Raylon Peres
Cheguei em casa depois de mais um dia de trabalho na empresa e vi minha mãe conversando com Dadá. Assim que elas me viram, se calaram e ergui a sobrancelha, mas resolvi deixar as indagações para depois. Minha mãe estava um pouco abatida e perguntei se ela tinha ido ao médico. Ela disse que o doutor foi examiná-la e que eu não deveria me preocupar.
“A Mellory conseguiu fechar o contrato para expandir a empresa para o exterior. Você deveria ligar para ela e parabenizá-la”, disse minha mãe.
“Me esqueci completamente desse compromisso.”
“Não acredito que Meridiana Peres esqueceu um compromisso. Acho que o mundo deve estar prestes a acabar”, brincou minha mãe. “Por que não me contou sobre a expansão da empresa? Fiz papel de palhaço perto da Mellory.”
“Você nunca se interessou pelos assuntos da empresa. Seu negócio sempre foi ir para festas e se divertir”, lembrou Mellory. As palavras dela voltaram à minha mente. Até minha própria mãe me via como um cara fútil. Acho que já estou velho demais para agir como um adolescente.
“Mas a partir de hoje quero saber de tudo. Afinal, a empresa será minha futuramente.”
“Milagres existem de verdade! Quem diria que ouviria isso de você, filho? Não sabe como fico feliz por isso. Vá descansar, você merece”, disse minha mãe. Dei um beijo em minha mãe e depois em Dadá e fui para meu quarto. Assim que saí do banho, Joca me avisou que tínhamos uma festa para ir. Perguntei a ele em qual casa era e ele me disse que era na casa da amiga da ficante dele. Nem sabia que ele estava ficando com alguém.
Combinamos que ele me buscaria às dezoito horas. Aproveitei para dormir um pouco e estar preparado para a tal festa. Assim que ouvi meu amigo buzinar, desci as escadas. Minha mãe estava na sala lendo alguma coisa e, quando me viu, parou de ler e perguntou se eu iria sair. Eu disse que sim. Ela me perguntou como voltaria para casa e tranquilizei-a, dizendo que iria com o Joca e, se tivesse como voltar, daria um jeito de dormir por lá mesmo.
“Filho, você não acha que deveria voltar para a terapia? Você já é adulto”, perguntou ela. Por que ela sempre tenta me fazer voltar para aquilo?
“Depois conversamos sobre isso”, respondi. Dei um beijo em sua testa e ela sorriu. Entrei no carro do meu amigo e ele me cumprimentou.
“E aí, amigo, pelo que fiquei sabendo, as amigas da minha ficante são gostosas.”
“Essa sua ficante tem nome não?”
“É Celina, mas as amigas dela a chamam de Cel.” Lembrei-me de que Mellory tem uma amiga com esse nome, mas tenho certeza de que não é a mesma pessoa. “Vou passar na casa dela para poder levá-la conosco, não seja um babaca.” Meu amigo pediu, e nunca o vi ficar assim por uma ficante. Eu disse a ele para ficar tranquilo.
Durante o trajeto, fomos conversando, e ele me atualizou sobre como era trabalhar para o seu pai. Meu amigo disse que era muito desafiador ter alguém no seu pé como se fosse uma babá e que não tinha confiança nele, mas pelo menos Mellory tinha confiança em mim, às vezes até mais do que eu mesmo.
Chegamos à casa da menina, e quando a vi, soltei uma gargalhada. Ela me olhou de cara fechada e revirou os olhos.
“A Mel vai me matar.” Enquanto ela se amaldiçoava e só sabia rir.
“O que houve, Celina?” Meu amigo perguntou, e olhamos para ele.
“Ela é uma das amigas da Mellory.”
“Olha, como o mundo é pequeno! Quem diria que ela é amiga da sua ficante.” Dei um tapa na cabeça do meu amigo, que protestou. “Por que você me bateu, maluco?” Ele perguntou, e eu olhei para ele de cara fechada. Lembrei-lhe que não tenho ficante, sou um bicho solto. Celina olhou para mim, e em sua testa estava escrito a palavra idiota.
“Sei.” Meu amigo ria feito um idiota. “O que será que Mellory fará quando te ver chegando?”
“Cala a boca e dirige”, digo, virando os olhos.
Chegamos ao apartamento de Mellory, Celina e eu descemos do carro e ficamos esperando Joca estacionar. Nós dois nos encaramos sem dizer uma palavra. Meu amigo chegou, e mesmo percebendo o clima estranho, não disse nada. Tocamos a campainha, e quando Mellory atendeu, olhou para sua amiga.
“Juro que não sabia.” Ela ergueu as mãos como quem se desculpa.
“Tudo bem, amiga. Eu que devo ter dançado pole dance na cruz de calcinha e sutiã.” Sua amiga riu, e eu fiquei sem entender o que ela quis dizer, mas sei que seria uma visão maravilhosa.
"Você é estranha, Melzinha. Aqui trouxe as bebidas", disse alguém enquanto quase passava as sacolas para as mãos dela. Um cara se aproximou e pegou as sacolas, dizendo "Oi, eu sou William", e apertando a mão dela com força excessiva. Mel olhou para mim e revirou os olhos, pegando as sacolas de volta e dizendo que poderia muito bem dar conta delas. Ele não gostou muito, mas foi para o outro canto da sala.
Celina encontrou sua amiga Mary e as duas começaram a arrumar as bebidas no gelo. Um tempo depois, mais pessoas chegaram e meia hora depois estávamos todos conversando como se fôssemos amigos de longa data.
Depois de várias rodadas de bebidas, começamos a brincar de vira-vira. Formamos times de homens contra times de mulheres, e nós pensamos que a vitória estava garantida. Mas para a nossa surpresa, perdemos feio. As mulheres bebiam muito mais do que nós. "Vocês bebem mais do que carro velho", disse Joca a elas, que sorriram e estenderam a mão para pegar nosso dinheiro.
"Elas levaram praticamente todo o meu dinheiro. Vamos fazer outra brincadeira que não me deixe tão pobre", disse um dos amigos de Mel. O outro deu a sugestão de formarmos pares para brincar de mímica, e todos concordaram. Eu agarrei Mellory como minha parceira, deixando William irritado.
"Sou bem competitiva", disse Mel no meu ouvido.
"Eu também. Por isso, formamos o casal perfeito", eu disse a ela, que sorriu e pela primeira vez não me xingou.
Vencemos todas as rodadas, e todos ficaram admirados com a nossa sincronia. Depois jogamos Banco Imobiliário, e eu nunca havia jogado antes. As meninas colocaram músicas e começaram a dançar. Todos já estavam alterados, e Joca e Celina haviam sumido. Mary estava completamente bêbada, chorando suas amarguras, e eu puxei Mel para voltarmos a dançar.
No dia seguinte, só me lembro de ter acordado ao lado de Mellory em sua cama. Não me lembro de nada que aconteceu, mas pelas camisinhas descartadas e pelos arranhões em meu braço e peito, a noite foi frenética e deliciosa. Fiquei deitado olhando para Mellory, que dormia tranquilamente. De repente, ela abriu os olhos e quando me viu, deu um pulo da cama.
"Puta merda! Não acredito", ela colocou a mão no rosto. "O que aconteceu ontem?"
"Estou na mesma, não lembro de nada."
"Não... Não... Não, isso não podia ter acontecido de novo", disse Mel enquanto vestia sua roupa.
"Você disse que figurinha repetida não completa álbum, mas parece que sou sua figurinha favorita."
"Cala a boca, Raylon. Minha cabeça parece que vai explodir, e ouvindo você grasnar, ela vai mesmo".
Duas semanas haviam se passado e, incrivelmente, Mellory e eu estávamos nos dando bem juntos. Claro que optamos por não falar sobre aquele dia. Minha mãe andava cada vez mais estranha e toda vez que tocava no assunto, ela desconversava. Eu peguei um chá para mim e fui para a minha sala compartilhada. Ao chegar, ouvi Mellory marcando de sair com alguém. Eu me senti meio estranho com isso, mas decidi deixar de lado. Afinal, não tinha nada a ver com a vida dela. Quando ela desligou o celular, sentou-se em minha mesa. “Esse chá parece gostoso.” – Ela disse, cruzando as pernas e me deixando excitado. “Quer um pouco?” Eu ergui a xícara e ofereci a ela. Mellory pegou a xícara da minha mão e tomou um gole. Em seguida, passou a língua pelos lábios e puta que pariu que tesão fodido, essa mulher me mata. “Obrigada, realmente está uma delícia.” Mellory se ajeitou em minha mesa e eu me perguntei se ela sabia o efeito que estava causando em mim. “Pensei que gostasse de café.” “Gosto, mas since
Mellory Bragança Já na videoconferência, confesso que nem prestava atenção pois minha preocupação era Raylon, nunca o vi daquele jeito e nem sabia que ele gostava de criança quanto mais que apadrinhou uma. Liguei para Meridiana para saber do seu estado de saúde e ela me tranquilizou com sempre dizendo que estava bem melhor e que amanhã voltaria para a empresa, ela me perguntou sobre o seu filho e eu disse que estava trabalhando, ocultei a parte dele ter ido ver uma garotinha no hospital, pois isso é uma coisa que ele deve contar a mãe dele, não eu. Antes de sair da sala mandei mensagem para Raylon e quando saí Val me perguntou se eu voltaria hoje e disse que não, pedi que me ligasse caso aconteça algo sério, me despedi dela e partir para o endereço que Raylon me passou, andei um pouco e logo o encontrei sentado com olhar perdido e naquele momento mudei um pouco mais a minha opinião a seu respeito. Me sento ao seu lado e eu olhou-me. — Oi, Mel, que bom que veio. – Ele diz baixo e nã
Cheguei em casa, tomei um banho bem demorado e liguei para minhas amigas por chamada de vídeo.— Amigas, tenho uma novidade para contar e não sei como fazer isso. – As duas ficam olhando para o meu rosto por tempo demais.— Abre logo o jogo Mel, o que você fez? – Celina pergunta.— Não me diga que matou o Raylon e quer a nossa ajuda para limpar a bagunça e sumir com o corpo? – Mary é sempre a mais dramática.— Não é nada disso, não surtei, mas vou me casar. – As duas abrem a boca em um ó perfeito.— Com quem? – Celina estava perplexa.— Com Raylon.— Já chegamos aí. – As duas dizem em uníssono e desligam.Nossa! Elas devem estar chocadas mesmo, pois desligaram correndo. Enquanto esperava por elas, entrei na internet e comecei a procurar contratos pré-nupciais, estava salvando alguns modelos quando meu celular apitou."Uma pergunta Mel, onde vamos morar?" – Sério que Raylon está preocupado com isso."Podemos morar aqui mesmo." – Ele demorou a responder."Não acho que sua casa seja apro
Raylon olhou para mim por um bom tempo e depois encontrou a sua voz.— Mel, me diga que isso é uma brincadeira de primeiro de Abril. – Sabia que ele ficaria assim com as condições.— Não estou brincando, esse é o contrato e não estamos em Abril esqueceu? – A cara dele estava impagável e segurei a risada. — Sério mesmo que vamos dormir na mesma cama mais não vamos poder fazer sexo e também está proíbido sexo com outras pessoas, como você espera que eu viva? – Ele me pergunta e sorri de uma forma angelical.— Um ano de celibato vai fazer bem a você.— Você é mesmo uma megera, feitora de escravos. – Já ouvi isso tantas vezes que já me acostumei.— Essas são as condições, você pode aceitar ou recusar.— Sério que no final do contrato você não quer um real meu?— Estou entrando nessa para ajudar a salvar a vida de uma garotinha e não é por dinheiro.— Já te falaram que você é uma mulher estranha? – Ele pergunta e dou de ombros.— O tempo todo já estou acostumada, agora se você leu e conc
Acordei com meu telefone tocando quando olhei o visor eram meus pais.— Bença, mãe.— Deus te abençoe minha filha, ainda estava dormindo? – Não posso negar porque a minha voz já diz tudo.— Estava sim, mas eu já ia levantar.— Filha, você tem se alimentado direito? Sabe que seu pai e eu ficamos preocupados com isso.— Fique tranquila, mãe, estou me alimentando direitinho. – Raylon levantou e deu bom dia e eu mandei ele ficar quieto.— Seu noivo está aí com você? – Merda conheço a minha mãe, ela vai me dar um sermão daqueles, afirmo já esperando — manda um beijo para ele, te liguei porque quero saber se vocês vão vir no sábado. – Fiquei surpresa pela fala da minha mãe, ela realmente achava que teria uma filha encalhada. — Acho que se tudo der certo vamos chegar de madrugada.— Filha, as pistas à noite não são boas para dirigir. Tenham cuidado.— Pode deixar mãe – ela desligou o telefone e Raylon estava rindo, mas nem me dei ao trabalho de saber o motivo, enquanto ele tomava banho fui
— Dá pra você relaxar. – Raylon pede pela décima quinta vez.— Bem que gostaria, mas não dá – nunca fui assaltada na vida e estar dentro desse carro me faz pensar que a qualquer momento isso acontecerá.— Sei o que você está pensando e não, não seremos assaltados. Quer ouvir uma música para relaxar?— Não. Prefiro conversar com você é melhor do que nada. – Ele olhou para mim e balançou a cabeça sorrindo. — Não olha para mim, olha pra estrada.— Calma, minha futura esposa a levarei em segurança para o sítio dos meus pais. – Odeio quando ele zomba de mim.Fechei a cara e ele riu, como Ray consegue fazer isso? Por mais que eu tente não consigo, a minha cabeça está um turbilhão, não sei o que meus pais vão achar desse casamento repentino, não sei que sensações terei ao pisar na minha terra natal. Ah! Sinceramente não sei o que estou fazendo da minha vida.— Mel, conversa comigo, você ficou calada de repente. – Raylon cutuca meu ombro.— São apenas questões que rondam a minha mente. – Digo
No dia seguinte chegamos à cozinha e a mesa estava repleta de comida, minha mãe caprichou no café da manhã.— Bom dia crianças, dormiram bem? – Meu pai pergunta lendo seu jornal habitual.— Oi, paizinho, dormi muito bem. – Dou um beijo nele e me sento na cadeira.— Você fala toda infantil perto dos seus pais – Raylon falou no meu ouvido e meu pai olhou para nós.Minha mãe apareceu e pôs o café na mesa, ela sentou ao nosso lado e tomamos café animadamente, minha mãe me avisou que mais tarde faria meu chá favorito e agradeci a ela, minha mãe faz um chá de camomila com mel maravilhoso.— Me conta como se conheceram? – Meu pai pediu antes que eu começasse a contar Raylon tomou a frente.— Quando a Mel foi trabalhar para minha mãe não nos dávamos bem, eu gostava de provocá-la e ela não abaixava a cabeça para mim, nossos amigos diziam que a nossa implicância era tesão reprimido. – Nessa hora meu pai engasgou com o café e eu dei um chute na canela de Ray — desculpe a parte do tesão reprimido
Depois que meu pai e Raylon correu atrás de mim e da minha mãe eles nos sujaram nos fazendo tomar banho, minha tia ralhou conosco por estarmos sujos e meu pai mandou ela relaxar.— Fica tranquila Morgana, fazia tempo que não me divertia tanto e graças ao meu genro e minha filha querida, minha velha e eu estamos animados. – Meu pai diz e minha tia sorri.Fui para o meu quarto e chamei Raylon que me acompanhou chegando lá pedi a ele que fosse tomar banho primeiro, enquanto ele tomava banho tirei minhas roupas sujas e fiquei aguardando minha vez..— Aquilo que você trouxe era sorvete? – Ele perguntou.— Era sorvete de creme de milho verde e coco, mas quando você me atacou o pote caiu no chão.Raylon ficou mudo, um tempo depois ele saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e assim que me viu de lingerie olhou-me descaradamente.— Para de ser tarado seu idiota. – Digo a ele que sorriu.— Não posso evitar quem mandou você ficar só de lingerie, uma mulher com um corpo desse não h