Capítulo 7
Durante esses anos, o Sr. Aragão visitou muitos médicos famosos para tratar sua doença, mas nunca houve a menor melhora.

Com o tempo, ele gradualmente perdeu a esperança de continuar vivendo.

Solange se casar com ele poderia trazer alguma proteção temporária, mas depois que ele morresse?

Quando ele morresse... O que aconteceria com Solange?

Solange com um sorriso brincalhão olhou para ele.

- Já pegamos a certidão de casamento, então vamos nos ajeitar e seguir em frente!

Afinal, ela já estava sem lar agora.

Se Valentino soubesse que ela tinha fugido e ainda estava sofrendo tanto na família Fagundes, certamente ficaria muito bravo!

Leonardo notou os frascos de porcelana espalhados no chão e rapidamente se abaixou para pegá-los e examiná-los.

Com o consentimento de Solange, ele abriu as tampas e cheirou, seu rosto mudou instantaneamente.

Marcos notou a mudança de expressão dele e perguntou seriamente:

- O que foi? Tem algo errado com esses remédios?

"A Solange é ingênua, será que foi enganada?"

Durante todos esses anos, o Sr. Aragão procurou inúmeros especialistas em medicina e curandeiros para tratar sua doença, mas ninguém jamais descobriu que ele estava envenenado.

Solange, uma garota de apenas vinte anos, não podia ser mais habilidosa do que aqueles especialistas com décadas de experiência, certo?

Só de pensar que a jovem poderia ter sido enganada, o rosto de Marcos ficou ainda mais sombrio, e um olhar frio apareceu em seus olhos escuros.

Leonardo abriu outro frasco e cheirou novamente, excitado:

- Sr. Marcos, isso é Primavera Saudável!

Havia cinco pílulas no pequeno frasco de porcelana! Cinco!

Leonardo estava tão chocado que não conseguia falar.

Até mesmo no rosto geralmente calmo e controlado de Marcos apareceu um olhar de surpresa.

Primavera Saudável, como o nome sugeria, podia fazer árvores mortas florescerem novamente.

Era um excelente antídoto, capaz de neutralizar todos os venenos e prolongar a vida.

Diziam que essa droga foi desenvolvida pelo professor de medicina, Marcelo, para curar o veneno no corpo de um de seus aluno, e tinha um efeito desintoxicante excelente.

- A Primavera Saudável é inestimável no mercado. Muitas pessoas não conseguem comprar mesmo tendo dinheiro. Leonardo, você não pode estar enganado, né? - Marcos olhou desconfiado para Leonardo.

Não se podia culpar Marcos por ser cético.

Mesmo famílias de alto nível como a família Aragão não conseguiam comprar a Primavera Saudável, o que provava o quão rara era essa droga.

A última vez que Marcos viu a Primavera Saudável foi em um leilão, seis meses atrás.

Aquela Primavera Saudável foi arrematada por trinta milhões pela família Aragão, para desintoxicar o corpo de Marcos.

Mas, infelizmente, a Primavera Saudável só teve efeito de supressão no veneno no corpo de Marcos, sem poder curá-lo completamente.

Marcos pegou o frasco de Solange das mãos do mordomo, com uma expressão complexa.

Durante esses anos, a família Aragão sempre esteve procurando pelo professor de medicina Marcelo e pela Primavera Saudável.

Mesmo que a Primavera Saudável não pudesse curar completamente Marcos, seria bom poder suprimir o veneno em seu corpo.

Leonardo balançou a cabeça, afirmando com certeza:

- Não há engano, essa é definitivamente a Primavera Saudável. A Primavera Saudável tem um aroma frutado especial, eu lembro bem desse cheiro.

Marcos pegou o frasco de porcelana e cheirou. Um aroma familiar e sutil entrou em suas narinas, ele levantou os olhos inconscientemente e olhou para Solange.

Solange, ouvindo os dois discutirem sobre o quão valiosa era a Primavera Saudável, coçou a cabeça, confusa.

Ela tinha feito isso casualmente, realmente era tão valioso assim?

No mercado, havia poucas porque ela era muito preguiçosa e não queria se dar ao trabalho de fazê-las.

Além disso, Valentino, que a ajudou a vender os medicamentos, esteve ocupado nos últimos seis meses lidando com negócios internacionais da empresa, sem tempo para subir a montanha e encontrá-la, então não era de se estranhar que não conseguissem comprar!

Solange soltou um leve suspiro, seu rosto exibindo um ar de orgulho.

Ela levantou os olhos e de repente viu o rosto ampliado de Marcos bem à sua frente.

Os cílios de Solange tremeram levemente e seu olhar pousou nos lábios frios e finos dele.

Rapidamente, ela se aproximou e lhe deu um beijo.

Depois de se afastar, ainda lambeu os lábios, saboreando o momento.

Marcos, que só queria sentir o cheiro frutado dela, ficou um pouco atordoado.

Leonardo, forçado a assistir à demonstração de afeto, parecia constrangido.

O mordomo, vendo Marcos paralisado e seu rosto normalmente impassível mostrando rachaduras, riu sem jeito.

Quem diria que o Sr. Marcos, sempre indiferente às mulheres, teria um momento desses?

Não, ele precisava contar essa boa notícia ao Sr. Aragão imediatamente!

Marcos ficou imóvel, seus olhos negros parecendo tingidos de tinta escura, transmitindo uma sensação de perigo indescritível.

Solange, ao encarar aqueles olhos frios e profundos, instintivamente encolheu o pescoço.

- Marido...

Marcos de repente voltou à realidade e rapidamente se afastou.

Vendo a expressão confusa de Solange, Marcos se irritou consigo mesmo.

Ele não podia acreditar que tinha sido tão facilmente perturbado por uma mulher...

Ao longo dos anos, muitas pessoas tentaram se aproximar dele, tentando subir em sua cama, mas todas elas apenas lhe causavam repulsa e aversão.

Mas com Solange, ele não sentia nenhuma dessas coisas, ao contrário, uma sensação estranha e incomum parecia crescer lentamente dentro dele.

Marcos achou que estava enfeitiçado.

Caso contrário, como ele poderia permitir que essa garota se aproveitasse dele repetidamente?

Ele fez uma expressão séria, de rosto fechado, e advertiu Solange em um tom severo:

- Solange, no futuro, não me beije nem me toque.

O mordomo, que estava prestes a ir ao escritório procurar o Sr. Aragão, parou de repente, olhando para Marcos com uma expressão de desapontamento.

"Sr. Marcos, você sabe o quão difícil é conseguir uma esposa hoje em dia? A senhora não se incomoda com você e você ainda a proíbe de se aproximar?"

Realmente, não sabia valorizar o que tinha!

Solange inclinou a cabeça, suspirando de forma lamentável.

- Por quê? Você é meu marido! Somos legalmente casados, não é natural que eu beije meu marido?

Marcos respondeu:

- Mesmo assim, não pode! Nós nos casamos por acordo, sem base emocional.

- Justamente porque não temos, precisamos cultivar isso. Um velho senhor me disse que o contato físico e os beijos são os melhores atalhos para promover o afeto.

Marcos ficou sem palavras.

O mordomo bateu palmas com entusiasmo e disse:

- Bem dito! Senhora, você está absolutamente certa! Casais precisam de mais contato para promover o afeto. - Ele se aproximou de Solange e sussurrou. - Senhora, não fique triste, nosso Sr. Marcos é apenas tímido.

Marcos olhou furioso para o mordomo, suas orelhas ligeiramente ruborizadas.

- Leonardo! Não a ensine coisas erradas.

Leonardo coçou o nariz com um sorriso constrangido e, em seguida, se defendeu com firmeza:

- Sr. Marcos, estou apenas dizendo a verdade!

Com o olhar zombeteiro do mordomo, as orelhas de Marcos ficaram ainda mais vermelhas.

Ele manteve uma expressão séria, o rosto aparentando frieza e profundidade, mas na verdade estava lutando para não deixar seu rosto mostrar qualquer rachadura.

Leonardo, sabendo a hora de parar, rapidamente mudou de assunto.

- Ah, senhora, de onde você conseguiu esses remédios?

Os frascos espalhados no chão pareciam comuns à primeira vista, mas uma análise mais detalhada revelava que cada um continha remédios extremamente valiosos.

Esses remédios não eram algo que uma pessoa comum poderia comprar.

Pelo que ele sabia, antes de ser encontrada pela família Fagundes, Solange tinha vivido no campo, quase sem contato com o mundo exterior.

Será que esses remédios foram dados a ela pela família Fagundes?

Impossível...
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