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Capítulo 3 — Ela não está a venda

Ligação Ativa

— Fala patrão, me ligando nessas horas, sinto que estou precisando de alguma coisa, estou errado?

— Fala Zé, exatamente, tô precisando daquela grana, tem como você me quebrar esse galho?

Minhas dúvidas com agiotas só crescem a cada dia que se passa, mas se eu conseguir pelo menos a metade da grana que eu devo ao Maurício talvez ele aceitei uma "rescisão".

— Cara de novo? Será que você faz ideia do quanto já está me devendo?

— Eu sei, mas vai ter como ou não? É uma emergência e além disso eu vou te pagar tudo com juros.

— Você tem 90 dias para me pagar ou eu te mato, pode passar aqui a noite e pegar sua grana.

— Valeu mesmo por me quebrar mais essa, eu vou te pagar antes mesmo do que você imagina.

Ligação Inativa

Como a torta que Louise deixou pronta, abri uma cerveja e fui assistir futebol.

Dia seguinte…

Roberto

Aquela garota me deixou curioso, Maurício ainda não apareceu e temos muita coisa para resolver ainda hoje. A demanda é grande e temos que oferecer sempre o melhor para nossos clientes.

— Bom dia Amanda, ligue para o Maurício o mais rápido possível e diga que é importante ele vim hoje.

— Bom dia Sr. Lins, desculpe mas ele não dormiu em casa esta noite e sendo assim é impossível falar com ele.

— Mais que droga, obrigada Amanda, tenho um bom dia e se ele aparecer por aqui diga que eu o espero naquela sala o mais rápido possível.

Todos os nossos sócios estavam à nossa espera, mas como sempre Maurício arranja um jeito de se atrasar sempre. Pra piorar tudo isso Norely estava presente e veio determinado em fechar negócios pela filha do Parkinson, segundo ele, Parkinson também lhe deve e ninguém melhor que Louise para pagar essa dívida. Cumprimentei a todos, mas para meu alívio Maurício chegou a tempo da merda começar e não tem uma expressão nada amigável.

— Meu interesse é na filha do Parkinson, soube que estão com ela em mãos e eu estou disposto a negociar qualquer valor que seja por ela. – Norely se manifesta, mas logo recebe um não como resposta.

— Então pode esquecer essa possibilidade de tê-la. Ela não está à venda. Agora vamos ao que nos interessa, e lembre-se sempre Norely, eu e você temos o mesmo poder, portanto não queira me passar para trás. – Maurício disse ríspido e logo a sala estava silenciosa novamente.

Maurício

Roberto só me coloca em confusão, ele já deveria ter deixado claro desde o momento em que eu disse que não vou e não quero fazer negócio nela, ela me pareceu ser útil para muitas coisas. Eles hoje deram sorte que eu acordei tranquilo e de muito bom humor.

— Espero que vocês não tenham vindo até aqui pra falar sobre isso! Mas antes que alguém fale mais alguma coisa eu vou me adiantar em dizer que ela não está à venda. Você é um bom comprador Norely, pode ter quantas quiser mas ela não. Ela é um pagamento e tenho minhas averiguações para fazer.

— Que droga Maurício, eu também tenho uma boa grana nas mãos do desgraçado do Parkinson.

— Qual foi Maurício? Pode pedir a grana que quiser que eu pago, ela já não é mais menor de idade que eu sei, então ela poderá me pagar a dívida do seu pai com sexo e depois quem sabe eu a mandaria para uma das minhas boates, sei que ela não me traria nada de bom, mas ao menos eu...

— Se continuar falando merda eu juro que vou calar a boca do meu jeito, Norely... você sabe como pessoas insistente são insuportáveis? Se eu fosse você aprenderia a controlar a sua m*****a língua.

Fizemos uma reunião breve e não tocamos mais nesse assunto, ou eu acabaria perdendo o pouco da paciência que eu tenho.

Louise

— Bom dia Louise, espero que esteja bem porque muitas coisas lhe esperam, vamos lá?

Eu estou péssima, não dormi nada essa noite e como se tudo isso não bastasse eu ainda vou servir de empregada, bem, eu não fazia nada de muito diferente, mas pelo menos eu estava ganhando por isso. E aqui? Aqui vou viver feito uma condenada, pera, eu sou uma condenada.

— Hoje é o dia que o senhor Maurício não dorme em casa, por isso é um ótimo dia para lhe enviar a arrumar seu quarto também, ele é um homem muito rígido e um passo falso podemos morrer!

— E o que seria esse passo? – Perguntei tentando puxar assunto, sei que não vou sair daqui nem tão cedo então que eu possa durar pelo menos até descobrir alguma coisa que tenha importância.

— Qualquer coisa mal feita, seja uma casa mal arrumada, sua roupa com algum amassado, sabe passar?

— Sei, aprendi ainda quando era criança. Sei fazer muita coisa, sempre me virei sozinha e pode acreditar que eu irei dar o meu melhor.

A partir do momento que ela disse que hoje ele não fica em casa que eu comecei a gostar, como ela irá me ensinar a arrumar seu quarto, talvez que sabe mais pra frente eu tenha sorte de encontrar algo útil que me tire daqui.

Ela começa me apresentando a casa, casa não, uma mansão. E a partir de hoje eu irei

— Desculpe eu não ter me apresentado antes, meu nome é Louise... – Eu sei que falei bobagem quando vi a cara de "e quem se importa" dela olhando pra mim.

— Pode me chamar de Maria, não se assuste e não acredite no que as outras disserem de mim para você, elas são ridículas. – Maria é gordinha e parece ser uma pessoa ruim, mas eu sei que no fundo ela deve sofrer muito aqui.

A cada corredor Maria explicava o que eu deveria fazer de hoje em diante, não seria tão ruim assim, eu sempre ajudei em casa fazendo a maior parte dos trabalhos domésticos e sempre me saia bem.

— Eu também não sou o tipo de pessoa que acredita em tudo que as outras pessoas falam, você está sendo gentil comigo e a única coisa que eu posso fazer pra retribuir isso é te ajudando também. Por onde posso começar?

— Você ainda não pode fazer nada porque não sabe dos nossos costumes, mais tarde te passei a lista e amanhã você já começa a fazer as coisas certas para não darem problemas, está me entendendo?

— Ôh, é claro. Muito obrigada, então o que eu devo fazer agora? – Eu não sei qual é a delas aqui dentro, mas estou me sentindo um peixe fora d'Águas que a qualquer momento pode morrer sem ar.

— Pode subir para o dormitório e arrumar as camas, depois disso pode lavar os banheiros ou se preferir deixá-los para amanhã.

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