Liz
Passei o sábado todo em casa, mas continuei pensando nele. Ainda bem que o Petter e a Sandra estavam comigo, como de costume estamos nós três na sala, maratonando “Supernatural” e comendo pipoca.
— Liz, quando quiser me contar o que está acontecendo, é só falar.
— Obrigada. — Me aconcheguei no abraço dela.
— Menina.
— Oi, Petter!
— Eu e a Sandra vamos jantar em um restaurante hoje. — Ele faz uma pausa. — Quer nos acompanhar?
— Não — respondi, não podia atrapalhar este momento tão deles.
— Tem certeza? Nós também podemos ficar. — Sandra depositou um beijo em minha testa.
— Não, Sandra, podem ir. — Ela hesitou por um segundo. — Não se preocupem, estou bem. E Ana me chamou para ir em uma festa hoje.
— E você vai?
— É claro. — Olhei a hora no relógio de parede da sala. — Aliás, preciso me arrumar.
Dei um sorriso para ela, me levantei e fui na direção das escadas.
— Ok. Talvez não voltemos hoje. — Petter avisou quando eu subia os degraus.
— Sem problemas! Aproveitem! — gritei do topo das escadas.
Até eles têm encontros românticos, e eu?! Eu aqui, sem fazer nada devido a um mísero contrato.
Entrei no meu quarto e me joguei na cama, encarei o teto imaginando as possíveis chances de o Henry assinar aquele contrato sem me conhecer, inúmeras possibilidades passaram pela minha mente, e a mais absurda delas, ele se apaixonar por mim. Confesso que tê-lo visto de perto despertou em mim algum tipo de sentimento, ou seja, só loucura da mente de uma mulher carente. Encarei o teto e não demorei para pegar no sono.
Acordei com o meu celular tocando, olhei no visor: Ana. Já são 1h da madrugada.
— Ana?
— Liz, venha para cá! — Ela está bêbada.
— O Igor… O professor gostosão está com aquela Britney. — Sam grita antes que Ana termine a frase.
Será que a Ana comentou alguma coisa com a Sam!?
— O que eu tenho com isso?
— Venha Liz, você nunca sai — ela gaguejou. — Preciso de ajuda com o Igor.
— Estamos naquela boate dos caras gostosões. — Sam gritou e elas começaram a rir. — Ela está tirando a roupa.
— Quem está tirando a roupa? — Meu Deus! Será que é a Ana?! — ANA, SAM. — Elas não respondem mais. — Não saiam daí. Já estou chegando. — Desliguei o celular e dei um pulo da cama.
Sem muito tempo de pensar no que vestir, peguei um vestido azul justo, com um decote em v altamente generoso, com as costas abertas até a cintura. Estava guardando-o para uma ocasião especial, mas como ela nunca chegou, resolvi usá-lo hoje. Encarei meus sapatos e escolhi calçar saltos pretos meia pata. Não poderia usar alguma coisa mais alta, pois não sabia o que me aguardava. Resolvi não abusar na maquiagem, apenas o essencial, olhos bem delineados, cílios marcantes e um batom vermelho carmesim, para realçar meus lábios.
Se o senhor McNight pode ir à balada como solteiro, então à senhora McNight vai ensinar que também sabe participar desse jogo — pensei.
Fui à garagem, entrei na Mercedes GLA, toda branca. Amo carros brancos. Comprei assim que fiz 18 anos, odeio dirigir, mas no momento é o que eu tenho que fazer.
***
Cheguei na balada, uma fila imensa na entrada. Bufei, mas lembrei que não precisaria ficar na fila, já que a boate era do pai do Pedro, um amigo querido, e já fui tantas vezes naquele lugar que os seguranças já me conhecem, mas é bem raro eu aparecer aqui. Sempre vou à casa do Pedro com a Ana, ele tem uma queda por ela, mas ela não vê isso e fica chorando pelos cantos pelo Igor.
Me aproximei da entrada.
— Senhorita Navarro! — O segurança me cumprimentou, retribuo assentindo com a cabeça.
Ele liberou a passagem e entrei.
O lugar estava lotado, a música alta e a luz piscando, quando mexi na bolsa em busca do meu celular, lembrei que ele estava no carro.
Voltei a minha atenção na música que estava tocando, Alok - Alive
— É, Liz, que desatenta! — murmuro para mim mesma.
Vou andando pela multidão, tentando não pisar em ninguém, o que foi quase impossível.
— Licença! — falei gritando e algumas das pessoas abrem passagem.
Depois de alguns minutos vejo a Ana com a Sam, estão dançando com Igor e o Pedro.
— Liz! Liz! — Ana me gritou.
— Vocês estão bem?
— Viu, era só dizer que alguma de nós duas ia tirar a roupa que ela vinha correndo! — Ana e Sam dão risada.
— Não acredito! Vocês jogaram sujo. — Torci o nariz.
— Não fique brava, Liz. — Ana fez cara de coitada. — Você nunca sai.
— Vamos dançar. — Sam me puxou pelo braço e a Ana veio logo atrás.
Chegamos na pista e começamos a dançar, eu mexia meu corpo conforme sentia as batidas da música. As minhas amigas já estavam bem loucas.
Já que o meu marido pode ir a uma boate, eu também posso. Apesar que ainda não o tinha visto. Meus olhos estão procurando por ele. Será que elas estavam falando a verdade ou só fizeram isso para eu vir até aqui? Pelo menos elas conseguiram me tirar de casa.
Igor apareceu e começou a dançar comigo. A música invadiu o meu corpo todo, só sei que estou dançando no ritmo certo.
Voltei novamente a procurar por ele. Olhei na parte de cima da boate havia um homem de costas que me chamou atenção. Ele estava usando uma camisa branca e uma calça jeans preta que marca todo o seu corpo. Realmente lindo.
Ele se virou, nossos olhos se encontram, então perco o fôlego.
Henry me encarou com tanta intensidade, mas seu cenho está franzido com um aspecto sisudo de que não gostou nem um pouco de me vir ali, dançando.
Igor me tirou do transe me oferecendo uma bebida.
— Toma, você vai gostar. — Peguei o copo da sua mão e tomei tudo em um gole só. — Calma. — Igor gritou em meu ouvido.
Pego o copo da Ana e da Sam e tomei cada bebida em apenas um gole. Meu corpo todo esquentou, aos poucos a minha visão vai ficando um pouco turva, e uma alegria estava me invadindo.
Olhei para o mesmo lugar em que Henry deveria estar, e para minha surpresa, ele já tinha sumido.
*** Se você está gostando da história, não esqueça de me seguir, para ficar por dentro dessa e das futuras histórias!❤️ ***
LizOutro cara começa a dançar comigo, mas não vejo quem é. Ele apenas acompanha o meu ritmo, a bebida já estava fazendo efeito. Começamos a dançar bem grudados. Ele segurou minha cintura e comecei a rebolar em seu pau, e percebi que ele estava bem excitado. Quando me virei, me deparo com um cara lindo, olhos cor de mel, com um cavanhaque. Meu Deus! Automaticamente nossos lábios se tocam. Que beijo gostoso, faz tempo que não beijo ninguém. Aliás, eu só beijei uma única vez, foi no segundo ano do ensino médio e estava com 16 anos. Depois que beijei o Edward, nunca mais beijei ninguém. Neste momento, alguém esbarrou em mim e assim que me virei, para reclamar e xingar a pessoa que estava me atrapalhando, senti algo gelado no meu corpo. Sim. Fico toda molhada, e não do jeito legal. Não vejo o rosto da pessoa, apenas fecho meus olhos e respiro fundo. Quando abro meus olhos, é ele! — Me desculpa. — Ele falou no meu ouvido. — Senhorita Navarro! — Fecho meus olhos novamente! — Você está be
HenryAlguns anos atrás.— Você vai ter que assumir o império da sua família — disse meu pai. — Eu não posso, tenho apenas 15 anos. — Estávamos na sede da máfia. — Você tem que começar desde agora — Ele respirou fundo. — Esse é o seu tutor. Um homem careca, franzino e muito alto. — Ele vai te ensinar tudo o que precisa para continuar honrando o nome da nossa família. Meu pai sempre foi muito rude, amor era um sentimento que não fazia parte da sua vida. Minha mãe faleceu quando eu tinha 12 anos. Ela tinha um tumor maligno no fígado e quando descobriu, já era tarde demais para qualquer tentativa de tratamento. Ainda bem que eu tinha a Sandra, que sempre foi a minha babá e quando me mudei para Nova York, ela veio junto. Sempre cuidou de mim. Minha família pertencia à máfia italiana. Eu nunca quis ser o Capo, mas isso era passado de geração em geração, então obriguei-me a aceitar. Com o tempo, treinei o meu irmão mais novo. Ele cuidava da máfia para mim, tendo apenas que me deixar
HenryDecido ligar para o meu advogado, Guilherme, preciso que ele resolva tudo sobre o meu casamento. — Guilherme? — Henry, o que me deve a honra? — Vou me casar! — Anúncio. — Como assim? Encontrou o amor da sua vida? — Ele ri. — Não, são apenas negócios. — Pode falar. — Aconteceu alguma coisa com o Eric, ainda não sei bem o que é. — Dei um suspiro longo. — E? — Guilherme me incentiva a continuar. — E vou me casar com a Senhorita Andrade. — Onde você quer chegar com isso? Você só pode se casar com alguém de dentro da máfia. — Me lembra. — Sou o Capo DI Capi, sou eu que faço as regras! — O lembro. — Vou me casar, não quero divulgação e nem nada do tipo, aliás, não quero nem ver ela. Apenas assinarei a certidão e quero que ela faça o mesmo. — Tem certeza? — Tenho, sim, quando der os 7 anos, eu me separo. — Ok, vou falar com o Bruno. — Quem é ele? — O advogado da… — Não quero saber nem o seu nome. — O interrompo. — Então você já sabe dessa história? — Ok, mas é estranh
HenryMal cheguei em NY e já estou cheio de problemas para resolver! Após saborear a minha bebida, tomo um banho demorado, fico imaginando como minha esposa é e com quem ela quer se casar. Nunca a quis ver pessoalmente. Quando nos casamos, ela era apenas uma menina e eu prefiro mulheres mais experientes, que consigam acompanhar o meu ritmo na cama, e não queria uma pirralha se apaixonando por mim. ***Meu celular despertou às 6h da manhã, apenas coloquei a minha roupa de corrida e escovei os dentes, peguei o meu celular, os fones e saí para correr. Isso fazia parte da minha rotina matinal. Voltei para casa e eram quase 7h30, me empolguei hoje. Coloquei o café para passar e fui tomar um banho, hoje eu começava a dar aula. Thiago com certeza me deve uma. Meu banho foi rápido e coloquei uma calças jeans, camisa e tênis social, penteei o cabelo para trás e passei meu perfume preferido: invictos. Tomei meu café rápido e fui direto para garagem, peguei o meu Porsche preto e fui para a
HenryChego em casa, tomo um banho demorado, coloco uma camisa branca que marca meus músculos e uma calça jeans preta. Não vejo a hora de ver a Navarro, meu pau já fica aceso só de pensar nela, sei que ela não faz o meu tipo, mas tem algo nela que me faz acender como uma árvore-de-natal. Vou para a garagem e decido ir com a minha BMW esportiva preta. Sigo o caminho todo pensando nela, em qual roupa ela está usando. Assim que chego, o manobrista se aproxima e pega as chaves. A fila está imensa, mas é claro que não preciso ficar nela, pois os seguranças já me conhecem. O lugar está lotado e, com uma certa dificuldade, sigo em direção do camarote. John já está à minha espera. — Henry, que saudades eu estava de você. — Ele me abraça. — Como o seu pai está? — Ele está bem, vim aqui devido aos negócios. — Entendo. — John já tinha sido da máfia, deixou seu cargo depois que se casou. Para algumas pessoas, era mais fácil sair dela. Queria ter essa sorte. — Vai ficar na cidade por quanto
Henry Saio do meu devaneio quando vejo um cara se aproximando dela e eles começam a dançar juntos. Juntos até demais. Ela está se esfregando nele. Meu sangue todo ferve, sinto vontade de socar a cara daquele maldito, quem ele pensa que é? Ninguém vai tocá-la enquanto eu a desejar. Assim que eles começam a se beijar, eu desço com tudo daquele camarote, saio atropelando todos que estão na escada. Não desgrudo meus olhos deles em nenhum momento. Quando passo pelo bar, deixo meu copo, pego uma taça e saio empurrando todos que estão na minha frente. Finjo me esbarrar neles e, enquanto ela se vira, jogo a bebida em seus seios, para ser mais preciso. Ela respira fundo, só aí percebo que está de olhos fechados. Quando ela abre os olhos, sua expressão muda, mas não sei decifrar aquele olhar. Finjo estar arrependido, a levo até o bar e faço sinal para o barman para que me passe um pano. Começo a secar onde tinha molhado. Passo o pano entre os seus seios e sinto um choque percorrendo todo o
Liz — Vamos Liz, vai ser legal. — Enquanto fala, Ana tira as roupas do meu closet. — É aniversário do John, os amigos dele vão estar lá. Já passa das 18h da tarde e continuo de ressaca. Não estou acostumada a beber daquele jeito e, por mais que tivesse bebido pouco, parece que ingeri tudo o que tinha naquele lugar. Na casa do Pedro vai ter um jantar em comemoração ao aniversário do pai dele e ele pediu para nos convidar. Sempre vamos devido ao Pedro, porque ele não gosta muito dos amigos do John e nós fazemos companhia. — Tá bom! — Meu quarto é uma suíte, tem uma cama king, uma vista linda para o quintal e meu closet é enorme. Todo o quarto é na cor salmão com uns detalhes em branco. Na parede tem uma foto dos meus pais e embaixo dela tem uma penteadeira cheia de maquiagem com um espelho que pega a parede toda atrás dela. Eu estou bem plena, apenas a observando. — Coloca isso. — Ela me j**a uma calça jeans preta de cós alto rasgada nas pernas, um cropped branco, um casaco longo pr
LizChoro tanto que acabo dormindo. Só acordo quando o carro para, estamos na garagem, mas não na garagem da minha casa. E sim, na da casa dele. — Não quis te acordar, e não sei onde você mora. — Penso em relutar, mas não posso dizer onde eu moro, não posso correr o risco de ele saber a verdade antes de assinar o divórcio. — Mas se quiser, eu posso te levar. — Não! Vou pedir um Uber. — Ele olha fixamente em meus olhos. — Droga! — O que foi? — Acho que perdi meu celular. — Posso te emprestar o meu. — Pode ser. — Ele procura pelo seu celular e não encontra. — Acho que deixei em casa. — Ele fala descendo do carro. — Não vem? — Não. Prefiro esperar aqui. — Tem certeza? — Quando ele fala isso, minha mente começa a se lembrar do que tinha acontecido horas atrás, meu corpo todo leva um choque imaginando o que podia ter acontecido comigo se ele não tivesse aparecido. Não respondo nada, apenas desço do carro e o acompanho. Entramos no elevador em silêncio. Sim, tinha um elevador na c