Eu sinto a mão de Harold pousar sobre meus joelhos, sob a mesa. – Eu posso te dar tanto, Caroline. Posso fazer coisas com você que nunca ninguém fez – ele começa a deslizar sua mão sob o meu vestido – assustada, eu olho em volta, nós estamos em uma das extremidades do grande salão, de onde podemos ver todas as outras mesas. Observo as pessoas a nossa volta, elas estão perdidas. Cada uma delas em seu próprio mundinho, em seus dramas pessoais, em seus negócios. Ninguém está prestando realmente atenção em nós dois. A mão de Harold continua seu caminho entre as minhas pernas e eu olho para baixo, uma das minhas coxas esta sutilmente à mostra, onde o vestido subiu um pouco. Eu observo a toalha da mesa e fico feliz em ver o quanto ela é longa. Sério??? O cara está a poucos centímetros de enfiar os dedos na minha boceta e eu, ao invés de impedi-lo, estou apenas preocupada em me assegurar que ele faça isso de maneira discreta. Porra! Eu sou uma puta – Você quer isso. Eu vejo. – Ele diz com a
Quarta-feira, 18 de setembro de 2013 Eu não consigo respirar. Desespero toma conta de mim e eu abro os olhos tentando descobrir onde eu estou. Está escuro, muito escuro. Algo pesado está sobre mim, me impedindo de respirar e algo está tampando a minha boca. Quando eu sinto uma dor aguda entre as minhas pernas eu, imediatamente, sei o que está acontecendo. Sua respiração ofegante no meu ouvido. Sua barba por fazer arranhando minha pele – Como é bom estar dentro dessa sua boceta – ele lambe minha pele abaixo da minha orelha – vou tirar a mão da sua boca, mas você não vai gritar, ou então, vou ter que fazer mal pra sua mãe se ela acordar. Não havia nada de novo acontecendo. Isso era bem comum. Visitas ao meu quarto no meio da noite, ou ataques durante o dia quando a minha mãe estava trabalhando – Você entendeu? – eu acenei com a cabeça. Eu tinha muito medo do que ele poderia fazer com a minha mãe ou mesmo comigo. E acabei dizendo a mim mesma que o que estava acontecendo aqui não é nada
A manhã foi de tanto trabalho que eu sequer tive tempo de tomar um pouco de água. Uma reunião atrás da outra, relatórios dos funcionários pra ler, contratos para analisar que eu nem percebi que já havia passado a hora do almoço. Um dos compromissos dessa manhã foi uma entrevista com uma candidata a ser minha assistente pessoal. O Departamento de Recursos Humanos mandou uma jovem com excelente currículo e aparentemente discreta. Eu senti que iremos nos dar bem e ela estava mais do que disposta a começar imediatamente. Com exceção da entrevista, não tivemos muito tempo para conversar e a aconselhei a manter contato com Angelina e Nicole para ir se familiarizando com os procedimentos. Entre uma reunião e outra, ela me disse que estavam se falando o tempo todo e que já estava a par de um monte de coisas, inclusive da minha agenda para os próximos dias. Por volta das duas da tarde ela bateu na minha porta e entrou em seguida com uma bandeja contendo algo que parecia apetitoso.─
Sexta-feira, 20 de setembro de 2013 Eu entro no apartamento e fico chocada com a cena diante de mim. As cortinas estão fechadas. As luzes apagadas. A única iluminação vem da televisão. Ele está sentado no sofá de frente para a televisão. Suas calças estão abaixadas e sua mão está segurando seu pau. Ele olha pra mim. Eu desvio o meu olhar e me viro de costas para fechar a porta.─ Venha até aqui.─ Onde está a minha mãe? – eu pergunto ainda de costas sem olhar pra ele.─ Dopada. Ela não vai acordar até de manhã. Agora, venha até aqui. – Como sempre nessas ocasiões, meu primeiro impulso é o de desobedecer, mas eu já senti inúmeras vezes na pele as consequências da minha desobediência. Eu aprendi que não importa o quanto eu tente resistir, ou espernear, ou ameaçar, ele sempre vai se impor a mim pela força. Minha mãe é completamente louca por ele e a certeza de que ela jamais acreditaria em mim dói mais do que as tapas que ele me dá. Ela já viu vários hematomas, mas ela simplesm
Eu dou uma última olhada no espelho e tenho que reconhecer que fiz um ótimo trabalho. Eu saí mais cedo da GE hoje e passei por algumas lojas em busca de algo para vestir hoje. Quando eu vi esse vestido eu sequer hesitei. Eu sabia que era dele que eu precisava para hoje. Internamente eu estou uma bagunça. Depois de um longo tempo de tranquilidade esses pesadelos voltaram a me assombrar e pra completar, eu não consigo tirar Harold da minha cabeça. Mesmo tendo implorado pra ele me deixar em paz e manter apenas uma relação profissional, eu não consigo fazer nada para deixar de sentir essa frustração por seu sumiço repentino. Nenhum e-mail, nenhuma mensagem, nem telefonema, sinal de fumaça, psicografia, nada. E ao mesmo tempo em que eu fico aliviada, eu fico frustrada. Eu sei que ele não é uma boa pra mim. Ele desperta sensações que me assustam e na hora me leva ao céu, mas depois me levam ao chão. E o que eu sinto depois é... confuso. Meu corpo cede espontaneamente sob seu comando e quand
Eu caminho em direção ao elevador e um suspiro involuntário escapa dos meus lábios quando sinto a palma da mão de Harold na base das minhas costas. É um toque aparentemente simples, mas com efeitos devastadores para o meu estômago. É como se ele estivesse me marcando como sua e a possibilidade de ser sua é tentadora, mas ao mesmo tempo assustadora. Eu não sou dele. Não sou de ninguém. A porta do elevador se fecha e meus batimentos cardíacos estão acelerados. Ele não diz nada durante todo o caminho até embaixo. Ele deve ter avisado previamente a Clark sobre a sua saída, porque quando saímos do prédio, uma limusine está estacionada com um Clark muito prestativo segurando a porta aberta. Eu entro primeiro e me sento o mais próximo da janela oposta possível para manter uma distância de Harold, quando ele entrar. Ele para na porta e avisa a Clark que irão me levar até a minha casa. Eu me sinto ambivalente sobre isso, porque ao mesmo tempo em que eu não quero ir para a sua casa eu me incomo
Sábado, 21 de setembro de 2013 Eu acordo e vejo o relógio na mesinha lateral. São apenas cinco horas da manhã. Eu me ergo lentamente e me sento na cama de costas para Harold. Assim que os meus pés tocam o piso acarpetado uma voz grave me faz parar. ─ Não faça isso. Por favor, não novamente. Eu tomo uma respiração profunda enquanto penso no que dizer. Decido-me pela verdade ─ Eu preciso ir. ─ Por quê? ─ Eu não respondo a isso. Mas não preciso. De alguma maneira ele entende – Você está confusa. – Não foi uma pergunta. ─ Sim. – Eu continuo de costas pra ele. ─ Foi demais? Eu... passei dos limites? Machuquei você de alguma forma? ─ Não, Harold. – Eu me apresso em dizer – Não há nada de errado no que você fez. O problema é... comigo. ─ Eu quero entender. ─ Você não precisa entender. Não temos um relacionamento, lembra? Sem crises, sem cobranças, sem compromisso... ─ Droga. Não faça isso, Carol. Não faça isso com a gente. – O aborrecimento é claro em sua voz. Eu ainda esto
Estamos apenas perdidos em pensamentos. Quando terminamos de comer, Harold se levanta e pega os nossos pratos para colocar sobre a pia. Eu tento ajudar, mas ele não deixa. Eu acho que ele vai lavar, mas eu me vejo tendo uma crise de riso quando eu percebo que ele não vai. ─ O que? ─ Você não vai lavar? Ele me olha todo constrangido e isso só me dá mais vontade de rir – Não. ─ Você é deficiente ou algo assim? ─ Ou algo assim – ele murmura, não muito contente. – Qual é o problema de deixar os pratos sobre a pia? ─ E qual é o problema de lavar apenas dois pratos, duas xícaras, talheres e uma frigideira? Ele dá um sorriso enviesado – Eu sei lavar, ok? Eu tiro os vestígios e coloco na máquina de lavar, simples assim. ─ Deus! Como você é mimado. Em um movimento rápido ele me empurra contra a ilha da cozinha. Meus braços presos atrás das minhas costas e a frieza do mármore contrastando com o seu peito quente – Você não imagina o quanto eu sou mimado, Caroline. E sabe o que isso sign