“Vamos, Raylon?” Chamei-o, pegando as pastas das propostas que, por sorte, eu sempre tiro uma cópia extra e guardo para mim.
“Quem é esse tal de Ethan Lenox?” Raylon perguntou curioso sem sair do lugar.
“Ele é um possível investidor. Sua mãe não lhe contou que pretende expandir a empresa e levá-la para fora do país?” Perguntei a ele, que negou e pela primeira vez o vi sem resposta.
“Hum! No meio do caminho te conto os detalhes. Na ausência da sua mãe, é meu trabalho resolver esses imprevistos e agora será nosso, então levanta logo.”
“Está louca, Mel! Não faço a mínima ideia do que minha mãe está tratando com ele”, ele disse.
Tranquilizei-o dizendo que seu trabalho é apenas observar e tomar notas mentais de tudo o que aconteceu. Perguntei a ele se conseguia fazer isso e ele me disse que sim. “Então, serei seu assistente?” Assenti, conferindo as pastas para ter certeza de que está tudo certo.
“Já que é assim”, ele disse e se encaminhou até a porta e a abriu. “Por favor, vá na frente e me dê o privilégio de ver a sua bunda gostosa remexendo.”
Passei por ele, lhe dei um tapa na cabeça e disse que iríamos lado a lado. Lucrécia observou a cena de longe e seu rosto era indecifrável. Me perguntei o que ela deveria estar pensando.
Chegando à sala de reuniões, sorri para Ethan, que se levantou para nos cumprimentar, um verdadeiro cavalheiro.
“Está bela como sempre”, ele disse, me fazendo enrubescer levemente.
“Muito obrigada! Como vão Tarah e as crianças?” A esposa dele é uma figura, tive a oportunidade de conhecê-la recentemente.
“Estão bem, obrigado por perguntar. Tarah gostaria de vir, mas ela tinha algumas reuniões importantes, fazendo-a ficar em Boston. Ela mandou umas lembrancinhas da nova coleção da Larah para você.” Larah é a irmã mais nova de Tarah, uma modelo famosa que tem sua própria linha de roupas.
“Obrigada, mais uma vez. Depois agradecerei a ela.” Raylon olhava para nós de maneira estranha. “Antes de darmos início à reunião, gostaria de lhe apresentar Raylon Peres, filho da senhora Meridiana.”
Os dois se cumprimentam mais uma vez e Raylon começa uma conversa formal em inglês. Sentamo-nos e tomei a frente de nossa reunião. Uma hora depois, Ethan aceitou facilmente a nossa proposta. Acrescentamos apenas alguns adendos que não atrapalharam o nosso acordo e finalmente teremos a nossa tão sonhada filial em Manhattan. Nos despedimos de Ethan e ele vai embora, prometendo voltar em três dias para sacramentar o acordo. Eu não conseguia acreditar que conseguimos fechar esse contrato, estava realmente contente. Raylon tocou meu braço e olhei para ele.
"Minha mãe iria gostar de como você conduziu a reunião", ele disse, ainda segurando meu braço.
"Sua mãe ensinou tudo o que eu sei, tive muita sorte de vir trabalhar aqui", eu disse, realmente sincera.
"Minha mãe fala tanto de você, em como é inteligente, esforçada, gentil, trabalhadora e bla… bla…bla. Acho que ela seria mais feliz se tivesse você como filha".
"Nunca mais repita uma idiotice dessas, sua mãe te ama e só quer que você largue a mão de ser um babaca e comece a se interessar pelos negócios da sua família".
"Eu sei, só que..."
"Tem mais em você do que deixa transparecer." Raylon me olhou e voltamos a caminhar em silêncio.
Chegamos em nossa sala e começamos a trabalhar ainda em silêncio. Acho que o que eu disse a ele o atingiu de alguma forma, espero que tenha efeito. Quando vi que era meio-dia, arrumei minha sala e fui para casa. Assim que cheguei, tomei um banho, pus uma roupa confortável e liguei para Mary, que me atendeu no terceiro toque.
"Diga-me o que deseja, amiga?" Percebi que ela não estava bem e perguntei o que aconteceu. O telefone ficou mudo por algum tempo e fiquei na linha esperando sua resposta. "Não quero ficar te contagiando com a minha amargura, amiga". Sabia que ela ficaria assim por causa do Maurinho. Deixe só quando me encontrar com ele.
"Não me diga que está assim por causa do babaca do Maurinho?" Assim que ouvi seu suspiro, soube que estava certa.
"Estávamos juntos há um ano e seis meses. Você melhor do que ninguém deve entender isso." Maryanne acabou de tocar em uma ferida antiga. A dor da traição pelas pessoas que se ama é verdadeiramente uma desgraça.
"Claro que sei, amiga. É por isso que nunca poderia te julgar e mesmo se não soubesse, não a julgaria. Os assuntos do coração são complicados mesmo, mas quero que saiba que estou aqui e a Cel também, mesmo sendo maluquinha".
“Obrigada por tudo amiga, mas você não ligou para isso, o que quer?”
“Estava pensando em sairmos para nos divertirmos hoje, mas agora não sei se será uma boa. Podemos trocar por uma noite de filmes aqui na minha casa, tem quartos sobrando para vocês dormirem o que acha?”
“Eu topo amiga, você vai ligar para a Celina ou quer que eu ligue?” Mary perguntou e disse que eu mesma ligaria nos despedimos e vejo que tem outra ligação, será que é Celina, quando olhei para o visor vi que era Meridiana atendi rapidamente, ela me disse que Raylon havia acabado de chegar em sua casa e contou sobre a reunião com Ethan, ela se desculpou por ter esquecido a reunião e me parabenizou por ter conseguido fechar o contrato, digo a ela que segunda-feira enviaria a ela as modificações que necessitavam ser realizadas e ela me agradeceu mais uma vez,perguntei sobre a sua saúde e a sua resposta foi que está com enxaqueca. “Tem certeza que não precisa ir ao médico?”
“Por uma simples enxaqueca?”
“Não é isso que a sua voz diz.” Meridiana me pede para me divertir e diz que me preocupo demais com ela.
Desligo o telefone e ligo para Celina que topou na hora vir aqui pra casa ela me perguntou se poderia trazer o boy que está ficando, segundo ela o cara disse que tem um amigo que está solteiro e que é do meu estilo e disse que tudo bem.
Já que viriam dois caras estranhos liguei para Willian e ele topou na hora o convite, aproveitei e chamei o meu amigo Max e seu namorado Vini que disseram que levariam Alana, o que era uma festinha com as amigas se tornou uma festa, liguei para Cel e mandei ela dizer para os caras que viriam trazer bebidas. Fui ao mercado e comprei alguns ingredientes para fazer uns petiscos e depois de tudo pronto me arrumei para esperar o pessoal chegar, espero que essa festinha seja bacana e que não tenha nenhuma surpresa desagradavel.
Raylon Peres Cheguei em casa depois de mais um dia de trabalho na empresa e vi minha mãe conversando com Dadá. Assim que elas me viram, se calaram e ergui a sobrancelha, mas resolvi deixar as indagações para depois. Minha mãe estava um pouco abatida e perguntei se ela tinha ido ao médico. Ela disse que o doutor foi examiná-la e que eu não deveria me preocupar. “A Mellory conseguiu fechar o contrato para expandir a empresa para o exterior. Você deveria ligar para ela e parabenizá-la”, disse minha mãe. “Me esqueci completamente desse compromisso.” “Não acredito que Meridiana Peres esqueceu um compromisso. Acho que o mundo deve estar prestes a acabar”, brincou minha mãe. “Por que não me contou sobre a expansão da empresa? Fiz papel de palhaço perto da Mellory.” “Você nunca se interessou pelos assuntos da empresa. Seu negócio sempre foi ir para festas e se divertir”, lembrou Mellory. As palavras dela voltaram à minha mente. Até minha própria mãe me via como um cara fútil. Acho que já
Duas semanas haviam se passado e, incrivelmente, Mellory e eu estávamos nos dando bem juntos. Claro que optamos por não falar sobre aquele dia. Minha mãe andava cada vez mais estranha e toda vez que tocava no assunto, ela desconversava. Eu peguei um chá para mim e fui para a minha sala compartilhada. Ao chegar, ouvi Mellory marcando de sair com alguém. Eu me senti meio estranho com isso, mas decidi deixar de lado. Afinal, não tinha nada a ver com a vida dela. Quando ela desligou o celular, sentou-se em minha mesa. “Esse chá parece gostoso.” – Ela disse, cruzando as pernas e me deixando excitado. “Quer um pouco?” Eu ergui a xícara e ofereci a ela. Mellory pegou a xícara da minha mão e tomou um gole. Em seguida, passou a língua pelos lábios e puta que pariu que tesão fodido, essa mulher me mata. “Obrigada, realmente está uma delícia.” Mellory se ajeitou em minha mesa e eu me perguntei se ela sabia o efeito que estava causando em mim. “Pensei que gostasse de café.” “Gosto, mas since
Mellory Bragança Já na videoconferência, confesso que nem prestava atenção pois minha preocupação era Raylon, nunca o vi daquele jeito e nem sabia que ele gostava de criança quanto mais que apadrinhou uma. Liguei para Meridiana para saber do seu estado de saúde e ela me tranquilizou com sempre dizendo que estava bem melhor e que amanhã voltaria para a empresa, ela me perguntou sobre o seu filho e eu disse que estava trabalhando, ocultei a parte dele ter ido ver uma garotinha no hospital, pois isso é uma coisa que ele deve contar a mãe dele, não eu. Antes de sair da sala mandei mensagem para Raylon e quando saí Val me perguntou se eu voltaria hoje e disse que não, pedi que me ligasse caso aconteça algo sério, me despedi dela e partir para o endereço que Raylon me passou, andei um pouco e logo o encontrei sentado com olhar perdido e naquele momento mudei um pouco mais a minha opinião a seu respeito. Me sento ao seu lado e eu olhou-me. — Oi, Mel, que bom que veio. – Ele diz baixo e nã
Cheguei em casa, tomei um banho bem demorado e liguei para minhas amigas por chamada de vídeo.— Amigas, tenho uma novidade para contar e não sei como fazer isso. – As duas ficam olhando para o meu rosto por tempo demais.— Abre logo o jogo Mel, o que você fez? – Celina pergunta.— Não me diga que matou o Raylon e quer a nossa ajuda para limpar a bagunça e sumir com o corpo? – Mary é sempre a mais dramática.— Não é nada disso, não surtei, mas vou me casar. – As duas abrem a boca em um ó perfeito.— Com quem? – Celina estava perplexa.— Com Raylon.— Já chegamos aí. – As duas dizem em uníssono e desligam.Nossa! Elas devem estar chocadas mesmo, pois desligaram correndo. Enquanto esperava por elas, entrei na internet e comecei a procurar contratos pré-nupciais, estava salvando alguns modelos quando meu celular apitou."Uma pergunta Mel, onde vamos morar?" – Sério que Raylon está preocupado com isso."Podemos morar aqui mesmo." – Ele demorou a responder."Não acho que sua casa seja apro
Raylon olhou para mim por um bom tempo e depois encontrou a sua voz.— Mel, me diga que isso é uma brincadeira de primeiro de Abril. – Sabia que ele ficaria assim com as condições.— Não estou brincando, esse é o contrato e não estamos em Abril esqueceu? – A cara dele estava impagável e segurei a risada. — Sério mesmo que vamos dormir na mesma cama mais não vamos poder fazer sexo e também está proíbido sexo com outras pessoas, como você espera que eu viva? – Ele me pergunta e sorri de uma forma angelical.— Um ano de celibato vai fazer bem a você.— Você é mesmo uma megera, feitora de escravos. – Já ouvi isso tantas vezes que já me acostumei.— Essas são as condições, você pode aceitar ou recusar.— Sério que no final do contrato você não quer um real meu?— Estou entrando nessa para ajudar a salvar a vida de uma garotinha e não é por dinheiro.— Já te falaram que você é uma mulher estranha? – Ele pergunta e dou de ombros.— O tempo todo já estou acostumada, agora se você leu e conc
Acordei com meu telefone tocando quando olhei o visor eram meus pais.— Bença, mãe.— Deus te abençoe minha filha, ainda estava dormindo? – Não posso negar porque a minha voz já diz tudo.— Estava sim, mas eu já ia levantar.— Filha, você tem se alimentado direito? Sabe que seu pai e eu ficamos preocupados com isso.— Fique tranquila, mãe, estou me alimentando direitinho. – Raylon levantou e deu bom dia e eu mandei ele ficar quieto.— Seu noivo está aí com você? – Merda conheço a minha mãe, ela vai me dar um sermão daqueles, afirmo já esperando — manda um beijo para ele, te liguei porque quero saber se vocês vão vir no sábado. – Fiquei surpresa pela fala da minha mãe, ela realmente achava que teria uma filha encalhada. — Acho que se tudo der certo vamos chegar de madrugada.— Filha, as pistas à noite não são boas para dirigir. Tenham cuidado.— Pode deixar mãe – ela desligou o telefone e Raylon estava rindo, mas nem me dei ao trabalho de saber o motivo, enquanto ele tomava banho fui
— Dá pra você relaxar. – Raylon pede pela décima quinta vez.— Bem que gostaria, mas não dá – nunca fui assaltada na vida e estar dentro desse carro me faz pensar que a qualquer momento isso acontecerá.— Sei o que você está pensando e não, não seremos assaltados. Quer ouvir uma música para relaxar?— Não. Prefiro conversar com você é melhor do que nada. – Ele olhou para mim e balançou a cabeça sorrindo. — Não olha para mim, olha pra estrada.— Calma, minha futura esposa a levarei em segurança para o sítio dos meus pais. – Odeio quando ele zomba de mim.Fechei a cara e ele riu, como Ray consegue fazer isso? Por mais que eu tente não consigo, a minha cabeça está um turbilhão, não sei o que meus pais vão achar desse casamento repentino, não sei que sensações terei ao pisar na minha terra natal. Ah! Sinceramente não sei o que estou fazendo da minha vida.— Mel, conversa comigo, você ficou calada de repente. – Raylon cutuca meu ombro.— São apenas questões que rondam a minha mente. – Digo
No dia seguinte chegamos à cozinha e a mesa estava repleta de comida, minha mãe caprichou no café da manhã.— Bom dia crianças, dormiram bem? – Meu pai pergunta lendo seu jornal habitual.— Oi, paizinho, dormi muito bem. – Dou um beijo nele e me sento na cadeira.— Você fala toda infantil perto dos seus pais – Raylon falou no meu ouvido e meu pai olhou para nós.Minha mãe apareceu e pôs o café na mesa, ela sentou ao nosso lado e tomamos café animadamente, minha mãe me avisou que mais tarde faria meu chá favorito e agradeci a ela, minha mãe faz um chá de camomila com mel maravilhoso.— Me conta como se conheceram? – Meu pai pediu antes que eu começasse a contar Raylon tomou a frente.— Quando a Mel foi trabalhar para minha mãe não nos dávamos bem, eu gostava de provocá-la e ela não abaixava a cabeça para mim, nossos amigos diziam que a nossa implicância era tesão reprimido. – Nessa hora meu pai engasgou com o café e eu dei um chute na canela de Ray — desculpe a parte do tesão reprimido