Capítulo 48Giovanni caminhava em direção ao veículo, parecendo finalmente aceitar a retirada. Giulia, Carlos e Mateo ainda estavam tensos.Foi nesse momento que Giovanni se virou bruscamente. Seus olhos faiscavam com um brilho cruel enquanto sua mão se movia com rapidez mortal, sacando uma pistola prateada de dentro do paletó.- Morra, fazendeiro! - ele rosnou, puxando o gatilho.O tempo pareceu desacelerar. Carlos não pensou, apenas reagiu. Sua única arma era a faca que mantinha no cinto. Em um movimento instintivo e certeiro, ele a arrancou e a lançou contra Giovanni sem nem mirar.O fio afiado cortou o ar como um raio.A lâmina cravou-se no ombro de Giovanni no exato momento em que ele apertava o gatilho. Seu tiro saiu desviado, atingindo o chão com um estrondo ensurdecedor. Ele soltou um grito de dor, cambaleando para trás e levando a mão ao ferimento.Mateo e seus homens agiram no mesmo instante. O barulho dos tiros explodiu no ar como trovões, rompendo a tranquilidade da fazend
Capítulo 49Carlos, depois de garantir que Giulia e as crianças estavam seguras dentro de casa, saiu para encontrar Mateo.— Tudo limpo? — Carlos perguntou, observando os homens de Mateo finalizarem a remoção dos últimos vestígios do confronto.Mateo deu um sorriso de canto.— Nada que precise de mais do que uma boa noite de sono pra esquecer. Mas Giovanni… esse nunca mais volta.Carlos assentiu, sentindo um peso sair de seus ombros. Porém, ele sabia que, apesar da ameaça ter sido eliminada, aquilo ainda poderia ter consequências.— E se alguém vier procurar por ele?Mateo cruzou os braços, olhando ao redor.— Giovanni era um homem perigoso, mas também um fantasma. Ele vivia à margem das leis, não tinha muitos aliados verdadeiros. O que importa agora é que vocês estão seguros.Carlos soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos. Ele sabia que Mateo estava certo, mas parte dele ainda sentia a necessidade de reforçar a segurança.— Vou reforçar a fazenda. Não quero correr risc
Capítulo 50Nos dias seguintes, Giulia manteve a calma, mas sua atenção estava completamente voltada para Camila. Cada olhar, cada sorriso forçado, cada aproximação desnecessária da babá em relação a Carlos não passava despercebida.Ela não queria agir de maneira precipitada, mas também não permitiria que a situação se prolongasse. Naquela noite, decidiu conversar com o marido.Enquanto ele se deitava na cama, ela sentou ao lado dele e respirou fundo antes de dizer:— Carlos, você percebeu algo estranho na Camila ultimamente?Ele franziu a testa, pensativo.— Estranho como?— Ela anda… próxima demais de você. Observando tudo. Sorrindo demais. Tocando você sem necessidade. — Giulia disse com cuidado, estudando a reação do marido.Carlos riu baixinho e balançou a cabeça.— Eu não tinha reparado nisso. Mas agora que você falou, acho que ela tem se mostrado um pouco mais atenciosa comigo do que com você.Giulia cruzou os braços, séria.— Acha que estou exagerando?Ele se levantou um pouco
Capítulo 51Camila cruzou as pernas devagar, acomodando-se em uma das mesas próximas ao balcão da padaria. Pediu um café, mas mal tocou na xícara. Seus olhos estavam atentos à porta de entrada, esperando a chegada de Carlos.Ela ajeitou o vestido colado no corpo, garantindo que seus movimentos chamassem atenção. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele apareceria para comprar a torta de palmito que tanto adorava. Seu plano estava perfeito, e tudo o que precisava era o momento certo para agir.Os minutos se arrastavam, até que, finalmente, a porta se abriu e Carlos entrou. Usava sua camisa xadrez aberta no peito e um jeans surrado. Cumprimentou alguns conhecidos com um sorriso discreto antes de caminhar até o balcão. Camila sentiu o coração acelerar. Era agora.— Olha só quem está por aqui! — Ela se levantou e se aproximou com um sorriso sedutor.Carlos a encarou surpreso e com um certo desconforto. Não esperava vê-la ali, ainda mais depois de toda a confusão que havia causado ao sair d
Capítulo 52A espera parecia interminável. Giulia andava de um lado para o outro no corredor do hospital, abraçando a si mesma para conter a ansiedade. Mateo estava sentado ao seu lado, silencioso, mas atento a cada movimento dela. Os filhos do casal dormiam em poltronas próximas, exaustos depois de uma tarde inteira de tensão.Quando o médico finalmente apareceu, Giulia sentiu o coração parar por um segundo.- Como ele está, doutor? - perguntou, a voz trêmula.O médico sorriu.- Carlos teve uma concussão leve e algumas escoriações, mas não há nada grave. Ele já acordou e está perguntando por vocês.Os olhos de Giulia se encheram de lágrimas, e ela levou as mãos ao rosto, aliviada.- Posso vê-lo?- Claro. Apenas não o sobrecarregue, ele ainda está se recuperando.Ela assentiu rapidamente e se virou para os filhos, tocando seus rostinhos com delicadeza.- Acordem, meus amores. O papai está bem! - sua voz saiu embargada de emoção.Os dois abriram os olhos devagar, e assimilaram as palav
Capítulo 1Milão - ItáliaA tarde que estava tranquila na mansão Moretti foi rompida de forma abrupta. O jardineiro, que cuidava pacientemente das roseiras no jardim, parou de podar ao ouvir os gritos furiosos do patrão e o som de vidros se estilhaçando.Dentro da imponente mansão, Giovanni Moretti, um dos mais temido chefe da máfia, estava à beira de perder o controle. Seus gritos ecoavam pelos corredores, e o ódio que sentia por seu pai era quase palpável. O homem era um vulcão prestes a explodir.Seus olhos escureceram quando avistou a esposa entrando no escritório, observando a destruição que ele causara. Um lampejo de desgosto atravessou seu rosto.— O que você está fazendo aqui? Saia! — Giovanni rugiu, virando-se abruptamente para pegar o telefone. Com uma pressa frenética, discou o número de um velho conhecido. — Paolo? "Ciao". Mande a garota para cá. Preciso me distrair.Desligando o telefone com força, ele se voltou para a esposa, agora observando-a com desprezo.— O que foi?
Capítulo 2O carro freou bruscamente, parando a poucos metros das duas, mas o choque de quase ter sido atropelada deixou a garota paralisada nos braços de Giulia. Ela olhou para Giulia com os olhos arregalados e lágrimas prontas para cair.— Você está bem? — Giulia perguntou, ainda com a voz trêmula pela adrenalina.— Eu... eu acho que sim — respondeu a menina, assustada, enquanto se levantava lentamente.Algumas pessoas se aproximaram, e logo um homem surgiu, visivelmente desesperado e ofegante, mas com uma expressão fechada.— Vitória! Minha filha! — Ele correu até elas e, ao ver Giulia segurando a criança, afastou-a rapidamente da mulher estranha. — O que você pensa que está fazendo com a minha filha?Giulia ficou surpresa com a reação, ainda tentando processar o que havia acontecido.— Eu só... — começou ela, mas ele a interrompeu.— Só? Só colocou a vida dela em perigo, isso sim! — disparou o homem, o rosto vermelho de frustração. — Se você tivesse prestado mais atenção, isso nem
Capítulo 3Carlos estacionou a caminhonete em frente à imensa casa rústica. Giulia ficou imediatamente encantada com a beleza simples e acolhedora da casa rústica.- A casa é linda - disse Giulia, ainda admirada enquanto saía do carro.Carlos sorriu, notando a expressão no rosto dela, e levou a mala e sacolas para dentro. Giulia o seguiu, seus olhos ainda presos na paisagem ao redor, onde a vastidão dos campos verdes parecia se estender pelo horizonte.Enquanto Vitória corria para a área gourmet para ver o que os cozinheiros tinham preparado para o café da tarde, Carlos tirou o chapéu, passando a mão pelos cabelos castanhos antes de recolocá-lo de maneira prática e habitual.- Fique à vontade - disse ele com um aceno de cabeça, enquanto caminhava em direção ao escritório.Giulia o seguiu, curiosa. O escritório era aconchegante, com móveis de madeira escura e paredes decoradas com prateleiras cheias de livros e alguns troféus de montaria. Carlos abriu uma gaveta e, sem cerimônia, puxou