Agora, enquanto acalentava Cloe, essa lembrança lhe veio à mente. Ele nunca se envolveu com uma menor, mas a sensação de tirar Cloe de casa permanecia. Apesar dos pais dela o odiarem, ele sentia pena deles, amavam a filha e desejavam o melhor para ela, como o pai de Kátia. Cloe acabou adormecendo e ao acordar, os olhos inchados, sorriu para ele, aquecendo-o por dentro com o sorriso que ele tanto amava.À noite bateram novamente no portão e ela estremeceu, achando que eram os pais de novo, mas era um perueiro chamando-a. Túlio ajudou o homem a descer e levar o piano que os pais enviaram para a filha. Cloe deu pulinhos e bateu palmas quando viu seu amado piano.Naquela noite ela tocou para seu amado gangster por horas. Ele se deliciou com músicas que ela lhe tocava, de olhos fechados e imersa em seu mundo particular, vestindo uma regata dele, que deixava a tatuagem à mostra, ela se entregou ao que amava, sua música. E isso virou rotina para eles, todos os dias ela tocava quando ele ch
PACO— Meu Deus! – Túlio olhava para o piano, de alguma forma, Formiga tinha subido no móvel. Olhando à volta ele entendeu que ela havia subido no sofá e de lá subido no piano. Algumas teclas estavam soltas e caídas.Cloe estava em choque e só conseguia olhar para seu amado móvel. Formiga ignorava o pânico de sua dona e entrou na casa toda faceira, abanando o rabinho.— Vamos dar um jeito, amor – Túlio falou, abraçando-a.— Não tem jeito! Ela arrancou as teclas!— Ela é inocente e não sabe, Cloe…— O quê? O que quer dizer com isso? – ela o empurrou e olhou para os olhos dele. – Sei que ela é inocente, Túlio. O que achou que eu faria, que bateria nela?— Não, claro que não. Desculpe, não sabia o que falar.Cloe entrou irritada para a cozinha, enxugava as lágrimas e nem saiu para cumprimentar Gringo quando ele chegou. O amigo e Túlio falavam baixo e ela os deixou conversando. Ficou emocionada quando ao sair lá fora depois que eles se foram, o piano estava coberto. Túlio queria evitar q
NA TOCA DO LEÃOPaco lançou isso de repente. Túlio tinha as mãos ao lado do corpo com os punhos cerrados e o maxilar travado.Sabia que Paco poderia estar testando-o, mas não poderia arriscar, ainda mais entando na mansão dele e com Cloe ao seu lado. Já deveria ter imaginado quando ele exigiu que ela fosse também. Sabia que Jânio deveria ter contado sobre Cloe. Os homens dele foram rechaçados por ela no dia em que o espancara. Cloe ter acudido-o não iria passar despercebido. Jânio, como ele, era um dos braços direitos de Paco, cada qual à sua maneira, pois Jânio não se importava de matar quem quer que fosse, inocente ou não. Sua crueldade era ouvida aos quatro cantos do país e ele parecia se alimentar de sua fama que o precedia. Era mandante de muitas mortes e o tráfico sobre seus domínios, cresciam exponencialmente e muitas bocas eram tiradas de outros traficantes que sequer pensavam em bater de frente com ele. O que ela queria era dele, o que desejava tomava e nunca passara um dia s
Milagrosamente estavam do lado de fora da fortaleza e quando a garota viu o céu azul, sentiu vontade de chorar como uma maluca. Não acreditava que sairiam incólumes dali. Olhou para trás quando estavam mais distantes e mais próximos do carro e viu um helicóptero pousado no telhado da mansão. Paco tinha um heliporto ali?! Que mundo era esse?Jânio, que vinha atrás deles, passou por eles sorrindo, os dentes de ouro molhados de sangue.— Estou de olho em você, Boy incendiário! – Falou e se encaminhou para um carro gigantesco que a garota nunca tinha visto circular pelas ruas, não fazia ideia de que modelo era aquele, mas tinha mesmo que ser especial para carregar um homem tão grande e seus seis capangas que aguardavam ao lado do carro.— Também estou de olho em você! – avisou Túlio com a voz alta, e o peito empinado, fazendo com que sua namorada quase o socasse no nariz também. Que diabos, por que ele tinha que revidar, não estava vendo que aquele homem nem parecia humano?Ela ficou rígi
CRIMES HEDIONDOS— Hum, vejo que não está mesmo muito bem, posso ajudá-lo, senhor? – falou Cloe no personagem e se virando para ele com falsa preocupação e disfarçando o sorriso.— Sim, enfermeira, começou agora uma dor do nada, puta que pariu! – ele falou, os olhos inflamados de desejo.— Nossa, mas me diga, como posso ajudá-lo?— Poderia, por favor, ficar de joelhos?— Claro. Estou aqui para servir, sempre, esse é meu trabalho. – Mais do que depressa ela se colocou de joelhos com sua linda meia calça branca. – O que devo fazer agora, senhor?— Espere que vou lhe mostrar onde dói – ao dizer isso, ele abaixou o zíper de sua calça jeans, libertou o membro rijo. – Vê? O que acha que pode ser feito em casos assim?Cloe segurava uma gargalhada. A excitação fazendo pulsar partes quentes em seu corpo.— Já vi muitos casos assim e, na maioria das vezes, se resolve com beijinhos, fique tranquilo.— Por favor, beije-o logo porque não estou mais aguentando! – pediu entredentes.— Hummmmm – Cl
LIÇÕES E PRÁTICAS— Está até animadinho, hein? – Jânio falou em tom de riso. – Achei que estava com cabresto.— Sério, Jânio, sem assuntos familiares. Vamos resolver logo essa questão e ponto final.Sentados de frente um para o outro no carro, miravam-se. Dois homens poderosos e corajosos.— Boy, também quero falar sério contigo, papo reto. Tenho idade para ser seu pai. Já tive sua idade e se quiser chegar à minha idade e ser respeitado como eu, tem que ter culhões, mano.— Ok – Túlio só queria acabar logo aquele trabalho e sair de perto desse cara. — Acha mesmo que se envolver com uma mina colegial, uma garota que nem sabe o que você faz, vai te deixar crescer? Não leva a mal, cara, falando aqui de homem pra homem contigo. Acha que ela é a garota certa pra um gangster, um cara que já matou?— Como está o seu nariz? – Túlio rosnou para ele, a ameaça no ar. – Cuida da porra da sua vida que da minha cuido eu! — Não está mais aqui quem falou – Jânio colocou as duas mãos para cima em si
— Ok, e como faço isso?— Respire a fumaça, deixe-a ir aos seus pulmões.Cloe engasgou ao tragar, seus olhos e garganta arderam e com os olhos vermelhos, ela devolveu o cigarro para a amiga.— Não gostei, Jesus, está ardendo meu peito, Milla.— E quer ser a fodona? Se não consegue tragar a porra de um cigarro, já quer desistir na primeira tragada, como acha que vai enfrentar o que virá?— Me dê de novo essa porra!— Assim que se fala, está começando a pegar o jeito – Milla devolveu-lhe o cigarro e na terceira tragada ela não mais engasgou, apesar de sentir o estômago embrulhar.— Próxima lição de hoje – Milla deu a última tragada no guimba do cigarro, jogou-o no chão e pisou nele, colocou um pé na frente do outro e posicionou as duas mãos à frente do peito. – Defesa pessoal. Me ataque.— Oi?— Vou ensiná-la a se defender.— Como vou me defender se quer que eu te ataq… está bem, desculpe.Cloe tentou dar um soco em Milla e a garota só se esquivou do ataque.— Faça com mais vontade, Clo
VEREDITOOs dias passaram com Cloe mais cautelosa e entendendo mais um pouco sobre o modo de vida de Túlio. Sabia que era grande a pressão sobre ele e que ela deveria ter cautela no modo de agir e que ele não era um namorado comum como a maioria, e que ela devia saber seus limites ao se referir às escolhas dele como um líder de gangue, não era brincadeira, ela não podia se levar pela emoção.— Me desculpe, Milla, jamais imaginaria que iria causar problemas a você – ela se desculpou com a amiga no dia seguinte.— Você vai se adaptar, fique tranquila – Milla colocou uma mão sobre o ombro dela em gesto de que estava tudo bem, sorriu com afeto para ela. Cloe percebeu que ela não queria estender o assunto e respeitou. Temia lhe causar ainda mais problema se insistisse em falar sobre a punição de Túlio com a amiga, a agressividade com que ele a tratou por algo que fora ela quem pedira. Ficou espantada de ver que Milla aceitaria de cabeça baixa a punição de Túlio, que aceitaria que Gringo a