O Magnata Apaixonado
O Magnata Apaixonado
Por: Clara Moreira
Capítulo 1
Mansão da família Fagundes.

- Solange, você não pode ser tão egoísta! Se casar com o Sr. Marcos é uma honra para você! Com que direito você recusa?

Murilo Fagundes jogou os talheres na mesa com força, repreendendo severamente a garota à sua frente, que mantinha os olhos baixos e permanecia em silêncio.

A família Fagundes era uma nobreza de terceira classe na cidade S, que já teve seu período de glória, mas depois entrou em declínio.

Agora estavam à beira da falência.

Recentemente, ao ouvir que o Sr. Aragão estava procurando uma noiva para seu neto doente, Marcos, Murilo imediatamente teve uma ideia.

A família Aragão era a principal potência financeira da cidade S; se conseguissem se aliar a eles, a família Fagundes certamente se reergueria!

A ampla sala de jantar estava em completo silêncio.

Solange colocou os talheres na mesa e olhou diretamente com seus olhos límpidos para Murilo.

Parecia que ela podia ver através da ganância e das ambições em seu coração.

- Por que eu? Por que não a Stéphanie?

Assim que disse isso, as expressões de todos à mesa ficaram tensas.

O rosto de Murilo mostrou um momento de constrangimento.

- Sua... Sua irmã não está bem de saúde, como ela poderia fazer alguém feliz!

A mãe, Sarah, interveio:

- A Stéphanie já está prometida à família Reis, agora só você pode ajudar a família.

- Irmã, me desculpe, é tudo culpa minha. Culpe a mim, o papai e a mamãe só estão pensando em mim. - Os olhos de Stéphanie se encheram de lágrimas, seu olhar lamentável fez com que seus pais sentissem pena.

Solange deu um sorriso amargo, seus cílios longos tremendo, projetando uma sombra sob suas pálpebras.

Seu rosto branco e delicado era tão bonito que parecia irreal.

Stéphanie olhou para o rosto de Solange, e a inveja em seu coração quase transbordou.

Apesar de viver tantos anos em um lugar imundo como o campo, o rosto de Solange era mais suave e branco do que o dela, que sempre se cuidava meticulosamente.

Visto de longe, parecia uma boneca de porcelana perfeita em uma vitrine.

Perfeita, sem a menor imperfeição.

De repente, algo lhe ocorreu, e o franzido em sua testa desapareceu.

De que adiantava ser tão bonita? Em poucos dias, ela se casaria com a família Aragão.

Todo mundo na cidade S sabia que o Sr. Marcos estava acamado, pendurado entre a vida e a morte.

Diziam que Marcos tinha um temperamento sombrio e distante, com um gênio violento; ninguém que o contrariasse tinha um bom fim.

"A Solange, se casando com ele, quem sabe como ela morreria."

Com esse pensamento, o humor de Stéphanie melhorou.

- Irmã, nossa família está à beira da falência, só uma aliança com a família Aragão pode nos salvar.

Os olhos de Solange brilharam com uma pitada de sarcasmo.

- Então eu devo sacrificar a mim mesma para salvar vocês?

Esses eram os pais biológicos que ela esperou dezenove anos para conhecer.

Gananciosos e egoístas.

Sacrificar a felicidade de sua própria filha para obter benefícios.

Solange desapareceu quando tinha um ano e só foi encontrada há um mês.

Durante esses dezenove anos, ela inúmeras vezes fantasiou sobre como seriam seus pais biológicos.

Ela pensou que eles a amariam como os pais das notícias que adoravam seus filhos, mas quando voltou, descobriu que... Que pouco depois de seu desaparecimento, eles adotaram uma menina de um orfanato.

Essa menina era Stéphanie.

Dezenove anos depois, Stéphanie havia substituído completamente Solange no seio da família Fagundes.

Pais, irmão mais velho, noivo...

Sem exceção.

Sarah abriu os lábios para falar, mas foi interrompida pela voz clara e melodiosa de Solange.

- Eu aceito.

- De verdade? - Os olhos de Murilo brilharam e a raiva em seu rosto desapareceu instantaneamente, olhando para Solange com mais satisfação. - Que bom que você entendeu, a família Aragão certamente não vai te tratar mal.

Sarah também olhou para Solange com satisfação.

Os cantos dos lábios de Stéphanie se curvaram, exibindo um sorriso malicioso e sem disfarçar sua alegria com a desgraça alheia.

Solange captou a expressão de todos, e a última esperança em seu coração em relação à família desapareceu por completo.

Um sentimento de amargura surgiu em seu peito, uma emoção que Solange nunca tinha sentido antes.

Ela respirou fundo, reprimindo a tristeza.

- Eu ainda não terminei. Estou disposta a me casar com a família Aragão, mas vocês têm que aceitar uma condição.

O sorriso no rosto de Murilo desbotou, ele repreendeu em voz baixa:

- Se casar com a família Aragão é uma bênção para você, não seja tão exigente!

Ele parecia desconfortável, olhando com olhos críticos para Solange.

Crescida no campo, ela realmente não tinha classe.

Comparada com a meticulosamente criada Stéphanie, era como céu e terra.

Solange riu friamente por dentro.

Ouviu dizer que o Sr. Marcos estava gravemente doente e provavelmente não viveria muito tempo, se casar com a família Aragão significava que logo ficaria viúva.

E seu pai biológico disse que isso era uma bênção.

Que ironia?

Murilo franziu a testa.

- Qual é a condição?

Sarah e Stéphanie também franziram a testa, olhando com descontentamento para Solange, seus olhos cheios de aversão.

Solange fingiu não ver suas expressões e continuou.

- Depois que conseguirem o financiamento da família Aragão, eu vou cortar relações com vocês, e daí em diante, não teremos mais nada a ver uns com os outros.

Um som alto.

O barulho de um copo quebrando ressoou na mansão, claro e estridente.

Murilo explodiu de raiva, dando um tapa no rosto de Solange.

- Diga isso de novo! Sua ingrata! Se soubesse, nem teria te deixado nascer!

Cortar relações?

Como Solange ousava dizer isso!

Sarah também estava furiosa.

- Solange, peça desculpas ao seu pai agora!

Solange, de porte já pequeno, foi derrubada no chão pela força do tapa de Murilo.

Seu rosto ardia de dor, e o sangue subiu pela garganta, escorrendo pelos lábios.

Ela levantou a mão para limpar, e sua palma ficou instantaneamente manchada de sangue.

Ela soltou uma risada irônica.

- Vou para a família Aragão como retribuição pelo favor de me terem dado a vida. A partir de agora, não terei mais nenhum vínculo com a família Fagundes!

- Que absurdo!

Murilo olhou furiosamente para Solange, seus olhos cheios de raiva, como se quisesse perfurá-la com o olhar!

- Você faz parte da família Fagundes, ajudar a família a superar dificuldades é sua responsabilidade! Tudo o que você come, veste e usa, cada coisa veio da família Fagundes!

Murilo estava tomado pela ira, achando que um tapa era pouco.

Solange se levantou do chão, e com sarcasmo disse:

- As roupas que eu visto foram compradas pelo professor, uso coisas trazidas da montanha, e moro no quarto de despejo da Stéphanie... Vocês me deram a vida, mas não foram vocês que me criaram. Eu nunca estive em dívida com vocês.

O olhar de Solange percorreu os lustres de cristal caros e as valiosas coleções na mansão...

Este era seu lar!

Mas ela não sentia nenhum calor ali.

Murilo olhou para a expressão resoluta de Solange, e a raiva em seu coração só aumentava.

Ele riu friamente, apontando para Solange com despeito:

- Muito bem! Eu te concedo isso. Espero que você não se arrependa!

Famílias nobres como a família Aragão valorizavam muito o status social.

Sem o apoio de uma família de origem sólida, era impossível sobreviver em uma família assim.

Murilo deu uma risada sarcástica e pegou o telefone para ligar para o advogado.

Logo, o advogado trouxe um documento de rompimento de relações.

Nele, estava especialmente enfatizado que Solange voluntariamente cortava todos os laços com a família Fagundes e renunciava ao direito de herança dos bens da família Fagundes.
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