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O Lobisomem que Eu Amo.
O Lobisomem que Eu Amo.
Por: Elza Helena Silva
Capítulo 1. O Pastor.

Inglaterra 1769

Mary Tiley, entrou na sala onde o pai, Levi Tiley, costumava escrever seus sermões, foi para perto de seu primo Dirceu Marcoux que nervoso andava de um lado para o outro, esfregando suas mãos. Mary se aproximou da escrivania onde estava sua mãe Laury Tiley, escrevendo convites para um chá beneficente. O local parecia estar bem cuidado, com flores em vasos de porcelanas, papel de parede recém colocados, cortinas distribuídas nas janelas coloniais, bem arejadas, dava à sala aconchegante uma elegância única. Para Mary era o lugar onde ela se sentia feliz e em segurança. Era uma linda sala onde sempre esteve na companhia das pessoas que amava. Seu pai prosseguia com a mesma atividade de pastor da igreja, visitando doentes da paróquia e enterrando os mortos. E acima de tudo lutando para que os mais jovens, assistissem ao culto dominical. Essa luta tornou-se mais difícil no verão, quando os jovens preferiam jogos ao ar livre, fazer caminhadas pelas terras do Conde Chancellor ou nadar no rio. Mary achava que a nova geração não se interessava muito pelo futuro. Os jovens, pelo visto, sentiam-se felizes com o que tinham. Mary achava difícil a vida no vilarejo que passava por escassez  e as pessoas estavam muito pobres, as crianças não frequentavam boas escolas e raramente tinham atividades culturais ou sociais para poder incentivar na buscar por mais melhorias. Mary acreditava que em grande parte a razão dessa felicidade frequente entre a população do vilarejo devia-se a seu pai que estava sempre pronto a ajudar os habitantes do vilarejo nos momentos alegres e tristes. Mary, desconfiava que seu pai estava um pouco doente, pois não se cuidava, era frequentemente chamado em noites frias para atender doentes e pessoas agonizantes. Seu pai foi Capitão na grande guerra e isso contribuirá para piorar seu estado em geral. Às vezes conversava sobre suas experiências junto ao exército Inglês. Embora não se acostumasse a fazer queixas, Mary tinha certeza que ele sofreu muito por ficar longe da Inglaterra. Não apenas um sofrimento físico, mas também da mente e do coração. De manhã, antes de tomar o café da manhã, fui ao quarto de meu pai verificar como ele estava e o encontrou com febre. Achou que poderia ser imaginação sua que logo seu pai levantaria rindo dela por ter se assustado tanto. Mas logo se deu conta da realidade que seu pai estava doente e sua mãe tinha saído bem cedo, encarregando Mary de preparar o café da manhã para seu pai. Mary não queria sair e deixar seu pai sozinho para chamar ajuda e esperou um pouco torcendo que sua mãe voltasse logo. Foi à cozinha buscar um pouco de água para fazer compressa para colocar na testa de seu pai esperando que a febre baixasse. Mary se assustou quando seu pai pegou em sua mão, suspirou profundamente e sua mão caiu inerte. Ao constatar que seu pai não respirava mais, caiu em um pranto desesperado. E agora o que ela faria. Sua mãe chegou e ao presenciar a cena, o desespero tomou conta. Dirceu, se aproximou e tentou consolar, mas não sabia o que dizer. Os habitantes do Vilarejo estavam inconformados, pois perdiam um grande amigo que sempre estava por perto nas horas alegres e difíceis. Todos lamentavam e choravam muito no funeral. Dirceu, que vinha sendo treinado para ficar no lugar de seu tio, tentou fazer o melhor que podia para improvisar uma despedida fúnebre que fosse digna de uma pessoa tão benevolente e bondosa como seu tio Levi. Mary e sua tia Laury estavam inconsoláveis, em total desespero, não sabiam para onde ir, não imaginavam que perderia seu tio, um homem tão forte repentinamente. Uma Semana passou e muitos habitantes estavam doentes a ponto de haver um enterro por dia. Nesses dias difíceis, Mary temia o pior. Sua mãe apresentava o mesmo estado de seu pai, estava com febre e tossindo muito a ponto do Curandeiro do Vilarejo ter que vir com constância a casa paroquial. E para piorar, Mary não estava encontrando um local que pudesse se estalar com sua mãe. Agora as duas dependiam da gentileza e hospitalidade de seu primo Dirceu, o novo Pastor da paróquia. Mary levantou e estranhou que sua mãe não tinha levantado para tomar o café da manhã. Foi até o quarto da sua mãe verificar o que estava acontecendo e mais uma vez caiu em prantos, sua mãe não estava mais respirando. O desolamento tomou conta de Mary. Em poucos dias, ela perdeu tudo que amava, incluindo sua casa onde se sentia segura. Desesperou, ciente que sua vida também havia terminado. Não poderia viver sem seus pais.

___ O que vou fazer sem eles? Como poderei continuar vivendo?

Era de se esperar que estivesse desesperada, perderá tudo e todos que amava. Mary não tinha para onde ir e nem dinheiro. O Vilarejo ficava em uma parte esquecida do mundo e raramente alguém os visitava vindo de outras regiões. A Mansão do Conde Chancellor, que no passado era o único local que poderia procurar trabalho, encontrava agora negligenciada e abandonada. O último proprietário não tinha interesse nas pessoas que moravam nas casas de veraneios esparramadas por sua propriedades pelo simples fato de não ter dinheiro para as custas em melhoria. Não costumava contratar muitos empregados e fazia tempo que alguém do Vilarejo tinha trabalhado para o Conde. Sabia que tinha um novo Conde que herdara a propriedade e ninguém sabia se tinha herdado recursos para mantê-la. Mary jamais se preocupou com o conde, pois, na verdade, nem ela, nem seus pais o conheciam. O Conde vivia confinado na Mansão e nunca ninguém o vira cavalgando ou tinha notícias que o Conde tenha visitado o Vilarejo. O antigo Conde morreu durante a noite e ficou morto durante dias sem ninguém saber de sua morte, foi enterrado e não chamaram nem o pastor para velar sua morte. Seu primo Dirceu tinha herdado o lugar de seu pai e era o novo Pastor da paróquia do Vilarejo. Mary não podia ficar mais tempo na casa paroquial porque poderiam falar mal dela, mesmo que Dirceu quisesse, ela não poderia ficar. Estava difícil arrumar um local para poder trabalhar e morar. Seu pai deixou pouco recursos financeiros, pois seu salário era muito pouco nos últimos anos, onde a ecasses era vigente e a pobreza predominava no Condado Clancellor. Somente um milagre poderia salvar Mary em tempos tão difíceis?

Elza Helena Silva

ler estimula minha imaginação. O próximo capitulo esta pronto amanhã eu o publico espero que goste.

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