Finalmente, a faculdade me deu uma folga e vou poder ver minha família e meu noivo. Juliano e eu estamos juntos há muito tempo e no ano passado ele me pediu em casamento. Ele insistiu tanto para nos casarmos logo, mas pedi que esperasse terminar a faculdade. Passei em primeiro lugar na faculdade mais renomada de São Paulo e meus pais mataram até um porco para festejar.
Meus pais têm uma pequena fazenda, onde produzem um excelente queijo e distribuem leite para quase toda a cidade. Na fazenda moramos meus pais, minha tia que ficou viúva recentemente, minha prima que considero como uma irmã e, obviamente, eu.
Chego à loja de ferragens de Juliano e os meninos que trabalham lá me avisam que ele estava em casa. Agradeço aos rapazes e vou até a casa dele. Ninguém sabia que eu tinha chegado, então vai ser uma surpresa e tanto quando me verem. Estou com tanta saudade de todos, mas quero muito fazer uma surpresa para Juliano, pois ele me ligou todos os dias dizendo que estava sentindo minha falta.
Chegando lá, abro a porta e ouço barulhos estranhos. Entro no quarto e o choque me invade, enquanto as lágrimas começam a rolar. Não acredito que minha prima e meu noivo estavam transando. Como podem fazer isso comigo?
"Meu amor, não é nada disso que você está pensando", ele diz se cobrindo com um lençol, enquanto minha prima me olhava com ar de riso.
"Realmente não é nada do que estou pensando. Devo estar sonhando? Seu desgraçado traidor", grito enquanto as lágrimas não param de cair.
Enquanto eu chorava e esmurrava Juliano, minha prima soltou uma gargalhada infernal. Vou para cima dela, tenta se defender, mas o meu ódio era tanto que começo a estapeá-la. Só paro quando vejo seu rosto inchado. Juliano tenta me tirar de cima dela e me viro voltando a socá-lo. Ele segura minhas mãos e eu lhe dou um chute nas partes baixas.
Deixo os dois se contorcendo de dor e vou para casa. Assim que minha mãe me vê, ela corre para me acudir e conto tudo o que aconteceu.
"Não fique assim, minha filha. Foi melhor ter descoberto agora do que depois", ela acaricia meus cabelos enquanto não consigo parar de chorar.
Minha tia entra no quarto e, quando vê o meu estado, corre para me acudir como minha mãe. Ela me pergunta o que aconteceu, mas só consigo chorar. Minha mãe conta toda a história a ela, que fica em choque. Me acalmo após tomar um chá que minha mãe havia preparado para mim.
"Boa noite família", minha prima se aproxima da porta do meu quarto, mas grito antes que ela entre.
"Sua puta barata, o que está fazendo aqui?", pergunto me aproximando dela.
"Priminha depois que você foi fazer faculdade ficou tão diferente, São Paulo mudou você", disse minha tia. Eu olhei para ela e sorri, sentindo-me um pouco desconfortável com a mudança de assunto abrupta.
"Filha, por que você fez isso? Mel é sua prima e sempre foi sua amiga e te tratou como irmã", eu disse, tentando acalmar a situação.
"Estou cansada dela ter tudo e eu não ter nada, ela tem dinheiro, tem uma fazenda, é inteligente e foi para uma faculdade de prestígio, além de ter um noivo com dinheiro e ser a queridinha da cidade, faltam pouco lamber o chão que ela pisa. Enquanto a mim o que sou? A sombra, a que mora de favor e tudo por culpa de uma mãe que casou com um cara falido que morreu e nos deixou sem nada", Fabiola desabafou, sua voz cheia de amargura.
Eu me senti triste com as palavras dela, mas não conseguia aceitar que ela tivesse humilhado minha prima. "Meus pais sempre cuidaram de você e nunca se importaram se você era falida ou não e eu sempre te amei como se fosse a irmã que nunca tive, dinheiro não é tudo na vida, ele pode comprar muitas coisas menos caráter, amor verdadeiro e felicidade. Como nunca percebi que você era tão invejosa assim? Sua vadia", eu disse, minha raiva tomando conta de mim.
"Sou invejosa mesmo, mas agora, enquanto a queridinha Mellory estava estudando e dando orgulho para a família eu estava trepando com seu noivo", ela disse com um sorriso de satisfação no rosto.
Eu não pude suportar a ideia de Juliano ter me traído com minha prima, e antes que pudesse pensar, joguei Fabiola no chão e comecei a estapeá-la. Minha mãe e minha tia me seguraram e me tiraram de cima dela.
"Vai embora da minha casa", eu gritei para ela.
"E eu vou e com gosto, alias vou morar com Juliano e em breve teremos um filho", ela disse, colocando a mão na barriga.
Fiquei chocada com a revelação, e me perguntei por quanto tempo eles estavam tendo um caso. "Mellory te peço perdão pela minha filha, você não merece isso", minha tia se aproximou de mim e me abraçou.
Eu disse a ela que não precisava pedir perdão por sua filha. Fabiola apareceu na sala com suas malas prontas e me olhou com desdém. "Finalmente venci a prestigiada Mellory em alguma coisa. Ah! Uma última coisa deixa eu te contar um segredo, lembra daquele baseado que encontraram em sua bolsa? Então minha prima querida aquilo fui eu, coloquei em sua bolsa e fiz a denúncia para que você fosse expulsa, foi uma pena você ter conseguido se safar", ela gargalhou.
"Quer saber de uma Fabiola, pode ficar com Juliano para você, mas saiba que você nunca será feliz, tudo que começa errado termina errado, agora vá porque você não tem nada para fazer aqui", disse Fabiola.
Assim que ela saiu, meu pai chegou e ficou sem entender nada. Contamos todo o ocorrido e ele me abraçou:
"Filha, volte para a faculdade, se torne uma pessoa bem-sucedida e não pense em voltar jamais. Esse lugar é muito pouco para alguém que tem um futuro grandioso como você."
Juliano me procurou naquele mesmo dia, me implorando perdão. Segundo ele, me traiu por fraqueza e por se sentir sozinho, já que eu passo a maior parte do tempo estudando. Contei a ele que minha prima estava grávida. Juliano ficou surpreso e me disse que assumiria a criança, mas me amava muito. Percebi o quão mau-caráter ele era e rompi com ele de vez. Nesse mesmo dia, meus pais me entregaram um cartão contendo uma boa soma de dinheiro que daria para eu me manter confortavelmente por bastante tempo. Mesmo eu não querendo aceitar, eles me obrigaram. No dia seguinte, me despedi da minha família e voltei para a faculdade em São Paulo, jurando a mim mesma que jamais seria feita de trouxa novamente.
Não me arrependo de ter me mudado para o Rio de Janeiro, meus pais me apoiaram em minha decisão e fazem cinco anos que estou aqui. Meus pais sempre me visitam, mas não piso em Bom Jesus de Anápolis desde o dia que descobri o que minha prima e meu ex noivo fizeram comigo; os dois se casaram mais parece que ela sofre um verdadeiro inferno na mão dele. Avisei a ela que o começa errado sempre termina errado, sei que devem pensar que roguei praga, mas longe de mim fazer uma coisa dessas. Olho para o cara que passou a noite em minha casa e tento lembrar o seu nome, como ele se chama mesmo, Max, Pedro, Fabricio, sei lá. Vou para o banheiro e me apronto para o trabalho; quando retorno, o cara ainda está na mesma posição. "Hey! Vamos acordar, pois aqui não é hotel", digo a ele. Ele acorda coçando os olhos. "Oi, gata, bom dia", responde ele. Jogo as roupas em sua cara e ele me olha sem entender. "Vamos logo, meu filho, se vista e vaza", ordeno, e ele rapidamente se veste. Depois que constate
Raylon Peres Acordo com uma baita dor de cabeça. Puta que pariu, o que foi que aconteceu depois daquela fileira de shots? Minha mente está completamente em branco. Só espero que não tenha estragado a Mercedes, porque se isso aconteceu, minha mãe vai falar mais do que tudo. "Raylon, levanta, por favor." Minha mãe abre as cortinas. "Dá pra você fechar isso? Preciso dormir." Digo, cobrindo minha cabeça. "Preciso que você me ajude na empresa, filho. Um dia você a herdará e precisará lidar com tudo." Esse papo de novo, porra, logo hoje que estou de ressaca. "Prometo que vou amanhã. Beijos, bom trabalho, eu te amo." Minha mãe solta um suspiro pesaroso. Ela b**e a porta do meu quarto e agradeci mentalmente. Amanhã, preciso inventar outra coisa para não ir, e assim sucessivamente. Minha mãe sabe que odeio esses negócios de terno e gravata. Curto uma coisa mais despojada, sair quando me der vontade e não ficar preso em uma sala cheia de acionistas velhos me enchendo o saco. E o pior de tu
Mellory Bragança. "Acordo de mau humor e sem vontade de ir para o trabalho. Não acredito que terei que aturar o filho insuportável da minha chefe pelos próximos três meses. O pior de tudo é que terei que transformá-lo em alguém que pelo menos tenha interesse em saber como a empresa funciona, já que ele herdará tudo um dia. Tomo meu café na minha Starbucks favorita quando meu celular toca. “Oi, gata, excelente dia para você. Quer sair comigo mais tarde?” Wilian não perde a chance de tentar ficar sozinho comigo. “Will, não vai rolar. Mas no sábado vou sair com a May e a Cel. Tá afim de ir?” Pergunto a ele, que demora um pouco para responder. “Vamos sim. Só me manda o endereço e horário.” “Pode deixar. Peço para a May te mandar. Beijos.” Travo meu celular e vou para o meu carro. Ligo o rádio e está tocando Sorriso Maroto, um grupo de pagode que comecei a gostar na adolescência. Chegando no trabalho, cumprimento todos como sempre faço. Ao chegar em minha sala, minha secretária me int
No dia seguinte, fui abordada por Valentina, que me informou que Raylon estava se envolvendo com uma garota em nossa sala compartilhada. Não acreditei que ele fosse capaz disso, mas se ele achava que iria me irritar, estava muito enganado, pois eu também sabia jogar esse jogo. "Val, você pode me fazer um favor?" perguntei. Ela me perguntou o que era e apontei para sua aliança. Valentina sorriu e me perguntou o que eu ia aprontar, então pedi que ela aguardasse o show e piscou para ela. Entrei na sala e vi a cena. Raylon olhou para mim como se tivesse perdido a rodada, mas ele tinha mexido com a mulher errada. Ela estava sentada à mesa e rindo de algo que ele estava dizendo. Respirei fundo e comecei a minha apresentação. "Alguém pode me explicar por que há uma garota na sua mesa, Raylon?" finjo estar irritada e a menina fica assustada. "Quem é ela?" ele sorri e estava prestes a responder, quando tomei a frente. "Quem sou eu? Sou a futura esposa dele. Sério, esse cretino não te falou
Raylon olhou-me por um tempo e em seguida fez uma piada em como o mundo é pequeno, não acho que seja o mundo e sim eu que sou azarada só pode, por que tenho que encontrá-lo logo aqui? "Poís é. Vou me encontrar com minhas amigas", viro as costas para sair de perto dele, mas o mesmo pega a minha mão."Você estava dançando tão gata, não vá", ele diz."Está me pedindo para ficar aqui dançando com você?", pergunto. Ele confirma e me pergunto o que está tramando agora.Dou um sorriso para ele e volto para as minhas amigas. Assim que me aproximo, as duas estavam rindo e eu dou de ombros. Peço uma garrafa de água com gás, as duas voltam a me encarar, e isso estava começando a me irritar."Por que estão me olhando assim?", pergunto a elas que continuavam rindo feito hienas."Nós vimos a interação de vocês", Celina diz."E?""Só de olhar dá pra perceber que estamos certas, vocês têm tesão reprimido", Maryanne continua com isso.Mando as duas irem procurar algo melhor para fazer e elas dizem que
Raylon Peres.Porra! Tudo que queria era ter uma noite divertida, pegar mulher e esquecer as minhas frustrações, assim que cheguei na festa fui para a pista de dança e encontrei Mellory dançando, então me aproximei dela e conversamos por um breve instante,mas logo que ela se retirou meu amigo apareceu.— Aquela gostosa era a sua chefe? – Joca se aproximou olhando para a bunda de Mellory com cara de safado.— Ela não é minha chefe, somos colegas de trabalho e outra coisa: Mel é muita areia para o seu caminhãozinho. – Meu amigo sorriu.— Não custa tentar. – Virei as costas e fui para o outro lado do bar e comecei a beber.Dancei com algumas gatas e dei uns amassos mas nenhuma delas valia a pena e continuei a beber, quando dei por mim já estava completamente bêbado, fui à procura do meu amigo e não o encontro, ligo para o filho da puta e ele atendeu no quarto toque. — Pô mano, foi mal, conheci uma gata aqui e estou saindo com ela. – Nem me dei ao trabalho de responder e logo desliguei
Mellory Bragança O dia de hoje foi agitado, mas muito produtivo. O melhor de tudo foi que Raylon entendeu por si só que precisa estar por dentro de tudo, já que herdará a empresa. Quando o expediente terminou, eu só queria ir para casa e dormir. Minhas amigas me convidaram para uma festa, mas optei por ficar em casa, estava cansada e só queria tomar um banho demorado, me jogar no sofá e comer besteiras. E foi exatamente o que fiz. Estava usando minha roupa velha, uma camiseta grande e rasgada que pertencia ao meu pai - eu a uso desde a adolescência - e um short minúsculo. A campainha tocou e fui correndo para atender. Nossa! O pessoal da pizzaria foi rápido desta vez, mas quando abri a porta, levei um susto ao ver Raylon parado lá. “O que você quer, Raylon?” Droga! Esqueci que estava usando óculos de grau e os retirei rapidamente. “Na verdade, nem eu sei.” Se nem ele sabe o que está fazendo em minha porta, o que dirá eu? O encarei, tentando entender o motivo de sua presença. “Se vo
“Vamos, Raylon?” Chamei-o, pegando as pastas das propostas que, por sorte, eu sempre tiro uma cópia extra e guardo para mim. “Quem é esse tal de Ethan Lenox?” Raylon perguntou curioso sem sair do lugar. “Ele é um possível investidor. Sua mãe não lhe contou que pretende expandir a empresa e levá-la para fora do país?” Perguntei a ele, que negou e pela primeira vez o vi sem resposta. “Hum! No meio do caminho te conto os detalhes. Na ausência da sua mãe, é meu trabalho resolver esses imprevistos e agora será nosso, então levanta logo.” “Está louca, Mel! Não faço a mínima ideia do que minha mãe está tratando com ele”, ele disse. Tranquilizei-o dizendo que seu trabalho é apenas observar e tomar notas mentais de tudo o que aconteceu. Perguntei a ele se conseguia fazer isso e ele me disse que sim. “Então, serei seu assistente?” Assenti, conferindo as pastas para ter certeza de que está tudo certo. “Já que é assim”, ele disse e se encaminhou até a porta e a abriu. “Por favor, vá na fren