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Capítulo 4-Entre Chá e Escapadas

Ivy, como sempre, estava determinada a transformar a noite em um evento cheio de emoção e, como ela dizia com um sorriso travesso, "aventuras que desafiariam as convenções". Eu, por outro lado, só queria desfrutar de uma noite tranquila de chá e boas risadas, longe de complicações.

Chegamos à sala de chá, um lugar frequentado por jovens damas e cavalheiros da cidade, onde conversas educadas e música de salão preenchiam o ambiente. As cadeiras estofadas e as porcelanas finas contrastavam com a agitação que eu sabia que Ivy carregava em seu coração.

— Três xícaras de chá de jasmim, por favor. — Ivy pediu, dirigindo um sorriso encantador ao garçom, um jovem de aparência respeitável.

— Meninas, lembrem-se, esta deve ser uma noite tranquila. Nada de aventuras hoje. — Sophie disse com um olhar sério, mas sempre gentil.

— Oh, não se preocupe, Sophie. Estamos aqui para relaxar e desfrutar de um bom chá. — Respondi, tentando alinhar minha disposição com a dela.

No entanto, Ivy parecia inquieta, e quando a segunda xícara de chá foi servida, ela se inclinou para frente, os olhos brilhando de excitação.

— Meninas, vocês sabiam que há um lugar onde as pessoas vão para... beber coisas muito mais fortes do que chá? — Ela sussurrou, como se até mesmo a menção disso pudesse atrair olhares de reprovação.

— Ivy, nem pense nisso! — Sophie exclamou, chocada.

— Isso é impróprio para damas. Totalmente inadequado. — Concordei, sentindo minhas bochechas corarem com a ideia.

— Mas quem saberá? — Ivy insistiu. — Uma vez na vida! Imagine o que dirão de nós no futuro... aventureiras, ousadas, pioneiras!

— Dirão que somos desonradas e sem moral. — Sophie rebateu, mas seu tom já começava a ceder.

Após muito debate e, claro, a irresistível persuasão de Ivy, acabamos concordando. Antes que percebêssemos, estávamos diante de um local de reputação duvidosa. A entrada era discreta, mas lá dentro, o cheiro de bebidas fortes e o som abafado de conversas animadas tornavam evidente que não estávamos mais no mundo educado das salas de chá.

Hesitantes, entramos. Sophie e eu nos encolhemos à medida que os olhares curiosos dos homens presentes recaíam sobre nós. Ivy, no entanto, parecia em casa.

— Duas taças de vinho... ou talvez de porto? — Ivy pediu, como se fosse algo rotineiro, enquanto lançava um sorriso desafiador para o atendente.

— Ivy, pare com isso! — Sussurrei, puxando-a pelo braço. — Se alguém nos reconhecer, estaremos arruinadas!

— Relaxem! — Ela respondeu com um aceno de mão, já aceitando a primeira taça e entregando outra a mim. Sophie, com relutância, segurou a sua, mas parecia que estava prestes a desmaiar.

— Apenas um gole, meninas. Não é o fim do mundo. — Ivy insistiu, levantando sua taça como se estivesse brindando ao próprio escândalo.

Depois de alguns goles tímidos, Ivy nos arrastou para um canto onde a conversa fluía mais animadamente. Eu me sentia como uma criança fora de lugar, mas algo na energia do ambiente começou a me distrair.

Foi então que o senti: um par de olhos observando-me à distância. Tentei ignorar, mas a sensação persistia. Na extremidade oposta da sala, um homem estava inclinado contra a parede, segurando um cálice. Seus olhos eram penetrantes, e sua postura, descontraída, mas cheia de intenção.

— Sophie, olhe para ele... — Murmurei, tentando parecer desinteressada.

— Quem? — Sophie seguiu meu olhar, mas logo franziu o cenho, confusa. — Hanna, de quem está falando? Não vejo ninguém.

Engoli em seco, hesitando. Eu sabia que havia alguém. O peso daquele olhar ainda queimava em minha pele. Sophie olhou em volta mais uma vez, mas parecia não ter visto o mesmo que eu.

— Deve ser sua imaginação... ou o nervosismo por estarmos aqui. — Ela sorriu, tentando me tranquilizar.

Mas eu sabia que não era isso. Meu coração batia forte demais para ser apenas imaginação.

Reuni coragem, disfarçando enquanto buscava novamente o homem que tinha me encarado. Olhei para a extremidade da sala onde ele estivera, mas o lugar agora estava vazio. O cálice que ele segurava também não estava mais ali.

“Estou vendo coisas?”, pensei, sentindo uma mistura de alívio e frustração.

Foi então que ouvi.

— Procurando alguém, senhorita?

A voz era baixa e rouca, quase como um sussurro, mas com uma confiança tão desarmante que me arrepiou até a ponta dos dedos.

Virei-me rapidamente, meu coração quase saindo pela boca. E ali estava ele.

— Senhor Hyun Choi?! — As palavras escaparam antes que eu pudesse contê-las.

Era ele, o mesmo homem para quem eu quase caí em cima na escada da Lincoln Academy. Agora, de perto, ele parecia ainda mais impressionante. Seu rosto era uma obra-prima, com traços que beiravam a perfeição. Ele tinha aquele olhar profundo e calculista, como se enxergasse algo além do que eu mesma podia ver.

— Surpresa em me ver? — Ele arqueou uma sobrancelha, um sorriso irônico surgindo em seus lábios.

— De forma alguma. — Respondi, esforçando-me para soar confiante, mas minha voz saiu hesitante.

Hyun Choi parecia absorver cada detalhe da minha reação, e o brilho divertido em seus olhos denunciava que ele se lembrava perfeitamente de nosso encontro anterior.

— Nos encontramos novamente. — Ele disse, com aquele tom de casualidade que me irritava mais do que deveria.

Eu senti o calor tomar conta do meu rosto, mas me esforcei para parecer indiferente.

— Parece que sim.

Ele cruzou os braços, como se me analisasse por completo.

— Curioso... Achei que não era o tipo de lugar que uma dama como você frequentaria.

Hesitei por um momento, sem saber se ele estava sendo sarcástico ou apenas fazendo uma observação.

— E o senhor também não parece exatamente pertencente a um lugar como este. — Retruquei, tentando parecer confiante.

Ele riu, um som breve e baixo, mas que soou mais como um elogio do que uma provocação.

— De fato. Mas, às vezes, os caminhos nos levam a encontros inesperados, não acha?

Eu não sabia se ele estava falando daquele momento ou do nosso encontro desastroso anterior, mas antes que pudesse responder, ele continuou:

O sorriso dele se ampliou, como se apreciasse minha tentativa de manter a compostura.

— Entendo. — Ele inclinou levemente a cabeça. — Mas, da próxima vez, espero que evite escadas. Seria uma pena se mais alguém precisasse “salvá-la”.

Eu queria dizer algo espirituoso, mas as palavras fugiram antes que eu pudesse formá-las. Ele era irritantemente encantador, e isso me deixava ainda mais frustrada.

— Agora, se me der licença. — Ele deu um pequeno aceno, aquele sorriso ainda brincando em seus lábios, antes de desaparecer na multidão como uma sombra.

— Quem era? — Sophie sussurrou ao meu lado, mas, ao erguer o olhar, ficou paralisada. Seus olhos se arregalaram, e ela segurou meu braço com força.

— É o Sr. Hyun Choi... — murmurou, quase inaudível. Sua voz carregava um misto de surpresa e medo.

Virei-me para ela, confusa com sua reação.

— E daí?

— E daí? — Sophie me olhou como se eu tivesse perdido o juízo. — Ele já escolheu quem vai trabalhar na Choi’s, Hanna! O resultado deve sair a qualquer momento, e... — Ela engoliu em seco. — Será que isso vai influenciar?

Eu não sabia o que dizer. Parte de mim queria garantir que aquilo não mudaria nada, mas outra parte, aquela que ainda sentia o olhar intenso dele, sabia que nossa interação não seria esquecida tão facilmente.

Sophie respirou fundo, tentando manter a calma.

— Só... cuidado, Hanna. Ele não é alguém com quem se pode brincar.

Balancei a cabeça, mas não disse nada. No fundo, uma sensação inquietante me dizia que esse encontro ainda teria desdobramentos inesperados.

Após aquela tensão toda acabar , me esqueci dos modos de uma dama e comecei a tomar um licor adocicado que a Ivy nos trouxe , aquilo estava estranhamente bom , bebemos um copo , dois , e no terceiro estava me achando esquisita demais , estava leve como uma pluma e tudo era engraçado naquele lugar .

Ate que comecei a ouvir aquela voz novamente miito próximo a mim , não pode ser ...

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