Capítulo 04

Liz

Fomos para o meio da pista e começamos a dançar. Eu mexia meu corpo conforme sentia as batidas da música. As minhas amigas encontravam-se bem loucas.

 Já que o meu marido podia ir a uma boate, eu também poderia. Ainda não o tinha visto, mas meus olhos o procuravam a cada oportunidade. Será que elas estavam falando a verdade ou só disseram aquilo para eu vir até aqui? Pelo menos, elas conseguiram me tirar de casa. 

Igor apareceu um tempo depois e começou a dançar comigo. A música invadiu o meu corpo todo, me fazendo rebolar no ritmo certo. 

Voltei a procurar por Henry outra vez. Olhei na parte de cima da boate e havia um homem de costas que me chamou a atenção. Ele estava usando uma camisa branca e uma calça jeans preta que marcava todo o seu corpo. Parecia ser muito lindo. 

Ele se virou e nossos olhos se encontraram, então perdi o fôlego. 

Henry me encarava com intensidade, mas seu cenho estava franzido, o que dava a ele um aspecto sisudo de quem não gostou nem um pouco de me ver dançando.

Igor me tirou do transe ao oferecer-me uma bebida. 

— Toma, você vai gostar. — Peguei o copo da sua mão e tomei tudo em um gole só. — Calma — Igor gritou em meu ouvido ao ver meu desespero pela bebida. 

Peguei o copo da Ana e da Sam e tomei cada bebida em apenas um gole. Meu corpo todo esquentou e, aos poucos, a minha visão foi ficando um pouco turva, enquanto uma alegria começava a me invadir. 

Olhei para o mesmo lugar em que Henry deveria estar, mas, para a minha surpresa, ele já havia sumido. 

Outro cara começou a dançar comigo, mas não me virei para ver quem era. O homem apenas acompanhava o meu ritmo, e sentia que a bebida já estava fazendo efeito. Começamos a dançar bem grudados. Ele segurou minha cintura e rebolei em seu pau, o que me fez perceber que ele estava bem excitado.

Quando me virei, me deparei com um cara lindo, que tinha os olhos cor de mel e um cavanhaque. Meu Deus! Nossos lábios se tocaram naquele instante. 

Que beijo gostoso! Fazia tempo que eu não beijava ninguém. Aliás, eu só beijei uma única vez, no segundo ano do ensino médio, quando tinha dezesseis anos. Depois que beijei o Edward, nunca mais beijei. 

Naquele momento, alguém esbarrou em mim, e assim que me virei, para reclamar e xingar a pessoa que estava me atrapalhando, senti algo gelado no meu corpo. Sim, fiquei toda molhada, e não de um jeito legal. Não vi o rosto da pessoa, apenas fechei meus olhos e respirei fundo, tentando manter a calma. 

Ao abrir os meus olhos me deparei com ele. 

— Me desculpa — ele proferiu no meu ouvido —, senhorita Navarro! — Fechei meus olhos outra vez. — Você está bem? 

Que voz esse homem tem! Porra, Henry! Tinha que ser você. 

— Ah, claro! Estou perfeitamente bem — retruquei, abrindo meus olhos.  

— Venha! — Ele segurou a minha mão e me guiou pela multidão. Senti um choque quando se encostou em mim. — Deixa que eu te ajudo.  

Olhei para trás, em busca do meu companheiro de dança, mas ele já não estava mais no mesmo lugar. 

Henry me levou até o bar, e não sei de onde tirou o pano que começou a usar para me secar. Quando sua mão chegou entre os meus seios, simplesmente me encarou, e meu corpo todo se arrepiou com o seu toque.  

— Me dê aqui! — Peguei o pano da sua mão, e enquanto terminava de me secar, ele apenas me observava com os olhos estreitos. 

— Me desculpa? — Ele fez uma cara de piedade. 

— deu licença! — Não disse mais nada, apenas saí por entre as pessoas, procurando pelo desconhecido dos lábios de mel. 

— Liz, Liz, Liz... — ele chamou-me ao fundo. 

Encontrei as meninas que estavam dançando na área vip. 

— O que aconteceu? — Ana perguntou, apontando para o meu vestido. 

— O idiota do McNight derrubou a bebida em mim. 

— Como foi isso? 

— Eu estava beijando um cara lindo... — Sorri ao lembrar dele. — Alguém esbarrou em mim e, quando me virei para xingar a pessoa que tinha feito isso, fui surpreendida por algo gelado no meu corpo.  

— O professor tá te querendo! — Ana afirmou com um ar divertido.

— Para de falar asneira, Ana. — Ralhei.

— Tá, sim. Se não tivesse, ele não teria interrompido o seu beijo com esse cara. 

Ana até podia estar certa, só que ele não me conhecia e não sabia o tipo de relação que tínhamos de verdade.  

Ficamos mais um pouco na boate, até percebermos que já eram quase 5h da manhã. 

— Vamos! Estou exausta — Sam nos chamou, suspirando. 

— O Pedro também vai? – Perguntei para Ana.

— Não, seu pai precisou sair e pediu para ele fazer o financeiro, — Anda deu de ombros.

— Você vai com a gente, Liz? — Igor questionou assim que chegamos ao estacionamento. 

— Não, eu vim de carro. 

— E tá bem para dirigir? — indagou, e assenti em positivo. — Então, até segunda.

Depois de nos despedirmos, eles entraram no carro e saíram. Entrei no meu veículo e fiquei parada por alguns segundos, descansando a cabeça no encosto do banco e pensando no que tinha acontecido naquela noite.

Levei um susto quando alguém bateu na janela do meu carro. Ao abrir os olhos me surpreendi ao dar de cara com Henry. Fiz sinal com as mãos para perguntar o que ele queria, mas apenas recebi um sinal para que eu abaixasse os vidros. 

— O que você quer? — Revirei os olhos assim que perguntei. 

— Poderia me dar uma carona? — perguntou com um meio sorriso. 

— Isso já é demais, né?! — Minha voz saiu mais alta que o necessário.

Ele alargou o sorriso, o que o deixava ainda mais lindo. 

— Meu carro não quer funcionar — objetou, apontando para o veículo parado logo à frente. 

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