Carolina SmithQuando meus olhos se abriram, a luz do sol já invadia o quarto, iluminando tudo com suavidade. Por um momento, esqueci onde estava. O aroma sutil de lençóis limpos e um ambiente aconchegante não era algo com que eu estava acostumada. Pisquei, tentando lembrar os eventos da noite anterior. Então tudo voltou como um turbilhão.O homem, o susto, a fuga... e Louis.Olhei para o lado, mas a cama estava vazia. Os lençóis amassados indicavam que ele havia dormido ali, mas agora não havia sinal dele. Sentei-me, ajustando a camisa larga que ele havia me dado para vestir. Ela tinha o cheiro dele, um misto de colônia amadeirada e algo puramente masculino, que me trazia uma estranha sensação de conforto.Levei alguns segundos para criar coragem de sair do quarto. Afinal, era a casa dele, um lugar imponente e completamente desconhecido para mim. Mas a curiosidade e a vontade de vê-lo me fizeram levantar.Descalça, desci as escadas devagar, meus pés tocando o piso frio enquanto tenta
Carolina SmithO som das teclas do meu notebook ecoava pelo quarto pequeno e silencioso do dormitório. Eu estava imersa em um trabalho sobre comportamento organizacional para minha aula de administração. A concentração era minha única companhia naquele momento, e, por mais que eu estivesse progredindo, o cansaço começava a pesar. Decidi fazer uma pausa. Levantei, peguei uma garrafa de água e, quando voltei para a cama, me permiti abrir o navegador e olhar as notícias. Era algo que eu raramente fazia, mas, de vez em quando, gostava de me atualizar. Rolei a página inicial do site, passando os olhos por manchetes sobre política, celebridades e esportes. Nada muito interessante. Até que uma manchete específica chamou minha atenção: "Traficante local é encontrado morto de forma brutal em lixeira."A manchete, por si só, já era perturbadora, mas o que realmente me congelou foi a foto ao lado do texto. Meu coração disparou, e senti o sangue gelar nas minhas veias. Era ele. O homem que
Louis BeaumontEstava sentado à mesa da minha sala, a vista panorâmica de Paris à minha frente. Mas, naquele momento, nem as luzes da cidade podiam acalmar o turbilhão dentro de mim. A ligação de Carolina ainda ecoava na minha mente. Eu sabia que o dia em que ela descobriria a verdade poderia chegar, mas nunca imaginei que seria tão cedo. E agora, ela estava desconfiada. Talvez até com medo. Não deveria ter sido tão impulsivo. Sempre fui calculista, cada passo meticulosamente planejado. Mas quando se tratava de Carolina, algo em mim mudava. Ela mexia com minhas certezas, quebrava a armadura que construí ao longo dos anos. Quando soube do que aquele miserável havia feito, algo dentro de mim explodiu. Eu o matei com minhas próprias mãos. E, sim, tive prazer em fazer isso. Tive prazer em arrancar cada grito dele, em mostrar que ninguém tocava o que era meu. Mas ao agir assim, deixei rastros. Rastejei até o meu pior erro: subestimar o impacto disso sobre Carolina. Ela havia ligado os
Louis BeaumontO campus estava quieto, com poucas pessoas circulando sob a luz fraca dos postes. Carolina estava do lado de fora, braços cruzados, o semblante carregado de uma seriedade que eu nunca havia visto nela antes. Assim que me viu, caminhou até o carro sem hesitar e entrou, batendo a porta com força. A tensão no ar era insuportável, cortante, como se algo prestes a explodir estivesse sendo contido à força. Antes que eu pudesse falar, ela ergueu a mão, me interrompendo. — Não. Antes que você diga qualquer coisa, eu vou falar. — A voz dela era firme, quase fria. — Até quando você achou que poderia manter sua maldita mentira, Louis? Meus olhos se estreitaram. Meu coração deu um salto no peito. — Do que você está falando? Ela riu, mas a risada era amarga, cheia de mágoa e ironia. — Do que eu estou falando? — Seus olhos brilharam com lágrimas acumuladas, mas sua expressão era de puro desgosto. — Não se faça de idiota, Louis. Eu descobri. Tudo. Você é um patético! Um mentir
Carolina SmithAcordei com uma dor insuportável na cabeça, uma consequência da enxurrada de lágrimas que derramei na noite anterior. Os olhos ardiam, pesados, como se tivessem carregado o peso do mundo. Me virei na cama, abraçando o travesseiro que ainda trazia o perfume suave do meu condicionador. O vazio no peito era pior que a dor física.Louis Beaumont.O nome dele ecoava na minha mente como um refrão repetitivo e doloroso. Eu estava decepcionada, magoada, mas, acima de tudo, triste. Triste por ter que me afastar de alguém que me fazia sentir tantas coisas ao mesmo tempo. Triste por perceber que tudo o que vivemos – cada sorriso, toque, palavra trocada – agora parecia uma mentira cuidadosamente construída.Fechei os olhos, tentando bloquear as memórias, mas elas vinham como uma avalanche. O jeito como ele me olhava, como se eu fosse a única pessoa no mundo que importava. O som da risada dele, algo tão raro, mas que fazia meu coração acelerar. A forma como ele parecia tão invencíve
Louis BeaumontJá se passaram duas semanas desde que Carolina e eu nos afastamos, e, sinceramente, parecia que o tempo estava se arrastando. Durante todo esse período, eu me concentrei no trabalho, nas operações e na captura de Jacques, tentando me manter ocupado e não pensar em tudo o que tinha perdido. Mas, mesmo com tantos afazeres, não consegui evitar os momentos em que o vazio dela me atingia, como uma onda de frio que invadia meu peito, me lembrando que ela não estava mais por perto.Eu estava na minha sala, resolvendo as últimas questões sobre a captura de três homens ligados a Jacques, quando, de repente, ouvi uma leve gritaria do lado de fora. Era uma conversa alterada, mas não consegui entender as palavras. Fiquei alguns segundos imerso nos papéis sobre a mesa, tentando ignorar o som, mas a irritação foi crescendo. Sabia que, com todos os problemas em mãos, nada poderia interromper minha concentração agora.Levantei-me e fui até a porta. Ao abrir, vi minha secretária, com a
Carolina SmithO frio da sala parecia penetrar em meus ossos. Eu estava sentada em um canto, abraçando meus joelhos para tentar conservar o pouco de calor que ainda restava em mim. A escuridão ao meu redor era opressiva, tão intensa que meus olhos nunca se acostumavam completamente. Já fazia dois dias — pelo menos, era o que eu achava — desde que fui trazida para cá. Dois dias de medo, incerteza e lágrimas.Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e minha garganta doía de gritar por ajuda sem receber nenhuma resposta. Quem quer que tenha me colocado aqui não fez questão de revelar suas intenções. Nenhuma palavra, nenhum rosto. Apenas uma porta pesada que se abria uma vez ao dia para que uma bandeja com comida simples e duas garrafas de água fossem empurradas para dentro. Não havia como saber quem estava do outro lado. Eu já havia tentado perguntar, implorar e até ameaçar, mas sempre era recebida com o mesmo silêncio.Meus pensamentos eram um caos. A cada minuto que passava, minha
Louis BeaumontO relógio marcava quase três da manhã. O silêncio da madrugada em Paris parecia pesado, quase sufocante, enquanto eu, Ryan e o restante da equipe nos preparávamos para a missão. Havíamos localizado o celular de Carolina em um armazém abandonado nos arredores da cidade. Era nossa primeira pista concreta, e o tempo estava contra nós. Cada segundo contava, e cada segundo que ela passava desaparecida me deixava mais perto da loucura.Ryan estava ao meu lado, revisando o mapa do armazém e instruindo os soldados sobre as rotas de entrada e saída. Seu rosto estava tenso, refletindo a seriedade da situação. Eu sabia que ele estava tão determinado quanto eu, mas minha mente não conseguia se desligar de Carolina. A imagem dela, sozinha, com medo, talvez machucada, não me deixava pensar em mais nada.— Louis, temos que ser rápidos. Se esse local foi identificado, eles podem já ter saído. — A voz de Ryan me trouxe de volta ao presente.— Eu sei. Vamos acabar com isso. — Minha voz s