CAPÍTULO 2

— Você fez o quê? – Cassia gritou assustada. Seu marido já havia cuspido todo o café na mesa. — Querido...?

— Eu não tive culpa – avisou Daniel desesperado, Jackson engasgou-se um pouco, mas recuperou o fôlego.

— Daniel, que irresponsabilidade foi essa? – Balbuciou — O que foi que aconteceu? Você é tão novo com uma responsabilidade dessas nas mãos. – Gritou, apesar da surpresa, se sentia feliz. Acalmou-se ao sentir o toque de sua esposa em sua mão.

— Estamos do seu lado, meu filho, e eu vou precisar muito que você crie juízo a partir de hoje. Quero conhecer a menina e lógico que você vai assumir, por favor.

Daniel não respondeu, apenas respirou profundamente, dali para frente seria tudo diferente. Ou ao menos ele esperava por isso.

No dia do nascimento Daniel estava agoniado, andando de um lado para o outro, o desespero tomava conta do seu corpo, seu filho estava nascendo naquele momento, seu coração faltava pular para fora. Seu sogro estava distante, falando com alguém, seus pais estavam ao seu lado, como ficaram durante esses nove meses difíceis. Daniel fez de tudo para Kesia, passou por cada período da gestação, foi difícil, mas conseguiu e hoje, estavam ali. A espera tinha finalmente terminado.

— Vai ficar tudo bem, querido – sua mãe lhe acalmou, logo o médico deu a boa notícia; seu filho tinha nascido.

O rostinho perfeito fez o pai sorrir, ele nunca tinha segurado uma criança, e naquele momento, havia se apaixonado. Era um garoto, e não tardou a enchê-lo de beijos.

— Ele é lindo – Kesia falou animada e sorriu debochada. E Daniel não quis saber o motivo do sorriso de má fé, apenas deu atenção à criança em seus braços.

Um mês se passou, ele tinha se mudado para um novo apartamento, Kesia fez questão de um apartamento somente para os três, a data do casamento estava marcada e Daniel estava determinado a terminar a faculdade o mais rápido possível. Não existiam mais festas, nem amigos, todos tinham corrido.

Seus pais mal o viam, e as únicas pessoas que lhe restaram era a sua noiva e o seu filho, Adrian.

Em uma tarde qualquer, Daniel chegou ao apartamento completamente cansado. A única coisa que ele queria era deitar-se e dormi até o dia seguinte, o trabalho e a faculdade estavam o matando. E por mais que amasse seu pequeno, ele não tinha mais forças para brincar com ele naquele dia.

— Kesia? – Ele chamou quase no sussurro e assim que trancou a porta, ouviu seu filho chorar. Ele estranhou o fato e andou até o quarto do pequeno, ele estava sujo, e pelo choro parecia com fome. — Adrian, onde está sua mãe? – Pegou o menino do berço e foi em direção à cozinha, talvez ela estivesse lá preparando algo para comerem.

Quando passou pela geladeira, seus olhos prenderam no pedaço de papel com algumas palavras, ele parou no momento seguinte conhecendo a letra.

Ao terminar de ler tudo o que estava escrito, ele evitou chorar. Não que amasse aquela garota, mas ele tinha se apegado a ela, e Kesia era a mãe do seu filho.

Ele fechou os olhos segurando as lágrimas, mas não conseguiu, voltou para trás rapidamente e pegou o telefone na sala, discou o número da sua casa e depois de três toques alguém atendeu.

— Alô.

— Mãe? – Saiu no sussurro choroso, ele estava chorando.

— Daniel, querido, aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou preocupada ao notar o tom da voz dele, ela sempre sabia quando algo de ruim acontecia com seu filho, mas cabia a ele, o homem mais velho e cheio de si, pedir ajuda, não?

— Aconteceu – ele sussurrou e fungou. — Preciso da sua ajuda, por favor. - Pediu voltando a ler o recado deixando para si — A Kesia foi embora.

Daniel, esses meses foram bem legais ao seu lado, eu gostei de brincar de mamãe e papai, acredite, porém, meu pai têm outros planos para mim, e não pretende me deixar cuidando de um catarrento ao seu lado. Estou viajando hoje à tarde, SEU filho está dormindo, espero que não acorde até que você chegue. Beijinhos.

Kesia Brantley.

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