REPREENSÃO.— Valerá muito a pena depois que eu acabar com você! – Abra!Claro que Shay não abriria a porta e Milla não demorou para arrombar a porta. Deu ainda menos trabalho que o portão. Shay estava sentada no chão e a olhava boquiaberta, talvez pensando que estaria segura ali. — Levante, vadia, eu vou acabar com você! E Shay se levantou e avançou sobre Milla. Lutaram no espaço exíguo, quebraram armários, a pia do banheiro e o espelho, além da cortina do box. Shay conseguiu desferir uns golpes e se defender um pouco, mas a ira inflamada de Milla estava grande e estava segurando os cabelos da moça e batendo sua cabeça no espelho quebrado, quando foi puxada por trás por mãos fortes.— Chega! – Gringo a segurou e lhe tirou do banheiro.E Milla soube que foi a companheira de Shay que tinha chamado-o e ela pensou em avançar na moça fofoqueira, mas Gringo a impediu.Gringo a arrastou dali, irritado e de cara fechada e só assim Milla se acalmou, por ver que ele estava ainda mais nervoso
CHEGA!Cloe foi embora da casa de Milla e queria evitar ficar sozinha. Não se achava forte o suficiente para ficar sozinha. O que disse à sua amiga era verdade e o que sentia mesmo, mas não queria tê-la magoado. Não devia ter reclamado e chorado para Milla, mas estava tão fora de si ao saber que Shay e Túlio tinham transado, que perdeu a noção em sua dor. Deveria ter evitado de chorar e se abrir com a amiga, sabendo que Milla era tão esquentada e sua dor a fez se abrir quando a viu. Pensava que pudesse ter feito isso inconscientemente. Talvez porque no fundo quisesse que ela descontasse sua ira em Shay, talvez lá no fundo de sua mente, quisesse mesmo que isso acontecesse e pensar isso, a deixava ainda pior. Nunca fora vingativa e não queria se tornar agora. Mas realmente achava que quem lhe devia explicações era Túlio.Era ele quem lhe devia lealdade, ela sempre lhe fora leal e esperava que ele fosse com ela. — Minha querida, você não me parece bem. – Layla lhe abraçou quando ela che
Ele estava confuso por aí, totalmente perdido e confuso e ela o amava e tinha certeza do amor dele por ela e isso lhe bastava.Sentindo-se mais aliviada, colocou uma mão na de Layla por cima da mesa, apertou a mão enrugada e com manchas senis da mulher, levantou-se da cadeira e beijou a bochecha apergaminhada da mulher e a agradeceu:— Obrigada, Layla, amo você e me sinto melhor, muito melhor.— Chá tem esse propósito, deixar-nos melhor. – Layla lhe disse com um sorriso amável.— Amo a senhora também por achar que foi o chá. – Cloe lhe disse com um sorrisinho que as duas sabiam o que significava.Cloe saiu da casa da amiga idosa e foi encontrar Túlio. Precisavam mesmo conversar e ela lhe diria que tinham que seguir a vida e deixar tudo para trás. Juntos. Ela o amava e ele a amava, o resto superariam juntos. Já tinham superado tantas coisas juntos, essa era só mais uma coisa a se superar e o amor os ajudaria. Já os imaginavam se beijando, fazendo as pazes. Já o imaginavam nus e suados
ACUDAM-NA!Sopapo deixou Gringo na porta da casa de Cloe e partiu para ajudar Túlio. Sopapo nem os outros homens no carro ouviram o grito dele ao entrar na casa de Cloe e a ver cortando o pulso. Aceleraram com o carro para o conflito com seu chefe e Gringo entrou em desespero. Como a acudiria a pé? — Cloe, meu amor, o que você fez?! – Ele gritou e caiu de joelhos ao lado dela, o sangue carmesim manchando sua calça. Ele a pegou no colo e ela parecia não pesar nada. Já estava em choque, o sangue fluía rápido dela e ele segurou-lhe o pulso tentando fazer pressão e estancar, mas parecia não ser o suficiente. Era a primeira vez que Gringo a tocava assim. Ela estava aninhada e inconsciente de encontro ao seu peito. Se sentia muito mal por sentir o que estava sentindo, ele a amara desde o início, a respeitava e respeitava Túlio. Amava-os, mas estava em seu limite já. Nunca pensou em se declarar à ela, nem sabia se um dia faria isso com ela, Túlio, seu chefe e Milla, mas ele a amava. Sim, s
— Senhor, estou atendendo a paciente junto com uma equipe, estão ainda cuidando dela e vim lhe dar notícias, pois me disseram que o senhor…— Fale, porra! Como ela está? – Gringo devia ter o dobro do tamanho do médico em tamanho e peso e não fez esforço algum para lhe levantar pela gola do jaleco branco. O pânico toldou os olhos do doutor. — Ela corre perigo de vida! – O médico assustado falou. Gringo ficou pálido e o soltou, quase o derrubando e o homem se apoiou na porta para não cair. – Ela perdeu muito sangue, sinto muito.— Tire um pouco do meu e dê para ela! – Vociferou o rapaz.— Não funciona assim, entendo sua preocupação, mas já estamos transfundido sangue para ela, estamos fazendo o possível.Gringo se agachou no chão, o doutor entendia e não era a primeira vez que passava por situações assim, onde o familiar do paciente queria agredi-lo para obter a resposta desejada, mas não havia nada que ele pudesse fazer.— Volto para lhe dar notícias assim que possível. – Avisou-o o m
MERECIMENTO — Não sei do que estou falando, não é? Porra, cara, essa menina largou tudo na vida para segui-lo. Era uma garotinha pura e ingênua quando o conheceu, quando teve a vida desgraçada ao cruzar com você! — Ela me salvou quando sua vida cruzou com a minha. — Eu me envergonharia de abrir a boca para dizer isso. Ela salvou sua vida e se condenou! Te salvou e se fodeu. — Ela deveria ter me deixado morrer naquele dia, Gringo. Deveria ter deixado os caras de Jânio acabarem comigo e nada disso teria acontecido! — Concordo plenamente com você. Ela poderia estar formada, poderia estar nesse momento dando shows em algum país, quem sabe até dando aulas de música. Estaria tocando seu piano. Poderia estar com os pais que a amavam, poderia estar casada e com filhos, sendo feliz! Túlio só ouvia, a cabeça abaixada e escondida entre os joelhos. Gringo falava o que ele sabia e pensava todos os dias. — Por sua causa ela passou pela experiência mais triste e avassaladora que uma mulher po
ME PERDOA?Ele tinha Milla, claro, mas nunca lhe escondeu os sentimentos por Cloe. Milla sabia que ele amava a garota e ainda assim aceitou ficar com ele. Como ele, Milla sabia que era um amor impossível. Os dois sabiam que Cloe era apaixonada pelo chefe, os dois sabiam que ele não viveria esse amor e para os dois estava bem o arranjo deles. Se gostavam e se respeitavam. Gringo jamais lhe disse que amava Cloe, mas era implícito e ela respeitava os sentimentos dele. Não tocavam nos assunto em respeito um pelo outro e seguiam felizes assim. Até agora. Milla não o julgaria, até o aplaudiria pela coragem que tinha tido para dizer tudo o que disse ao chefe. Não tentaria impedi-lo, pois ela também amava Cloe. Ela era sua melhor amiga e se amavam, por isso ela entendia Gringo.Gringo terminou o que tinha para falar e saiu, deixando-o ali sentado na calçada em frente ao hospital.Gringo foi à casa de seu amigo motorista, Norberto e enquanto descia a rua do hospital, ligou para Milla, se descu
ALTA HOSPITALAR.A enfermeira atenta que o permitiu que ele visse sua namorada e lhe permitiu ficar mais que cinco minutos, o buscou para que ele saísse e ele aceitou e foi escoltado por ela até a porta da UTI. Ela então fechou a porta e veio até a cama de Cloe.— Então está acordada, sua danadinha? – falou e Cloe abriu os olhos para ela. – Não sei por qual motivo ele se desculpava ou o que lhe fez, mas pareceu bem arrependido, não?Cloe não respondeu, só a olhava.— Não é da minha conta mesmo, mas se um homem daqueles falasse algo para mim, ah, ele teria o que quisesse de mim. – a mulher suspirou e colocou uma mão no peito em drama, sorriu para a garota que acabava de acordar depois de quase vinte e quatro horas em coma. – Bem vinda de volta, Cloe. Vou chamar o doutor para vê-la.O médico veio e ficou animado por vê-la acordada. A examinou, explicou-lhe o que tinha acontecido e lhe disse que ela estava oficialmente fora de perigo. Um psiquiatra veio minutos depois também e lhe falou