Chris
Eu fiquei de p¢u duro!
Ainda estava encarando o pudim enquanto as pessoas se serviam, pensando na boca dela, carnuda, vermelha e completamente deliciosa. Eu duvidei que poderia me sentir mais atraído por ela, e precisei pagar para ver. Ela é linda, mas quando sorri fica deslumbrante. E as reações dela são hipnotizantes. Eu deveria ter mordido aquela boca, assim que o biquinho surgiu. Deveria não, eu queria morder. Foi uma boa decisão me afastar, ela é o tipo de mulher encantadora que teria a capacidade de virar o meu mundo de ponta cabeça. - Vou pegar o pavê, antes que a Bella coma. - O Victor levantou. - Se ela desmaiar eu vou embora. - Ouvi a menina maldosa comentar. - Ela não vai desmaiar. - A prima defendeu, a que estava ao lado dela. - Ela se cuida, e você é muito maldosa Luiza. - Ela nunca superou ser trocada pela Bella. - O Jonas atacou. - Eu não fui trocada! - A menina rebateu. - Eu dispensei o Marco, ela pegou porque eu não quis. - Iludida! - A Pri falou e eu dei um sorriso para ela. - E eles terminaram mesmo? - A outra prima perguntou. - Quando ela foi para Harvard. - A Pri contou. - Ele ainda pergunta dela, todas as vezes que me encontra.Marco. Harvard. Prima invejosa. Solteira. Guardei todas as informações, enquanto ouvia a conversa. - Está se divertindo? - A minha mãe perguntou baixinho. Esse era o segundo natal que ela passava aqui, o anterior eu passei com o meu pai. E mesmo com 29 anos eles dividiram a minha guarda em datas comemorativas. - Estou. - Respondi e me surpreendi quando percebi que falei a verdade. Ela me deu um sorriso animado. - EU VOU TE MATAR! - O grito fez todos virarem. - A CULPA FOI SUA! - Essa era a Isabella. - Ela derrubou o pavê, certeza! - A cobrinha falou. O Victor entrou na sala, com a camiseta molhada, furioso. - O que aconteceu? - O pai dele perguntou. - A sua filha achou uma boa ideia servir vinho de pé. - Ele falou antes de sumir escada acima. As pessoas riram e não demorou para a Isabella vir com o tal do pavê. Ela estava vermelha e respirava com calma, como se estivesse concentrada para não derrubar. Ela apoiou a travessa na mesa e olhou ao redor. A expectativa de todos era saber o que tinha acontecido. Ela arrumou a postura, colocou a mão na cintura e jogou o cabelo. - Ele esbarrou em mim. Eu não o vi, por isso a minha taça virou nele. Ninguém caiu. Nada quebrou, ninguém desmaiou. Poderia ter acontecido com qualquer um . - E com isso ela olhou para cada um dos presentes, com aquele olhar que atravessa até a alma. Intensa e poderosa. Eu vou me enterrar tão fundo nessa mulher que ela vai gritar o meu nome até ficar rouca. - Algo novo para variar. - O pai dela brincou e todos riram, quebrando a tensão. Ela sentou de frente para mim, mas não me olhou. O irmão dela voltou, com outra roupa e mostrou o dedo do meio para ela. Ela respondeu com um sorriso e ele xingou, o que fez a Anna dar um tapa leve nele. Os assuntos continuram e ninguém mais fez comentários maldosos sobre ela. Pelo menos não em voz alta.Porque, dentro da minha cabeça, uma lista pecaminosa estava sendo escrita, pela minha imaginação, das coisas que eu queria desesperadamente fazer com ela. - Posso comer o último pedaço de pudim? - Ela perguntou para ninguém em particular. - Hum… - Eu respondi e ela me olhou pela primeira vez desde que voltou da cozinha. - Quer dividir? - Ela abriu os olhos, e percebi que a cor beirava a caramelo. Lindos, brilhantes e inteligentes. Eu assenti. Ela pegou o meu prato e cortou metade, me serviu e depois serviu a si mesma. Eu observei cada movimento, cada expressão e assim que ela segurou a colher de novo ela me olhou e fez o mesmo biquinho de antes. FILHA DA PUT4!IsaO silêncio na cozinha era uma dádiva. Eu estava lavando os pratos cantando alguma música da Taylor e não me dei conta que não estava mais sozinha. - Acho que o seu lugar favorito nessa casa é a cozinha. - Eu estava torcendo para ele aparecer, depois da reação dele para o meu biquinho. Eu não ia deixar barato, depois que ele me fez perder totalmente o rumo, o que me colocou no modo desastre e ocasionou o banho do meu irmão. O biquinho foi proposital. - Onde está silêncio é o meu lugar preferido nessa casa. - Eu respondi sem olhar para ele.O único aviso da aproximação dele foi a reação do meu corpo. Eu estava sem suéter, mas o calor percorreu as minhas costas como se eu estivesse envolvida em um casaco de lã. - Desastrada e silenciosa? - A respiração dele bateu no meu pescoço e eu me dei conta que ele estava muito perto. - Sou silenciosa em situações especificas. - Virei o rosto e encarei o par de olhos escuros, pretos como carvão, e brilhantes. - Em algumas situações sou ba
ChrisEu preciso me afastar dela o mais rápido possível. Esse era o único pensamento que me permiti ter quando senti o gosto do ciúmes na minha boca.Eu senti esse mesmo impulso descontrolado só uma vez, e quebrei a minha cara e o meu coração. Ela é como um livro aberto, se dá conta do meu afastamento de imediato e eu vejo que isso será imperdoável. Qualquer chance que eu pudesse ter de tocá-la se esvai. Ela é encantadora e cheia de vida.E é um problema, imenso e intenso, que eu não estou disposto a lidar. Que eu não quero ter.Nem hoje e nem nunca. Se eu tivesse certeza que ficaríamos no campo sexu4l, eu a levaria embora agora. Só que eu me importei com ela antes de realmente desejá-la, e isso soou um alarme imenso em mim. Ela é o tipo de mulher que é fácil se envolver, se apaixonar e ajoelhar, propondo um compromisso para toda a vida. Certo, pensar em casamento é um sinal definitivo de que eu preciso ir embora. O caminho até a sala é rápido, mas não mais rápido do que a visão
IsaO fim do ano passa na velocidade de um furacão, e eu passo cada minuto livre pesquisando sobre materiais atuais de mkt e organizando o meu apartamento novo. O Ano Novo foi um borrão, passei por ele apenas por obrigação. A Pri praticamente me jogou na rua e me obrigou a ir na Times Square, e uma hora depois, eu estava na minha cama. Sóbria, cansada e frustrada. E eu não posso esperar mais, terei que encarar o meu pai e destruir o coração dele. E só penso nisso. Bem, nisso e em um certo cara frouxo demais. E mesmo que eu tenha voltado a lutar e descontado cada gota de frustração e carência em movimentos violentos, o meu corpo ainda vibra quando eu penso nele. A Pri falou que estou fascinada pela rejeição, e deve ser isso mesmo. Como é possível um cara que eu vi uma vez na vida, por poucas horas, possa ter causado efeitos fortes assim em mim?O dia amanheceu com uma forte nevasca e eu disse para mim mesma que era um sinal de Deus, que hoje não seria o melhor dia para conversar
ChrisFaz 40 minutos que estou em uma reunião sobre o planejamento do segundo trimestre dos meus principais clientes e não consigo prestar atenção. Simplesmente não consigo. - Chris, os novos funcionários iniciam na segunda, quer que eu assuma os clientes que eles vão tocar?- Perfeito. - Essa tem sido a minha resposta padrão nos últimos dias. O meu irmão já me perguntou 3 vezes se eu estou bem e na verdade estou. Apenas o meu orgulho está sangrando, constantemente.Frouxo! Bufo e os presentes olham para mim. Eu apenas ignoro. - Algum outro tema? - Eu sei que me tornei um saco nos últimos dias, e isso está refletido nos olhos da minha equipe, mas eu simplesmente não consigo me controlar. - Apenas algumas definições comerciais, mas tratamos depois da reunião. - A Joana fala com um sorriso no rosto. Por incrível que pareça, a única que não se assusta com o meu humor doentio é a minha cunhada, até mesmo o meu irmão fica me lançando olhares preocupados conforme o meu comportamento va
IsaEssa era uma conversa que eu deveria ter tido assim que decidi fazer publicidade e não jornalismo. E eu fui covarde demais, não queria magoar o meu pai e isso me trouxe até o momento presente. Estou na recepção do jornal, que vejo agora, está melhor do que eu imaginei. O meu irmão realmente está fazendo um bom trabalho aqui. - Bella? - A secretária geral me dá um abraço caloroso. - Kátia, meu pai tá ocupado? - Ela envolve o braço no meu. - Para você? Nunca! - Eu a acompanho e não demora para ela fazer o discurso que eu ouço faz anos.- Finalmente teremos uma mulher cuidando das coisas por aqui. Eu tenho tantas ideias, que apenas você vai entender. Não me entenda mal, eu admiro muito o seu pai, mas esse lugar precisa de um pouco de vida, você sabe disso… - Eu a deixo falar, até porque, não sei bem como interromper. Eu não sabia há 10 anos e não sei agora. Por isso, apenas assinto e me deixo conduzir até a sala do meu pai. Ele não está, e eu sento para esperar, recuso qualquer
ChrisA minha cunhada realmente tem poderes sobre mim.Ela conseguiu, em uma única conversa, me convencer que eu deveria lidar com a situação Isabella. Em poucos minutos eu descobri mais do que deveria sobre ela. Bastou uma ligação para a minha mãe para saber exatamente onde encontrá-la, e ela me enviou o número do celular dela e o endereço.Fiquei tentado em enviar uma mensagem, mas seja lá o que eu tenha para dizer para ela, precisa ser olho no olho. Então, estou sentado na minha moto, na porta do Blake Journal, que fica bem perto da minha empresa, esperando ela aparecer.Segundo a minha mãe, hoje ela teria uma reunião com o pai, por volta das 10 da manhã. Então, dispensei a minha agenda do dia e estou parado aqui para resolver tudo o que eu preciso com ela e voltar ao normal. 10:12 agora.Bem, a reunião deve demorar cerca de uma hora…Levanto os olhos e preciso segurar o queixo para a minha boca não cair. Assim que ela surge na porta de vidro, quase correndo. Talvez eu tenha esc
IsaEu não procurei entender, apenas aceitar, o fato de que eu estou me sentindo segura nos braços dele. Não tentei entender também como vim parar aqui, apenas aproveito o cuidado que ele toma em me acalmar, enquanto o meu coração doía intensamente. Eu magoei o meu pai e isso parece irreversível. Eu deixei que ele sonhasse com a minha presença aqui, para jogar um balde de água fria na cara dele. Eu poderia ter dito antes, poderia ter dito a anos atrás, mas a cada ano que passava eu tinha menos coragem. - Está mais calma? - Respirei fundo absorvendo aquela voz gostosa, e mesmo relutante, eu me afastei. - Sim, obrigada por… - Eu não sabia bem sobre o que eu deveria agradecer. - Enfim, obrigada.Eu levantei o olhar e finalmente estava no controle das minhas emoções o suficiente para observar a beleza dele. Deveria ser proibido ser tão lindo. - Eu preciso ir… - Falei e ele respirou fundo. - Na verdade, esperava conseguir conversar com você. - Acho que ele viu a dúvida na minha expres
Chris- Terra para Christopher??? - O estalo de dedos na minha cara me informou que o meu irmão tinha dito alguma coisa e eu não tinha prestado atenção. De novo.- Foi mal, Char. Eu to com a cabeça cheia. - Ele respirou fundo e continuou falando. Me forcei a prestar atenção, mesmo que os meus pensamentos continuassem voltando na porcaria da discussão que tive com a Isabella. A discussão que repassei na minha cabeça durante todo o final de semana, e que ainda estava me consumindo. Ela achou que eu estava, deliberadamente, dando em cima dela e que eu a ofendi. Ela distorceu tudo, ficou bravinha e me chamou de frouxo.De novo. - … Por isso quero uma transferência para a minha conta pessoal, de 1 milhão de dólares. - Pisquei e olhei para o meu irmão. Ele estava sorrindo. - Como disse? - Ele revirou os olhos. - Importa mesmo? Qualquer coisa que eu fale você não vai ouvir! - Ele bufou. - A recepção para os novos funcionários será em 20 minutos, tente organizar a sua cabeça até lá. To