O começo da saudade acontece sempre no final de algo inesquecível! Adorei escrever esse livro, sentirei saudades. Espero que você tenha gostado! Fim
Inglaterra, 1769.Mary Tiley entrou na sala onde o pai, Levi Tiley, costumava escrever seus sermões, foi para perto de seu primo Dirceu Marcoux, que nervoso andava de um lado para o outro, esfregando suas mãos. Mary se aproximou da escrivaninha onde estava sua mãe, Laury Tiley, escrevendo convites para um chá beneficente. O local parecia estar bem cuidado, com flores em vasos de porcelana, papel de parede recém-colocado, cortinas distribuídas nas janelas coloniais, bem arejadas, davam à sala aconchegante uma elegância única. Para Mary, era o lugar onde ela se sentia feliz e em segurança. Era uma linda sala onde sempre esteve na companhia das pessoas que amava. Seu pai prosseguia com a mesma atividade de pastor da igreja, visitando doentes da paróquia e enterrando os mortos. E, acima de tudo, lutando para que os mais jovens assistissem ao culto dominical. Essa luta tornou-se mais difícil no verão, quando os jovens preferiam jogos ao ar livre, fazer caminhadas pelas terras do Conde Chanc
Tinha que pensar seriamente na vida, arrumar um meio de poder se sustentar por conta própria, conseguir um trabalho e um local adequado para morar. Ser independente era uma questão que jamais pensou que iria ter que encarar tão cedo. Dependia de seus pais em tudo. Nunca pensei que enfrentaria o mundo desconhecido tão cedo, ainda mais sem dinheiro, sem estabilidade de um teto sobre a minha cabeça. Não tinha parentes conhecidos que pudessem ajudá-la. O único que conhecia era seu primo Dirceu, que era órfão e seu pai o recolheu ainda menino. Cresceram como irmãos, mas não podiam ser um peso para ele nesse momento tão difícil para todos. Tinha que conseguir um trabalho logo. E sabia que o Bispo da paróquia não aceitaria sua permanência junto a seu primo na casa paroquial porque ambos eram solteiros. O Bispo até sugeriu que ela fosse para um convento. Mary tinha acabado de completar 18 anos, um mês antes do falecimento de seu pai, e tinha o sonho de se casar e ter filhos como toda moça dece
Mary levantou bem cedo e preparou o café da manhã para seu primo. Fez outro curativo, certificando-se de que seu ferimento estava com um aspecto bem melhor. Avisou ao curandeiro do Vilarejo para vir visitar seu primo em sua ausência para fazer-lhe os curativos. Terminou de arrumar a mala que iria levar, assim não precisaria voltar. Se preparou para a longa caminhada até a Mansão do Conde. Se iniciasse imediatamente sua caminhada à Mansão, calculava que chegaria mais ou menos ao entardecer. Pensou em pedir o cavalo do primo, achou melhor deixar com ele, que se encontrava machucado. Sua bagagem não era pesada, o que pesava mais era o Baú com o tesouro do Conde. Enrolou bem uma manta em torno do Baú para não chamar atenção, se preocupando com sua segurança, nunca se sabe qual a intenção do próximo. Colocou o baú bem no meio de sua mala e os vestidos distribuídos em sua volta, assim seria mais fácil carregar. E não ocuparia as duas mãos. Arrumou algo para comer no caminho e colocou água em
O Conde ficou curioso com o objeto embrulhado em uma manta com bordados coloridos que Mary segurava firmemente em suas mãos. E começou a observar sentado de sua confortável poltrona. Era uma moça bem vestida para os padrões locais, muito bonita e se expressava bem, tinha traquejo social. Sua beleza natural deixaria muitas beldades de Londres com inveja. Tinha a pele clara, mas não pálida, olhos de um verde cristalino que ele nunca verá igual, sua boca era carnuda, mas pequena, um convite para beijar, seus cabelos dourados eram bem tratados e bem penteados, emoldurando um rosto muito bonito e delicado. Ele mesmo o repreendeu, mas tinha que admitir que ela o atraiu no momento em que a viu e sua reação a ele fez seu lobo enlouquecer de desejo. Onofre era seu, faz tudo na Mansão no momento. Era também seu Beta. Ele se aproximou, tentando descobrir o que o Conde pretendia com aquela ingênua e jovem humana, e recebeu uma ordem direta. ___ Onofre poderia servir o jantar. E nos deixe sozinho
Mary levantou e se sentiu um pouco zonza e culpou o vinho, que não estava acostumada a tomar. Olhou para o Conde e percebeu que ele continuava a analisar as barras de ouro com escritas em relevo. Agora que tinha cumprido com sua obrigação e entregue o Tesouro ao Conde, percebeu que estava cansada e que queria se recolher. Fez um pequeno barulho, chamando a atenção do Conde. E agradeceu. ___Obrigada pelo delicioso jantar, mas se não se importar, gostaria de me recolher. O Conde levantou e ofereceu seu braço para que Mary o segurasse. ___Eu que agradeço, há muito tempo não tenho um jantar tão agradável na companhia de uma dama tão linda. Deu seu melhor sorriso. Mary ficou com as pernas ainda mais bambas diante de um homem tão magnífico e bonito. ___Quero lhe fazer um convite. ___ Gostaria que ficasse aqui na Mansão, por quanto tempo quiser ou precisar. Essa Mansão é gigante e cabe nos dois. E também será bom ter com quem conversar. E depois tê-la aqui comigo é o mínimo que posso
O Conde Asta estava em seu escritório lendo um manuscrito antigo que falava sobre as Runas dos Lobisomens. Tesouro lendário desejado pelas maiores alcateias da terra. Suas descrições levariam a encontrar o tesouro mais cobiçado por todas as alcateias da Terra. A localização do Shangrilã dos Lobisomens com o Tesouro mais cobiçado, o amuleto da Lua, que permitia ao Lobisomem que o possuísse se transformar, quando quisesse, até mesmo na lua cheia. Mary havia trazido para ele o mais cobiçado dos tesouros dos lobisomens, muitos matariam para tê-lo, ainda bem que os humanos ignoravam seu valor. Agora precisava encontrar com o primo da Mary e fazê-lo prometer, lógico que com uma boa doação para a Igreja, que não revelasse a mais ninguém sobre o Tesouro, para não atrair forasteiros às terras dele, buscando por ouro. Tenho certeza de que ele vai concordar. Caso sentisse que não, ele poderia visitar um paroquiano e não voltar mais. Esperava não ter que chegar a esse desfecho. Não queria ver Mary
Mary agradeceu a Deus pelo fato do Conde não ter nem demonstrado alguma perturbação pelo ocorrido referente ao beijo da noite anterior. Assim, ela teria a possibilidade de corrigir qualquer ofensa a ele. E poder ficar na Mansão em sua companhia e ajudar no escritório. Sem falar que passear por esses jardins nessa parte da Mansão era muito agradável. Mary não estava acostumada com luxo, mas desde que levantou essa manhã naquele quarto deslumbrante e aconchegante, luxuoso e deparou-se com aquele imenso banheiro luxuoso, percebeu que o Conde foi muito generoso com ela. Onofre entrou trazendo pratos deliciosos e dessa vez serviu suco de fruta como bebida de acompanhamento, que por sinal estava delicioso. A fruta cítrica escolhida para o suco combinava perfeitamente com os pratos servidos. De sobremesa, um doce de pêssego com creme branco. ___Mary, você acha que seu primo guardaria segredo sobre o Tesouro? ___Sim, ele sabe que se falar poderá atrair ladrões para cá e será discreto, não v
___Você não acha que já foi muito generoso comigo? Estou acostumada com pouco, não preciso de tudo isso. Mary disse humildemente. ___Você não tem ideia do valor do tesouro que trouxe para mim, tudo que eu te der ainda será pouco. Por isso, não acho que estou sendo generoso o suficiente. O Conde disse. ___Mas o tesouro era seu, não fiz mais que minha obrigação em devolver. Mary comentou. ___Um dia vou te contar a importância desse tesouro e você vai entender o porquê sou tão grato a você. O conde comentou. ___Aceite, porque se não aceitar, vou ficar ofendido. O Conde disse, usando um tom brincalhão. ___Está bem, mas prometa que não vai exagerar, realmente não preciso de muito, só de um teto e comida. E já me deu tantas coisas. Mary disse. ___Vamos dar uma volta pelo jardim. O Conde convidou. Ruborizada, Mary aceitou, acenando com a cabeça. Andaram em silêncio, de vez em quando paravam para admirar uma flor e voltaram para a Mansão depois de uma hora andando com Mary sorrindo de o