Nós estamos tão grudados um no outro que eu não consigo discernir qual batida é do seu ou do meu coração. Estamos ofegantes, lutando por um pouco de ar. Repentinamente ele ergue minhas costas da parede no alto da escada e, sem quebrar nossa conexão e numa posição engraçada, ele caminha ao redor do corrimão da escada, entrado por uma porta dupla de madeira branca. Nosso pequeno percurso com ele dentro de mim faz reacender o meu desejo. Meu Deus! O que esse homem fez comigo?
Eu suspeito que tive o mesmo efeito sobre ele, pois eu o sinto ainda duro dentro de mim, não tanto como antes, mas ainda duro. Eu não vejo, mas apenas sinto a maciez dos lençóis quando ele me deita sobre a cama sem separar o seu corpo de meu. Nossos corpos estão quentes e suados. Ele afasta uma mecha dos meus fios loiros do meu rosto prendendo atrás da minha orelha.
─ Você é linda. Mas você fica bonita pra caralho toda suada e ruborizada deitada na minha cama. – Eu sinto seu pau pulsar dentro de mim, indicando que o jogo está recomeçando. – Vê o que esse vermelho no seu rosto faz pra mim. Eu ainda não tive o suficiente de você. – Eu não falo nada por que logo em seguida ele me beija, mas, honestamente, se ele não me beijasse, eu também não diria nada por que, o que há nada pra dizer? Eu não quero dizer e nem pensar, eu só quero sentir. Essa noite é sobre mim. Essa noite eu vou ter tudo que eu quero e mereço e tudo que ele quiser me dar e foda-se o pensamento coerente e o conservadorismo. Amanhã eu não vou ver mais esse homem e vou seguir com a minha vida. Tendo essa noite apenas como a maior e melhor loucura que eu já fiz na minha vida.
Eu sou arrancada dos meus pensamentos quando Hill se retira de mim e desliza com a sua boca pelo meu corpo – O que você está fazendo? Eu pergunto quando a sua boca passa direto pelo meu umbigo no sentido sul.
Ele continua até que a sua boca está quase lá, então ele fala, sua voz vibrando tão perto da minha boceta me fazendo estremecer – Eu estou tentando descobrir que gosto nós temos juntos – Porra! Isso é sujo certo? Isso é errado. Tem que ser, mas quando sua língua desliza pela minha fenda eu só posso advogar em causa própria e dizer como isso é certo. Ele lambe delicadamente a princípio, então ele chupa e eu me vejo erguendo meus quadris implorando por mais. Depois de me provocar um bocado, me levando até a borda inúmeras vezes, porém sem me dar o alívio que eu, desesperadamente, anseio, ele levanta um pouco seu olhar pra mim.
─ Acho que você quer algo de mim ─ Eu ergo meus quadris mais uma vez, mas ele se afasta – O que você quer?
Eu dou um grunhido frustrado – Não é óbvio?
Ele abaixa seu rosto um instante, mas sem tirar os olhos dos meus e literalmente me beija lá com uma reverência que ninguém nunca fez. Mas logo ele para – Eu quero que você me peça. – Eu mantenho meu olhar, mas balanço a cabeça negativamente. Eu não vou implorar por isso. Ele vê minha teimosia e enfia um único dedo dentro de mim, eu me contorço num apelo silencioso pra que ele me dê mais, mas ele retira logo em seguida – Vamos lá, você só tem que me pedir e eu vou dar pra você – Minha nossa, eu vou matá-lo – Diga, querida. Basta dizer: “Hill, eu quero gozar na sua boca”
─ Eu não vou implorar por isso. – Eu rosno pra ele com raiva.
─ Resposta errada, baby. ─ Ele me chupa novamente e eu estou quase lá. Oh, minha nossa, eu vou... eu estou quase... então ele se afasta.
─ Filho da puta – eu grito e ele ri.
─ Você é uma menina da boca suja, afinal. Se você continuar com isso eu vou foder essa sua boca suja e gozar na sua garganta até que você engula tudo de mim – Porra, ele não disse isso, disse? Eu posso ficar mais excitada do que eu já estou? Ele volta a me chupar e eu não posso suportar mais dessa tortura doce que ele está fazendo comigo. Então quando ele tenta puxar seus dedos de dentro de mim e sua língua diminui a pressão no meu clitóris eu lamento e enfio minhas mãos através dos seus cabelos despenteados, tentando fixá-lo lá onde eu preciso dele, ─ Oh, Deus, por favor Hill, deixe-me gozar na sua boca, por favor, por favor.
─ Isso, baby. Foda-se. Ele enfia dois dedos dentro de mim, enquanto chupa forte meu clitóris. Eu sinto a pressão se construir novamente, crescendo, crescendo, crescendo...
─ Oh Deus! Hill. – Eu não grito seu nome. Eu lamento, eu reverencio, eu clamo por ele num misto de agradecimento e clemência e quando eu penso que acabou e que eu não suporto absolutamente mais nada, ele me vira como se eu fosse uma boneca de pano e me põe de quatro sobre a sua cama e, tão logo eu estou de costas pra ele, tão rápido e brutalmente ele me penetra.
O aperto nos meus quadris é uma declaração de desejo desesperado misturado com posse. Ele me puxa contra si ao mesmo tempo em que empurra dentro de mim. Ele desliza um dos seus braços pela minha barriga me prendendo contra ele e a outra mão agarra um dos meus seios. Ele j**a o peso do seu corpo todo contra o meu, sua frente grudada nas minhas costas. Sua boca no meu pescoço chupando e dizendo coisas sujas.
─ Gostosa pra caralho. – Ele não disse, ele rosnou isso contra a minha pele – Oh, céus, foda-se. Você é tão apertada ─ Ele se apoia em seus joelhos novamente e me puxa contra ele. Descansando minhas costas eu seu peito. Ele mantém uma das mãos provocando meus seios e a outra desliza por entre as minhas dobras escorregadias – eu quero essa sua boceta apertando meu pau agora.
Não é um pedido, é uma ordem e meu corpo traidor apenas obedece a ele. Eu não tenho mais qualquer controle sobre o meu corpo, porque o meu corpo delegou a ele o meu prazer e eu estou refém dos seus comandos. Ele belisca um dos meus mamilos com força e, ao mesmo tempo que é doloroso, provoca um formigamento que irradia até o meu núcleo. Ele enfia seu pau initerruptamente em mim, enquanto provoca meu monte sensível com os seus dedos. Uma avalanche de sensações invade meu corpo concomitantemente e eu me sinto impotente. Ele percebe quão perto do limite eu estou. – Dê pra mim, baby.
─ Hill, por favor.
─ Isso, deixe vir.
─ Oh, meu Deus.
─ Isso, baby, foda-se.
Eu me desfaço sob seu comando e eu estou em um estado intermediário entre a languidez do meu corpo e a realidade. Eu apenas ouço Hill balbuciar coisas no meu ouvido enquanto ele se perde entre as ondas do meu orgasmo recente.
***
Eu não acredito que eu dormi. Ou melhor, eu acredito que eu dormi, porque depois de tudo que fizemos eu precisava dormir e ficarei grata se eu puder pelo menos andar. Eu estou acordada, mas estou com medo de abrir os olhos e encontrar Hill acordado e olhando pra mim. Eu ouço sua respiração e ela é baixa, lenta e longa, então eu sei que ele ainda dorme. Isso me dá confiança para que eu abra os meus olhos.
Ainda está escuro lá fora. Eu posso ver através da brecha da cortina. Não há luz solar. Uma espiada para o relógio na mesa lateral me diz que são quatro horas da manhã. Em breve o sol vai aparecer e ele vai acordar. Eu preciso dar o fora daqui antes que eu tenha que encará-lo a luz do dia.
Ele... Eu olho para o estranho deitado ao meu lado. Ele está com o rosto voltado em minha direção, com o rosto apoiado sobre o seu braço. Os cabelos castanhos despenteados, seu peito subindo e descendo lentamente com a sua respiração tranquila. Eu vejo os pelos espalhados pelo seu peito e tenho vontade de passar meus dedos por eles. Mas, eu não posso fazer isso. Tenho que dar o fora daqui.
Cuidadosamente, eu saio da sua cama. O meu vestido que ele subiu a parte de baixo e desceu a parte de cima, está todo enrolado no meio do meu corpo e eu sinto um misto de diversão e constrangimento.
Porra! Eu fiz isso. Eu vim pra casa de um estranho e fiz sexo alucinante com ele à noite toda e eu tenho que dizer: Foi o melhor sexo da minha vida. Ele não mentiu quando disse que sabia exatamente do que eu precisava: força, intensidade, pressão... Porra! Sim, porra! Isso merece alguns palavrões. Mas, eu não posso vê-lo a luz do dia. Não depois de tudo. Eu tenho que sair daqui.
Eu escapulo pra fora do quarto e ajeito o meu vestido no corredor. Eu chego ao andar de baixo e pego minha bolsa no sofá e quase tenho um troço quando eu vejo minha calcinha rasgada no chão da grande sala. Eu caminho para recuperá-la, mas então, eu não vou vê-lo novamente, logo, eu acho que é uma provocação deixar minha calcinha rasgada para trás. Eu caminho para a saída e sigo apressadamente para longe da casa antes que ele venha atrás de mim. Espera um pouco. A quem eu estou enganando? Ele não virá atrás de mim. Ele foi muito claro: Uma noite, uma foda sem compromisso, sem relacionamento, nem cobranças, sem drama. Isso tem que ser apenas uma lembrança de uma noite de loucura.
Segunda-feira, 16 de setembro de 2013 ─ Alô? ─ Bom dia Senhorita Burgos, aqui é Nicole. ─ Olá, Nicole. Bom dia. Por favor, me chame de Carol. ─ Certo, Carol. Samanta gostaria de saber se você pode vir até a sala dela. ─ Claro. Estou indo. – Samanta é a minha melhor amiga. Mas é também a minha chefe. Ela também é brasileira e nós já éramos melhores amigas no Brasil. Nós estudamos juntas na Faculdade de Direito do Recife, fizemos especialização juntas, somos melhores amigas e confidentes. Falamos tudo uma pra outra. Bem, quase tudo. Ela não tem ideia do que eu já passei antes de conhecê-la. Mas. Eu não quero sujar a nossa amizade com uma coisa tão sórdida. Eu nunca contei isso pra ninguém e nunca vou contar. Eu sinto muita vergonha e me sinto suja. Curiosamente, eu também não quero entrar em detalhes sobre o que aconteceu na última sexta-feira. Eu não parei de pensar sobre isso durante todo o final de semana. Eu nunca me senti tão... tão... incrivelmente excitada com uma pessoa. Nu
Ele se levanta lentamente. Aquele andar, aquele mesmo andar que ele usou na sexta-feira à noite. Predador, vindo em minha direção. Mas ele não se aproxima demais. Ele para a uma distância segura. Seus olhos queimando sobre a minha pele. Minha boca abrindo e fechando como um peixe fora d’água, mas, puta merda, eu não tenho nada pra dizer.─ Senhorita Burgos? Caroline Burgos, Carol.─ Hill? Ou melhor, Harold Parker. Você mentiu o seu nome? – Eu acuso. Ok. De tanta coisa pra dizer, eu tinha que dizer isso em primeiro lugar? Mas, porra! Eu acusei. Processe-me.─ Não. Eu não menti meu nome. Sou Harold Hill Parker.─ Oh! Entendo. De dia você é Harold Parker e de noite você é Hill. Harold Parker seria sua identidade secreta? – eu alfineto.Ele franze a testa – Ora, ora. Suas garras estão afiadas. Mas, eu não entendo por que você está tão brava. Não foi você, a única a fugir da minha cama após receber os melhores orgasmos da sua vida?─ Presunçoso.─ Nossa! Como você é profissional.Isso é u
─ Ok – Eu pego minha pasta no chão e retiro algumas anotações e documentos. Meus cabelos ainda estão soltos caindo sobre os meus ombros e seios. – Bem, eu elaborei um resumo de todos os empreendimentos da GE para lhe dar uma visão geral. Diante dos últimos acontecimentos, Jake concluiu que não compensa manter um setor contábil que não tem a capacidade de unificar todas as informações da empresa de forma rápida, eficaz e eficiente. De alguma maneira ele acha possível e mais confiável que a sua empresa faça isso.─ Sim. Ele me disse essa parte – ele diz de forma ríspida como se ele estivesse perdendo seu tempo. – O que temos que nos ater aqui é a metodologia que vamos utilizar para implantar esse novo formato. O grande calcanhar de Aquiles da GE está na falta de um sistema eficiente de informações. Recentemente, quando eu fiz a auditoria solicitada por Jake, eu tive uma dificuldade imensa de reunir todas as informações necessárias. Isso porque cada estabelecimento de propriedade da GE t
Terça-feira, 17 de setembro de 2013 O som das chaves e em seguida a porta da sala batendo faz todos os cabelos pelos da minha nuca se eriçarem. Eu encolho meus joelhos contra os meus seios instintivamente. Ouço seus passos pela casa e em seguida o cheiro de cigarro lentamente toma conta do apartamento. São duas horas da tarde e ele não deveria estar aqui. Eu mal respiro, com medo de que ele perceba a minha presença. Mas isso é ridículo. É claro que ele sabe que eu estou aqui, é exatamente por minha causa que ele está aqui mais cedo. Desde que ele chegou em casa deve ter passado uns cinco minutos, mas no meu desespero o tempo parece se arrastar. Como se tudo tivesse parado. Eu ainda estou lá, na minha posição defensiva. Os passos começam novamente, um após o outro e eu assisto a maçaneta do meu quarto girar em câmera lenta e ele aparecer na porta do meu quarto. Ele não diz nada, absolutamente nada. Ele só para lá e fica me olhando e eu nem pisco, na esperança de que ele apen
Eu caminho até a sala de Samanta. Ela mandou me chamar e eu sei que ela quer saber mais detalhes sobre a reunião com Harold ontem. – Bom dia – eu digo quando ela me recebe e ela me dá um abraço.─ Bom dia, amiga. Como você está hoje?─ Eu estou bem.Nós nos sentamos – Eu fiquei preocupada com você ontem. Mas eu e Jake tivemos alguns problemas e acabei não entrando em contato com você pra saber como você estava.─ Esses problemas que vocês tiveram teve algo a ver com a nossa fugida ontem na hora do almoço?─ Totalmente. A coisa foi feia. Eu tentei argumentar que não foi grande coisa, que os seguranças chamam mais atenção do que quando estamos sozinhas. E disse que nada aconteceu. Mas, segundo ele fomos fotografadas...─ É verdade. Eu vi as fotos. Nada demais, é verdade. Mas dá uma sensação de insegurança. Sei lá, ser observada assim sem nem perceber...─ É verdade. Segundo Jake, do mesmo jeito que foi um fotógrafo discreto poderia ser um daqueles perseguidores que se excedem e tentam t
O dia parece se arrastar e em vários momentos eu me vejo ansiosa para encontrar com Harold esta noite. Imediatamente eu me repreendo por isso. O telefone na minha mesa toca e isso me lembra que eu preciso arranjar uma assistente pessoal.─ Aqui é Carol Burgos.─ Aí está você – Meu coração pula uma batida e eu me vejo hipnotizada pela voz rouca que me saúda do outro lado da linha. Eu não consigo falar nada e eu não sei quanto tempo eu fico apenas ouvindo a sua respiração, até que ele volta a falar – Caroline? Você está bem?─ Hum? Err... eu... estou bem – Sério? Eu tinha que gaguejar desse jeito.─ Eu surpreendi você? – ele pergunta divertido.─ Sim. Eu não esperava que você me ligasse.─ E de que maneira você acha que eu conseguiria combinar o nosso jantar? – foi uma pergunta retórica, então ele continua – Vou buscá-la as sete.─ Aonde nós vamos?─ é uma surpresa.─ Harold, isso não é um encontro. É um jantar de negócios. Ah, e já que você insiste em me buscar ao invés de nos encontr
Eu sinto a mão de Harold pousar sobre meus joelhos, sob a mesa. – Eu posso te dar tanto, Caroline. Posso fazer coisas com você que nunca ninguém fez – ele começa a deslizar sua mão sob o meu vestido – assustada, eu olho em volta, nós estamos em uma das extremidades do grande salão, de onde podemos ver todas as outras mesas. Observo as pessoas a nossa volta, elas estão perdidas. Cada uma delas em seu próprio mundinho, em seus dramas pessoais, em seus negócios. Ninguém está prestando realmente atenção em nós dois. A mão de Harold continua seu caminho entre as minhas pernas e eu olho para baixo, uma das minhas coxas esta sutilmente à mostra, onde o vestido subiu um pouco. Eu observo a toalha da mesa e fico feliz em ver o quanto ela é longa. Sério??? O cara está a poucos centímetros de enfiar os dedos na minha boceta e eu, ao invés de impedi-lo, estou apenas preocupada em me assegurar que ele faça isso de maneira discreta. Porra! Eu sou uma puta – Você quer isso. Eu vejo. – Ele diz com a
Quarta-feira, 18 de setembro de 2013 Eu não consigo respirar. Desespero toma conta de mim e eu abro os olhos tentando descobrir onde eu estou. Está escuro, muito escuro. Algo pesado está sobre mim, me impedindo de respirar e algo está tampando a minha boca. Quando eu sinto uma dor aguda entre as minhas pernas eu, imediatamente, sei o que está acontecendo. Sua respiração ofegante no meu ouvido. Sua barba por fazer arranhando minha pele – Como é bom estar dentro dessa sua boceta – ele lambe minha pele abaixo da minha orelha – vou tirar a mão da sua boca, mas você não vai gritar, ou então, vou ter que fazer mal pra sua mãe se ela acordar. Não havia nada de novo acontecendo. Isso era bem comum. Visitas ao meu quarto no meio da noite, ou ataques durante o dia quando a minha mãe estava trabalhando – Você entendeu? – eu acenei com a cabeça. Eu tinha muito medo do que ele poderia fazer com a minha mãe ou mesmo comigo. E acabei dizendo a mim mesma que o que estava acontecendo aqui não é nada