Liz
Fomos para o meio da pista e começamos a dançar. Eu mexia meu corpo conforme sentia as batidas da música. As minhas amigas encontravam-se bem loucas.
Já que o meu marido podia ir a uma boate, eu também poderia. Ainda não o tinha visto, mas meus olhos o procuravam a cada oportunidade. Será que elas estavam falando a verdade ou só disseram aquilo para eu vir até aqui? Pelo menos, elas conseguiram me tirar de casa.
Igor apareceu um tempo depois e começou a dançar comigo. A música invadiu o meu corpo todo, me fazendo rebolar no ritmo certo.
Voltei a procurar por Henry outra vez. Olhei na parte de cima da boate e havia um homem de costas que me chamou a atenção. Ele estava usando uma camisa branca e uma calça jeans preta que marcava todo o seu corpo. Parecia ser muito lindo.
Ele se virou e nossos olhos se encontraram, então perdi o fôlego.
Henry me encarava com intensidade, mas seu cenho estava franzido, o que dava a ele um aspecto sisudo de quem não gostou nem um pouco de me ver dançando.
Igor me tirou do transe ao oferecer-me uma bebida.
— Toma, você vai gostar. — Peguei o copo da sua mão e tomei tudo em um gole só. — Calma — Igor gritou em meu ouvido ao ver meu desespero pela bebida.
Peguei o copo da Ana e da Sam e tomei cada bebida em apenas um gole. Meu corpo todo esquentou e, aos poucos, a minha visão foi ficando um pouco turva, enquanto uma alegria começava a me invadir.
Olhei para o mesmo lugar em que Henry deveria estar, mas, para a minha surpresa, ele já havia sumido.
Outro cara começou a dançar comigo, mas não me virei para ver quem era. O homem apenas acompanhava o meu ritmo, e sentia que a bebida já estava fazendo efeito. Começamos a dançar bem grudados. Ele segurou minha cintura e rebolei em seu pau, o que me fez perceber que ele estava bem excitado.
Quando me virei, me deparei com um cara lindo, que tinha os olhos cor de mel e um cavanhaque. Meu Deus! Nossos lábios se tocaram naquele instante.
Que beijo gostoso! Fazia tempo que eu não beijava ninguém. Aliás, eu só beijei uma única vez, no segundo ano do ensino médio, quando tinha dezesseis anos. Depois que beijei o Edward, nunca mais beijei.
Naquele momento, alguém esbarrou em mim, e assim que me virei, para reclamar e xingar a pessoa que estava me atrapalhando, senti algo gelado no meu corpo. Sim, fiquei toda molhada, e não de um jeito legal. Não vi o rosto da pessoa, apenas fechei meus olhos e respirei fundo, tentando manter a calma.
Ao abrir os meus olhos me deparei com ele.
— Me desculpa — ele proferiu no meu ouvido —, senhorita Navarro! — Fechei meus olhos outra vez. — Você está bem?
Que voz esse homem tem! Porra, Henry! Tinha que ser você.
— Ah, claro! Estou perfeitamente bem — retruquei, abrindo meus olhos.
— Venha! — Ele segurou a minha mão e me guiou pela multidão. Senti um choque quando se encostou em mim. — Deixa que eu te ajudo.
Olhei para trás, em busca do meu companheiro de dança, mas ele já não estava mais no mesmo lugar.
Henry me levou até o bar, e não sei de onde tirou o pano que começou a usar para me secar. Quando sua mão chegou entre os meus seios, simplesmente me encarou, e meu corpo todo se arrepiou com o seu toque.
— Me dê aqui! — Peguei o pano da sua mão, e enquanto terminava de me secar, ele apenas me observava com os olhos estreitos.
— Me desculpa? — Ele fez uma cara de piedade.
— deu licença! — Não disse mais nada, apenas saí por entre as pessoas, procurando pelo desconhecido dos lábios de mel.
— Liz, Liz, Liz... — ele chamou-me ao fundo.
Encontrei as meninas que estavam dançando na área vip.
— O que aconteceu? — Ana perguntou, apontando para o meu vestido.
— O idiota do McNight derrubou a bebida em mim.
— Como foi isso?
— Eu estava beijando um cara lindo... — Sorri ao lembrar dele. — Alguém esbarrou em mim e, quando me virei para xingar a pessoa que tinha feito isso, fui surpreendida por algo gelado no meu corpo.
— O professor tá te querendo! — Ana afirmou com um ar divertido.
— Para de falar asneira, Ana. — Ralhei.
— Tá, sim. Se não tivesse, ele não teria interrompido o seu beijo com esse cara.
Ana até podia estar certa, só que ele não me conhecia e não sabia o tipo de relação que tínhamos de verdade.
Ficamos mais um pouco na boate, até percebermos que já eram quase 5h da manhã.
— Vamos! Estou exausta — Sam nos chamou, suspirando.
— O Pedro também vai? – Perguntei para Ana.
— Não, seu pai precisou sair e pediu para ele fazer o financeiro, — Anda deu de ombros.
— Você vai com a gente, Liz? — Igor questionou assim que chegamos ao estacionamento.
— Não, eu vim de carro.
— E tá bem para dirigir? — indagou, e assenti em positivo. — Então, até segunda.
Depois de nos despedirmos, eles entraram no carro e saíram. Entrei no meu veículo e fiquei parada por alguns segundos, descansando a cabeça no encosto do banco e pensando no que tinha acontecido naquela noite.
Levei um susto quando alguém bateu na janela do meu carro. Ao abrir os olhos me surpreendi ao dar de cara com Henry. Fiz sinal com as mãos para perguntar o que ele queria, mas apenas recebi um sinal para que eu abaixasse os vidros.
— O que você quer? — Revirei os olhos assim que perguntei.
— Poderia me dar uma carona? — perguntou com um meio sorriso.
— Isso já é demais, né?! — Minha voz saiu mais alta que o necessário.
Ele alargou o sorriso, o que o deixava ainda mais lindo.
— Meu carro não quer funcionar — objetou, apontando para o veículo parado logo à frente.
*** Se você está gostando da história, não esqueça de me seguir, para ficar por dentro dessa e das futuras histórias!❤️ ***
Liz— Peça um táxi! — Perdi minha carteira. Uma parte de mim, queria dar a carona, mas a outra parte não. Poderia deixá-lo ali, claro, mas será que a minha consciência ficaria pesada? — Senhorita Navarro! — Ele estalou os dedos na minha frente e só então saí do meu transe. — Com uma condição. — Qual? — Não iremos conversar — afirmei com tom rude. — Nossa! Tudo bem. — Entre — ordenei. Ele deu a volta e entrou, sentando-se do meu lado. Respirei fundo, ajustei-me no banco e dei partida, saindo do estacionamento da boate a contragosto, com meu marido desconhecido, que agora não era tão desconhecido. — Lindo carro — declarou, me encarando.Revirei os olhos e o ignorei. — Ok! Já entendi. — Ergueu as mãos em forma de rendição. — Coloca no GPS o seu endereço — pedi, evitando o encarar. — Eu poderia ir te guiando. — Lancei-me um olhar mortal. — Faz pouco tempo que me mudei, não sei os nomes das ruas aqui. — O silêncio se fez presente por alguns segundos, antes que ele continuasse:
Henry** Três anos atrás ***Três anos atrásMeu passado era repleto de esqueletos escondidos em armários. Eu não matava ninguém, mas era a mão que mandava executar. Isso fazia de mim um criminoso do mesmo jeito. Tudo tinha que ser do meu jeito e quando eu queria, em especial com as mulheres. Comigo não existia a arte da conquista. Eu queria, eu tinha, simples assim. Se eram casadas, o dinheiro resolvia. Meus soldados compravam seus maridos, ou os ameaçavam. E era claro que isso sempre funcionou. Criei um afeto pelo o Cesare, que era consigliere do meu pai, após a morte da minha mãe, ele se tronou um pai para mim, me ensinou tudo o que precisava aprender para me defender e máscara meus sentimentos. Cesare era pai do Eric que era mais velho do que eu e fomos treinados juntos. Eric sempre amou essa vida na máfia e gostava de viajar. Sendo assim, meu pai o designou como meu tutor, como criamos uma amizade muito além, comecei a chama-lo de tio, o que não agradava muito, depois de muita
HenryTempos atuaisJá havia quase vinte quatro horas que estava em Nova Iorque, e tinha pedido para Guilherme contatar Bruno o advogado da minha esposa. Mal coloquei os pés em minha casa, após um dia cansativo na faculdade e delegacia e percebi que Bruno, estava me aguardando. — O que é tão importante que não podia esperar que eu descansasse? — Não fazia nem dez minutos que havia chegado. — Desculpa, senhor McNight. — Bruno ficou sem jeito. — Mas a senhora McNight quer o divórcio. — Como assim? Ela está maluca? — comecei a gritar. — Ainda faltam quatro anos para essa merda acabar! — Eu sei, senhor McNight, mas ela disse... — Eu não quero saber o que ela disse! — Não poderia dar o divórcio ainda.Tinha poucas pistas sobre o que havia acontecido com o Eric e não poderia colocar o meu legado, e muito menos a minha família, em risco. Havia passado três anos da sua morte e não tinha nenhuma pista concreta. Até matei um infiltrado, mas nada além disso. — Eu sei, mas ela quer s
HenryMeu celular despertou às 6h da manhã. Apenas coloquei a minha roupa de corrida e escovei os dentes, antes de pegar o meu celular com os fones e sair para correr. Aquilo fazia parte da minha rotina matinal. Voltei para casa e percebi que já era quase 7h30. Havia me empolgado. Coloquei o café para passar e fui tomar um banho, pois seria o dia que começaria a dar aula. Thiago, com certeza, me deveria uma por muito tempo. Meu banho foi rápido. Vesti uma calça jeans, camisa e tênis social. Penteei o cabelo para trás e passei meu perfume preferido: Invictos. Tomei meu café e fui direto para a garagem. Peguei o meu Porsche preto e dirigi para a faculdade central. Assim que saí do estacionamento, percebi os olhares de algumas alunas, e como já falei, não gosto de meninas, apenas de mulheres. Me apresentei a todos os funcionários da escola. A diretora me acompanhou até a sala, que estava vazia. Já eram 8h e faltavam dez minutos para a aula iniciar. Em um piscar de olhos, a sala en
Henry Cheguei em casa, tomei um banho demorado e coloquei uma camisa branca que marcava meus músculos, além de uma calça jeans preta. Não via a hora de ver a Navarro. Meu pau já começava a se enrijecer só de pensar nela, ainda que não fizesse o meu tipo. Havia algo nela que me fazia acender como uma árvore de Natal. Entrei apenas na garagem, decidido a ir com a minha BMW esportiva preta. Segui o caminho todo pensando em Navarro e em qual roupa ela estaria usando. Assim que cheguei, o manobrista se aproximou e pegou as chaves. A fila estava imensa, mas eu não precisava ficar nela, apenas entreguei para o segurança uma quantia generosa de dinheiro, facilitando minha entrada. O lugar estava lotado e, com uma certa dificuldade, segui em direção ao camarote. John já estava à minha espera. — Henry, que saudades eu estava de você. — Ele me abraçou. — Como o seu pai está? — Ele está bem, vim aqui devido aos negócios. — Entendo. — John já tinha sido da máfia, deixou seu cargo depois qu
Henry Saí do meu devaneio quando um cara se aproximou dela e eles começaram a dançar juntos. Até demais. Ela estava se esfregando nele. Meu sangue todo ferveu, senti vontade de socar a cara daquele maldito, pois quem ele pensava que era? Ninguém iria tocá-la enquanto eu a desejasse. Assim que eles começaram a se beijar, desci com tudo daquele camarote, atropelando todos que estavam na escada. Não desgrudei meus olhos deles em nenhum momento. Quando passei pelo bar, deixei meu copo, peguei uma taça e empurrei todos que estavam na minha frente. Fingi que esbarrei neles, e enquanto ela se virava, joguei a bebida em seus seios. Ela respirou fundo. Só então percebi que estava de olhos fechados. Quando abriu os olhos, sua expressão mudou, mas eu não sabia decifrar aquele olhar. Fingi estar arrependido, levei-a até o bar e fiz sinal para o barman, para que me desse um pano. Comecei a secar onde tinha molhado. Passei o pano entre os seus seios e senti um choque percorrer todo o meu corpo
Liz— Vamos, Liz. Vai ser legal! — convidou Ana, tirando as roupas do meu closet. — É aniversário do John, os amigos dele vão estar lá. Já passava das 18h e continuava de ressaca. Não estava acostumada a beber e, por mais que tivesse bebido pouco, parecia que eu havia ingerido todo o tipo de drinque que tinha naquele lugar. Teria um jantar na casa do Pedro, comemoração de aniversário do seu pai, e fomos convidados. Pedro não tolerava muito os amigos do pai, portanto, a nossa companhia se tornou bem importante. — Tá bom!Encarei o meu quarto, uma suíte belíssima em tons de salmão e branco. A foto dos meus pais me causou um misto de saudade e nostalgia. Olhei o porta-retratos sobre a penteadeira, soltando um longo suspiro.— Coloca isso. — Ela me jogou uma calça jeans preta, justa, cintura alta e com alguns rasgos nas pernas. Um cropped branco de lycra e um casaco preto também foram escolhidos. Os scarpins combinavam com o casaco e a calça por terem o mesmo tom.— Amiga, espera um pou
Liz— Está acompanhada? — Franziu o cenho interessado. — E se tiver? Qual é o seu interesse nisso?— Gostaria de conhecer seu marido. — Encarou-me sem desviar a atenção. — Já que disse que tem um. — Moveu os ombros como se desdenhasse.— Fale baixo — sussurrei. — Então quer dizer que seus amigos não sabem que tem um marido, senhora Navarro? — questionou com os olhos semicerrados. — Não. Quer dizer, isso não é da sua conta, senhor McNight. — Ou está mentindo? — Segurou o meu braço assim que tentei dar as costas. — Eu ainda não terminei, estou falando com você. — E quem você pensa que é mesmo? Desde quando comecei a te dar satisfação da minha vida? — vociferei, já impaciente com a audácia dele.— Está com algum acompanhante aqui? Qual seria o motivo pelo qual esconderia um marido dos seus amigos? — Me senti um lixo com suas perguntas.Meus olhos ficaram marejados de imediato, e então ele notou que fui afetada.— Me solta ou vou gritar. — Não contestou, apenas me soltou e deixou que