NA TOCA DO LEÃOPaco lançou isso de repente. Túlio tinha as mãos ao lado do corpo com os punhos cerrados e o maxilar travado.Sabia que Paco poderia estar testando-o, mas não poderia arriscar, ainda mais entando na mansão dele e com Cloe ao seu lado. Já deveria ter imaginado quando ele exigiu que ela fosse também. Sabia que Jânio deveria ter contado sobre Cloe. Os homens dele foram rechaçados por ela no dia em que o espancara. Cloe ter acudido-o não iria passar despercebido. Jânio, como ele, era um dos braços direitos de Paco, cada qual à sua maneira, pois Jânio não se importava de matar quem quer que fosse, inocente ou não. Sua crueldade era ouvida aos quatro cantos do país e ele parecia se alimentar de sua fama que o precedia. Era mandante de muitas mortes e o tráfico sobre seus domínios, cresciam exponencialmente e muitas bocas eram tiradas de outros traficantes que sequer pensavam em bater de frente com ele. O que ela queria era dele, o que desejava tomava e nunca passara um dia s
Milagrosamente estavam do lado de fora da fortaleza e quando a garota viu o céu azul, sentiu vontade de chorar como uma maluca. Não acreditava que sairiam incólumes dali. Olhou para trás quando estavam mais distantes e mais próximos do carro e viu um helicóptero pousado no telhado da mansão. Paco tinha um heliporto ali?! Que mundo era esse?Jânio, que vinha atrás deles, passou por eles sorrindo, os dentes de ouro molhados de sangue.— Estou de olho em você, Boy incendiário! – Falou e se encaminhou para um carro gigantesco que a garota nunca tinha visto circular pelas ruas, não fazia ideia de que modelo era aquele, mas tinha mesmo que ser especial para carregar um homem tão grande e seus seis capangas que aguardavam ao lado do carro.— Também estou de olho em você! – avisou Túlio com a voz alta, e o peito empinado, fazendo com que sua namorada quase o socasse no nariz também. Que diabos, por que ele tinha que revidar, não estava vendo que aquele homem nem parecia humano?Ela ficou rígi
CRIMES HEDIONDOS— Hum, vejo que não está mesmo muito bem, posso ajudá-lo, senhor? – falou Cloe no personagem e se virando para ele com falsa preocupação e disfarçando o sorriso.— Sim, enfermeira, começou agora uma dor do nada, puta que pariu! – ele falou, os olhos inflamados de desejo.— Nossa, mas me diga, como posso ajudá-lo?— Poderia, por favor, ficar de joelhos?— Claro. Estou aqui para servir, sempre, esse é meu trabalho. – Mais do que depressa ela se colocou de joelhos com sua linda meia calça branca. – O que devo fazer agora, senhor?— Espere que vou lhe mostrar onde dói – ao dizer isso, ele abaixou o zíper de sua calça jeans, libertou o membro rijo. – Vê? O que acha que pode ser feito em casos assim?Cloe segurava uma gargalhada. A excitação fazendo pulsar partes quentes em seu corpo.— Já vi muitos casos assim e, na maioria das vezes, se resolve com beijinhos, fique tranquilo.— Por favor, beije-o logo porque não estou mais aguentando! – pediu entredentes.— Hummmmm – Cl
LIÇÕES E PRÁTICAS— Está até animadinho, hein? – Jânio falou em tom de riso. – Achei que estava com cabresto.— Sério, Jânio, sem assuntos familiares. Vamos resolver logo essa questão e ponto final.Sentados de frente um para o outro no carro, miravam-se. Dois homens poderosos e corajosos.— Boy, também quero falar sério contigo, papo reto. Tenho idade para ser seu pai. Já tive sua idade e se quiser chegar à minha idade e ser respeitado como eu, tem que ter culhões, mano.— Ok – Túlio só queria acabar logo aquele trabalho e sair de perto desse cara. — Acha mesmo que se envolver com uma mina colegial, uma garota que nem sabe o que você faz, vai te deixar crescer? Não leva a mal, cara, falando aqui de homem pra homem contigo. Acha que ela é a garota certa pra um gangster, um cara que já matou?— Como está o seu nariz? – Túlio rosnou para ele, a ameaça no ar. – Cuida da porra da sua vida que da minha cuido eu! — Não está mais aqui quem falou – Jânio colocou as duas mãos para cima em si
— Ok, e como faço isso?— Respire a fumaça, deixe-a ir aos seus pulmões.Cloe engasgou ao tragar, seus olhos e garganta arderam e com os olhos vermelhos, ela devolveu o cigarro para a amiga.— Não gostei, Jesus, está ardendo meu peito, Milla.— E quer ser a fodona? Se não consegue tragar a porra de um cigarro, já quer desistir na primeira tragada, como acha que vai enfrentar o que virá?— Me dê de novo essa porra!— Assim que se fala, está começando a pegar o jeito – Milla devolveu-lhe o cigarro e na terceira tragada ela não mais engasgou, apesar de sentir o estômago embrulhar.— Próxima lição de hoje – Milla deu a última tragada no guimba do cigarro, jogou-o no chão e pisou nele, colocou um pé na frente do outro e posicionou as duas mãos à frente do peito. – Defesa pessoal. Me ataque.— Oi?— Vou ensiná-la a se defender.— Como vou me defender se quer que eu te ataq… está bem, desculpe.Cloe tentou dar um soco em Milla e a garota só se esquivou do ataque.— Faça com mais vontade, Clo
VEREDITOOs dias passaram com Cloe mais cautelosa e entendendo mais um pouco sobre o modo de vida de Túlio. Sabia que era grande a pressão sobre ele e que ela deveria ter cautela no modo de agir e que ele não era um namorado comum como a maioria, e que ela devia saber seus limites ao se referir às escolhas dele como um líder de gangue, não era brincadeira, ela não podia se levar pela emoção.— Me desculpe, Milla, jamais imaginaria que iria causar problemas a você – ela se desculpou com a amiga no dia seguinte.— Você vai se adaptar, fique tranquila – Milla colocou uma mão sobre o ombro dela em gesto de que estava tudo bem, sorriu com afeto para ela. Cloe percebeu que ela não queria estender o assunto e respeitou. Temia lhe causar ainda mais problema se insistisse em falar sobre a punição de Túlio com a amiga, a agressividade com que ele a tratou por algo que fora ela quem pedira. Ficou espantada de ver que Milla aceitaria de cabeça baixa a punição de Túlio, que aceitaria que Gringo a
“ O que é, Canibal?!” – Ele atendeu com rispidez a ligação que não parava de chegar e mesmo em meio ao torpor de dor, Cloe ouviu a voz de Canibal, um dos rapazes da gangue que muitas vezes a tinha buscado na faculdade a mando de Túlio.“ Chefe, desculpe ligar, é que está tendo um B,Ó lá no Jericó e…”“ Vão sem mim, estamos com uma situação aqui e não posso ser incomodado.”“ Mas, chefe…”Túlio desligou o celular e se agachou novamente de frente à ela na cadeira, a avó dele envolvia a mão de Cloe e usava palavras carinhosas com a garota.— Túlio, já está tudo bem, amor, pode ir e não se preocupe – ela falou com um sorriso para ele. O olhar angustiado dele para as mãos dela a deixava triste por ele. – Foi só uma queimadura.— Não vou deixá-la sozinha, amor – ele acarinhava os ombros dela como se fosse ali o ferimento, precisava acarinhá-la.— Não estou sozinha, Layla está comigo e você não pode fazer nada. É só esperar melhorar.— Não vou deixá-la, Cloe – ele a beijou e deu por encerra
RETALIAÇÃOCloe ficou o tempo todo no portão de Layla esperando a volta de Túlio.— Minha querida, imagine como minha vida tem sido desde que esse menino tinha doze anos! – Layla se aproximou dela no portão, pôs a mão no ombro da jovem, solidária, ela entendia a preocupação de Cloe, pois a garota amava seu neto assim como ela. – Meu neto é como meu filho, e filhos, é como ter o coração batendo fora do peito constantemente, ainda mais com a vida que ele tem.Cloe acenou em concordância, imaginava como não deveria ser fácil para a senhora avó dele.Quando viu a moto dele subir para sua casa e ele não tendo avisado-a de que estava chegando, beijou Layla no rosto e subiu a rua para sua casa. Ela estava quase chegando em casa quando uma van preta passou a todo vapor por ela, os vidros escuros não permitia que ela visse quem estava no interior. Mais à frente desceu um brutamontes da frente e abriu a porta corrediça da van e Sopapo, Canibal e Gringo desceram. Um saco preto cobria a cabeça do