Ao sair da empresa, notei que os corredores e o pátio estavam quase desertos. A maioria dos funcionários já havia partido, e o silêncio da noite começava a tomar conta do ambiente. O vento fresco da noite sussurrava através das árvores, balançando suavemente as folhas sob a luz amarelada dos postes de gás. Por um momento, hesitei ao passar pela entrada principal, dando uma última olhada em direção ao gabinete do senhor Hyun. Mas ele não estava mais lá.Respirei fundo, ajustando o tecido do meu vestido antes de seguir em direção à carruagem que me aguardava. A carruagem me levaria ao centro da cidade, onde eu buscaria minha montaria na oficina. O senhor Wicks, o responsável pela manutenção do meu cavalo, sempre fazia questão de manter tudo em perfeito estado. Confiante de que tudo estaria em ordem, minha preocupação diminuiu, e caminhei em direção à saída. Contudo, antes que eu pudesse seguir adiante, um grito ecoou pelo pátio quase vazio, fazendo-me sobressaltar.- Hanna !Virei-me ra
Cheguei em casa mais cedo do que o esperado, mesmo após uma breve passagem pela oficina. Ao atravessar a rua e enfim chegar em casa, sentia uma mistura de alívio e cansaço. O dia fora exaustivo, mas, ao menos, o primeiro passo em minha nova posição estava dado. Ainda assim, algo me incomodava: precisava contar a Ivy sobre meu novo trabalho e como isso alteraria nossa rotina. Na confeitaria onde trabalhava antes, meus horários eram mais flexíveis, mas agora, na Companhia Choi, precisaria de ordem e silêncio para estudar os materiais que o senhor Gustavo havia me recomendado , mas pelo menos chegaria mais cedo que quando estava trabalhando meio período no café.Assim que destranquei a porta e entrei na sala, fui recebida por uma cena tão inesperada que deixei cair minha bolsa no chão e precisei cobrir os olhos.— Ahhhh! Mas o que está acontecendo aqui?! — exclamei, em estado de choque.À minha frente, Ivy estava completamente nua, com o cabelo desgrenhado e as bochechas coradas, enquant
O café estava quieto e acolhedor, com poucas pessoas ao redor, mas a tensão no ar era palpável. Ryan e eu estávamos sentados em uma mesa próxima à janela, enquanto o calor da manhã ainda nos envolvia. O aroma do café fresco e do pão quentinho fazia o lugar se sentir como um abrigo seguro, mas eu não conseguia deixar de me sentir incomodada com o que tinha visto em casa.Ryan parecia mais relaxado do que nunca, mas eu, por outro lado, estava com a cabeça cheia de preocupações, principalmente sobre Ivy.— Ryan, sério... o que você vê naquela garota? — perguntei, tentando não soar mais nervosa do que realmente estava, gosto da Ivy , ela que me acolheu quando eu precisei de um lugar na cidade para morar , mais o comportamento dela , era totalmente inapropriado. — Você sabe como ela se comporta... E não estou falando só de hoje, você sabe o que quero dizer. A Ivy não tem o mínimo de decência. Ela se envolve com os cavalheiros sem o menor pudor. Não é assim que uma dama se comporta, e você
Ainda confusa com a situação toda ,Levantei-me quase que pedindo socorro , as bochechas coradas e suando frio . Ajeitando a saia desengonçada e com un olhar de desespero. -Então Sr. Choi , como eu ia falar ...Ele me interrompeu colocando o dedo levemente nos meus lábios. O que estava acontecendo naquele momento ? O meu coração acelerou freneticamente, a respiração começou a vacilar , por qual motivo ele estava tão próximo a mim ?Ele percebeu o meu desconcerto e deu um passo para trás .-Vamos Senhorita Young .-Mas ... o Sr. Wicks está me aguardando. Ele continuou caminhando enquanto eu ia atrás dele , sem conseguir alcançá-lo. Quando ele finalmente saiu do café, ele fez um gesto para eu entrar na carruagem luxuosa dele ..-Mas Sr. CHOI como falei ... Olhei de um lado para o outro procurando o Sr. Wicks , mais cadê ele , Ah não o Ryan não fez isso comigo ! Como ele me deixou aqui nesta situação. -Entre Srta. Young . -Ele falou num tom firme , o meu coração já estava tão a
Assim que descemos da carruagem, senti o frio do chão molhado sob meus pés. Havia acabado de chover, e o piso de pedra diante da entrada da Choi’s estava escorregadio. Eu dei um passo cuidadoso, mas, como sempre, a vida resolveu brincar comigo.Meu salto deslizou, e tudo aconteceu rápido demais. Antes que eu pudesse reagir, senti os braços do Sr. Choi me segurarem pela cintura, tentando me impedir de cair. O problema foi que, no processo, ele também perdeu o equilíbrio.— Ai! — exclamei, ao sentir meu corpo tombar sobre o dele, que agora estava estirado no chão com uma expressão entre o choque e a diversão.Tentei me levantar de imediato, completamente mortificada, mas escorreguei novamente, caindo mais uma vez sobre ele.— Você sempre arruma um jeito de cair sobre mim, não é, Srta. Young? — ele comentou com um sorriso travesso, referindo-se ao nosso primeiro encontro desajeitado na Lincoln Academy, quando eu cai da escada bem em cima dele.Meu rosto pegou fogo. Eu mal sabia onde enfi
O restante do dia foi mais tranquilo. Entre novos aprendizados e risadas gostosas, fui me adaptando ao ambiente e aos colegas de trabalho. Todos eram gentis e atenciosos, o que tornava aquele novo ciclo da minha vida bem mais leve.Ao final do expediente, despedi-me de todos e caminhei em direção à saída. Sophie veio rapidamente ao meu encontro e agarrou-se a mim daquele jeito tão característico dela. Andamos juntas pelos corredores de pedras escuras até o enorme portão da Chois. Lá fora, algumas carruagens já aguardavam seus respectivos donos. Olhei de um lado para o outro até avistar a minha, com o Sr. Wicks acenando. Acelerei o passo naquela direção, quando vi Ryan colocando a cabeça para fora e acenando com um sorriso impossível de ignorar. Corri para a carruagem e, assim que entrei, abracei-o.— Você não tem juízo, Ryan!Acenei para Sophie pela janela. Ela já estava entrando em sua carruagem.— Até logo, meu bem! — disse ela, mandando beijos e fazendo uma reverência teatral. Não
— Sr. Choi? O que…?Falei mais alto do que queria e levei a mão à boca para me impedir de soltar qualquer besteira. Mas como poderia me controlar? O que, exatamente, ele fazia no meu jardim?O Sr. Choi. Meu chefe. O homem que me beijou naquela festa aleatória, depois de um encontro inusitado naquela manhã – eu caindo sobre ele na Lincoln Academy e ele sendo absurdamente debochado. Depois, a carona inesperada até o café… Que loucura. Meu coração acelerou, e senti um arrepio percorrer minha pele.Ele levou o dedo aos lábios e fez um "shhh", sinalizando para que eu ficasse em silêncio, antes de apontar para que eu descesse até ele.Eu só podia estar sonhando. Isso não podia ser real. A brisa fria tocava meu rosto, balançando meus cabelos soltos, enquanto ele se aproximava lentamente, carregando uma escada.Ele só podia estar maluco.Sem pensar muito, joguei as pernas para fora da janela e comecei a descer. Cada degrau aumentava o frio no meu estômago. Será que eu realmente estava fazendo
— Hanna! — Ele disse com a voz quase falhando. Forçou uma tosse, como se tentasse falar algo, mas estivesse se segurando para calar-se.— Sim, Sr. Choi… — respondi, sentindo um frio na barriga. Seu tom de voz era diferente, quase hesitante, o que não combinava em nada com o magnata confiante e meticuloso que eu conhecia.A luz do luar ainda iluminava a pequena clareira onde ele havia preparado aquele piquenique inesperado. O aroma suave das flores silvestres misturava-se ao cheiro da terra úmida. O clima estava ameno, e o céu limpo deixava visíveis milhões de estrelas, como se a própria natureza estivesse conspirando a favor daquele momento.O Sr. Choi passou a mão pelos cabelos escuros, visivelmente incomodado. Ele não me encarava diretamente, mas eu sentia sua inquietação. Meu coração acelerou. Seria algo sobre meu trabalho? Alguma crítica? Talvez tivesse se arrependido desse encontro?Ele respirou fundo antes de continuar.— Eu… nunca fiz isso antes — disse, apertando o nó da grava