Capítulo 50Nos dias seguintes, Giulia manteve a calma, mas sua atenção estava completamente voltada para Camila. Cada olhar, cada sorriso forçado, cada aproximação desnecessária da babá em relação a Carlos não passava despercebida.Ela não queria agir de maneira precipitada, mas também não permitiria que a situação se prolongasse. Naquela noite, decidiu conversar com o marido.Enquanto ele se deitava na cama, ela sentou ao lado dele e respirou fundo antes de dizer:— Carlos, você percebeu algo estranho na Camila ultimamente?Ele franziu a testa, pensativo.— Estranho como?— Ela anda… próxima demais de você. Observando tudo. Sorrindo demais. Tocando você sem necessidade. — Giulia disse com cuidado, estudando a reação do marido.Carlos riu baixinho e balançou a cabeça.— Eu não tinha reparado nisso. Mas agora que você falou, acho que ela tem se mostrado um pouco mais atenciosa comigo do que com você.Giulia cruzou os braços, séria.— Acha que estou exagerando?Ele se levantou um pouco
Capítulo 51Camila cruzou as pernas devagar, acomodando-se em uma das mesas próximas ao balcão da padaria. Pediu um café, mas mal tocou na xícara. Seus olhos estavam atentos à porta de entrada, esperando a chegada de Carlos.Ela ajeitou o vestido colado no corpo, garantindo que seus movimentos chamassem atenção. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele apareceria para comprar a torta de palmito que tanto adorava. Seu plano estava perfeito, e tudo o que precisava era o momento certo para agir.Os minutos se arrastavam, até que, finalmente, a porta se abriu e Carlos entrou. Usava sua camisa xadrez aberta no peito e um jeans surrado. Cumprimentou alguns conhecidos com um sorriso discreto antes de caminhar até o balcão. Camila sentiu o coração acelerar. Era agora.— Olha só quem está por aqui! — Ela se levantou e se aproximou com um sorriso sedutor.Carlos a encarou surpreso e com um certo desconforto. Não esperava vê-la ali, ainda mais depois de toda a confusão que havia causado ao sair d
Capítulo 52A espera parecia interminável. Giulia andava de um lado para o outro no corredor do hospital, abraçando a si mesma para conter a ansiedade. Mateo estava sentado ao seu lado, silencioso, mas atento a cada movimento dela. Os filhos do casal dormiam em poltronas próximas, exaustos depois de uma tarde inteira de tensão.Quando o médico finalmente apareceu, Giulia sentiu o coração parar por um segundo.- Como ele está, doutor? - perguntou, a voz trêmula.O médico sorriu.- Carlos teve uma concussão leve e algumas escoriações, mas não há nada grave. Ele já acordou e está perguntando por vocês.Os olhos de Giulia se encheram de lágrimas, e ela levou as mãos ao rosto, aliviada.- Posso vê-lo?- Claro. Apenas não o sobrecarregue, ele ainda está se recuperando.Ela assentiu rapidamente e se virou para os filhos, tocando seus rostinhos com delicadeza.- Acordem, meus amores. O papai está bem! - sua voz saiu embargada de emoção.Os dois abriram os olhos devagar, e assimilaram as palav
Capítulo 1Milão - ItáliaA tarde que estava tranquila na mansão Moretti foi rompida de forma abrupta. O jardineiro, que cuidava pacientemente das roseiras no jardim, parou de podar ao ouvir os gritos furiosos do patrão e o som de vidros se estilhaçando.Dentro da imponente mansão, Giovanni Moretti, um dos mais temido chefe da máfia, estava à beira de perder o controle. Seus gritos ecoavam pelos corredores, e o ódio que sentia por seu pai era quase palpável. O homem era um vulcão prestes a explodir.Seus olhos escureceram quando avistou a esposa entrando no escritório, observando a destruição que ele causara. Um lampejo de desgosto atravessou seu rosto.— O que você está fazendo aqui? Saia! — Giovanni rugiu, virando-se abruptamente para pegar o telefone. Com uma pressa frenética, discou o número de um velho conhecido. — Paolo? "Ciao". Mande a garota para cá. Preciso me distrair.Desligando o telefone com força, ele se voltou para a esposa, agora observando-a com desprezo.— O que foi?
Capítulo 2O carro freou bruscamente, parando a poucos metros das duas, mas o choque de quase ter sido atropelada deixou a garota paralisada nos braços de Giulia. Ela olhou para Giulia com os olhos arregalados e lágrimas prontas para cair.— Você está bem? — Giulia perguntou, ainda com a voz trêmula pela adrenalina.— Eu... eu acho que sim — respondeu a menina, assustada, enquanto se levantava lentamente.Algumas pessoas se aproximaram, e logo um homem surgiu, visivelmente desesperado e ofegante, mas com uma expressão fechada.— Vitória! Minha filha! — Ele correu até elas e, ao ver Giulia segurando a criança, afastou-a rapidamente da mulher estranha. — O que você pensa que está fazendo com a minha filha?Giulia ficou surpresa com a reação, ainda tentando processar o que havia acontecido.— Eu só... — começou ela, mas ele a interrompeu.— Só? Só colocou a vida dela em perigo, isso sim! — disparou o homem, o rosto vermelho de frustração. — Se você tivesse prestado mais atenção, isso nem
Capítulo 3Carlos estacionou a caminhonete em frente à imensa casa rústica. Giulia ficou imediatamente encantada com a beleza simples e acolhedora da casa rústica.- A casa é linda - disse Giulia, ainda admirada enquanto saía do carro.Carlos sorriu, notando a expressão no rosto dela, e levou a mala e sacolas para dentro. Giulia o seguiu, seus olhos ainda presos na paisagem ao redor, onde a vastidão dos campos verdes parecia se estender pelo horizonte.Enquanto Vitória corria para a área gourmet para ver o que os cozinheiros tinham preparado para o café da tarde, Carlos tirou o chapéu, passando a mão pelos cabelos castanhos antes de recolocá-lo de maneira prática e habitual.- Fique à vontade - disse ele com um aceno de cabeça, enquanto caminhava em direção ao escritório.Giulia o seguiu, curiosa. O escritório era aconchegante, com móveis de madeira escura e paredes decoradas com prateleiras cheias de livros e alguns troféus de montaria. Carlos abriu uma gaveta e, sem cerimônia, puxou
Capítulo 4Giulia mal teve tempo de se acomodar atrás dele antes que o carro fizesse uma curva brusca e começasse a persegui-los. O motor roncava ferozmente, e a poeira subia no ar. O coração de Giulia batia descontroladamente enquanto ela se agarrava à cintura de Carlos, sentindo a dureza dos músculos dele sob as mãos.Sem perder tempo, Carlos sacou um de seus revólveres com uma mão, enquanto segurava as rédeas da égua com a outra. Com uma precisão surpreendente, ele virou o corpo para o lado, ainda trotando, e mirou no carro que se aproximava rapidamente. Sem hesitar, ele disparou.O som do tiro ecoou. O tiro foi certeiro, mas o vidro do carro era blindado. O projétil ricocheteou, e ele rosnou de frustração.— Droga! — Carlos rosnou, enquanto puxava as rédeas de Floco de Neve, fazendo a égua acelerar. — Segure firme!Giulia se apertou mais contra ele, o medo crescendo a cada segundo que passava. O carro estava se aproximando rápido demais.— Malditos... — resmungou, tentando ajustar
Capítulo 5O som repentino de um tiro ecoou no ar. Ele se virou rapidamente e viu que o capanga que foi atingido no ombro estava tentando acerta-lo. Sem hesitar, Carlos sacou o revólver e, com um tiro certeiro, tirou a vida do homem, eliminando a ameaça de uma vez por todas.Ele respirou fundo, os olhos percorrendo a área ao redor. Ao longe, avistou Floco de Neve se aproximando. A égua, com seu instinto afiado, voltou para o local, pronta para ajudar. Carlos, sem perder tempo, levantou Giulia do chão, a colocou cuidadosamente sobre a égua e subiu logo em seguida, segurando-a firme enquanto cavalgavam de volta para casa.Quando chegaram à fazenda, Carlos desceu do cavalo e carregou Giulia para dentro. Ele a colocou gentilmente no sofá da sala. Vitória, que estava do lado de fora, viu seu pai chegando com Giulia nos braços e correu para dentro, preocupada.- Pai, o que aconteceu com ela? - perguntou Vitória, já ao lado de Giulia, visivelmente ansiosa.- Ela está bem, só tomou uma pancad