de coitada, segurando o troféu e não querendo soltar. Você me chama de quem está disputando algo com ela?

Camila estava tão irritada que seu corpo tremia. Ela apontou para os pedaços de vidro espalhados pelo chão, a voz gelada, quase como se a frieza pudesse congelar o ar ao seu redor.

— E agora, ela ainda quebrou o troféu. Quero que a Eduarda me peça desculpas!

Achando que suas palavras já haviam deixado claro quem estava certa e quem estava errada, Camila não esperava que Bruno ficasse ainda mais irritado, elevando o tom de voz:

— Eu pensei que fosse algo realmente importante, mas é só um troféu. Se quiser, pode ter quantos quiser, não tem como comparar com a Eduarda. Você fez com que ela se machucasse! Não é ela quem precisa pedir desculpas, é você quem deveria se desculpar com ela!

Após falar, Bruno não se importou com a reação de Camila, e se apressou para ir cuidar de Eduarda.

Camila ficou ali, olhando para os cacos espalhados pelo chão, atônita, enquanto as palavras de Bruno ecoavam em sua mente.

Ele queria que ela pedisse desculpas para Eduarda?

Fazer a vítima pedir desculpas para a causadora do dano.

“Bruno, você realmente...!”

A dor apertou seu peito, e só então ela percebeu que sua própria perna também estava doendo. Lentamente, uma sensação de dor se espalhou por ela, e foi quando notou que sua perna estava cortada, com um longo ferimento, o sangue misturado com pedaços de vidro. O machucado parecia até mais grave do que o de Eduarda...

Camila cerrava os dentes, tentando ignorar a dor. Ela tratou os cacos de vidro no chão com cuidado e, só depois de limpar a bagunça, se virou para ir tratar da própria ferida.

À noite, Camila recebeu várias mensagens de sua mãe, que enviara uma seleção de modelos de vestidos de noiva, pedindo para que Camila escolhesse o que mais gostava.

Camila olhou as imagens uma a uma, antes de ligar para a mãe.

Elas conversaram por alguns minutos, mas logo a mãe percebeu o cansaço na voz de Camila e perguntou preocupada o que havia acontecido.

Ao se lembrar de tudo o que acontecera naquele dia, os olhos de Camila se encheram de lágrimas, mas ela se conteve e desviou o assunto.

— Mãe, acho que posso resolver tudo por aqui em uma semana. Como estão os preparativos para o casamento?

Naquele momento, Luís e Bruno chegaram em casa.

Ao ouvirem a menção ao casamento, ambos olharam para Camila, surpresos, e perguntaram ao mesmo tempo:

— Casamento? Que casamento?
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