Stella saiu do apartamento, sentindo seu peito apertar, uma preocupação tomava conta do seu coração ela se desesperava. Saiu do prédio e correu para o bar, ela conhecia, não por viver lá, e sim porque comprar algumas coisas ao lado. Quanto mais perto chegava do lugar, notava-se uma grande barulheira.
Os homens que bebiam, falavam alto e falavam sobre os fatos de sua vida miserável. Stella segurou sua bolsa ao passar por um grupo antes de chegar ao bar, mas não pode segurar a mão de um ao encostar em sua bunda. Ela soltou um grito e correu olhando para trás, só parou em frente ao bar e ao olhar duas vezes para a mesa principal sentiu-se decepcionada ao ver Daniel sentando nela.
Ele parecia feliz e gritava alguma coisa, os homens prestavam atenção e logo riram. Ela não conseguia escutar direito porque seu mundinho pequeno não a permitia. Ela passou as mãos no cabelo, e mordeu os lábios. Como ela arrastaria Daniel dali? Pensou em ligar para Cássia e explicar a situação, mas não tinha o número dela, essa barra, Stella teria que lutar sozinha.
Antes de dar um passo à frente, ela perguntou-se porque teria que fazer aquilo? Afinal, Daniel não era nada além de seu vizinho, e pai de um bebê que esperava por seu carinho. Sim, faria isso por Adrian, somente por ele.
Discretamente, ela entrou no bar, alguns homens assobiam, e até os que estavam na mesa de Daniel a fitaram. Ela corou sem jeito, procurou por outra mulher naquele estabelecimento, mas não encontrou, era a única. Quando Daniel a viu, apenas sorriu chamando-a para mais perto. Ela foi respirando duramente, o cheiro das bebidas era pesado demais até para si própria.
— Daniel - Ela sussurrou perto dele, temendo ele reagiu da pior forma — Vamos? - Daniel riu e levantou ficando a sua frente. Stella pode sentir o cheiro de álcool forte, antes mesmo de Daniel beijar seus lábios.
A surpresa foi tremenda, e os gritos foram altos. Stella tentou se afastar, mas Daniel a apertou mais em seus braços.
Definitivamente, aquela não era uma luta para ela.
Ou era?
Beber, nunca foi uma opção para Daniel Flint, não depois da noite em que conseguiu um filho para si. Mas naquele momento, seu mundo estava desabando em sua cabeça, estava sendo destruído tudo graças a Kesia. Seu emprego era uma merda, a faculdade estava indo de mal a pior, e o melhor de tudo, tinha Adrian para chorar a noite toda quando chegasse de todos esses episódios dolorosos.
Ele estava perdido, e ia perder tudo, pois se tirasse mais uma nota baixa, a faculdade ligaria para seu pai, com certeza ele não pagaria mais ela, e Daniel estava na beira do abismo. Teria somente seu emprego para pagar tudo, e ainda o apartamento. Se perdesse o apartamento, Cassia tomaria seu filho e pronto, sua vida estava cada vez melhor.
A cada copo que tomava uma nova vida ele enxergava, bem longe de todos, só ele e seu querido filho, no terceiro copo de vodka, ele mal sabia quem era, contou sua história e ainda falou mal do seu chefe sem nem perceber, contou sobre a faculdade e depois sobre Kesia, os homens na sua mesa, riram da sua cara, ele riu de si próprio também. Depois mencionou o nome de Stella, e ainda a chamou de intrometida do sorriso contagiante, ele odiava saber que ao lado dela, sorria como se tudo estivesse perfeito.
Depois de risos e choros, ele avistou Stella, bebeu mais um gole somente para ter certeza que era ela. Percebeu que ela entrava com medo, e naquele momento, ele percebeu o quanto ela era gostosa. Stella se aproximou e sussurrou em seu ouvido, e ao se agachar, mostrou o decote gracioso, porém médio para ele e os presentes na mesa, não era por mal, apenas queria que Daniel voltasse para casa. Daniel olhou para cada um ali sentado e quando Stella se endireitou o Flint levantou. Queria mostrar que aquela mulher bonita que todos olhavam era sua, por isso, agarrou sem mais nem menos.
Os gritos dos outros foram o bastante para Daniel sorrir e trazê-la mais para si. Entretanto, Stella o empurrou e depois o segurou para que não caísse. O olhou com furiosa, ela jamais se submeteu a isso. Não que tivesse sido ruim, mas ele estava bêbado, e Stella odiava bebida. Odiava. Odiava. Odiava com todas as suas forças.
— Não faça isso - Ela falou, Daniel se segurou nela e tentou outro beijo — por favor, pare, vamos para casa.
Daniel riu e segurou-se nos ombros dela para começar a andar. Stella respirou duramente ao sentir aquele odor que tanto odiava. Desceu os dois degraus a frente e quando ia saindo do bar, ouviu uma voz dizendo:
— Ai, quem irá pagar a parte dele? - Stella olhou para trás e percebeu que falavam consigo mesmo. Tirou o braço de Daniel dos seus ombros e abriu sua bolsa, não contou quando era, apenas voltou e jogou tudo o que tinha em cima da mesa.
— Isso deve pagar. - avisou e virou outra vez para sair. Procurou por Daniel que por sua vez, já não estava mais no lugar que ela deixou, o encontrou querendo mais um copo outra vez. Ela o impediu e saiu dali com ele.
— Stella a lua está linda não é? - Ele ia para lá e pra cá, e Stella o acompanhava, sustendo-o para que não caísse. Pensou em ligar mais uma vez para Cássia, mas não sabia o nome dela. — Ei Stella, aqueles homens estão te olhando.
Stella despertou dos seus pensamentos e olhou em volta, o maldito beco estava ainda mais escuro. Encarou os homens e tremeu da cabeça aos pés.
— N-n-não ligue-e, vamos indo. — Sussurrou até um homem parar em frente aos dois, Stella quis chorar naquele momento. Ele encarou Daniel por alguns minutos.
— O que você tá olhando, gigante? - Daniel perguntou meio embolado por causa da bebida. E o que recebeu em troca, deixou Stella ainda mais desesperada.
Agora ela tinha um Daniel bebo, ferido e chorando para levar para casa, certamente, ela nunca mais pisará no apartamento de Daniel. Não se submeteria a arrastá-lo para casa só por Adrian, talvez da próxima vez que ele sumir, Stella mande Cássia e ela cuidará de Adrian.
— Daniel - Cassia gritou ao ver seu filho e Stella adentrarem o apartamento. Stella fechou a porta com o pé e outra vez Daniel caiu do chão — O que aconteceu, filho?— Ele bebeu, e bastante - Stella respirou profundamente, não se lembrava de quando ficou tão cansada assim em sua vida.— E essas marcas de sangue? Vocês estão sujos.— É que, como se não bastasse a bebida, ele mexeu um homem, que mais parecia o Hulk. - Respirou — E ele é pesado, nós caímos algumas vezes.— Ah, meu filho - Cássia lamentou — por favor, me ajude a levá-lo para o quarto dele, eu arrumei esse apartamento agora pouco, estava tão preocupada.Stella ajudou-a a levar Daniel e quando finalmente chegou ao quarto, pode colocá-lo em cima da cama, Stella reparou que agora ele dormia, ou fingia, ela nem sabia. Viu as marcas da agressão e sabia que não podia deixá-lo daquele jeito.— Dona Cássia, pode me trazer uma bacia de água morna e um pano?— Sim, claro.A mulher correu para fora do quarto e Stella sentou-se na bei
Daniel abriu seus olhos sentindo uma dor anormal em sua cabeça, sentou na cama e colocou a mão na testa, como era possível doer tanto? Abriu um olho para saber onde se encontrava e fitou seu quarto, olhou de um lado para o outro sem entender. Daniel se lembrava de estar muito bem acordado quando se sentou à mesa de um bar. Certo? Droga! Como ele poderia ter se sentado à mesa para beber, se prometeu a se mesmo, nunca mais beber?Logo seus olhos se fecharam, e ao fazer isso, lembrou-se de como acordou ali, e causa disso foi à vizinha. Ele riu de canto e abriu os olhos, tirou o lençol das pernas e levantou da cama, meio tonto. Saiu do seu quarto e foi em direito ao do filho, abriu a porta devagar e não encontrou seu bebê. Fechou a porta e caminhou para sala, e pôde ver que sua mãe ainda se encontrava ali, dando ao bebê a mamadeira da manhã.Cassia encarou seu filho por alguns segundos e virou as costas, Daniel ficou confuso no momento, se sentou no sofá e esperou que Cássia começasse a f
Stella o olhou depois de um tempo, sabia que não podia exigir mais dele, mas estava completamente raivosa. Apesar de rir e desculpá-lo. As palavras dele foram duras, pois a deixaram nervosa, e a fez lembrar de todo o seu passado sofrido, com seus pais, a sua infância mal sucedida, tudo o que se possa imaginar. Ralou muito para conseguir pôr um sorriso em seu próprio rosto, e era desanimador, ver alguém tirá-lo com tanta facilidade.Ela olhou para os lados e o viu sorrir novamente, claro que antes mesmo de falar qualquer outra coisa, ela obrigou-se a esquecer que o Flint permanecia parado na sua sala somente com uma calça moletom. Claro que não era nenhum mistério para si, pois na noite anterior, o despiu lentamente, mas não viu nada mais do que uma cueca preta ao jogá-lo dentro do Box com sua mãe e sair dali. Respirou buscando as palavras certas naquele ar frio do apartamento.— O seu pedido de desculpas, é só por isso? - Ela perguntou meio sem jeito, ele a fitou sem entender.— Como
Entrou em seu apartamento e rapidamente sua mãe chegou ao seu encalço, cruzou os braços e esperou que o Flint começasse a se explicar. Daniel fez bico e abaixou a cabeça, explicaria que pediu desculpas e que ela aceitou, apenas isso, Cássia não precisava saber de mais nada.— Então? Como foi? — Cassia perguntou ansiosa pela resposta, Daniel levantou a cabeça e riu de canto.— Foi bom, pedi desculpas e ela aceitou — Falou passando pela mãe e seguindo para o quarto do seu filho.— Só isso? — Cássia o seguiu e Daniel estreitou os olhos antes de entrar no quarto de Adrian.— O que mais a senhora queria?— Não sei, um pedido de namoro? — Daniel olhou do seu filho para sua mãe que parou na sua frente, incrédulo. Ele riu e pegou seu pequeno no colo.— A senhora bebeu também? — Ele segurou o menino e beijou o rosto da criança, Adrian ainda de olhos fechados riu e Daniel também riu de canto.— Não, mas é que eu gostei dela, me parece uma menina inteligente, e tem decisões perfeitas, pois escol
— Seu bebê é muito bonito - A mulher comentou enquanto segurava o pequeno Adrian nos braços. Ela lagrimou no momento, doaria seu leite para o pequeno porque o seu próprio havia falecido duas horas depois do nascimento. — Tão lindo... - Ela virou ninando o pequeno.Daniel fitou Stella que ria para a cena.— Essa mulher não é maluca o bastante para fugir com meu filho né? - Stella olhou para o Flint torcendo os lábios. — Se isso acontecer a culpa será toda sua.— Daniel… As mulheres da sua vida fogem sozinhas - Resmungou. O Flint ficou sério e voltou a olhar para a mulher que caminhava para lá e pra cá com seu filho — Ela tem que se apegar à criança. E fique feliz, ela lhe dará o leite necessário para o crescimento do pequeno. O que custa ela conhecer e segurá-lo alguns minutos?— Não sei. — Daniel suspirou e a encarou — É mesmo necessário que ela fique com a gente?— Daniel - Stella tocou na costa do Flint levando-o para o banco mais próximo. — A garota ali, será um tipo de mãe de amam
Duas semanas tinham se passado, e pelo o que parecia tudo tinha voltando quase ao normal. Daniel não estava indo para a faculdade ainda, mas já estava tomando iniciativa de pagar o que devia e continuar. Adrian estava cada dia mais pelo, iria completar dois meses em breve e ria para todos ao seu redor, transmitindo alegria de um bebê saudável. A mulher que se tornou sua mãe de amamentação, havia se apegado a criança, a ponto de ir para o hospital de manhã e só sair quando Daniel estivesse livre para ir para casa depois de um dia longo de trabalho.Liam era um chefe muito bom, sempre explicava as coisas para Daniel do jeito que queria, e o Flint entendia, e fazia, deixando assim, um ruivo muito feliz. Não era lá grande coisa seu trabalho, mas o salário era muito bom. Esquivou-se por muitas vezes de certas enfermeiras que sempre estavam dentro da sala de Liam, e Daniel não entendia o porquê disso. Até ouvir uma fofoca pelo hospital de que, o ruivo era apaixonado por uma das enfermeiras
— Tenho que ir agora – Daniel disse e levantou, assim que deu seu filho para a Sary, seu celular tocou, pegou o mesmo rapidamente e atendeu já sabendo quem era — Sim, Liam.— Você tá liberado. Não vai ter tempo de voltar para fazer a operação, conseguir passar para outro cirurgião, pode ir pra casa. Vou ter um encontro hoje à noite, me deseje sorte. – Desligou em seguida. Daniel estranhou, mas quem era ele para falar alguma coisa para seu chefe? Voltou para dentro do hospital para pegar suas coisas dentro do consultório de Liam, e viu Stella passar ao seu lado, sem nem o ver praticamente. Daniel olhou para trás vendo-a falar no telefone a respeito de um vestido vermelho, e depois gargalhar chamando alguém de louca.Deu de ombros e voltou a caminhar, parou na porta da sala de Liam depois de ouvir o nome do seu chefe. E logo após, uma das enfermeiras falou o de Stella. Ele andou mais um pouco para o lado e parou na porta da sala de descanso das enfermeiras.— Então ela disse que teria
— Nem fodendo você sai daqui. – Bateu o pé e saiu em direção a cozinha, Stella irritou-se ainda mais e correu até ele.— Daniel, eu preciso ir. – O Flint fingiu que nem ouviu. Stella parou na porta da cozinha, vendo-o procurar alguma coisa na geladeira para comer. Daniel não estava com uma expressão boa. Stella cruzou os braços, inconformada com a audácia daquele filho de uma linda mãe, de prendê-la em seu apartamento.Agora sim ela sabia como era se meter na vida de alguém, e estava começando a odiar Daniel por isso. O fitou da cabeça aos pés, quando ia descer novamente para admirar aquele peitoral maravilhoso, aquela barriga que devia ser a coisa mais bela de se ver, parou na cintura já olhando para a bunda grande, mas algo chamou sua atenção. O cordão da chave da porta da frente estava saindo do bolso dele. Riu de canto, jogando o cabelo, fazendo charme.— Daniel... – ela sussurrou seu nome, Daniel a fitou. Aquele tom de voz era mais fino do que os outros, mas delicado, tão... Puta