Não sou o tipo de pessoa que se preocupa muito com as pessoas à minha volta, mas caramba, existem pessoas pelas quais eu abro uma exceção e, infelizmente, para ferrar com meu psicológico, o desgraçado do meu segurança particular é uma delas.O problema é que esse brutamontes irritante e gostoso é um maldito cabeça dura que não compartilha merda nenhuma do que se passa naquela mente perturbada que eu sei que ele tem. E quando algo acontece, ele simplesmente se fecha. Sinceramente, eu não tenho saco para aturar Gaspar e seus surtos quando eu mesma estou prestes a surtar.— Aconteceu algo enquanto você esteve fora, nos três dias que esteve no chalé. Bem, preciso que me prometa que não irá agir por imprudência e... — Ele diz com cautela, mas interrompo seu discurso.— Pare o carro — digo com firmeza, e seus olhos se arregalam por um breve momento. — Primeiro, não dá para conversar com você estando sentada aqui atrás; segundo, no banco da frente eu consigo arrancar suas bolas com mais faci
Milão [ ITÁLIA. ] 05 de dezembro, 15h05 P.MViena. 🎭 —Mãe? — a voz de Gaspar ressoou pelo cômodo. Senti quando dona Lúcia se desfez do meu abraço, provavelmente seguindo até seu filho ainda em prantos.Mantenho-me de costas para a entrada da cozinha onde ambos estavam. Não me viro para encará-lo, mas posso sentir seu olhar queimando em minhas costas. Criando coragem, respiro profundamente, enxugando as lágrimas que ainda rolavam por meu rosto.Viro-me em direção à porta. Gaspar tentava consolar sua mãe com palavras doces, enquanto a mantinha em seus braços. Porém, seus olhos se fixaram nos meus quando me virei. Aproximo-me de ambos e percebo quando um de seus braços se abre para mim, como se estivesse esperando que eu me juntasse àquele abraço.Ignoro seu gesto, aproximando-me de dona Lúcia e passando minha mão em seus cabelos grisalhos.— A senhora sabe que estarei aqui para o que precisar. Isabella é muito importante para mim, e estou disposta a ajudar no que for preciso. Gaspar
Aquele tumulto lá fora não era da minha conta, eu estava focada no meu próprio jogo. Sentada em sua cama, continuei a revisar meu plano repetidamente. Não tinha a intenção de matá-lo; isso seria extremo demais. Na verdade, pretendia torturá-lo até que ele cedesse e me contasse por que diabos enviou chocolates envenenados para uma criança. Pelo amor de Deus, uma criança! Não envolvi seus sobrinhos ou afilhados em nosso jogo doentio; não havia motivos para ele fazer algo tão desumano.No entanto, se ele não tivesse feito isso, eu terei um problema ainda maior em minhas mãos a ser resolvido. Porque eu posso garantir que irei atrás do desgraçado ou desgraçada que tentou me atingir usando meu ponto fraco, irei buscá-lo no inferno se preciso for. Sei que não deveria ter me apegado tanto a Isabella, é perigoso considerando a família à qual pertenço e os acontecimentos do passado que ainda me assombram.Foi inevitável ver Isabella e não lembrar de uma versão mirim de mim mesma quando ainda mo
Me afasto novamente, sigo até os pés da cama, onde amarro seus pés contra a cama, impossibilitando qualquer movimento dele. Sorrio quando seus olhos me observam com incredulidade.Sorrio novamente, pegando uma mordaça em sua caixa que iria servir para abafar seus gritos e sigo até ele, com o objeto em minhas mãos.— Para que serve isso, Viena? — Ele pergunta, parecendo um tanto quanto receoso.— Shhh, amor, silêncio. Lembre-se, eu dou as ordens. — Digo, acariciando seu rosto.Subo em cima da cama, e logo depois em cima dele, mantendo minhas pernas uma de cada lado de seu corpo. Sentada em sua barriga, o observo por um momento, a respiração irregular tornando tudo ainda mais prazeroso.Sua pele quente e macia faz minha intimidade pulsar por um momento. Ainda não entendo por que diabos meu inimigo precisava ser alguém tão gostoso. Amarro a mordaça em sua boca, para impedi-lo de gritar ou, ao menos, para abafar seus gritos.Saio de cima dele, e vejo seu olhar de decepção cair sobre mim.
O relógio na parede da cozinha marca por volta de 01h54 A.M. Tomo um longo gole de água, respiro profundamente. A casa está silenciosa como sempre, com exceção dos cães no canil e de meus homens fazendo rondas em todo o perímetro da mansão.Subo as escadas e sigo pelo corredor em direção ao meu quarto. Ao lado de fora, para minha surpresa, encontro Gaspar deitado no chão, próximo à porta do quarto. Reviro os olhos, me aproximo do mesmo, me abaixando ao seu lado e o balançando um pouco.— Acorde, Gaspar. — digo com tranquilidade enquanto o empurro levemente. Não demora muito para seus olhos se abrirem e focarem em mim.— Viena, você chegou. — ele diz, ainda desnorteado. — Que horas são?— Quase duas da manhã, o que faz aqui?— Queria ter certeza que estava segura.— Você está fora de seu horário de trabalho, não deveria se preocupar tanto.— Não é apenas sobre trabalho. — Ele diz, ainda sentado no chão. Seus olhos verdes fitando os meus por um momento.— Venha, esta tarde. Não vou deix
Milão [ ITÁLIA] 07 de dezembro, 16h47Viena.🎭 Concentro-me nos papéis diante de mim, revisando um após o outro com toda a atenção do mundo, quando a porta do meu escritório é bruscamente aberta, fazendo com que meus olhos se voltem para a figura à minha frente.— Da próxima vez que invadir minha sala sem bater, sugiro para sua propria segurança que esteja usando um colete à prova de balas, Sebastian. O que quer? — digo com calma, mantendo meus olhos nos papéis à minha frente.— ISSO É UM ULTRAJE, VIENA! EU NÃO IREI ACEITAR TAMANHO DESRESPEITO. COMO OUSA ME DEIXAR DE FORA DE ALGO TÃO IMPORTANTE QUANTO ESSE PROJETO? EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO! — Respiro profundamente, desviando minha atenção dos papéis que estavam em minha mesa para o homem de aproximadamente 1,80 m de altura que gritava e fazia um grande espetáculo em minha sala, como se aquele fosse seu palco particular.Sebastian era um funcionário antigo e, bem, um possível sócio, detentor de apenas 1% das ações da empresa. Em sua
Menton [ FRANÇA] 08 de dezembro, 03h47 A.MNarradora. 🎭 O homem de cabelos castanhos e olhos castanhos esverdeados pendia das correntes presas ao teto daquela cela sombria. Seu corpo exibia os sinais cruéis do tormento que sofrera: ferimentos abertos jorravam sangue, lesões e fraturas marcavam cada centímetro de sua pele, enquanto manchas de sangue seco testemunhavam a violência que ali ocorreu.A escuridão sufocante foi dissipada pelo ranger metálico da porta da cela, abrindo-se para revelar a figura sinistra da mulher de cabelos vermelhos, flanqueada por dois capangas. Seus olhos, frios como gelo, encontraram os do homem indefeso, e um sorriso sádico dançou em seus lábios pintados de vermelho.— Este lugar está uma verdadeira pocilga.— ela disse, o tom de desdém ecoando nas paredes sujas. — Thomas, eu fui clara quanto aos aposentos do nosso convidado,não fui? — sua voz carregada de sarcasmo fez os capangas se entreolharem, contendo risos. — E quanto a você, querido, apreciando
Havia algo diferente no semblante de minha avó, um misto de leveza e preocupação, algo que por um breve momento me fez ficar atenta. Atenta o suficiente para perceber que talvez a conversa que teríamos pela frente, não seria tão agradável quanto parecia ser. — Nonna. — Chamei sua atenção e percebi quando ela voltou à realidade. — Mandou me chamar?— Sente-se, Viena, temos muito o que conversar. — ela disse serenamente, enquanto retirava alguns papéis de uma pequena caixa à sua frente. — Vi as câmeras esta manhã, um curioso casal de jovens tomando café na cozinha, entre risos bobos. — ela soltou o ar, respirando profundamente e massageando suas têmporas.— Nonna, isso não é algo que irá se repetir. Conversei com Gaspar, ele não voltará a andar sem camisa pela casa novamente, também concordo que ele se sente exposto demais às vezes e... — Ela levantou a mão direita, interrompendo minhas palavras, um sinal claro para me fazer parar de falar, um sinal claro de "Basta".— Ele morreria po