Capítulo 3
Observando os dois homens tensos à sua frente, Camila falou com calma:

— São só fotos, posso tirar mais depois.

— Queimadas tão bem assim, só restando o vazio, vai ser preciso tirar novas, e, por falar nisso, faz tempo que não viajamos. — Luís disse, tentando dar uma solução.

Bruno imediatamente se apressou em complementar:

— Da próxima vez, podemos levar a Eduarda, ela sempre diz que nunca foi viajar.

Ao ouvir a frase de Bruno, Camila não pôde evitar um sorriso amargo.

Luís e Bruno, aparentemente aliviados por acreditar que ela havia aceitado a sugestão, relaxaram.

Estavam prestes a entrar na sala quando seus olhos se depararam com algumas malas, que não estavam ali quando saíram pela manhã.

— O que é isso? — Ambos perguntaram ao mesmo tempo.

Camila os olhou brevemente.

— Ah, eu pedi demissão, estou planejando mudar de trabalho.

"Ela não gostava tanto desse trabalho?"

Esse pensamento passou pela cabeça dos dois ao mesmo tempo.

Hoje, Camila estava estranha, e isso deixou Luís e Bruno com uma sensação de desconforto crescente.

Bruno abriu a boca, prestes a perguntar mais, quando o som repentino de celular tocando interrompeu o silêncio.

Luís atendeu, e a voz apavorada de Eduarda ecoou do outro lado da linha.

— Luís, a energia acabou aqui em casa, estou morrendo de medo, o que eu faço?

Bruno, ao ouvir, franziu a testa, e com um olhar rápido, se antecipou a Luís, dizendo:

— Eduarda, não se preocupe, eu vou aí agora.

Luís, com o cenho ainda franzido, parecia estar tentando controlar a própria ansiedade, uma expressão rara para ele.

Preocupados com Eduarda, ambos pegaram as chaves do carro e saíram apressados.

Camila, por outro lado, manteve a calma. Quando finalmente ficaram longe, ela pegou o celular e ligou para sua tia.

Na infância, ela sempre morou na casa da tia, que sempre a tratou como sua filha. Agora, com a decisão de partir, era hora de se despedir adequadamente.

Ao saber que Camila havia decidido voltar e se casar, a tia reagiu com um tom de voz repleto de saudade, mas também surpresa.

— Camila, você vai se casar? Luís e Bruno sabem disso?

Camila hesitou por um momento antes de responder:

— Eles não sabem, tia, e por favor, mantenha isso em segredo. Não quero que algo mais dê errado.

Silêncio tomou conta do outro lado da linha por alguns segundos.

A tia suspirou profundamente e disse:

— Desde pequena, você sempre foi a menina mais importante para eles. Todo mundo percebia que aqueles dois estavam apaixonados por você. Vocês estavam sempre juntos, e eu até pensava que, no final, você escolheria um deles para se casar... Que pena...

Camila sorriu suavemente e, com calma, respondeu:

— Não tem nada de lamentável, não somos compatíveis.

Ao ouvir isso, a tia não insistiu mais no assunto, apenas disse:

— Camila, eu sei que você iria voltar para casa cedo ou tarde, mas não imaginava que seria tão rápido. Eu te vi crescer, e antes de partir, venha me visitar. Se você for para a Cidade J, não sabemos quando teremos a chance de nos ver de novo...

Camila sorriu e, com um toque de carinho em sua voz, respondeu, quase como uma criança fazendo um pedido:

— Tia, eu vou sim. Ainda tenho uns presentes para dar a você, não consigo imaginar ir embora sem te ver.

A tia, ao ouvir isso, disse mais algumas palavras antes de encerrar a ligação.

Mal ela desligou, o celular tocou novamente.

Era o diretor da empresa de Camila.

— Camila, os seus projetos de design representaram a empresa e ganharam um prêmio. O troféu acabou de chegar, e como você não estava para pegar, pedi para a estagiária levar até a sua casa.

Quando ele terminou de falar, o som da campainha ecoou pela casa.

Camila desligou a chamada e foi até a porta. Quando a abriu, lá estava Eduarda, com o troféu nas mãos.
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