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Talvez eu até goste do natal

Isa

Deus.

Essa era a definição do homem que estava parado ao lado da imensa árvore de natal. 

Pela primeira vez na minha vida eu fiquei feliz com o natal, por quase um minuto inteiro. Eu simplesmente não consegui desviar o olhar. 

Ele estava distraído, conversando com uma moça em voz baixa, mas tudo nele gritava tesã¢!

O cabelo dourado que estava bagunçado, mas que ficava completamente lindo nele. O queixo firme, a boca desenhada, o nariz reto e os olhos escuros. E quando eu decidi olhar o conjunto completo precisei prender a respiração. 

Ele não era só forte, ele era completamente perfeito. O ombro largo, o peitoral completamente demarcado no suéter vermelho e a calça preta ressalta as coxas grossas. Engoli em seco com a visão. 

- Você está babando maninha! - A voz do meu irmão me atingiu como se fosse um soco na cara e, felizmente, ninguém pareceu ouvir ou perceber que o meu mundo parou com a visão do homem. 

Ignorei o Victor e comecei a missão de beijar todos os presentes. 

Minha mãe tem dois irmãos mais velhos, casados, e cada um deles tem dois filhos. Meu tio Raul tem um casal e meu tio Cadu tem duas filhas. 

E todos eles são lindos. Lindos tipo modelos, sabe?

Eu ainda não entendi o que deu errado comigo, que sai completamente diferente de toda a familia. Durante uma parte da minha adolescência eu desconfiei que era adotada, mas isso logo foi desmentido, depois que foi comprovado que eu tinha diabete, herdada de forma genética da minha mãe. 

Claro que de tudo o que eu poderia herdar, incluindo os olhos, o cabelo e até as feições delicadas, o que eu herdaria seria uma doença. 

- Achei que você não viria. - A Pri, a minha prima mais nova e a que eu mais gosto, falou. 

- Eu não tinha desculpas esse ano. - Dei um abraço forte nela. 

- Você falou alto. - O Jonas, o irmão dela, falou, quando levantou para me abraçar. 

Sentei entre eles e deitei no ombro da Pri. 

- Vocês sabem…

- Você odeia o natal! - Os dois falaram juntos e eu virei os olhos. 

- Não odeio o natal. - Falei baixinho, mas não tive tempo de elaborar.

- Querida, quero te apresentar alguém. - A Dona Anna já com o rosto rosa, provavelmente deve ter bebido duas taças de vinho a essa altura. Ela fez sinal para mim e eu levantei com cuidado. Cair nos primeiros 5 minutos com certeza acabaria com a minha entrada e geraria piadas por todo o evento. 

Ela prendeu o meu braço no dela e caminhou até o Deus grego que continuava conversando ao lado da árvore. Assim que ele percebeu que nos aproximamos, ele arrumou a postura, que estava relaxada e assumiu um ar de predador. Predador mesmo. Sabe quando o homem levanta os ombros, ergue o queixo e analisa a presa? 

Um choque percorreu o meu corpo, conforme os olhos dele passaram por mim. Ele me avaliou de cima a baixo e depois fixou os olhos nos meus. Sim, os olhos escuros, com cilios longos…

- Filha, essa é a Teresa. - Rapidamente desviei o olhar, me dando conta que ele não era a pessoa que a minha mãe queria me apresentar. - Ela é minha amiga de infancia e nos reencontramos tem uns dois anos no mercado aqui perto.  - Abri o meu maior sorriso para ela. 

A Teresa é uma mulher elegante e simpática e tem os mesmos olhos do Deus predador. 

- Ouvi falar muito sobre você, Bella. - Ela falou de forma gentil e me estendeu a mão. 

Diferente dela, eu nunca ouvi falar da Teresa. Inclusive, eu não sabia muito sobre os acontecimentos da vida da minha mãe ultimamente. Falha minha. 

- É um praz£r te conhecer. - Até a mão da mulher é delicada. 

- Esse é o meu filho, Chris. - Ela puxou o homem pelo braço e ele estendeu a mão para mim. 

- Christopher. - A voz dele percorreu o ar ao meu redor, entrou nos meus nervos e explodiu no centro do meu corpo. 

- Isabella. - Apertei a mão dele com menos força do que gostaria e outra onda correu por mim. 

- Bella. - A minha mãe corrigiu e eu precisei de toda a minha força para não corrigir. 

Eu sempre preferi Isa. Sempre, durante toda a minha vida. Só que o meu irmão instaurou a regra que eu seria chamada de Bella, quando tinha dois anos, e a família inteira adotou. 

Odeio o Victor às vezes. 

- Bella! - Ele repetiu naquela voz e rapidamente eu me senti indecente. 

- Praz£r! - Eu consegui falar e ele sorriu. E L E  S O R R I U!

- O praz£r é completamente meu. - Tarde demais, eu percebi que a minha mão ainda estava na dele, e puxei sem cuidado. 

- Mãe, precisa de ajuda? - Perguntei, desesperada para sair de perto dele, antes que eu me tornasse um tomate envergonhado. 

- Acho melhor não. - A minha mãe falou com um risinho. 

Não. Não faça isso!

- A Bella é um pouco… - Eu respirei fundo e fechei os olhos. - Desastrada.

- Certo. - Eu interrompi e coloquei o meu melhor sorriso. - Aproveitem a festa…

Antes que a minha mãe começasse a contar sobre os meus muitos acidentes eu me afastei, procurando com os olhos qualquer coisa que me ajudasse a não ficar vermelha. 

Perfeito. 

Tia Rosa. A mãe da Pri e do Jonas. Linda, engraçada e completamente sem filtro. 

- Ahh Bellinha, como você está crescida. - As mãos dela seguraram as minha bochechas, exatamente como ela faz desde que eu tinha 5 anos. - Cambridge te fez muito bem. 

- Obrigada Tia, você está ótima. - E antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o Vitor surgiu, me segurou pela mão e me girou. 

ELE ME GIROU!

Por sorte, ele me segurou antes que eu caísse vergonhosamente no chão. 

- Ela está uma mulher feita, nem parece a ridícula da minha irmãzinha. - Ele falou baixinho. 

- Ainda sou a mais velha. - Rebati. 

- E a mais baixinha. - Ele falou, me dando um abraço.

A minha tia riu alto da leve discussão, e me encheu de perguntas sobre o meu novo apartamento no centro de NY. O assunto foi leve, conversar com ela era fácil e ela quase nunca me deixa completamente envergonhada. 

Alguém me entregou uma taça de vinho, e eu continuei ali, de tempos em tempos olhando ao redor, esperando que alguém fizesse algum comentário sobre a minha aparência, ou me perguntasse quando eu ia apresentar um namorado ou qualquer outro assunto vergonhoso. 

Mas, isso não aconteceu, e eu comecei a relaxar. Pela primeira vez, em 25 anos, eu estava animada para o natal. E isso, com certeza, não tinha nenhuma relação com o Deus predador que estava do outro lado da sala. 

Com certeza!

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