Capítulo 5
O celular na mão de Camila foi desligado sem que ela soubesse exatamente quando.

Ela demorou um momento para acalmar suas emoções, antes de finalmente falar:

— Minha amiga vai se casar. E vocês, vão participar da cerimônia?

Agora, Luís e Bruno estavam cada vez mais distantes dela. Quando ela voltasse para a Cidade J, não haveria mais encontros entre eles, nem mesmo amizade.

Por isso, não havia necessidade de contar a eles sobre seu próprio casamento em Cidade J.

Ao ouvir suas palavras, Luís e Bruno trocaram um olhar instintivo, ambos achando um pouco estranho o que ela havia dito.

Mas nenhum deles pensou muito sobre isso. Luís apenas comentou de forma indiferente:

— Não, você pode ir sozinha. O trabalho na minha empresa está demais.

Dizendo isso, ele parecia ainda irritado por ela ter sido responsável pela lesão de Eduarda naquele dia. Com um semblante frio, pegou alguns documentos e se dirigiu para o escritório.

Bruno também parecia sério e disse:

— Eduarda se machucou por sua causa hoje. Melhor ir pedir desculpas a ela. Caso contrário, não tenho interesse nenhum em ir a nenhum casamento com você.

Com isso, ele se virou e caminhou de volta para o seu quarto.

Camila deu uma risada amarga, mas não disse nada.

Na manhã seguinte, Camila acordou e foi preparar o café da manhã.

Quando saiu da cozinha, percebeu que a sala estava repleta de vários vasos de flores, com seus delicados caules cheios de flores frescas, espalhando um aroma suave pelo ambiente.

O pólen das flores, carregado pelo vento, soprou forte em sua direção.

O rosto de Camila empalideceu instantaneamente, e sua respiração começou a ficar cada vez mais ofegante.

Ela tinha asma, além de ser alérgica ao pólen!

Com dificuldade, ela tentava respirar, seu peito subindo e descendo com cada esforço. Sua visão estava ficando turva.

Mas o ar parecia cada vez mais escasso, tornando a respiração ainda mais difícil.

— Remédio...

Camila, com passos vacilantes, tentou seguir as lembranças em sua mente, e se arrastou até o armário de medicamentos.

Mas suas mãos, trêmulas e fracas, não conseguiam pegar o que precisava. Ela acabou derrubando alguns vasos que estavam sobre o móvel.

Os vasos caíram no chão e se estilhaçaram, espalhando flores e água por toda a parte, criando uma cena caótica.

O som claro do vidro quebrando fez com que Luís e Bruno corressem para a sala.

Ao verem o desastre no chão, os dois nem se deram ao trabalho de olhar para a situação de Camila, e ficaram visivelmente irritados.

— O que você está fazendo?

Camila finalmente conseguiu pegar o remédio, mas estava tão exausta que mal conseguia responder.

Bruno, no entanto, com expressão tensa, correu até ela, empurrando-a para o lado, e então se agachou, preocupado, para tentar recolher as flores espalhadas pelo chão.

O corpo de Camila estava fraco, e, após ser empurrada com tanta força, seu joelho bateu de cheio na quina do armário. A dor foi imediata e cortante, fazendo com que a pele se rasgasse e ficasse vermelha e inchada.

Ela segurava o frasco de remédio, mas suas mãos tremiam incontrolavelmente, e sua respiração se tornava cada vez mais rápida e irregular.

Finalmente, com esforço, ela conseguiu abrir a tampa e encontrou o spray inalador.

Era como se tivesse encontrado um fio de esperança no meio de uma tempestade. Com uma mão trêmula, ela aplicou o medicamento, enquanto, mancando, se afastava para um canto mais seguro.

O remédio entrou em suas vias respiratórias, e sua garganta, que antes ardia e estava seca, deu um alívio momentâneo.

Ela lutava para se manter consciente, mas, enquanto isso, Luís e Bruno continuavam a recolher as flores e os pedaços de vidro espalhados pelo chão, sem notarem sua aflição.
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