Luís e Bruno haviam feito um acordo: independentemente de qual escolha Camila fizesse, o outro deveria deixar de lado todos os pensamentos inadequados e, a partir de então, apenas manter uma amizade comum. No entanto, nenhum dos dois imaginou que Camila não escolheria nenhum deles. Por que isso aconteceu? Por que o desfecho de forçar Camila a fazer uma escolha seria exatamente esse? Luís e Bruno se olharam, e ambos sentiram uma pontada de ressentimento. Por que, naquela hora, tiveram a ideia tão ruim? Se ao menos tivessem agido um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde, talvez os três conseguissem manter o relacionamento de amizade que tinham antes, o que seria muito melhor do que agora, em que até mesmo um simples encontro se tornava algo difícil e distante. O helicóptero aterrissou no topo do edifício da Villa da Baía. Os dois foram jogados para fora pelos seguranças sem qualquer cerimônia, e, pouco depois, o helicóptero decolou novamente. O som ensurdecedor da deco
As lágrimas de Eduarda pararam de cair. Com as mãos pendendo impotentes ao lado do corpo, ela olhou para Luís e Bruno com um olhar confuso, sem entender o que estava acontecendo. Ela não compreendia por que a atitude deles em relação a ela havia mudado tão rapidamente. Antes, sempre que ela começava a chorar, eles ficavam mais agitados do que ninguém, sempre prontos para confortá-la. Mas agora, tudo o que restava era um olhar frio, distante. Era como se ela tivesse chorado até não ter mais lágrimas, e nem assim conseguiria tocá-los. Eduarda não ousava revelar suas provocativas ações contra Camila, tampouco os planos ardilosos que tramara para prejudicá-la. Ela manteve os lábios firmemente fechados, quase em um estado de desespero, e com os olhos suplicantes, olhou para Bruno. — Bruno, eu não fiz nada... Você acredita em mim, por favor? A Camila me ajudou tanto, como eu poderia fazer mal a ela? Se vocês preferirem ela, eu posso me mudar... — Disse, tentando forçar mais lág
No dia seguinte, os resultados da investigação chegaram. Eduarda, ao entrar na empresa onde Camila trabalhava, logo fixou os olhos nela. Camila se destacava não apenas pela sua aparência elegante, mas também pela forma como se expressava, com uma postura impecável. Eduarda percebeu imediatamente que ela vinha de uma família rica e influente. Para se aproximar, Eduarda se fez de vítima, derramando algumas lágrimas e fingindo ser injustiçada. Contratou ainda pessoas para simular ligações dos pais, e assim Camila, com sua bondade, a acolheu. Foi somente quando Eduarda passou a acompanhar Camila e teve o privilégio de conhecer Luís e Bruno que descobriu a verdadeira magnitude da vida de Camila. Pessoas como Luís, Eduarda só via em revistas de negócios e economia. E Bruno? Este, então, era um dos pilotos de corrida mais famosos de Cidade H. Seu pôster havia sido um ícone, estampando as paredes de toda a cidade. Eduarda quase ficou consumida pela inveja. As pessoas que ela ja
No entanto, mesmo assim, Eduarda ainda queria tentar uma última vez. Com o celular nas mãos, ela ligou para a mãe de Luís, chorando e implorando por ajuda: — Tia, o Luís está me maltratando... Ela pausou no meio da frase, deixando espaço suficiente para a imaginação correr solta. Ao ouvir a voz rouca e cheia de mágoa de Eduarda, a mãe de Luís se enfureceu instantaneamente. — Eduarda, aguente um pouco! Estou indo aí agora, esse rapaz vai se arrepender de não lhe dar a devida atenção! Eu não tenho um filho sem juízo como esse! A mãe de Luís desligou rapidamente e correu até lá com a maior urgência. Luís, com os olhos fixos em Eduarda, estava com uma expressão furiosa, mais sombria do que nunca. — O que você acha que é? Ainda ousa me difamar! Ele já não conseguia mais manter a compostura. Com os dedos firmemente apertando o queixo de Eduarda, sua força foi tamanha que a pele de seu rosto ficou marcada, ficando roxa. No entanto, Eduarda não soltou o celular, mantendo-o
A mãe de Bruno agarrou diretamente a roupa de Eduarda, pressionando sua cabeça contra a água da fonte. A correnteza, não muito forte, entrou nas vias respiratórias, mas ainda assim causava um desconforto intenso. Eduarda engasgou várias vezes com a água, e a cada tosse, mais água se infiltrava em seus pulmões.Depois de algum tempo, a mãe de Bruno a puxou pelo colarinho, erguendo-a de volta. — E então? Sentiu a desesperança de quase sufocar, como a Camila? Sabia que, com um esforço mínimo, poderia viver, mas ainda assim se sentia completamente impotente?A mãe de Bruno a lançou no chão com desprezo, limpando as mãos, que não estavam nem sujas.— Bruno, Luís, qual de vocês acha que perseguir uma mulher é uma maneira de fazer outra ver a realidade, de fazê-la enxergar seu verdadeiro eu? Que burrice! Não é à toa que a Camila escolheu aquele Diogo de Cidade J em vez de vocês.Dessa vez, a mãe de Bruno não tinha intenção de defender seu filho.A mãe de Luís também concordou com a opinião
A voz impiedosa do fiscal da prefeitura perfurou o coração de Eduarda como uma lâmina afiada.Ela bateu o pé com raiva e respondeu, irritada:— Está bem, eu vou!Eduarda acabara de fazer uma ligação, chamando um caminhão de mudanças para retirar suas coisas. Não sabia para onde ir, e o motorista já demonstrava impaciência, perguntando repetidamente para onde ela pretendia ir.Depois de um longo tempo, ela finalmente conseguiu dar uma resposta, embora de forma hesitante.— Para a Comunidade L.Tudo o que ela poderia fazer era tentar negociar com o antigo proprietário para renovar o aluguel.Felizmente, o imóvel ainda não havia sido alugado para outra pessoa, já que apenas alguns dias haviam se passado.Quando Eduarda chegou à Comunidade L, o que ela viu à sua frente foi um grupo de pessoas esperando na porta do condomínio.Embora os membros da família Lima estivessem vestidos de forma simples, estavam pelo menos limpos e arrumados. No entanto, o desprezo de Eduarda era evidente, e ela
Eduarda permaneceu, obstinada, ajoelhada diante da mansão durante um dia inteiro e uma noite. No final, não aguentou mais e desmaiou. Quando acordou, percebeu que Luís e Bruno não estavam ao seu lado. Ela ainda estava no seu pequeno apartamento alugado. Do lado de fora, ouvia a conversa dos seus pais.— Vamos embora hoje mesmo, não podemos mais deixar ela aqui. Eduarda nunca vai se comportar, ela tem pernas e vai fugir novamente. Aproveitamos que ela ainda está desmaiada e vamos voltar para casa agora! — Disse sua mãe, ansiosa.Seu pai concordou com um aceno de cabeça e também se preparou para partir.A porta foi aberta, e, assim que teve a chance, Eduarda se levantou, correndo o mais rápido que podia. Não teve tempo nem de calçar os sapatos, mas não se esqueceu de pegar o celular.Ela não sabia mais a quem recorrer. Luís e Bruno a haviam ignorado de forma tão fria e distante. Em um momento de desespero, Eduarda se lembrou de Camila.— Claro! Ela é tão boa, tão fácil de perdoar. Com
Camila estava experimentando o vestido de noiva quando seu celular de repente emitiu alguns sons. Ela estava ocupada ajustando a barra do vestido e não teve tempo para olhar. Então, abaixando a cabeça, falou rapidamente: — Diogo, pode ver as mensagens para mim? Ao lado, Diogo, vestido com um terno preto, parecia ainda mais alto e elegante. — Claro. Ele se apoiou levemente na parede, pegou o celular de Camila que estava ao seu lado e, digitando as iniciais de seu nome e sua data de nascimento, desbloqueou o aparelho. Quando viu a mensagem de sua tia, Diogo ficou em silêncio por um instante, antes de lê-la em voz alta. — Camila, Luís e Bruno disseram que gostariam de ir ao seu casamento. Você vai deixá-los ir? — Ele ficou com o olhar um pouco mais sério e o tom de voz ligeiramente irritado. — Camila, o que você acha? Vai deixar eles virem ao meu casamento? Diogo deu alguns passos à frente, ficando atrás de Camila, e pediu para a atendente que estava ajudando a se afasta