O GARIMPEIRO É UM ROMANCE CHEIO DE AVENTURAS LOCALIZADO NO RIO MADEIRA EM RONDÔNIA, POR OCASIÃO DA ENORME MIGRAÇÃO INTERNA OCORRIDA NOS ANOS 90. O LIVRO APRESENTA A REGIÃO, A INVASÃO POR PARTE DE MILHARES DE GARIMPEIROS VINDOS DE DIVERSAS PARTES DO PAIS E PARTICULARMENTE DO GARIMPO DE SERRA PELADA. JUNTAMENTE COM ELES, O LEITOR TOMA CONHECIMENTO DO QUE FOI ESTE FENÔMENO MIGRATÓRIO E O IMPACTO QUE PROPORCIONOU ÀQUELA REGIÃO. A PAR DA HISTÓRIA QUE É EMOCIONANTE, TODA REGIÃO É DESVENDADA E OS COSTUMES SÃO PRESERVADOS POR MEIO DE UMA LINGUAGEM PRÓPRIA E SEM IGUAL.
Ler maisAAbacaxi O mesmo que escarificadorAço duro Avião monomotor.Amalgamar aglutinar o ouro junto com as impurezas existentes, através do mercúrioApoitar - ancorar a draga ou balsa no rio, geralmente com uma grande pedra furada no meio, por onde passa um cabo de aço.Apurar separar o ouro da terra ou areia, tornando-o livre de impurezas,Apur
Estou terminando este livro, após um ano iniciando as primeiras páginas em Boa Vista. Estou há três meses em Belo Horizonte, onde vim acompanhar o nascimento do filho da Márcia, cumprindo minha promessa feita a ela e a Paula. A gravidez correu bem, nasceu uma linda menina, cujo nome leva o nome de uma pessoa inesquecível para nós; Paula. Ficamos todos felizes com a decisão de Márcia de ficar com a filha, apesar de todas as liminares no caso. Não houve rejeição da parte dela e os avós aceitaram a neta com muito amor, enchendo a vida de novos e belos horizontes. Márcia está se recuperando do parto e está estagiando em um escritório de advocacia, pois em breve completará a faculdade e poderá dar continuidade ao trabalho. Passei os nove meses escrevendo este livro, pensando no que faria depois de terminar este trabalho, e minha maior preocupação era com a vinda desta criança. Agora que tudo está no lugar, tenho uma decisão a tomar.
Assim que o Chico saiu, tive que acertar contas com os chefes das duas dragas que eu havia deixado. Liguei para o Geraldo e o Felipe, para dar um posicionamento em relação ao serviço prestado e as seguintes perspectivas. Janeiro estava terminando e em pouco mais de um mês as atividades recomeçariam. Os dois vieram e me informaram sobre a situação que era muito crítica. O Felipe, que se encarregou de vender as duas dragas e consertar as restantes, trouxe-me um relatório por escrito, dando-me conta da situação. Então disse: - Vendi as duas dragas como você me determinou e com o dinheiro arrecadado paguei o que restou ao pessoal contratado, as despesas hospitalares e o conserto das outras duas dragas. Acontece que estamos em dívida com inúmeros fornecedores de combustíveis, lubrificantes, alimentos, peças e outras despesas gerais, que os credores estão cobrando e que não será possível prorrogar mais. Perguntei quanto eram essas de
Depois que deixei Chico cuidando dos colombianos, para poder ajudar minha esposa e minha cunhada, pegamos o avião para Porto Velho. Eu estava desesperado pela situação deles, mais particularmente por Paula, que estava inconsciente desde que a resgatamos. Uma vez lá, imediatamente a levamos para o melhor hospital da cidade, internando-a ainda inconsciente. Márcia estava razoavelmente bem, precisando ficar internada apenas um dia, para tomar soro, pois estava muito desidratada e desnutrida. No dia seguinte pudemos conversar melhor e, ela pode contar tudo o que aconteceu, desde o momento do sequestro, até a nossa chegada. Ela disse que eles estavam no rebocador, estacionado nas proximidades da corrutela de Morrinhos, aguardando a notícia do confronto, quando viram uma lancha se aproximando rapidamente, vindo da direção do caldeirão. Eles ficaram muito preocupados, pois já fazia muito tempo que não ouviam nenhuma notícia. As duas,
Com a ideia fixa de que seria possível encontrar minha esposa, em um lugar já conhecido, me perguntei que opções eu teria que procurar. Cheguei à conclusão que, o local mais provável, seria em frente à aldeia de Araras, do outro lado do rio, naquele campo de aviação, onde apanhei o avião pela primeira vez. O velho chefe havia dito que era uma terra de outra língua, então eu não tinha ido a nenhum outro lugar, exceto lá e na própria Colômbia. Como ele disse que havia muita floresta por perto, era certo que, se o que ouvi fosse real, eu tinha o raciocínio certo. Essa trilha era muito mais coerente do que a alternativa da Colômbia, devido à curta distância da Bolívia. Lembrei-me de ter visto pessoas morando perto daquele campo de aviação e que viviam de atividades agrícolas, independentemente da presença de estranhos. Claro, eles aproveitaram os passageiros, que fizeram do local um verdadeiro depósito de mercadorias contrabandeadas, desviando our
Depois de despachar os empreiteiros, me reuni novamente com os gerentes das dragas, Chico, Geraldo e Felipe, para discutir como proceder em relação aos mortos e feridos e recuperar as dragas destruídas na batalha. Concluímos que precisaria vender pelo menos duas dragas para pagar as perdas e a recuperação das demais. Deixei o Felipe encarregado de vender as dragas e o Geraldo para consertar as outras duas. Foi preciso reduzir o quadro de pessoal para se adaptar à nova situação, então ordenei que disparassem metade dos peões da draga e quase toda a equipe de segurança, pois não precisávamos mais deles devido à destruição das dragas colombianas. Minha maior preocupação, naquele momento, era com as mulheres, que me esperavam sob custódia junto ao Ceará. Liguei para o Chico para me levar de lancha até lá. Em seguida, despachei os dois gestores, que tomaram as providências, para seguirem destinos diferentes, a fim de perder a polícia, cada
Desde que comecei esta história, quase um ano se passou. Estou me despedindo da Boa Vista, pois aqui descobri que por mais ouro que eu tivesse, não encontraria felicidade. Este mesmo ouro que representa poder, riqueza e luxo, não pode trazer felicidade, que está nas coisas simples e no amor. Na verdade, permite que a vaidade, o orgulho e a solidão surjam em nós. Só quando entendemos que a verdadeira felicidade está nas coisas puras, como o amor e, na satisfação de realizar um trabalho construtivo, é que vemos que a ilusão provocada pelo desejo de alcançar o que não temos, mais rapidamente, leva a maior imprudência, colocando em perigo a nossa vida e a de muitos ao nosso redor, outras vezes fazendo-a morrer. É claro que a posse de riqueza não é uma coisa ruim, especialmente quando vem naturalmente e à custa de muito trabalho e dedicação. Melhor ainda, quando empregado para ajudar os mais necessitados. Com o tempo, nos tornamos mais sensíveis aos proble
Ainda estou em Boa Vista, depois de oito meses aqui. É engraçado que as coisas estejam acontecendo ao mesmo tempo que escrevo, mudando o próprio ritmo de vida e pensamentos. Aconteceu assim comigo, como sou lento na arte de escrever, mudanças de rumo estão ocorrendo, sem que eu possa prevê-las. Essas mudanças têm muito a ver com a minha vida sentimental, que foi muito abalada, depois dos acontecimentos daquele ano, que ainda não contei, mas que tiraram minha maior felicidade. Meu consolo foram as cartas enviadas pela Márcia, minha cunhada, que conseguiu me trazer um novo ânimo, dar continuidade ao projeto deste livro e até colaborar com temas e histórias que enriquecem a narrativa. A cada capítulo escrito, mando você corrigir e dar sua opinião, porque ela tem se mostrado muito interessada e cordial. Claro, também sirvo para amenizar sua dor e assim estabelecemos um contato mais íntimo e afetivo, descobrindo que temos muitas coisas em c
Geraldo ficou emocionado ao ouvir minha história sobre seu amigo Jonas e me contou sua história. - Ele disse: - Jonas era conhecido como “Mãozinha”, por ter uma mão defeituosa, como vocês puderam ver. Ele nasceu com ela torta e se acostumou com o apelido, nem mesmo se importando em ser chamado assim. Sua vida não foi fácil, precisando trabalhar desde criança, apesar da mão murcha. Ele sempre foi franzino e tinha um distúrbio que o deixava frágil, causando-lhe vários problemas. Então ele sempre foi quieto e tímido, tendo poucos amigos e nenhuma namorada. Eu fui um dos poucos amigos que ele manteve! - Vivíamos como irmãos, morávamos na cidade de Londrina no Paraná. Nossas casas eram próximas e trabalhamos sempre no mesmo emprego. Raramente se envolvia com mulheres, só quando ia comigo nas festas das boates, quando bebia, ficando mais alegre. De vez em quando, ele pedia demissão e se isolava, permanecendo confuso e chateado. Nessas ocasiõ