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Capítulo 5- "Sob o Efeito do Licor e do Destino"

Aquela voz grave e profunda me fez estremecer da cabeça aos pés. Olhei lentamente para o audaz cavalheiro à minha frente, que parecia estar convencido demais, acusando-me de estar procurando por ele? Ora, na verdade, estava, mas ele não deveria ter a audácia de perceber isso.

Quando meus olhos se encontraram com os dele, quase duvidei de meus próprios sentidos.

— Senhor Hyun Choi?

— Olá outra vez, senhorita desastrada.

Que impertinente! Ele estava a me seguir? Seria o destino que o colocava em meu caminho? Não sabia, mas uma vontade repentina de me levantar e fugir dele tomou conta de mim. Contudo, a quantidade de licor em meu sistema só me fez soltar uma gargalhada diante do "Oláoutra vez , senhorita desastrada". Dei-lhe um leve empurrão no ombro e, pela primeira vez, vi seu sorriso completo, tão encantador, tão perfeito... Ah, licor.

Ele ficou ali, observando-me com um olhar travesso, mordendo o lábio. De repente, tive a irresistível vontade de morder aquele lábio. Será que o licor estava me afetando mais do que imaginava?

— Então, a senhorita está a consumir o quê? — perguntou ele, com um sorriso de lado.

— Licor — respondi, e gargalhei, sentindo o efeito da bebida.

Ele sorriu ainda mais, mas não sabia se sorria de mim ou comigo. Seja como for, eu estava gostando dessa atmosfera descontraída.

Nesse momento, a Sophie se aproximou, espantada.

— Senhor Hyun Choi? O que faz aqui, se me permite perguntar? digo , porque vi o senhor indo embora.

Ele olhou para ela, um tanto confuso.

— Quero dizer, o senhor pode estar onde desejar, mas...

Ele interrompeu, com um sorriso malicioso, antes que ela se perdesse em suas palavras.

— Mesmo um CEO tem o direito de se divertir, senhorita.

Todos sorrimos ao mesmo tempo.

---

Como era de se esperar, Ivy abandonou o grupo de damas com quem conversava e se aproximou rapidamente de nós, o olhar carregado de curiosidade e um certo brilho que só ela tinha.

Sophie lançou-me um olhar exasperado antes de revirar os olhos.

— Não vão me apresentar o distinto cavalheiro?

— Hyun Choi, ao seu dispor — respondeu ele com uma leve inclinação de cabeça, mantendo a etiqueta impecável.

— Ivy, sua criada — retrucou ela, e sem cerimônia depositou um beijo breve, porém ousado, em sua bochecha. Não consegui evitar que meus olhos se cruzassem com os de Sophie, refletindo o mesmo julgamento silencioso.

— Hyun Choi, das renomadas Indústrias Choi? — perguntou Ivy, a voz transbordando de um interesse que não era apenas cortesia.

Ele assentiu educadamente, mas era impossível não notar o suspiro discreto de enfado que acompanhou o gesto. A menção às Indústrias Choi parecia ser uma constante em suas apresentações, e pela expressão dele, já era algo que o incomodava.

Ivy, no entanto, não se intimidou. Continuou a lançar perguntas e tecer comentários, usando toda sua graça e charme. Ela era uma mulher de beleza notável, com olhos de um verde que parecia prometer mundos inteiros, e não duvidei que pudesse atrair a atenção de qualquer cavalheiro que desejasse.

Mas, para minha surpresa, Hyun ignorou seus avanços. Com um movimento decidido, ele segurou meu braço e me conduziu até o salão de dança.

— Senhorita, permita-me roubá-la por um momento.

Eu hesitei, mas a força gentil com que ele me guiou foi o suficiente para me fazer obedecer. O calor do salão e o som da orquestra enchiam o ar, e embora eu houvesse me permitido uma taça de champanhe ou duas, logo percebi que fora um erro. O mundo girava ligeiramente, e o toque de Hyun em meu braço era a única coisa me mantendo estável.

Começamos a dançar ao som da valsa que preenchia o salão com uma harmonia etérea. Eu não conseguia parar de sorrir, o que certamente era culpa do vinho espumante que havia tomado mais cedo. Mas havia algo mais. Era a forma como ele conduzia a dança, como se estivéssemos em perfeita sintonia, deslizando pelo chão polido com uma leveza que parecia tirar-nos do mundo real.

Era inacreditável. Eu, Hanna, filha de um modesto cavalheiro rural, dançando com o renomado Senhor Hyun Choi, que todos diziam ser reservado e distante. Mas ali, sob as luzes suaves dos candelabros e envoltos pelo murmúrio do salão, ele parecia tão próximo, tão humano. A conexão que sentíamos parecia um segredo apenas nosso, algo que até o tempo se esquecia de testemunhar.

Meus olhos se fixaram em seus lábios por um instante, perfeitamente delineados, e senti uma ousadia que nunca me reconheceria sóbria.

— Senhor Hyun, acho que desejo... beijá-lo — sussurrei, o rubor subindo ao meu rosto antes mesmo de terminar. Assim que as palavras escaparam, percebi o quanto eram impróprias, e desejei ter tido a sensatez de guardá-las para mim.

O sorriso em seus lábios desapareceu, mas seus olhos suavizaram. Ele parou de dançar por um momento e inclinou-se ligeiramente para mim. Sua mão, quente e firme, subiu até meu rosto, afastando com cuidado uma mecha de cabelo que havia se soltado.

— Hanna — ele murmurou, como se meu nome fosse algo precioso a ser dito em segredo. Então, com uma delicadeza que fez meu coração disparar, ele aproximou seu rosto do meu. Quando seus lábios tocaram os meus, tudo ao nosso redor pareceu desaparecer.

O beijo era terno e doce, como se cada segundo fosse um novo aprendizado. Eu podia sentir a suavidade de sua respiração e o calor que emanava de sua presença. O perfume dele era inebriante — uma mistura de cedro e especiarias que parecia envolver minha mente, gravando-se para sempre na memória.

Enquanto sua mão descansava em minha nuca com um toque gentil, o mundo ao nosso redor parecia vibrar em um ritmo só nosso. O salão, as pessoas, a música — tudo se tornara um borrão distante. E, por um momento, permiti-me acreditar que aquilo era eterno.

Foi então que um toque abrupto, um empurrão inesperado, me arrancou daquele instante mágico. Ainda atordoada, levei um momento para perceber que o mundo ao nosso redor tinha voltado a existir, com toda a sua intensidade.

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