Enquanto isso, em algum lugar remoto, longe do mundo, Viena observava a noite fria, debruçada sobre a janela do chalé, contando uma estrela após a outra. Ela gostava de estar sozinha, de não sentir o peso do mundo sobre seus ombros.Seus pensamentos indo e vindo, retornando infelizmente aos acontecimentos de quatro dias atrás. Hector, Gaspar, a empresa, o maldito contrato a ser anulado. Seria fácil ir até o juiz e pedir a anulação daquela merda. Porém havia cláusulas específicas demais para ser um contrato que ambos fizeram de última hora, havia algo por trás de tudo aquilo. E Viena sabia que precisava descobrir a origem de toda aquela palhaçada.Uma das cláusulas deixava bem especificado que o contrato de casamento não poderia ser anulado dentro dos próximos seis meses. Caso o contrário, a parte que pedisse o divórcio passaria cerca de 50% de tudo o que possuía para o nome do cônjuge independente se os bens haviam sido adquiridos antes do casamento.Viena sabia que tudo havia sido
Milão [ ITÁLIA] Narradora. 🎭 Viena poderia ser uma completa megera quando queria, distribuindo insultos a torto e a direita, pisando em muitos daqueles que estavam à sua volta. Como costumava dizer, sua simpatia era para poucos.E realmente eram poucos. Poucos tinham a oportunidade de desfrutar de uma conversa casual em uma tarde qualquer. Viena era fria, calculista, manipuladora e bastante tóxica quando necessário.Alguns dos funcionários de suas empresas costumavam falar por suas costas, descrevendo-a como uma mulher de coração de pedra, com longos cabelos cacheados e grandes olhos esverdeados. No entanto, outros a idolatravam como uma deusa, desejada pelos homens e invejada pelas mulheres.Viena nunca foi vista envolvida em polêmicas pela mídia, apesar de seus raros relacionamentos. Sua vida pessoal era um mistério bem guardado. Ela evitava falar sobre isso, preferindo manter o foco em seu grande império familiar, os Santoro, e às vezes soltava pequenas fake news apenas para ob
Não sou o tipo de pessoa que se preocupa muito com as pessoas à minha volta, mas caramba, existem pessoas pelas quais eu abro uma exceção e, infelizmente, para ferrar com meu psicológico, o desgraçado do meu segurança particular é uma delas.O problema é que esse brutamontes irritante e gostoso é um maldito cabeça dura que não compartilha merda nenhuma do que se passa naquela mente perturbada que eu sei que ele tem. E quando algo acontece, ele simplesmente se fecha. Sinceramente, eu não tenho saco para aturar Gaspar e seus surtos quando eu mesma estou prestes a surtar.— Aconteceu algo enquanto você esteve fora, nos três dias que esteve no chalé. Bem, preciso que me prometa que não irá agir por imprudência e... — Ele diz com cautela, mas interrompo seu discurso.— Pare o carro — digo com firmeza, e seus olhos se arregalam por um breve momento. — Primeiro, não dá para conversar com você estando sentada aqui atrás; segundo, no banco da frente eu consigo arrancar suas bolas com mais faci
Milão [ ITÁLIA. ] 05 de dezembro, 15h05 P.MViena. 🎭 —Mãe? — a voz de Gaspar ressoou pelo cômodo. Senti quando dona Lúcia se desfez do meu abraço, provavelmente seguindo até seu filho ainda em prantos.Mantenho-me de costas para a entrada da cozinha onde ambos estavam. Não me viro para encará-lo, mas posso sentir seu olhar queimando em minhas costas. Criando coragem, respiro profundamente, enxugando as lágrimas que ainda rolavam por meu rosto.Viro-me em direção à porta. Gaspar tentava consolar sua mãe com palavras doces, enquanto a mantinha em seus braços. Porém, seus olhos se fixaram nos meus quando me virei. Aproximo-me de ambos e percebo quando um de seus braços se abre para mim, como se estivesse esperando que eu me juntasse àquele abraço.Ignoro seu gesto, aproximando-me de dona Lúcia e passando minha mão em seus cabelos grisalhos.— A senhora sabe que estarei aqui para o que precisar. Isabella é muito importante para mim, e estou disposta a ajudar no que for preciso. Gaspar
Aquele tumulto lá fora não era da minha conta, eu estava focada no meu próprio jogo. Sentada em sua cama, continuei a revisar meu plano repetidamente. Não tinha a intenção de matá-lo; isso seria extremo demais. Na verdade, pretendia torturá-lo até que ele cedesse e me contasse por que diabos enviou chocolates envenenados para uma criança. Pelo amor de Deus, uma criança! Não envolvi seus sobrinhos ou afilhados em nosso jogo doentio; não havia motivos para ele fazer algo tão desumano.No entanto, se ele não tivesse feito isso, eu terei um problema ainda maior em minhas mãos a ser resolvido. Porque eu posso garantir que irei atrás do desgraçado ou desgraçada que tentou me atingir usando meu ponto fraco, irei buscá-lo no inferno se preciso for. Sei que não deveria ter me apegado tanto a Isabella, é perigoso considerando a família à qual pertenço e os acontecimentos do passado que ainda me assombram.Foi inevitável ver Isabella e não lembrar de uma versão mirim de mim mesma quando ainda mo
Me afasto novamente, sigo até os pés da cama, onde amarro seus pés contra a cama, impossibilitando qualquer movimento dele. Sorrio quando seus olhos me observam com incredulidade.Sorrio novamente, pegando uma mordaça em sua caixa que iria servir para abafar seus gritos e sigo até ele, com o objeto em minhas mãos.— Para que serve isso, Viena? — Ele pergunta, parecendo um tanto quanto receoso.— Shhh, amor, silêncio. Lembre-se, eu dou as ordens. — Digo, acariciando seu rosto.Subo em cima da cama, e logo depois em cima dele, mantendo minhas pernas uma de cada lado de seu corpo. Sentada em sua barriga, o observo por um momento, a respiração irregular tornando tudo ainda mais prazeroso.Sua pele quente e macia faz minha intimidade pulsar por um momento. Ainda não entendo por que diabos meu inimigo precisava ser alguém tão gostoso. Amarro a mordaça em sua boca, para impedi-lo de gritar ou, ao menos, para abafar seus gritos.Saio de cima dele, e vejo seu olhar de decepção cair sobre mim.
O relógio na parede da cozinha marca por volta de 01h54 A.M. Tomo um longo gole de água, respiro profundamente. A casa está silenciosa como sempre, com exceção dos cães no canil e de meus homens fazendo rondas em todo o perímetro da mansão.Subo as escadas e sigo pelo corredor em direção ao meu quarto. Ao lado de fora, para minha surpresa, encontro Gaspar deitado no chão, próximo à porta do quarto. Reviro os olhos, me aproximo do mesmo, me abaixando ao seu lado e o balançando um pouco.— Acorde, Gaspar. — digo com tranquilidade enquanto o empurro levemente. Não demora muito para seus olhos se abrirem e focarem em mim.— Viena, você chegou. — ele diz, ainda desnorteado. — Que horas são?— Quase duas da manhã, o que faz aqui?— Queria ter certeza que estava segura.— Você está fora de seu horário de trabalho, não deveria se preocupar tanto.— Não é apenas sobre trabalho. — Ele diz, ainda sentado no chão. Seus olhos verdes fitando os meus por um momento.— Venha, esta tarde. Não vou deix
Milão [ ITÁLIA] 07 de dezembro, 16h47Viena.🎭 Concentro-me nos papéis diante de mim, revisando um após o outro com toda a atenção do mundo, quando a porta do meu escritório é bruscamente aberta, fazendo com que meus olhos se voltem para a figura à minha frente.— Da próxima vez que invadir minha sala sem bater, sugiro para sua propria segurança que esteja usando um colete à prova de balas, Sebastian. O que quer? — digo com calma, mantendo meus olhos nos papéis à minha frente.— ISSO É UM ULTRAJE, VIENA! EU NÃO IREI ACEITAR TAMANHO DESRESPEITO. COMO OUSA ME DEIXAR DE FORA DE ALGO TÃO IMPORTANTE QUANTO ESSE PROJETO? EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO! — Respiro profundamente, desviando minha atenção dos papéis que estavam em minha mesa para o homem de aproximadamente 1,80 m de altura que gritava e fazia um grande espetáculo em minha sala, como se aquele fosse seu palco particular.Sebastian era um funcionário antigo e, bem, um possível sócio, detentor de apenas 1% das ações da empresa. Em sua