Capítulo Três

Guilherme

Enquanto eu caminhava pela boate, observando os clientes se divertindo e desfrutando da minha boate, meus olhos foram atraídos para uma mesa no segundo andar. Lá estava ela: uma bela morena, sentada sozinha, envolta em uma aura de mistério e elegância.

Seus cabelos escuros caíam em cascata pelos ombros, destacando seus traços delicados e sua pele suave. Seus olhos, profundos e intensos, pareciam capturar a luz da boate, brilhando com um brilho sedutor que me deixou hipnotizado.

Por um momento, parei no meu caminho, incapaz de desviar o olhar. Havia algo magnético nela, algo que me puxava para mais perto, me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Era como se o tempo tivesse parado e só existíssemos nós dois naquele momento.

Com um impulso irresistível, fui até ela, precisava falar com ela. Porém, na mesma hora, parei quando vi um homem de terno se aproximando da mesa onde ela estava sentada. Estava recuando daquela mesa, mas, quando estava saindo, ouvi uma voz.

― Ei? Ei, não está ouvindo eu chamar? ― a voz rude do homem me tirou de meus devaneios, e eu me virei para encará-lo, perguntando-me o que ele queria comigo.

― Porra, finalmente! Agora vem aqui! ― ele acenou para que eu me aproximasse da mesa, e eu olhei ao redor, confirmando que era comigo mesmo que ele estava falando. Respirei fundo, me preparando para lidar com a situação.

― Vai ficar aí parado? Estou te chamando, não está vendo? Vem logo aqui e pegue mais bebida para mim! ― sua voz era áspera e exigente, como se eu fosse apenas um serviçal à sua disposição.

Antes que eu pudesse responder, a voz suave da morena ao meu lado interveio.

― Por favor, não fale assim com ele ― ela disse, sua expressão preocupada ― ele não é um garçom.

No entanto, o homem não pareceu se importar com sua intervenção.

― Cale a boca ― ele ordenou, cortando-a abruptamente ― você não sabe de nada. Você é paga para transar, não para opinar.

A raiva queimou dentro de mim ao ouvir suas palavras cruéis. Como ele ousava falar assim com ela? Ela era uma pessoa digna de respeito, não apenas um objeto para ser usado e descartado.

― Hey, cara ― disse eu, minha voz calma, mas firme ― não fale assim dela. Ela merece respeito, assim como qualquer outra pessoa.

O homem me encarou com surpresa, como se não estivesse acostumado a ser desafiado.

― E quem você pensa que é para me dizer o que fazer? ― ele rosnou, sua raiva aumentando.

― Eu sou o dono dessa boate ― respondi, minha voz agora tingida com autoridade ― e não tolero desrespeito em meu estabelecimento. Agora, ou você trata minha cliente com respeito, ou terá que sair.

O homem olhou para mim, avaliando minhas palavras com cautela. Por um momento, pareceu que ele ia argumentar, mas então ele pareceu pensar melhor e se levantou abruptamente da mesa.

― Você não vai ouvir a última de mim ― ele murmurou, antes de se afastar em direção à saída.

Assim que ele se foi, eu me virei para a morena ao meu lado, preocupado com sua reação.

― Você está bem? ― perguntei, colocando minha mão gentilmente em seu ombro.

Ela assentiu, um sorriso grato brilhando em seus olhos.

― Obrigada por intervir ― ela disse, sua voz suave ― você é diferente da maioria dos homens que conheço.

Eu sorri, sentindo um calor reconfortante se espalhar dentro de mim.

― Você merece ser tratada com respeito ― eu disse sinceramente ― e eu farei de tudo para garantir isso enquanto estiver sob o meu teto.

― Agradeço mais uma vez por isso. Mas não posso ficar, meu acompanhante foi embora e não posso ficar. E não sei como vou pra casa… ― ela mencionou, estava pegando sua bolsa e levantando da mesa, se preparando para sair dali. No impulso, me levanto da mesa e ergo a minha mão até o seu braço, a segurando.

― Olha, você não precisa sair desse jeito. Pode ficar mais um pouco ― peço, depois me afasto, mas não tiro os olhos dela e continuo ― depois, chamo um Uber para levá-la pra casa. Mas fica mais um pouco. Pode desfrutar, é por minha conta, pode pedir qualquer bebida. ― ela me fita por um tempo, acho que está pensando se vai aceitar o meu convite.

Logo chega o João vindo na minha direção.

― Chefia, posso falar com o senhor?

― Agora não dá, depois você volta aqui ― me viro para dar atenção naquela morena linda, mas ele continua.

― Mas chefe… ― ele dá um passo, mas parou por conta daquela morena que ficou olhando para ele, depois desviou o olhar ― é importante. É sobre as vendas…

― Sim, isso eu entendi! Se não viu, estou ocupado, estou falando pra você voltar depois! ― determino para aquele menor, acabei alterando o meu tom de voz e lancei um olhar severo para ele.

Ele logo me obedeceu e se afastou, saindo de perto da mesa. Em seguida, volto minha atenção para ela, aceno para ela se sentar, me fita por um momento, mas não se senta.

― Acho melhor eu ir embora. Agora o senhor tem coisas importantes para resolver. Dá licença ― antes que eu diga alguma coisa, aquela mulher deu as costas e saiu da mesa. Não posso acreditar nisso! Fui atrás dela para tentar explicar ou convencê-la a ficar, mas quando cheguei lá fora, ela já tinha pego um táxi e foi embora. Que merda! E nem sei o nome dela.

Fernanda

Tinha acabado de chegar no meu apartamento. Bom, na verdade, um micro apartamento. Paguei a corrida com o último dinheiro que tinha na carteira. Ainda por cima, não consegui fazer o programa, a Miriam amanhã vai falar pra cacete por conta disso, já estou vendo.

Estava no meu quarto, sentada na beira da cama para tirar o sapato caríssimo que usei para ir nessa bendita boate que inaugurou hoje. Está certo que não gastei nada, o tal jogador mandou uma para ir bem vestida nessa ocasião. Vou esquecer isso, agora preciso de um banho e não quero lembrar dessa situação desagradável.

Quando estava indo para o banheiro tomar um banho para depois dormir, escuto um barulho que estava vindo do meu quarto. Parece o celular tocando. Quem está me ligando a essa hora? Que droga! Volto para o meu quarto, vou até a minha cama e minha bolsa estava sobre ela. Me jogo para pegar, tiro da bolsa e olho para tela do celular para ver quem era que estava me ligando. Puta merda! Não pode ser? É a Miriam! O que eu faço?

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