País del Mar (II)

Ver a língua da minha mãe dentro da boca do meu pai não era algo agradável para começar o dia. Levantei e peguei uma fatia de bolo:

— Ninguém merece uma cena destas à mesa! — reclamei.

— Pode ficar, Aimê. Seu pai e eu já estamos indo para o quarto — ela avisou.

Segui andando pela grama verde bem aparada quando eles passaram por mim rapidamente, meu pai com ela no colo. Parei, observando a cena, pasma. Depois que se foram, comecei a rir, balançando a cabeça. Mesmo que meu pai não tivesse uma coroa, ele sempre seria um príncipe. E um dia eu queria que alguém me olhasse da forma como ele olhava para minha mãe. E que a chama do amor e do sexo fosse eterna, como a que ainda ardia neles.

Sentei-me numa poltrona, sob um pergolado, no jardim. Peguei meu telefone e vi Odette vindo na minha direção. Assim que ela se aproximou, advertiu:

— Aimê, se eu fosse você, não abriria as notícias...

Eu sorri, puxando o braço dela:

— Sente-se aqui, Odette. Não quero saber de Alpemburg. Quero conhecer os he
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