Capítulo 7
A questão da casa finalmente foi resolvida, e Camila não pôde deixar de sentir um grande alívio. A pressão sobre seus ombros desapareceu quase que instantaneamente.

Quando assinou o contrato, Camila percebeu que o dia em que formalizaria a compra da casa coincidia exatamente com o dia de sua partida.

Foi uma sorte, pois assim ela não precisaria explicar nada para Luís e Bruno.

No momento em que assinou seu nome, um peso enorme se dissipou.

Logo, tudo estaria acabado.

Agora, só restava a última coisa a ser feita.

Camila foi ao shopping, fez uma escolha cuidadosa e comprou um massageador e um par de pulseiras de esmeralda. Com as compras em mãos, foi até a casa de sua tia.

Mal entrou na casa, sua tia correu para abraçá-la com força.

— Camila, eu realmente não consigo me acostumar com a ideia de você ir embora. Você viveu tanto tempo em Cidade H, sempre a vi como minha filha. Agora, você vai embora, e eu não sei como vou lidar com isso.

Sua tia enxugou as lágrimas e segurou as mãos de Camila com força, como se temesse deixá-la ir.

Camila também não pôde evitar sentir um aperto no coração. Forçou um sorriso e tentou acalmá-la.

— Tia, eu também não queria partir, mas somos uma família. Agora as viagens estão mais fáceis, e com o tempo vamos nos ver novamente.

Sua tia, sabendo disso, foi suavizando a tristeza e, com um sorriso, empurrou Camila para o sofá.

— Sente-se direito, minha filha. Eu sei que você vai embora, então tirei uns dias de folga para passar mais tempo com você. Fique mais alguns dias aqui. Vou preparar tudo o que você gosta de comer!

Camila não teve nem tempo de recusar a oferta de sua tia, que logo se apressou para a cozinha, preparando pratos que Camila adorava. Ela voltou com uma bandeja repleta de delícias, sorrindo enquanto a servia.

Ao ver a tia tão dedicada, Camila não conseguiu evitar sorrir também. A tristeza de partir se misturava com a ternura do momento. Ela não tinha coragem de recusar o carinho de sua tia, e, por isso, aceitou ficar por mais alguns dias, aproveitando o tempo ao lado dela.

O tempo passou rápido, e logo chegou o momento de ir embora. Não conseguiu adiar mais. Com o coração apertado, teve que se despedir.

— Tia, eu realmente preciso ir agora. Em três dias, vou voltar para Cidade J para me casar.

Sua tia, com os olhos marejados e o coração pesado, assentiu várias vezes, antes de apertar a mão de Camila e lhe entregar um presente de casamente.

— Eu tenho três cirurgias naquele dia, que envolvem a vida de outras pessoas, então não vou poder ir. Mas isso é o que eu posso fazer, Camila. Você precisa ser muito feliz.

Camila estava com os olhos vermelhos, e, com respeito, pegou o presente que lhe foi oferecido.

— Sim, tia, o marido que meu avô escolheu para mim, você pode ficar tranquila.

Nesse momento, as portas do elevador se abriram, e Luís e Bruno saíram, um à esquerda e outro à direita, com Eduarda caminhando entre eles.

Assim que viram Camila com os olhos vermelhos, despedindo-se de sua tia, seus corações se apertaram inexplicavelmente. Imediatamente, perguntaram:

— Camila, tia, por que vocês estão chorando?

Ao vê-los, Camila enxugou as lágrimas e, com uma expressão calma, respondeu:

— Não é nada, faz muito tempo que não vejo minha tia, e agora vou embora, não consegui evitar... estou sentindo muito a despedida.

Ao ouvir isso, Luís e Bruno relaxaram.

Os corações que estavam apertados agora se acalmaram.

— Afinal, estamos todos em Cidade H, tão perto assim, sempre que quiser, pode vir ver a tia a qualquer momento.

A tia de Camila observava, silenciosa, que os dois ainda não sabiam que Camila estava prestes a partir. Se algum dia descobrissem, nem imaginava como ficariam.

Ela parecia hesitar, prestes a dizer algo, mas Camila rapidamente mudou de assunto, virando o olhar para Eduarda.

— Vocês estão...

Luís e Bruno finalmente perceberam a mudança de foco, e em seus rostos apareceu uma expressão de leve desconforto. Eles logo começaram a se explicar:

— Hoje é Natal, e Eduarda estava sozinha, então a trouxemos para passar o feriado com a gente.

— Isso, não é o que você está pensando, tentamos lhe ligar, mas você não atendeu.

Eles estavam visivelmente nervosos, e isso se devia ao fato de que, em anos anteriores, ambos disputavam para levar Camila para casa no Natal.

Um feriado tão festivo e de união significava que, ao levar uma garota para casa, ela seria reconhecida como a namorada deles.

Camila, por sua vez, não tinha muita escolha e sempre acabava indo para a casa de Luís, depois para a de Bruno.

Mas, neste ano, ambos haviam trazido Eduarda para casa.

Ela entendia o significado disso, sem precisar de palavras.

Camila não quis expor o que estava em sua mente e respondeu calmamente:

— Ah, entendi. Que bom, aproveitem o Natal. Vou voltar para arrumar minhas malas.

E, dizendo isso, ela se virou para sair, pronta para pegar o carro e ir embora.

Nesse instante, Luís e Bruno a chamaram ao mesmo tempo.

— Camila!

— Camila!
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