Ele sinaliza para o garçom e pede mais do mesmo ─ Então, você não tem um namorado ou algo assim?
─ Uau! Isso foi uma guinada de 180 graus na nossa conversa – Ele está lá me olhando e esperando a resposta. Ele tem essa coisa que faz você falar o que ele quer saber. – Não. Eu não tenho um namorado.
─ Nenhum cara com quem você está apenas saindo ou algo parecido ─ Eu balanço a cabeça lentamente, negando – Por quê?
Eu encolho os ombros – Sei lá. Eu estava saindo com um cara recentemente. Alguém realmente legal. Mas, apenas não deu certo. Nunca dá, na verdade. E você? Não tem ninguém?
─ Eu não tenho alguém. Eu tenho algumas parceiras para sexo – por mais que eu saiba que a maioria dos homens são adeptos do sexo casual, sem quaisquer relacionamentos. Parece mais feio do que é quando ele simplesmente admite.
Minha testa franze – Uau!
─ Choquei você?
─ Bem, sim... e não – é a sua vez de franzir a testa. Eu tento explicar – Não me leve a mal. Eu não sou puritana. Mas quando você fala “eu tenho algumas parceiras pra sexo” parece uma coisa suja. Como se você as usasse. Não que eu não saiba que os homens são bastante casuais no que diz respeito ao sexo, mas parece mais feio quando você diz em voz alta. E quando você fala em “algumas” ao invés de “uma” isso parece ainda pior.
─ Eu acho que no fundo você é puritana. – Eu tento protestar, mas ele se apressa – Se você pensar um pouco sobre isso vai perceber que eu falei “parceiras” o que deixa claro que, se há “uso”, é mútuo. As pessoas têm uma mania de usar palavras bonitinhas ou menos chocantes para mascarar algo. Torná-lo mais aceitável para a sociedade. As coisas são o que são, não precisam de maquiagem.
─ Certo. Eu entendo isso. Mas então, nenhum relacionamento sério?
─ Nenhum.
─ Acho que agora é a minha vez de perguntar por quê?
O garçom retorna com as bebidas e nós esperamos até que ele se afaste – Eu não estou nessa coisa de relacionamento sério. Além disso, é difícil conciliar em uma única pessoa alguém cuja personalidade me cative e que no sexo goste das mesmas coisas que eu.
─ E do que você gosta? – Sério? Eu, realmente, acabei de perguntar a esse estranho do que ele gosta no sexo? Eu acho que eu preciso desacelerar com as bebidas.
─ Eu acho que você é puritana demais para entender. – Ele diz com deboche, mas eu estou curiosa sobre isso.
─ Você tem que parar com isso. – Ele faz cara de incompreensão – Você tem que parar de me chamar de puritana só porque eu fiz uma crítica à forma como você descreve seus relacionamentos sexuais. Além disso, eu prometo manter uma mente aberta.
Ele ri – Eu não vou falar com você sobre isso. Eu não quero chocá-la.
Eu olho mais uma vez pra minha pequena garrafa de cerveja, eu devo estar beirando a embriaguez para estar sentada aqui, em um bar, com um estranho, falando sobre suas preferências sexuais. Mesmo assim, em um comportamento contraditório, eu bebo a cerveja e a devolvo para a mesa na minha frente.
Por fim eu me encosto à poltrona, me sentindo confortável e cruzo meus braços a minha frente – Vamos lá. Vamos supor que eu seja uma puritana. Nós sequer nos conhecemos. Daqui a pouco cada um de nós irá para sua casa e podemos nunca mais nos ver. Eu vou ser apenas uma estranha pra quem você contou como você gostar de foder as mulheres. – Até mesmo eu fico impressionada com meu linguajar. Ele abre a boca para dizer algo, mas eu interrompo – Para provar o meu ponto, eu vou começar com isso. Eu vou falar o que eu penso sobre isso de forma natural, sem tabus, por que eu sou uma mulher adulta, independente, moderna e mente aberta – Ele olha pra mim divertido e eu desvio meu olhar para a cerveja e, como que pra tomar coragem, eu bebo um pouco mais da cerveja e volto a encará-lo.
─ Quando você me pediu para dizer algo em português, eu disse o seguinte: “Você é um idiota, mas isso não muda o fato de que você é um filho-da-puta bonito e eu adoraria fazer sexo com você. É uma pena que, assim como todas as outras vezes, isso me deixaria frustrada.” – Eu traduzo pra ele, que me olha com um misto de perplexidade e divertimento – Bem, como você pode perceber, eu o chamei de idiota, mas eu espero que você releve, pois eu não estava satisfeita com a maneira que você estava sendo antissocial após ter roubado a minha mesa. Eu não me desculpo por dizer que você é bonito porque eu realmente acho isso e não vejo nenhum problema em admitir, e nem vou dar uma de puritana e dizer que você não é um bom material para se fazer sexo.
Após uma pequena pausa, eu continuo – O que eu quero comentar com você é sobre a última parte. – Ele se remexe no seu assento e eu me pergunto se ele tá fazendo aquela coisa que os homens geralmente fazem quando ficam excitados inesperadamente e se ajeitam em suas calças para acomodar sua ereção.
─ Sobre as suas experiências sexuais serem frustrantes?
─ Bem, elas são. Eu não estou dizendo que eu nunca atingi o orgasmo, eu quase sempre atinjo, mas ainda assim eu não posso rotular como relações que eu gosto. Eu não sei se eu vou conseguir fazer com que você entenda e eu não sei o que está errado, por que eu não sei do que eu gosto. Eu só sei do que eu não gosto. E isso é complicado por que eu estou procurando uma coisa que eu, definitivamente, não sei o que é.
Assim que eu paro de falar eu congelo. Meu Deus, eu não acredito que falei isso pra ele – Carol, você está corando.
─ Ok. Eu confesso: Estou constrangida. Isso é porque eu me arrependi de ter falado sobre uma coisa tão íntima, que eu nunca debati nem comigo mesma, com um estranho como você. Eu acho que eu estou cansada e bebi um pouco demais. Eu...
─ Mas esse não era o ponto? – ele diz com naturalidade ─ Você não estava, justamente, tentando me mostrar que não há nenhum mal em falar sobre sexo sem nenhum tabu. Eu gostei de você ter sido tão clara. Honestidade é um item raro hoje em dia. E, como você se mostrou pra mim corajosamente, eu farei o mesmo. Eu adoro fazer sexo, mas não a coisa tradicional. Eu... gosto de controlar.
─ Como BDSM?
─ Eu não diria isso, porque eu não gosto de rótulos. Além disso, não seria fiel ao que eu gosto de fazer. Eu não estou em nenhuma comunidade BDSM ou coisa parecida. Eu só posso te dizer que eu apenas gosto de um sexo intenso onde eu tenho o controle sobre a minha parceira, onde ela livremente se entrega pra mim e confia que eu posso lhe dar aquilo que ela precisa. Eu gosto de jogar os mais excitantes e interessantes jogos. Gosto de dar e receber muito prazer das mais diferentes formas possíveis e não tem nada a ver com prazer em causar dor ao outro. Tem mais a ver com dar prazer, muito prazer, sem limitações. Um relacionamento sem as limitações que a maioria da sociedade impõe. Só há as limitações que nós, eu e a minha parceira, estabelecemos. Some-se isso ao fato de que eu não namoro, nem tenho qualquer tipo de relacionamento sério. Eu apenas faço sexo com pessoas que estão dispostas a ter sexo e nada mais. Sem compromisso, sem cobrança, sem drama, sem quaisquer vínculos.
Porra! Eu estou molhada. Céus, eu estou. Eu engulo forçadamente e, após puxar o ar com um pouco de dificuldade, eu tento fazer uma cara de paisagem e pergunto ─ E por que isso?
Ele encolhe os ombros – Você quer saber o porquê do controle, dos jogos...
─ O porquê dessa aversão a compromissos?
─ Ah! Digamos que eu não acredite em “felizes para sempre”. No final das contas eu acho que todo mundo usa todo mundo de alguma maneira, alguns por questões financeiras, outros por questões emocionais, sexuais... pelas mais diferentes razões. A diferença é que eu sou honesto. Eu não procuro nenhum relacionamento emocional. Eu procuro sexo bom e descompromissado.
─ Então, resumindo, você é uma espécie de “cara promíscuo” que sai fodendo tudo que é mulher porque não quer compromisso.
Ele leva a mão ao coração, numa simulação de dor – Ai! Isso dói. Eu não sou um cara promíscuo. Eu adoraria encontrar alguém que estivesse na mesma página. Alguém que não quisesse me arrastar para o altar. Alguém que quisesse a mesma coisa que eu: sexo e amizade, sem cobranças. Mas uma vez que as mulheres estão sempre esperando mais, eu tenho que deixar tudo muito claro pra elas.
─ E você sempre tem conversas desse tipo com elas?
Ele franze o cenho como se também estivesse estranhando o tipo de conversa que estamos tendo ─ Não com tantos detalhes. Mas estamos numa conversa sem filtro aqui e as palavras apenas fluíram. – Ele me olha atentamente, especulando – Eu choquei você?
─ Não. Não na verdade. Não é isso o que a maioria dos homens quer? Apenas sexo sem compromisso? Eu não acho que isso seja um problema desde que você seja honesto com a outra pessoa.
─ É exatamente isso. Honestidade. – Ele faz uma pausa, brinca com o gelo em seu copo e depois olha pra mim ─ Mas, e você?
─ O quê?
─ Você falou que nunca encontrou ninguém que a satisfizesse sexualmente. Mas, e sobre relacionamento?
─ Eu acredito que algumas pessoas foram feitas para isso, então eu não posso dizer que não acredito em casamentos. Eu apenas acho que algumas pessoas foram feitas pra isso e outras não. Eu me incluo no segundo grupo. Eu gosto demais da minha independência para abrir mão dela para outra pessoa. Eu não quero confiar minha vida a alguém.
─ Mas você confiaria seu prazer a alguém?
─ Você está falando de sexo?
─ Sim, definitivamente estou.
Eu penso sobre isso – eu não sei. Eu não gosto de confiar nenhuma parte de mim às pessoas. Geralmente isso não dá certo comigo. Todas as vezes que eu confiei algo a alguém eu me decepcionei. Então eu estou habituada a possuir o controle da minha própria vida e do meu próprio corpo também. – Eu encolho os ombros nessa última frase.
─ Mas você não está bem com isso, pelo menos no campo sexual. E o problema disso tudo é que você se recusa a dar o controle sobre o seu corpo para outra pessoa. Você já parou pra pensar que esse é o ponto?
─ Sim, mas eu não consigo fazer isso? Eu tenho algumas questões.
─ Talvez você não tenha encontrado ninguém que desperte em você o desejo de se entregar ou talvez você não tenha encontrado alguém que saiba como assumir esse controle.
─ Eu não sei.
─ Eis aqui uma questão: Somos dois adultos, que gostam de sexo, mas prezam por sua independência. Nenhum de nós dois está procurando um relacionamento emocional. Nós fomos extremamente honestos um com o outro até agora. – eu concordo com cada uma das suas afirmações com um aceno da minha cabeça – Você está em busca de algo no sexo que ainda não sabe o que é, mas no segundo que eu vi você eu soube do que você precisava e eu apenas sei que eu posso dar isso a você.
Ele faz uma pausa como se tivesse me dando um tempo para digerir tudo. – Além disso, segundo suas próprias palavras, ditas em dois idiomas diferentes, eu sou bonito e você adoraria fazer sexo comigo. – Eu quis morrer nesse momento, mas ele continuou como se não notasse meu constrangimento – Bem, eu acho você bonita e quero fazer sexo com você – minhas sobrancelhas estão erguidas – Dito tudo isto, eu pergunto: O que você acha de fazermos uma tentativa?
Oi??? Como assim??? Esse carro não tem freio? Eu poderia jurar que estou recebendo uma proposta de negócios. Eu já recebi vários tipos de cantadas, mas isso aqui, definitivamente não é uma cantada. É uma negociação – O seu silêncio me diz que eu choquei você. – Ele diz depois de eu permanecer muda por algum tempo.
─ Na verdade, eu não estou chocada com a sua honestidade. Eu estou apenas me sentindo em um escritório durante uma reunião de negócios – O sarcasmo claro em minha voz – Eu entendi que você não faz romance, nem nada parecido. Eu também compreendi que no sexo que você faz não tem qualquer sentimento envolvido. Trata-se apenas uma coisa física. No entanto, isso também não é uma fusão de empresas.
O canto da sua boca sobre num esboço de um sorriso. – Não confunda o tom dessa nossa conversa com o que podemos ter na cama, ou seja lá onde vou foder você – Uau! Como eu posso estar tão excitada com a crueza dessa conversa? Ok, eu sou oficialmente uma vagabunda. – Eu entendo sua surpresa, mas eu asseguro que não tem nada de frio no que eu quero fazer com você. Eu vou fazer você se sentir bem e eu vou dar o que você precisa. Esse tom é necessário para que fique claro aquilo que eu estou disposto a dar, apenas para que você saiba que eu não estou propondo um relacionamento afetivo nem nada do tipo.
─ Como você tem tanta certeza de que você vai me dar aquilo que eu preciso?
─ Eu apenas soube, no momento que eu vi você. Mas eu não vou dizer, eu vou mostrar. Se você me deixar fazê-lo.
Porra! Sério que eu estou pensando sobre isso? Eu devo estar louca. Mas então, eu quero isso. Eu realmente quero. Eu só não quero ter que admitir. A ideia de ser fodida por um cara que eu nunca vi na vida, um cara bonito inclusive, me excita pra caralho. E eu estou cansada de agir conforme o script. Como dizer: “Eu quero que você me foda, estranho” sem me sentir uma prostituta. Bem, eu acho que não tem outra maneira de fazer isso.
Ele parece estar bem ciente do meu monólogo interno, pois decide me dar uma forcinha – Somos adultos, Carol, ninguém está julgando você – pela primeira vez desde que apertei a sua mão ao me apresentar, ele me toca, deslizando sua mão por sobre a mesa até cobrir a minha. Os movimentos circulares do seu polegar sobre a minha mão, combinados com a fome que eu vi em seus olhos, faz algo comigo. E olhando para a intensidade dos seus olhos eu poderia jurar que ele está esperançoso. Sua voz é rouca. ─ Eu quero isso e eu sei que você quer também. Além disso, você mesma disse, amanhã não precisamos nos ver se você não gostar do que vamos fazer. Eu só estou propondo apenas uma noite. E em qualquer momento você só tem que pedir pra eu parar e eu vou.
Eu devo estar louca porque eu simplesmente abri minha boca e disse: ─ Sim.
Eu vejo seu peito subir e descer lentamente com sua respiração profunda e alguns minutos mais tarde eu estou entrando em uma casa elegante de cinco andares no Uper West side. Confesso que eu não consegui prestar atenção em mais nada, desde o momento que eu disse “sim” a essa proposta maluca até agora.Hill me levou através do hall até uma sala divinamente mobiliada. Tudo era de muito bom gosto e, embora eu não tenha reparado nos detalhes da fachada da casa, eu posso dizer que há um contraste imenso entre a fachada da casa e a decoração interna. A fachada é tradicional e o que eu vejo aqui dentro é extremamente moderno e luxuoso. Eu estou ainda de pé no meio da grande sala e percebo que ele acabou de me perguntar algo – Desculpe-me, eu não ouvi o que você disse.─ Eu perguntei se você gostaria de uma bebida.─ Não, obrigada. Sem mais bebidas por hoje. – Eu me pergunto se foi a bebida que me colocou nessa situação, mas eu chego à conclusão que não.Ele se aproxima de mim lentamente. Seu
Nós estamos tão grudados um no outro que eu não consigo discernir qual batida é do seu ou do meu coração. Estamos ofegantes, lutando por um pouco de ar. Repentinamente ele ergue minhas costas da parede no alto da escada e, sem quebrar nossa conexão e numa posição engraçada, ele caminha ao redor do corrimão da escada, entrado por uma porta dupla de madeira branca. Nosso pequeno percurso com ele dentro de mim faz reacender o meu desejo. Meu Deus! O que esse homem fez comigo? Eu suspeito que tive o mesmo efeito sobre ele, pois eu o sinto ainda duro dentro de mim, não tanto como antes, mas ainda duro. Eu não vejo, mas apenas sinto a maciez dos lençóis quando ele me deita sobre a cama sem separar o seu corpo de meu. Nossos corpos estão quentes e suados. Ele afasta uma mecha dos meus fios loiros do meu rosto prendendo atrás da minha orelha.─ Você é linda. Mas você fica bonita pra caralho toda suada e ruborizada deitada na minha cama. – Eu sinto seu pau pulsar dentro de mim, indicando que
Segunda-feira, 16 de setembro de 2013 ─ Alô? ─ Bom dia Senhorita Burgos, aqui é Nicole. ─ Olá, Nicole. Bom dia. Por favor, me chame de Carol. ─ Certo, Carol. Samanta gostaria de saber se você pode vir até a sala dela. ─ Claro. Estou indo. – Samanta é a minha melhor amiga. Mas é também a minha chefe. Ela também é brasileira e nós já éramos melhores amigas no Brasil. Nós estudamos juntas na Faculdade de Direito do Recife, fizemos especialização juntas, somos melhores amigas e confidentes. Falamos tudo uma pra outra. Bem, quase tudo. Ela não tem ideia do que eu já passei antes de conhecê-la. Mas. Eu não quero sujar a nossa amizade com uma coisa tão sórdida. Eu nunca contei isso pra ninguém e nunca vou contar. Eu sinto muita vergonha e me sinto suja. Curiosamente, eu também não quero entrar em detalhes sobre o que aconteceu na última sexta-feira. Eu não parei de pensar sobre isso durante todo o final de semana. Eu nunca me senti tão... tão... incrivelmente excitada com uma pessoa. Nu
Ele se levanta lentamente. Aquele andar, aquele mesmo andar que ele usou na sexta-feira à noite. Predador, vindo em minha direção. Mas ele não se aproxima demais. Ele para a uma distância segura. Seus olhos queimando sobre a minha pele. Minha boca abrindo e fechando como um peixe fora d’água, mas, puta merda, eu não tenho nada pra dizer.─ Senhorita Burgos? Caroline Burgos, Carol.─ Hill? Ou melhor, Harold Parker. Você mentiu o seu nome? – Eu acuso. Ok. De tanta coisa pra dizer, eu tinha que dizer isso em primeiro lugar? Mas, porra! Eu acusei. Processe-me.─ Não. Eu não menti meu nome. Sou Harold Hill Parker.─ Oh! Entendo. De dia você é Harold Parker e de noite você é Hill. Harold Parker seria sua identidade secreta? – eu alfineto.Ele franze a testa – Ora, ora. Suas garras estão afiadas. Mas, eu não entendo por que você está tão brava. Não foi você, a única a fugir da minha cama após receber os melhores orgasmos da sua vida?─ Presunçoso.─ Nossa! Como você é profissional.Isso é u
─ Ok – Eu pego minha pasta no chão e retiro algumas anotações e documentos. Meus cabelos ainda estão soltos caindo sobre os meus ombros e seios. – Bem, eu elaborei um resumo de todos os empreendimentos da GE para lhe dar uma visão geral. Diante dos últimos acontecimentos, Jake concluiu que não compensa manter um setor contábil que não tem a capacidade de unificar todas as informações da empresa de forma rápida, eficaz e eficiente. De alguma maneira ele acha possível e mais confiável que a sua empresa faça isso.─ Sim. Ele me disse essa parte – ele diz de forma ríspida como se ele estivesse perdendo seu tempo. – O que temos que nos ater aqui é a metodologia que vamos utilizar para implantar esse novo formato. O grande calcanhar de Aquiles da GE está na falta de um sistema eficiente de informações. Recentemente, quando eu fiz a auditoria solicitada por Jake, eu tive uma dificuldade imensa de reunir todas as informações necessárias. Isso porque cada estabelecimento de propriedade da GE t
Terça-feira, 17 de setembro de 2013 O som das chaves e em seguida a porta da sala batendo faz todos os cabelos pelos da minha nuca se eriçarem. Eu encolho meus joelhos contra os meus seios instintivamente. Ouço seus passos pela casa e em seguida o cheiro de cigarro lentamente toma conta do apartamento. São duas horas da tarde e ele não deveria estar aqui. Eu mal respiro, com medo de que ele perceba a minha presença. Mas isso é ridículo. É claro que ele sabe que eu estou aqui, é exatamente por minha causa que ele está aqui mais cedo. Desde que ele chegou em casa deve ter passado uns cinco minutos, mas no meu desespero o tempo parece se arrastar. Como se tudo tivesse parado. Eu ainda estou lá, na minha posição defensiva. Os passos começam novamente, um após o outro e eu assisto a maçaneta do meu quarto girar em câmera lenta e ele aparecer na porta do meu quarto. Ele não diz nada, absolutamente nada. Ele só para lá e fica me olhando e eu nem pisco, na esperança de que ele apen
Eu caminho até a sala de Samanta. Ela mandou me chamar e eu sei que ela quer saber mais detalhes sobre a reunião com Harold ontem. – Bom dia – eu digo quando ela me recebe e ela me dá um abraço.─ Bom dia, amiga. Como você está hoje?─ Eu estou bem.Nós nos sentamos – Eu fiquei preocupada com você ontem. Mas eu e Jake tivemos alguns problemas e acabei não entrando em contato com você pra saber como você estava.─ Esses problemas que vocês tiveram teve algo a ver com a nossa fugida ontem na hora do almoço?─ Totalmente. A coisa foi feia. Eu tentei argumentar que não foi grande coisa, que os seguranças chamam mais atenção do que quando estamos sozinhas. E disse que nada aconteceu. Mas, segundo ele fomos fotografadas...─ É verdade. Eu vi as fotos. Nada demais, é verdade. Mas dá uma sensação de insegurança. Sei lá, ser observada assim sem nem perceber...─ É verdade. Segundo Jake, do mesmo jeito que foi um fotógrafo discreto poderia ser um daqueles perseguidores que se excedem e tentam t
O dia parece se arrastar e em vários momentos eu me vejo ansiosa para encontrar com Harold esta noite. Imediatamente eu me repreendo por isso. O telefone na minha mesa toca e isso me lembra que eu preciso arranjar uma assistente pessoal.─ Aqui é Carol Burgos.─ Aí está você – Meu coração pula uma batida e eu me vejo hipnotizada pela voz rouca que me saúda do outro lado da linha. Eu não consigo falar nada e eu não sei quanto tempo eu fico apenas ouvindo a sua respiração, até que ele volta a falar – Caroline? Você está bem?─ Hum? Err... eu... estou bem – Sério? Eu tinha que gaguejar desse jeito.─ Eu surpreendi você? – ele pergunta divertido.─ Sim. Eu não esperava que você me ligasse.─ E de que maneira você acha que eu conseguiria combinar o nosso jantar? – foi uma pergunta retórica, então ele continua – Vou buscá-la as sete.─ Aonde nós vamos?─ é uma surpresa.─ Harold, isso não é um encontro. É um jantar de negócios. Ah, e já que você insiste em me buscar ao invés de nos encontr