Louise
O raio de Sol que entrava estava deixando o ambiente um tanto claro demais. As demais ainda estavam dormindo, menos Maria. Levantei com muita cautela para não fazer barulho e acordar às demais e fui até o banheiro coletivo, onde eu também tenho direito agora!— O que faz de pé tão cedo? Sabe que horas ainda são garota — Maria perguntava baixinho para que ninguém nos ouvisse.— Eu senti sede e vim beber água, preciso usar o banheiro também. — Respondi em um cochicho.— Então faz logo e volta para o quarto. Aproveite as poucas horas de sono que você ainda tem, o dia será bem trabalhoso hoje.Não houve mais conversas depois que ela foi em rumo ao quarto, segui até o banheiro onde passei mais tempo que o esperado. Perdi a noção da vida quando me peguei pensando no Parkinson, a minha ficha ainda não caiu e eu tenho medo de dormir e acordar aqui. Um barulho lá fora me chamou a atenção, olhei com curiosidade pela janela do banheiro que ficava no que podemos chamar de "mausoléu", um lugar que era fora da casa, mas que tinha um vínculo com o terreno ainda. E lá estava ele! Maurício estacionou o carro sempre olhando aos redores da casa, acariciou seus cães e finalmente entrou. Por que ele não parece ser tão má quanto demonstra ser?Não consegui dormir e acabei passando mais uma noite acordada, já posso sentir a fraqueza tomar meu corpo aos poucos e o desânimo cada vez ser maior. Quando o sol finalmente saiu por completo eu tive a plena certeza que agora essa é a minha realidade, Parkinson não veio me buscar e eu não estava sonhando.(...)Todas elas falando de uma só vez estava me deixando confusa, sempre mudavam de assunto de repente e eu já não sabia do que estavam falando.— Então, como você veio parar aqui? Foi fruto de alguma noite e Maurício te pôs aqui por pena? — Maria já tinha me dito que elas não seriam nada legais.— E do que importa isso? Você por acaso interfere em alguma coisa por aqui? Pois estou vendo que não, não passa de uma qualquer assim como todas que estão presentes aqui também. — Não me pergunte como eu tive coragem de dizer isso a uma pessoa que eu nunca vi na vida. Mas se estamos na mesma, que sejamos todas iguais.Levantei a mão para trazer um pedaço de pão até a boca e tive um copo d'Água arremessado no meu rosto. Os estilhaços de vidro que caíram no chão fez com que entrasse alguns pedaços de vidro em meus pés, como eu vim descalça para cá do mesmo jeito eu ainda estava.— Aqui quem manda sou eu. Se quiser se dar bem aqui dentro terá que seguir as minhas regras se não…— Se não o quê? — Ousei enfrentar ela outra vez e desta vez foi pior. Eu tinha lágrimas nos olhos, lágrimas essas que não são de medo, mas de muita raiva.— Você verá com seus próprios olhos, coisinha ridícula. Se eu fosse você teria vergonha até se levantar da cama, ridícula.Depois que todas foram embora eu me movi com cuidado para não espalhar mais os vidros. Maria se pôs ao meu lado disposta a me ajudar, mas eu não quero criar problemas com ela aqui dentro também, e quanto mais longe ela ficar de mim melhor será pra ela.— Não quero que prejudique por minha causa. Pode ir com elas, deixa que eu limpo isso. Já me ajudou demais você, agora sai daqui e me deixa sozinha. — Foi impossível segurar a lágrima que escapou e escorreu meu rosto abaixo.Uma voz estridente penetrou meus ouvidos me fazendo ter medo. Maria levantou-se rápido batendo as mãos no avental e se pôs de frente com o homem que parecia uma escultura de tão intacto.— Bom dia Sr. Monroeli, houve algum problema? — Maria perguntou, mas não houve resposta de sua parte.— Nos dê licença Maria! — O que eu espero agora? Ser escorraçada ou levar um baita castigo por isso? — Levante-se!Quando firmei os pés no chão para levantar senti que mais alguns cacos entraram e me controlei para não esboçar nenhuma reação de dor. Segurei os pedaços maiores que eu havia pego e com as mãos e mantive minha cabeça baixa, agora os pés mostrando alguns fios de sangue sujando o chão.— Pois não, o que o senhor deseja comigo? — Perguntei com um olhar baixo.— Eu sempre dou as boas vindas aos novos funcionários e vim lhe dizer que seu pai me propôs um acordo, mas não aceitei pois não foi justo e nem valeu a pena.Meu olhar estava direcionado às minhas mãos que estavam trêmulas. Os fios de sangue do estavam se expandindo mais e mais…— Deve lhe agradecer por isso? — O silêncio foi perturbador e só então percebi que isso foi um sim. — Obrigado senhor.— Não há de quê! Agora limpe isso e calce os pés, vidro é um perigo e tenha mais cuidado quando for manobrar alguma peça da casa.Agradeci internamente depois que ele saiu. Finalmente eu pude sentar e retirar os estilhaços que deram pra tirar, mas no momento em que eu estava de quatro limpando o sangue e apanhando pozinho que ficou ele entrou novamente, dessa vez eu levantei rápido, bati as mãos na roupa em que estava vestida deixando álbuns resíduos de sangue escapar e sujar minha calça.— Hoje haverá uma festa e preciso que se comporte igual as outras, não quero ouvir um barulho sequer saindo daqui enquanto estiver rolando tudo lá no salão principal, está me ouvindo?— Sim senhor! — O medo tomou conta de mim quando ele pôs sua mão sobre a minha e segurou, puxando lata perto do rosto e observando-as como se estivesse atrás de alguma coisa.— Tome mais cuidado com as coisas em que tocar, ou irá acabar sujando tudo com seu sangue. Troque de roupa e jogue fora, não quero nenhum vestígio de sangue aqui dentro da minha casa.— Mas, senhor! Eu não tenho nenhuma outra peça!— Providencie o mais rápido que puder. Aqui dentro quem não trabalha não come, e até onde eu sei você come com todas as outras não é? Faça tudo conforme eu ordeno e se dará bem, assim como as outras.— Ok… — Tentei me retirar, mas tive meu bravo puxado para si e o desgraçado fala Espanhol perfeito, tem uma voz rouca e gostosa do caralho e eu não sei o que eu estou pensando mais.— Senhor!— Ok... Sr. Monroeli. Tá bom assim?— Ótimo. Eu vou subir, daqui a 15 minutos, quero um whisky com gelo no meu quarto.O olhar que ele me lançou foi muito amedrontador e eu fui procurar outra roupa pra ficar pronta o mais rápido possível. Se eu só tiver a ganhar mesmo irei fazer tudo conforme ele pedir, e na melhor eu mato ele, seria uma boa? Ou mais uma ideia louca e muito aleatória minha? Que seja…MaurícioMal entreguei no quarto e Catarina já estava em cima da minha cama totalmente despida, sem roupa alguma e toda entregue.— O que faz por aqui? Achei que tinha sumido! — Ela me olhou com um certo desdém, mas seu olhar foi direcionado aos botões da minha camisa. — Hoje eu só quero relaxar. Minha vida anda muito agitada e se for pra ter estresse é melhor que você não seja um deles, eu não tô afim de dor de cabeça hoje. Também não tô afim de comer ninguém hoje, melhor você se vestir na sua casa.— Eu estou grávida de você Maurício, vai mesmo me tratar assim? — Mais uma vez a mesma conversa…— Vai se foder com essas duas conversas sem sentido, parece que não tem juízo você! Aprende a ser mulher Catarina, aprenda também a saber diferenciar as coisas. Agora por favor… — Estendi o braço em direção a porta. Ela catou as roupas dela, vestiu e saiu batendo a porta com força.Agora vou tomar um banho gelado pra ver se esse pau abaixa, depois daquele leve encontro com a Louise eu fiquei estranho, estou me sentindo estranho!Achei que ela iria demorar mais, mas ela já estava batendo na porta.— Pode entrar! — Em seguida a porta foi aberta e ela entrou segurando uma bandeja com uma garrafa de whisky dentro de gelo.— Aqui está senhor, como pediu! — Como uma pessoa sábia, ela posicionou a bandeja em cima da mesa ao lado da porta, onde ficam algumas garrafas de Gin e estava saindo quando eu a chamei.— Onde está indo? Sirva-me, e não suma da minha vista. Você é mais ágil que as outras que trabalham aqui há anos.— Sim senhor. — O olhar baixo dela e a timidez juntamente com a vergonha dela, deixou estampado no rosto dela o quão sem reação ela está com tudo que está acontecendo.— O que está olhando, Catarina? — Perguntei a mesma que estava parada no corredor com os braços cruzados e encostada a uma pilastra.Bebi apenas a dose que ela me serviu e fui ao encontro com Juliana, ela tem que ter uma boa solução para que tudo saia perfeito mais tarde.Não sei o que aquela garota tem que está me deixando louco, é uma sensação estranhamente avassaladora que está me deixando duvidar sobre meus pensamentos.Ligação Ativa— Fala Maurício, tenho boas novas pra gente hoje. — Ela estava entusiasmada do outro lado da linha.— Espero que seja alguma coisa que realmente me interesse, ultimamente você só me traz notícias sem sentido e ruim.— Parkinson veio aqui na empresa mais cedo oferecendo uma certa quantia em dinheiro para ter a filha de volta. Espero que você não…— E o que você disse a ele? — Perguntei com um certo receio.— Que esse assunto não é comigo, que se ele quisesse obter alguma resposta entrasse em contato diretamente com você. Estou errada?— Eu não vou fazer negócios com ele, se não sabe ele ainda estava me devendo uma boa grana. Não é uma garota que irá acabar com as dúvidas que ele tem comigo, até que ela é obediente demais e tomara que continue assim. Agora qual é a coisa boa que disse que tem a me dizer?— Norely ofereceu mais de 200 mil euros na Louise. E aí? Achei uma boa grana por ela, sabe que ela não tem muito valor, não é?— E aí o que? Eu já disse que ela não vai sair daqui Roberto. Agora esquece esse papo e vai procurar a Juliana, quero que saia tudo perfeitamente perfeito hoje a noite. Matheus vem com seu filho, Joel. É seu aniversário e as mercadorias de hoje serão apenas as que estão aqui por livre e espontânea vontade, entendeu?— Entendi. Já vi que não está de bom humor hoje, quando mais tarde eu te ligo então.Ligação InativaLouiseCom o cair da noite tudo fica pior. Aqui nós temos apenas os uniformes de trabalho e nada mais que isso. Um cobertor para cada pessoa e o banho é coletivo, a cada momento isso aqui fica cada vez pior e eu já não sei até quando vou ter forças pra suportar tudo isso.Entrarei no dormitório para me vestir e as outras todas já estavam lá. Todas me olhavam como se eu fosse um ser de outro mundo, cochichavam e riam entre si, fazendo a minha vergonha ser ainda maior.— Ei, vai ficar aí parada ou vai se apressar? – Maria j**a a toalha em mim e só assim eu saio do transe. — Precisa estar pronta o mais rápido possível.— Por quê? — Pergunto com a voz baixa enquanto todas estão se maquiando e vestindo roupas muito diferentes da que a mulher me deu mais cedo.— Hoje é dia de festa para o patrão e temos que estar o mais apresentável possível para servir seus convidados.Não entendi bem o que ela quis dizer já que não me deram nada de diferente.— Tá na cara que essa aberração não vai, até parece que o Maurício vai querer espantar seus convidados ricos com a presença disso aí. — Retrucou uma delas, o que me deixava ainda mais desanimada com essa nova vida.— Cala a boca Geovana, você é ridícula. — Maria debateu como se quisesse me defender, mas eu a impedi que o fizesse para não se dar mal com as outras depois.Continuei a vestir o meu uniforme. Achei ótimo essa ideia de festa, assim eu não terei que sair e posso até pensar em um jeito de dar o fora daqui ou quem sabe a minha alma dar um fora do meu corpo…— Boa noite meninas, espero que já estejam prontas. Hoje irão fazer as mesmas coisas de sempre, mas peço que tenham mais cautela com os vidros ou será descontado do salário de vocês depois. — A moça que fala é a que me trouxe até aqui dentro, pelo que estou vendo ela é bem "poderosa" aqui dentro.— E ela? Vai ficar aqui sozinha? – Maria pergunta e ela logo volta a falar.— Ordens do Maurício. Vamos meninas… querida, se precisar de algo por favor não saia daqui, espero que alguém venha até aqui.— Sim senhora.Após todas saírem encostei a testa na porta e permiti que as lágrimas rolassem rosto abaixo, como se isso fosse diminuir tudo que estou sentindo. Uma sensação de paz e nervosismo, pois os pensamentos não me deixam quieta e as vozes insistem em me perguntarem o tempo inteiro.Roberto A movimentação estava tensa. Muita gente falando ao mesmo tempo e as empregadas já estavam servindo, mas, onde está Louise? — Ju, onde está a novata? — Segurei ela pelo braço e a mesma me olhou com um olhar repreensivo. — Seu amigo não te disse? — Juliana tinha insatisfação em sua voz e um semblante de raiva. — Me disse o quê? — Franzi o cenho e continuei a encarando. — Ele não a quer nem mesmo servindo, segundo ele, ela não irá causar boa impressão aos convidados. Eu tentei conversar com ele, mas não tem acordo. — Tem certeza que é só isso mesmo? — Soltei ela e fui em direção ao Maurício. — Se quer mais informações pergunte ao próprio! Por incrível que pareça, Norely estava conversando com alguns homens que mantinha toda atenção focada nele, enquanto Maurício conversava com Ana. Olhei rápido para a porta onde estavam entrando mais alguns homens acompanhados com as garotas que Maurício lhe oferece como acompanhantes e vi Parkinson escondido atrás das cortinas, de
Louise Há quatro portas que dão saída dos dormitórios para o restante da casa, mas todas elas estão trancadas por fora, me deixaram presa como se eu fosse algum animal e isso tá doendo por dentro. Mesmo que meu pai não me desse atenção nunca, lá eu estava saindo a hora que eu queria e sem hora para voltar, agora só Deus sabe a hora que eu vou sair daqui ou que elas irão voltar. Tentei abrir as janelas mas todas elas tinham grades por fora, mal dando para ver os raios de luz que ainda habitam lá fora. Tentei amarrar um lençol na grade, assim eu poderia acabar com isso antes que eu me sentisse pior do que estou, ainda mais sabendo que eu não irei sair daqui nunca e depois daqui para onde eu irei? Tentei amarrar mas não havia nenhum lugar com brechas e os móveis não suportavam o peso, decidi pensar em outra forma de fazer isso e por fim me deitei, desligando a luz do abajur e puxando a coberta até cobrir meu rosto também. Mas a luz foi aberta e junto com o Roberto entrou uma mulher
Duas semanas depois…Louise Os dias passaram até que meio rápidos demais, achei que iria ser desgastante e que eu iria acabar não suportando esta minha nova vida, mas Maria sempre me alegra de alguma forma. Ainda estou horrorizada com aquele lance de venda de mulheres, mas cada um faz o que lhe convém e se eu não estou no meio delas devo agradecer por isso! Maria não parava de falar no meu ouvido, ela tem muito assunto e do nada saí de um para outro. Maurício vinha me tratando "diferente" das demais. Às últimas noites ele me pedia para que levasse whisky até o seu quarto, acho que ele é feito de álcool, pois todas as noites ele bebe. Ultimamente Maurício vinha me cumprimentar com um boa noite ou um bom dia, isso é pra lá de estranho. — Você é mesmo cega se não vê como ele te olha. — Maria retrucava enquanto enxugava os pratos que eu estava enxaguando. — É sério Lu, ele te olha diferente. Não sei explicar! Mas, eu nunca o vi assim, ele está diferente e… — Você no mínimo está
— Filho, onde está Roberto que eu ainda não o vi hoje? — Deve estar por aí! Então a senhora deve ter um bom propósito para estar aqui hoje e não apenas querendo saber sobre a minha vida! — Discorreu de forma autoritária, o que me fez rir. — Você está certo, mas eu preciso que pare de implicar com o Norely, ultimamente ando recebendo muitos e-mails, reclamações dos desentendimentos de vocês. Como vejo seu silêncio está consentindo com os boatos, pude ver a desgraça com os meus próprios olhos, o que pretende fazer agora e o porquê de toda essa violência? — Tenho meus motivos, mãe. Agora tenho que sair, preciso refrescar minha mente antes que eu enlouqueça. — Tome cuidado, meu filho. Não faça nada que venha se arrepender depois e lembre-se: previna-se, pois estou muito nova ainda para ser avó. — A senhora nunca muda! Caso eu não retorne até às sete fique tranquila, eu ligarei e por favor, se ver Louise peça para que ela descanse. E a senhorita não vai se meter em enrascada por aí.
Mauricio— Por que mudou de ideia sobre deixar ela ir? — Roberto pergunta relembrando sobre Louise. — Emma apareceu e me fez mudar de ideia! Ela falou alguma coisa que não deveria falar? — Pergunto entre um suspiro e uma certa preocupação.— Achei que havia olhado para ela o suficiente para saber até a cor do seu batom. Mas se quer saber, ela não deu trabalho algum, além disso eu retiro o que disse sobre ela, a garota é legal. Se essa foi uma tentativa de me fazer ciúmes, confesso que ele falhou miseravelmente. Estava alinhando meu terno e senti falta de Maria, não a vi hoje ainda. — Fico feliz por você. Qual técnica usou pra isso? Se bem que você muda de ideia muito depressa. — Ele franziu o cenho e me olhou, perdendo o ânimo que tinha até pouco tempo atrás. — Qual é Maurício? A mina é gente boa e não sei porque destratar ela dessa forma. Eu já disse, eu retiro o que disse. — Não foi você mesmo que disse coisas horríveis sobre ela? Estou admirado com sua mudança de atitude tão
Louise De todos lugares que eu já fui, sem dúvida esse é um dos melhores. Bebida e música eram duas coisas que não faltavam. Assim que chegamos Maria me apresentou a todas elas e eu fiquei muito feliz, pois fui bem recebida por todas elas. Não recordo de ter vivido algo tão bom assim, na verdade eu estava me sentindo leve e feliz. — Maria, e se alguém vier atrás de nós duas? — Perguntei com uma certa preocupação, não muito por mim, mas por ela se dar mal e acabar se dando mal por isso, eu não a queria longe de mim. — Será que dá pra curtir a festa sem se preocupar, garota? Ninguém vem atrás da gente, sabe por quê? Porque não fazemos diferença alguma naquela casa, então aproveita e curte sua primeira noite de muitas aqui com a gente. — Todas levantaram seus copos e garrafas de bebidas e eu fiz o mesmo. — Um brinde a nossa nova amiga, que possamos curtir juntas muito mais vezes de hoje em diante. — A amiga de Matias gritou e todas brindamos. A primeira dose que eu tomei foi de te
MaurícioO dia já estava clareando quando Louise surgiu das árvores, sozinha e cambaleando pelo trajeto. Antes mesmo que eu pudesse falar algo ela olhou para cima e me viu na janela, apressou seus passos e correu para dentro do dormitório, o semblante dela mudou assim que me viu e pelo que eu percebi todo o álcool que ela ingeriu acabou de sair. Passaram quase vinte minutos e Maria não apareceu, então eu resolvi ir até lá ver o que rolou nessa saidinha e o porquê dela não ter fugido quando teve oportunidade. Não sei explicar o alívio que senti em vê-la. Hoje é dia de folga para todas, menos para Louise, deve ser por esse motivo que Maria não retornou. (...) As luzes do quarto estavam apagadas e ela não estava na cama. Entrei sem fazer barulho algum e pude ouvir barulho vindo do banheiro, a porta estava aberta e pude ver ela ajoelhada com as mãos apoiadas ao sanitário e seu rosto com uma aparência muito bêbada. — Onde você estava? — Ela enxugou o canto da boca e me olhou com um olh
Juliana Maurício me chamou muito cedo, não era nem seis da manhã quando ele entrou no meu apartamento, como entrou eu não faço ideia. Não imaginei que ele fosse mudar de ideia em relação aquela garota, não estou a julgando ou achando ela inferior às outras, mas há mulheres muito mais bonitas que ela, que caem matando em cima dele, tentando ter algum lance e ele nem dá a mínima. Pelo que ele me disse ela voltou de algum lugar a pouco tempo, e sozinha. — Está preocupado com ela ou o quê? Afinal, o que você quer que eu faça Maurício? Já te disse que não devemos misturar vida pessoal com negócio, aliás, você mesmo disse isso. — Quero que você me ajude com isso. Eu não quero que ela se junte às outras novamente, retire ela de sua lista no próprio leilão. Não estou sabemos lidar quando ela está muito perto. — Não está sabendo como exatamente? Um homem não pode se apaixonar apenas pelo que vê? A garota tem suas deformidades e tals… mas ela não deixa de ser bonita e principalmente educad