Menton [ FRANÇA] 08 de dezembro, 03h47 A.MNarradora. 🎭 O homem de cabelos castanhos e olhos castanhos esverdeados pendia das correntes presas ao teto daquela cela sombria. Seu corpo exibia os sinais cruéis do tormento que sofrera: ferimentos abertos jorravam sangue, lesões e fraturas marcavam cada centímetro de sua pele, enquanto manchas de sangue seco testemunhavam a violência que ali ocorreu.A escuridão sufocante foi dissipada pelo ranger metálico da porta da cela, abrindo-se para revelar a figura sinistra da mulher de cabelos vermelhos, flanqueada por dois capangas. Seus olhos, frios como gelo, encontraram os do homem indefeso, e um sorriso sádico dançou em seus lábios pintados de vermelho.— Este lugar está uma verdadeira pocilga.— ela disse, o tom de desdém ecoando nas paredes sujas. — Thomas, eu fui clara quanto aos aposentos do nosso convidado,não fui? — sua voz carregada de sarcasmo fez os capangas se entreolharem, contendo risos. — E quanto a você, querido, apreciando
Havia algo diferente no semblante de minha avó, um misto de leveza e preocupação, algo que por um breve momento me fez ficar atenta. Atenta o suficiente para perceber que talvez a conversa que teríamos pela frente, não seria tão agradável quanto parecia ser. — Nonna. — Chamei sua atenção e percebi quando ela voltou à realidade. — Mandou me chamar?— Sente-se, Viena, temos muito o que conversar. — ela disse serenamente, enquanto retirava alguns papéis de uma pequena caixa à sua frente. — Vi as câmeras esta manhã, um curioso casal de jovens tomando café na cozinha, entre risos bobos. — ela soltou o ar, respirando profundamente e massageando suas têmporas.— Nonna, isso não é algo que irá se repetir. Conversei com Gaspar, ele não voltará a andar sem camisa pela casa novamente, também concordo que ele se sente exposto demais às vezes e... — Ela levantou a mão direita, interrompendo minhas palavras, um sinal claro para me fazer parar de falar, um sinal claro de "Basta".— Ele morreria po
07 Janeiro de 1973MILÃO [ ITÁLIA]Narradora. 🎭 Os meses passaram rápido demais para Eleanor, desde aquele parto complicado há cerca de quatro meses. Descobrir que esperava gêmeos foi uma surpresa chocante no momento do parto, não detectada pelos médicos nas ultrassonografias anteriores. Após nove horas de trabalho de parto, finalmente pôde segurar sua filha e seu filho nos braços, amamentando-os com amor.Lorenzo estava radiante, mas sua felicidade desapareceu rapidamente quando as suspeitas começaram a surgir. Consciente dos rumores dentro da organização, envolvendo a antiga rainha da máfia Cosa Nostra e o temido DON, ele tentou ignorá-los. No entanto, sua calma não foi suficiente para ignorar o que aconteceu naquela fatídica noite.Os gritos vindos da sala principal da mansão da família Santoro ecoavam pela madrugada. Eram 02h38 quando Eleanor e Lorenzo se envolveram em uma discussão acalorada devido aos acontecimentos daquela noite.Lorenzo estava furioso, incapaz de aceitar o
Eleanor permaneceu ali no chão do quarto, com suas roupas manchadas pelo sangue de seu herdeiro. As horas se passaram ela por sua vez não notou os primeiros raios de sol que emergiram pelo quarto.Uma mão sutil pousou sobre seus ombro esquerdo, fazendo uma leve pressão para atrair a atenção da mesma. — Querida ? — a voz suave de Mattheo emergiu em meio ao silêncio do quarto. — Ele não podia ter feito isso. — a voz de Eleanor soou, pela primeira vez em horas, havia um misto de rancor, raiva, ódio e tudo de ruim que se poderia imaginar em meio aquela palavras. — Você não irá interferir Mattheo, Lorenzo irá me pagar por toda a dor que me causou. Quero que todos saibam oque acontece quando se brinca com Eleanor Santoro. — ela diz com frieza, frieza, foi isso que Mattheo encontrou ao olhar em seus olhos azuis. — Como você quiser querida. — Ele diz serenamente, abaixando ao lado dela e pegando o pequeno corpo de seu filho em seus braços. — Meu filho, sua morte será vingada. — ele diz com
As imponentes cortinas que adornavam o centro do salão foram abruptamente ao chão, revelando Lorenzo Mancini pendurado nu, preso ao teto por grossas cordas. O silêncio pesado se instalou no ambiente, quebrado apenas pelo som surdo do tecido ao tocar o chão e pelos murmúrios nervosos dos convidados.Os presentes se encontravam atônitos, incapazes de processar completamente o que testemunhavam, enquanto as palavras de Eleanor ecoavam em suas mentes, evocando uma mistura sombria de fascínio e horror. Era uma noite em que as máscaras caíam, revelando os segredos mais profundos e as motivações mais sinistras, e seus convidados não poderiam imaginar o que ainda estava por vir após aquela demonstração de poder da parte de Eleanor.Os olhos de Lorenzo se abriram repentinamente devido a forte luz que adornava o salão. O espanto em sua face foi nítido ao notar seu estado e percebe que estava cercado por todos ou ao menos os principais membros da organização. Gritos, ordens e chingamentos ecoara
Milão [ITÁLIA] 11 de Dezembro, 09:37 A.M. "Viena." 🎭 Assim como em um jogo de xadrez, quando um movimento errado do jogador em si pode por tudo a perder, assim também é a vida, alianças se formam e são quebradas a todo momento, há momentos em que nossos aliados se tornam nossos inimigos e nossos inimigos se tornam nossos aliados, tudo não passa de um jogo, por espaço, ganância, poder. E posso afirmar com toda a certeza que tenho em meu íntimo que as coisas não iriam mudar tão facilmente, a semana se seguiu em meio a altos e baixos e as palavras de minha avó ainda ecoavam em minha mente. Diego ainda estava desaparecido, Evan estava desaparecido, meus homens haviam sido atacados em uma emboscada ontem pela manhã. Eleanor estava com sangue nos olhos, nunca a havia visto daquela forma. O desejo de vingança estampado em sua face, ela sabia de algo, mas simplesmente preferia resolver de sua maneira ao me contar, não havia como ser Hector, na verdade havia alguém maior por trás
Viena °°°°°°° Desisto de ler a matéria, entregando o tablet para Gaspar, foco meus olhos no horizonte novamente porém não posso deixar de perceber a preocupação que paira sobre Gaspar. — Não deixe que se aproximem da propriedade — digo olhando em seus olhos e posso notar sua preocupação. — Não deixarei que cheguem até você. — Você não é o super-homem, Gaspar, não prometa algo que não poderá cumprir... — Eu prometo aquilo que pretendo cumprir, Viena, é algo totalmente diferente — ele dá um breve sorriso, me fazendo rir também. — Vá para casa e fique com sua família, proteja-os. Não quero jogar com a sorte e não aguentaria se algo acontecesse a um deles. — Elas não estão na cidade, minha mãe precisou ir até San Gimignano para cuidar de minha tia e Isabela está junto a ela — ele diz calmamente, focando seus olhos ao longe. — Não minta para mim, Gaspar — digo calmamente, ainda o observando enquanto ele ainda observa algo no horizonte. — Você é terrível, Viena — ele b
A vida é como um jogo de azar, onde quanto mais você ganha, mais você quer arriscar. Os limites se diluem, as apostas se tornam audaciosas e, quando percebe, a sede pelo poder domina você a ponto de arriscar o que há de mais valioso, tudo por mais uma chance, por uma nova tentativa.Eu, Viena Santoro, herdeira de Eleanor Santoro, uma das mulheres mais implacáveis e calculistas da Itália, posso afirmar com convicção que absorvi os ensinamentos de minha avó. Com o tempo, desenvolvi meus próprios truques, mas o caminho até aqui não foi fácil.Antes de ser acolhida por Eleanor, vivenciei uma série de situações, a maioria causada por mim mesma. Aos seis anos, testemunhei uma briga violenta entre meus pais. Eliza, minha mãe, atirou em meu pai a queima-roupa, alimentada por suspeitas de traição.Um ano depois, meu pai foi fatalmente baleado por ela em outra discussão acalorada. Após a tragédia, fui enviada para viver com a irmã mais nova de minha mãe, uma mulher amarga e promíscua. Em meio a