Luís viu a grandiosa cerimônia de casamento de Camila em várias reportagens de notícias. Ele fixava os olhos nas fotos de Diogo no seu celular, com uma raiva que parecia se agitar violentamente em seu peito. “Foi Diogo quem planejou tudo isso, não foi? Com certeza foi ele!”Ao pensar nisso, Luís, sem dar ouvidos aos avisos dos mais velhos, correu para fora do hospital com pressa.Família Ribeiro.Hoje era o primeiro dia do casamento deles.Diogo, raro como era, estava deitado na cama com Camila, desfrutando de um momento íntimo e tranquilo.A suave luz do sol e o ar fresco que entrava pela janela não pareciam atraí-lo nem um pouco.Foi então que o som de uma campainha urgente quebrou a serenidade do ambiente.Diogo franziu a testa, sem entender quem poderia estar os interrompendo naquele momento.Sem pressa, ele colocou um roupão e foi até a porta.Quando ele abriu, o punho de Luís veio em sua direção.Diogo, com agilidade, se esquivou, pegando o punho de Luís firmemente.— Você está
— Camila, a família havia arranjado um casamento para você anos atrás. Agora que sua saúde está melhorando, você está disposta a voltar para a Cidade J e casar? Se ainda não estiver disposta, posso conversar novamente com seu pai para cancelar esse compromisso. No quarto sombrio, Camila Oliveira só podia ouvir o som do silêncio. Quando a voz do outro lado da linha começava a perder a esperança de convencê-la, ela, de repente, falou: — Eu aceito voltar e casar. Sua mãe ficou sem palavras do outro lado, como se aquilo a surpreendesse. — Você aceitou? Camila, com a voz tranquila, respondeu: — Aceitei, mas preciso de um tempo para resolver as coisas em Cidade H. Dentro de quinze dias, estarei de volta. Mãe, comecem a preparar o casamento. Após dar mais algumas instruções, ela desligou a chamada. No exato momento em que a ligação foi encerrada, a música barulhenta que vinha do andar de baixo invadiu seus ouvidos. Mesmo abafada, era possível distinguir o som de pessoas cant
Camila fechou a porta, colocou os fones de ouvido e não quis mais ouvir a agitação lá fora. Já que havia decidido voltar para se casar, o trabalho aqui teria de ser deixado de lado. Mas ela ainda queria terminar o que tinha pendente, de forma a não causar problemas para ninguém. Sentou-se diante da janela panorâmica, sozinha, resolvendo o que restava do seu trabalho. Lá fora, o sol começava a se pôr, e a luz do dia ia desaparecendo lentamente. Camila retirou os fones de ouvido e se levantou para se alongar um pouco. Depois de tanto tempo, finalmente tinha terminado suas tarefas. O silêncio já tomava conta do andar inferior. Instintivamente, ela pegou o celular para relaxar um pouco. Nesse momento, uma mensagem de Eduarda apareceu na tela, e Camila, sem pensar muito, abriu. [Por que você não me deu um like no Twitter?] A mensagem acabara de chegar, mas logo veio outra. [Desculpa, Camila, enviei errado, não fica brava, tá?] Camila então abriu o Twitter de Eduarda, q
Observando os dois homens tensos à sua frente, Camila falou com calma: — São só fotos, posso tirar mais depois. — Queimadas tão bem assim, só restando o vazio, vai ser preciso tirar novas, e, por falar nisso, faz tempo que não viajamos. — Luís disse, tentando dar uma solução. Bruno imediatamente se apressou em complementar: — Da próxima vez, podemos levar a Eduarda, ela sempre diz que nunca foi viajar. Ao ouvir a frase de Bruno, Camila não pôde evitar um sorriso amargo. Luís e Bruno, aparentemente aliviados por acreditar que ela havia aceitado a sugestão, relaxaram. Estavam prestes a entrar na sala quando seus olhos se depararam com algumas malas, que não estavam ali quando saíram pela manhã. — O que é isso? — Ambos perguntaram ao mesmo tempo. Camila os olhou brevemente. — Ah, eu pedi demissão, estou planejando mudar de trabalho. "Ela não gostava tanto desse trabalho?" Esse pensamento passou pela cabeça dos dois ao mesmo tempo. Hoje, Camila estava estranha, e
Ela segurava o troféu, sem um sorriso de alegria ou intenção de entregá-lo para Camila. Ao contrário, mordeu o lábio, e com um tom de voz triste, falou: — Camila, o diretor me pediu para entregar o troféu para você. Esse prêmio é muito prestigioso, você é incrível. Eu queria, de forma meio vergonhosa, lhe pedir algo... Eu nunca ganhei esse prêmio antes. Você se importaria de me emprestar o troféu por alguns dias?Emprestar o troféu por alguns dias? Camila nunca havia ouvido um pedido tão absurdo.Ela franziu a testa e respondeu, com tranquilidade: — Já que você admite ser sem vergonha, então não faça esse tipo de pedido. Se realmente gosta tanto, participe da competição e ganhe um para você.Depois de falar, estendeu a mão para pegar o troféu dos braços de Eduarda.Não esperava que a atitude de Camila fosse tão ríspida. O rosto de Eduarda se tornou muito inocente, como se estivesse sendo cruelmente injustiçada. — Camila, como você pode falar assim? Eu não quero tomar o seu trof
O celular na mão de Camila foi desligado sem que ela soubesse exatamente quando. Ela demorou um momento para acalmar suas emoções, antes de finalmente falar: — Minha amiga vai se casar. E vocês, vão participar da cerimônia? Agora, Luís e Bruno estavam cada vez mais distantes dela. Quando ela voltasse para a Cidade J, não haveria mais encontros entre eles, nem mesmo amizade. Por isso, não havia necessidade de contar a eles sobre seu próprio casamento em Cidade J. Ao ouvir suas palavras, Luís e Bruno trocaram um olhar instintivo, ambos achando um pouco estranho o que ela havia dito. Mas nenhum deles pensou muito sobre isso. Luís apenas comentou de forma indiferente: — Não, você pode ir sozinha. O trabalho na minha empresa está demais. Dizendo isso, ele parecia ainda irritado por ela ter sido responsável pela lesão de Eduarda naquele dia. Com um semblante frio, pegou alguns documentos e se dirigiu para o escritório. Bruno também parecia sério e disse: — Eduarda se mach
Camila demorou a se recompor. Encostada na parede, ela apertava o frasco de remédio e cobria o rosto com a outra mão, tentando se proteger do pólen que ainda flutuava no ar. Antes que pudesse descansar um pouco, ouviu a voz de Luís, carregada de acusação, em seu ouvido: — É assim que você trata a Eduarda? Ela acabou de nos dar essas flores, e você vai e as quebra! Logo, a voz de Bruno também se fez ouvir, impregnada de raiva: — Camila, percebo que você está se tornando cada vez mais insuportável. O que aconteceu com você? Como você chegou a esse ponto? Ao ouvir aquilo, Camila puxou uma respiração profunda. Seu corpo tremia, uma mistura de frustração e fúria a invadia. Havia tantas palavras presas em sua garganta, tantas acusações, mas no fim, o que saiu foi apenas um soluço, e seus olhos se encheram de lágrimas. — Eu mudei? Foi eu que mudei ou foi vocês que mudaram? Eu tenho asma, sou alérgica ao pólen, vocês não sabem disso? Sua voz estava fraca, sem qualquer poder de a
A questão da casa finalmente foi resolvida, e Camila não pôde deixar de sentir um grande alívio. A pressão sobre seus ombros desapareceu quase que instantaneamente. Quando assinou o contrato, Camila percebeu que o dia em que formalizaria a compra da casa coincidia exatamente com o dia de sua partida. Foi uma sorte, pois assim ela não precisaria explicar nada para Luís e Bruno. No momento em que assinou seu nome, um peso enorme se dissipou. Logo, tudo estaria acabado. Agora, só restava a última coisa a ser feita. Camila foi ao shopping, fez uma escolha cuidadosa e comprou um massageador e um par de pulseiras de esmeralda. Com as compras em mãos, foi até a casa de sua tia. Mal entrou na casa, sua tia correu para abraçá-la com força. — Camila, eu realmente não consigo me acostumar com a ideia de você ir embora. Você viveu tanto tempo em Cidade H, sempre a vi como minha filha. Agora, você vai embora, e eu não sei como vou lidar com isso. Sua tia enxugou as lágrimas e segurou as mã