A vida é como um jogo de azar, onde quanto mais você ganha, mais você quer arriscar. Os limites se diluem, as apostas se tornam audaciosas e, quando percebe, a sede pelo poder domina você a ponto de arriscar o que há de mais valioso, tudo por mais uma chance, por uma nova tentativa.Eu, Viena Santoro, herdeira de Eleanor Santoro, uma das mulheres mais implacáveis e calculistas da Itália, posso afirmar com convicção que absorvi os ensinamentos de minha avó. Com o tempo, desenvolvi meus próprios truques, mas o caminho até aqui não foi fácil.Antes de ser acolhida por Eleanor, vivenciei uma série de situações, a maioria causada por mim mesma. Aos seis anos, testemunhei uma briga violenta entre meus pais. Eliza, minha mãe, atirou em meu pai a queima-roupa, alimentada por suspeitas de traição.Um ano depois, meu pai foi fatalmente baleado por ela em outra discussão acalorada. Após a tragédia, fui enviada para viver com a irmã mais nova de minha mãe, uma mulher amarga e promíscua. Em meio a
Viena Santoro. 🎭 Sinceramente, a vida adulta pode ser um labirinto de decisões complexas e armadilhas inesperadas. É como se estivéssemos constantemente sob o fogo cruzado dos problemas alheios, enquanto tentamos desesperadamente resolver nossas próprias batalhas pessoais.Ser a neta de Eleanor Santoro, a poderosa matriarca do império Santoro, certamente tem seus privilégios. Meu sobrenome abre portas e garante um certo nível de respeito e autoridade. No entanto, os fardos que acompanham esse legado são sufocantes, eclipsando em muito qualquer vantagem que possa oferecer.Imagine minha surpresa quando, eu, Viena santoro, uma mulher independe, fria e calculista, que não tem o costume de tomar decisões por impulso, em uma noite qualquer, após um exaustivo dia de reuniões intermináveis e disputas acaloradas, dormi solteira ao acordar me vi repentinamente casada com o neto do homem que minha avó mais odiava na face da terra. Para contexto da história, eu havia dispersado Gaspar aq
Dias atuais. Milão [ ITÁLIA]28 de novembro. 09h37 A.MViena. ~¤~Ao descer as escadas, posso ouvir ao longe as vozes vindas da cozinha. E a julgar pelo tom irritado da voz feminina, posso afirmar que Eleanor não estava em seu melhor humor esta manhã. Não é algo com o qual eu precise me preocupar; certamente um de seus homens fez algo que a deixou um tanto irritada.O som dos meus saltos contra o piso de porcelanato ecoava ao longe. Ao me aproximar da sala de jantar, percebo que o tom de voz de Eleanor estava elevado. Ela estava realmente estressada esta manhã e sinceramente, mal posso esperar para descobrir o que aconteceu.Ignoro a sala de jantar, seguindo diretamente para a cozinha onde encontro Cecília, a cozinheira da casa que preparava o café da manhã.— Bom dia, menina. — Ela diz ao notar minha presença, esboçando um grande sorriso enquanto prepara algo no fogão, cujo cheiro estava divino.— Bom dia, Cecília. Pelo visto, Eleanor não está no melhor dos humores esta manhã. — d
Milão [ ITÁLIA]29 de novembro, 10h37m A.M Narradora. 🎭 O homem de cabelos desgrenhados, com olhos castanhos esverdeados e pupilas dilatadas, percorria o pequeno banheiro do terceiro andar de um prédio antigo. Sua expressão denotava nervosismo, consciente de que não poderia falhar, apesar de ter se envolvido naquela situação por vontade própria. Passou as mãos pelos cabelos emaranhados, questionando-se mentalmente sobre sua própria sanidade ao se imiscuir naquele jogo doentio.O som do celular quebrou o silêncio do ambiente, fazendo-o dar um pulo. Respirou fundo antes de atender, sentindo calafrios percorrerem sua espinha ao reconhecer a voz do outro lado da linha.— Pensei que você fosse eficaz nisso tudo, mas começo a duvidar. — disse a voz feminina, carregada de sombras. — Um conselho, prove-me errada ou perderá mais do que imagina.— Não falharei. — respondeu ele com convicção, tentando ocultar seu estado emocional por trás das palavras.— É melhor que não falhe. Você sabe o q
Hector caiu de joelhos, soltando bruscamente o aperto em volta do pescoço de Viena, para levar suas mãos até seus órgãos que, a essa altura, latejavam devido ao impacto.Viena buscou por ar, se recuperando rapidamente antes de se pôr de pé, enquanto Hector ainda se mantinha agachado, com gemidos baixos vindos dele ecoando pelo ambiente.— É uma pena que seus gemidos não sejam de prazer, querido. — Ela diz agachando ao seu lado, ainda mantendo a calma e a plenitude de momentos antes. — Sabe, Hector, poderíamos estar aproveitando essa nossa conversa de uma maneira um pouco mais... satisfatória para ambos. Contudo, você invadiu o meu escritório me acusando de ter mandado Gaspar sabotar o seu carro. — Ela dá um breve sorriso, levando sua mão até a face dele, erguendo-a para poder olhá-lo nos olhos. — Vou lhe contar uma coisa, querido. Eu não preciso que Gaspar faça o trabalho sujo, eu mesma ponho a mão na massa e acrescento, seus homens são tão burros ao ponto de me cederem livre acesso a
Milão [ ITÁLIA] 29 de novembro, 14h27 P.MNarradora.🎭 Com o susto do alto estrondo feito pelos disparos seguidos do barulho da porta batendo contra a parede, Viena e Hector se separaram abruptamente. Ambos focaram seus olhos na porta do escritório que havia sido arrombada. Agora Gaspar estava parado lá, observando a situação de ambos com um misto de fúria e desgosto estampado em sua face.— QUE MERDA É ESSA VIENA. — A voz de Gaspar ecoou por todo o cômodo, a ira era notável em cada palavra dele.Viena, por sua vez, sentou-se de forma relaxada no sofá, enquanto o observava com as sobrancelhas arqueadas, esperando que ele lhe desse um bendito motivo para toda aquela palhaçada.Ao seu lado, Hector tentava, podemos dizer que... se organizar rapidamente. Ainda sentado, ele tentava a todo custo colocar o cinto que estava sobre o pequeno sofá onde ambos estavam. Em sua pressa, ele sequer notou a aproximação de Gaspar, sendo atingido em cheio por um soco certeiro que lhe foi dado por Gasp
Em algum lugar na Sicília [ITÁLIA]03 de dezembro, Madrugada de Terça feira.02h48 A.M.Narradora.🎭Poderosa, destemida, imbatível, desinibida. Esses adjetivos, sem sombra de dúvidas, definiam a mulher que deslizava pelos corredores sombrios da antiga mansão da família Denaro, no norte da Sicília.Anos haviam se passado desde a última vez que ela caminhara por aqueles corredores, mas mesmo após tanto tempo, a mulher com cabelos grisalhos, emoldurados em um perfeito corte Chanel, mantinha-se inabalável. Ela conhecia cada canto daquela mansão, desde os calabouços até os quartos no segundo andar.Naquele lugar, por trás das grossas paredes, escondiam-se histórias macabras de um passado terrível. Houve momentos bons, sim, mas também momentos terríveis. E Eleanor Santoro sem dúvidas fazia parte de toda essa história.Eleanor caminhava com uma elegância magnética pelos corredores sombrios do antigo refúgio da máfia italiana. Cada passo ecoava como um eco do seu poder silencioso, enquanto
Enquanto isso, em algum lugar remoto, longe do mundo, Viena observava a noite fria, debruçada sobre a janela do chalé, contando uma estrela após a outra. Ela gostava de estar sozinha, de não sentir o peso do mundo sobre seus ombros.Seus pensamentos indo e vindo, retornando infelizmente aos acontecimentos de quatro dias atrás. Hector, Gaspar, a empresa, o maldito contrato a ser anulado. Seria fácil ir até o juiz e pedir a anulação daquela merda. Porém havia cláusulas específicas demais para ser um contrato que ambos fizeram de última hora, havia algo por trás de tudo aquilo. E Viena sabia que precisava descobrir a origem de toda aquela palhaçada.Uma das cláusulas deixava bem especificado que o contrato de casamento não poderia ser anulado dentro dos próximos seis meses. Caso o contrário, a parte que pedisse o divórcio passaria cerca de 50% de tudo o que possuía para o nome do cônjuge independente se os bens haviam sido adquiridos antes do casamento.Viena sabia que tudo havia sido