Dias depois estávamos novamente numa reunião da Corte de País del Mar, agora para definirem o futuro do herdeiro, neste caso, meu noivo.O duque Giancarlo, presidente da Corte e atual governante do país, abriu a sessão, explicando os motivos que haviam levado Catriel a ser afastado, mencionando, claro, os crimes cometidos por sua mãe.A pequena Siena foi ouvida um dia antes quanto ao tempo que passou no quarto rosa, dentro do castelo, sendo levado em conta a forma como foi tratada a fim de saberem o real envolvimento dos príncipes no cárcere privado da menina.O resultado do depoimento dela não ficaríamos sabendo. Olavo estava presente naquele momento, assim como Lucca, Odette e meus pais.Após ter aberto a sessão, mencionando a parte burocrática, sendo que todos os membros da Corte já haviam lido de antemão a documentação pessoal sobre as devidas provas contra Catriel, que eu acreditava que eram mínimas, o duque abriu a votação.E me preocupei ao saber que o primeiro voto era o dele,
- Nem pensar... Meus pais devem ter transado ali.Fazer faculdade em Alpemburg significaria jamais assumir minha verdadeira identidade, devido aos comentários que poderiam surgir com relação a minhas notas e real capacidade, como por exemplo as pessoas acharem que os professores poderiam estar me beneficiando de alguma forma por eu ser futura rainha.Em País del Mar era diferente. Eu não fingia ser outra pessoa. Estava sendo Aimê D’Auvergne Bretonne, futura rainha consorte do país. Fiz amizades logo no primeiro dia e embora todos me conhecessem, me trataram sem diferença. Aquele era um dos motivos pelo qual eu amava aquele país: o respeito que tinham com a família real.O fato da população ter sabido que a rainha Nair matou o próprio marido chocou as pessoas, assim como os próprios filhos dela. E não foi mencionado sobre o incidente com Ariel, a fim de preservar não o nome da rainha, mas dos filhos dela e futuros herdeiros.Aos poucos o assunto sobre o responsável pelo envenenamento d
Suspirei, lembrando a forma como Catriel Levi Mallet havia me julgado, desde o primeiro momento em que me viu. E talvez eu tenha me apaixonado bem antes, ainda em Alpemburg, pelo bumbum redondinho e perfeito.Mal sabia que o rosto dele era emoldurado por cílios perfeitos, que combinavam com os olhos azuis exatamente da cor do mar de País del Mar. A cicatriz no supercílio mostrava que também havia tido um acidente ao longo da vida... E lutou, assim como eu. Éramos vencedores. E merecíamos brilhar naquele dia, o nosso dia.Assim que cheguei na frente de meu futuro marido, vestido em traje branco, de gala, sussurrei no seu ouvido:- Você está lindo, seu mal agradado.Ele riu:- Não teria que ser eu a dizer esta frase?- Neste caso, eu disse primeiro.- Lhe entrego minha preciosidade, minha filha caçula – disse meu pai – Se soubesse o quanto lutamos para ela estar aqui hoje, neste lugar, na sua frente... – ele limpou as lágrimas – Faça valer cada dia da vida dela...- Farei, Estevan! Juro
Eu e Catriel nos olhamos ao mesmo tempo.- Um filho? – Perguntei, impressionada.- E casará com a mãe da criança.- Isso sim é uma notícia bombástica. – Catriel riu, balançando a cabeça.- Quer dizer que não sabe quem é a mãe do filho dele, Majestade? – Max olhou para Catriel, confuso.- Não...- É a ex esposa do duque Giancarlo Cappel.- Anna Julia? – Quase gritei.- Ela mesma. Eu jurava que vocês sabiam.- Não... Eu estou completamente chocada com a notícia. E aposto que ela não está grávida.- Sim, ela está. A gravidez foi anunciada publicamente...- Você sabe que eu falei numa coletiva, no dia da coroação, que ele tinha engravidado uma mulher não é mesmo? E seria papai... E o povo deveria abrir a mente para coisas “novas”...- Exatamente por isso imaginei que você soubesse que ele e Anna Julia iriam se casar e teriam um filho. – Max me olhou.Olhei para Catriel e comecei a rir. Ele, por sua vez, ficou sério, assim como Max, me observando como se eu fosse uma louca.Quando minha ba
POV SATINI D’AUVERGNE BRETONNEEu estava levemente bêbada. E sabia porque meu corpo estava bem mole. Levantei a taça na direção de Estevan:- Casamos nossa última filha! Elas são lindas, saudáveis e felizes. O que podemos querer mais?- Lutar por Alpemburg! Afinal, é de vocês por direito. Você é um D’Auvergne Bretonne. – Dereck mencionou, bebendo todo seu Champagne de uma vez, enquanto provocava Estevan.- Ah, lute em Noriah Sul, primo. Eu não quero mais lutas. Estou cansado das batalhas que já travei com a vida. – Estevan mencionou.- Dereck ama uma guerra – Katrina riu – Aliás, faz um tempo que não encontramos uma, não é mesmo? – Bateu no ombro do cunhado.- Até parece que você também não gosta de uma batalha. – Magnus riu.- Ultimamente minha maior batalha tem sido contra a balança. Engordei quatro quilos, acredita? – Katrina me olhou.- Deve estar fazendo pouco exercício físico! – Debochei.- Faço diariamente, se quer saber! – Ela gargalhou.- Vocês são umas pervertidas. – Kim não
POV ALEXIA D’AUVERGNE BRETONNEAndrew e eu pegamos um voo comercial. Eram tantos convidados naquela festa de Aimê que não houve jatos suficientes para serem alugados. Sean ficou com um dos meninos no assento de traz. Arthur conosco.- Você não achou nossos pais muito estranhos?Andrew me olhou:- Como assim?- Eu não sei explicar! Mas... Pareciam querer que achássemos que pouco se importavam com qualquer coisa.- Acho que estão numa fase que pouco se importam mesmo. Querem viver, só isso.- Minha mãe nunca foi uma pessoa de viver sossegadamente.- Nem a minha. Mas ela não é mais aquela garota rebelde que lutava contra a monarquia.- Para mim Katrina ainda é a garota rebelde que luta contra a monarquia.- Acha que nossos pais se rebelarão contra as monarquias e acabarão com todos os reinos do mundo? – Andrew riu, com aquele sorriso que me derretia por dentro.Peguei a mão dele e balancei a cabeça:- Talvez você tenha razão. Estou imaginando coisas...- Ou não! – Sean levantou no assent
POV KATRINA LEE CHEVALIER- Tem certeza que o endereço é este? – Perguntei para Magnus enquanto andávamos pela rua completamente deserta, na madrugada.- Tenho.- Mas isso aqui parece um bairro residencial.- E creio que realmente seja. Mas não há nada que diga que o encontro precisa ser num bar. Isso foi coisa inventada por Dom.- Não foi Dom que inventou que tinha que ser num bar. Era mais seguro na época. E inclusive tiveram alguns que foram em casas.- Ah, não quero saber dos encontros que você foi... Por favor.Comecei a rir: - Está com ciúme?- Eu? Ciúme de Dom? – ele riu – Sempre.- Seu bobo! – Comecei a rir.- Não achei que você e Dom fossem ser amigos para o resto da vida. Não depois de tudo que houve entre vocês.- Ele casou com a minha irmã.- Eu sei. Caso não lembre, ela também era minha irmã. O que passou, passou Magnus. Eu gosto de Dom... E por você eu sinto amor... Paixão... É bem diferente.Ouvimos passos atrás de nós e não olhei para trás, amedrontada. Magnus virou a
AlpemburgDesde que eu era criança, sempre desejei ser a rainha de Alpemburg, embora fosse a terceira na linha de sucessão. Pauline, a futura monarca, que se preparou praticamente a vida inteira para assumir o país, desistiu, deixando nas mãos da nossa irmã do meio, Alexia, a responsabilidade de carregar a coroa.Sempre ouvi das minhas irmãs que ser a futura rainha era um fardo a carregar. Nunca vi desta forma. Sempre me senti privilegiada por ser da monarquia e ter nascido princesa de um reino/país tão maravilhoso quanto Alpemburg, que foi governado por meu pai, meu avô, certamente o bisavô e toda a linhagem D’Auvergne Bretonne.Eu gostava daquela vida cheia de luxo. Era feliz por ser amada e idolatrada pelo povo do meu país, assim como meu pai havia sido um dia. Alexia, apesar de séria e sempre bem amparada politicamente pelo nosso avô, fechara seu reinado com chave de ouro, considerada uma rainha responsável e de boas alianças políticas. Resumindo: um reinado de paz.Eu deveria ter