Guilherme
Enquanto eu caminhava pela boate, observando os clientes se divertindo e desfrutando da minha boate, meus olhos foram atraídos para uma mesa no segundo andar. Lá estava ela: uma bela morena, sentada sozinha, envolta em uma aura de mistério e elegância.
Seus cabelos escuros caíam em cascata pelos ombros, destacando seus traços delicados e sua pele suave. Seus olhos, profundos e intensos, pareciam capturar a luz da boate, brilhando com um brilho sedutor que me deixou hipnotizado.
Por um momento, parei no meu caminho, incapaz de desviar o olhar. Havia algo magnético nela, algo que me puxava para mais perto, me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Era como se o tempo tivesse parado e só existíssemos nós dois naquele momento.
Com um impulso irresistível, fui até ela, precisava falar com ela. Porém, na mesma hora, parei quando vi um homem de terno se aproximando da mesa onde ela estava sentada. Estava recuando daquela mesa, mas, quando estava saindo, ouvi uma voz.
― Ei? Ei, não está ouvindo eu chamar? ― a voz rude do homem me tirou de meus devaneios, e eu me virei para encará-lo, perguntando-me o que ele queria comigo.
― Porra, finalmente! Agora vem aqui! ― ele acenou para que eu me aproximasse da mesa, e eu olhei ao redor, confirmando que era comigo mesmo que ele estava falando. Respirei fundo, me preparando para lidar com a situação.
― Vai ficar aí parado? Estou te chamando, não está vendo? Vem logo aqui e pegue mais bebida para mim! ― sua voz era áspera e exigente, como se eu fosse apenas um serviçal à sua disposição.
Antes que eu pudesse responder, a voz suave da morena ao meu lado interveio.
― Por favor, não fale assim com ele ― ela disse, sua expressão preocupada ― ele não é um garçom.
No entanto, o homem não pareceu se importar com sua intervenção.
― Cale a boca ― ele ordenou, cortando-a abruptamente ― você não sabe de nada. Você é paga para transar, não para opinar.
A raiva queimou dentro de mim ao ouvir suas palavras cruéis. Como ele ousava falar assim com ela? Ela era uma pessoa digna de respeito, não apenas um objeto para ser usado e descartado.
― Hey, cara ― disse eu, minha voz calma, mas firme ― não fale assim dela. Ela merece respeito, assim como qualquer outra pessoa.
O homem me encarou com surpresa, como se não estivesse acostumado a ser desafiado.
― E quem você pensa que é para me dizer o que fazer? ― ele rosnou, sua raiva aumentando.
― Eu sou o dono dessa boate ― respondi, minha voz agora tingida com autoridade ― e não tolero desrespeito em meu estabelecimento. Agora, ou você trata minha cliente com respeito, ou terá que sair.
O homem olhou para mim, avaliando minhas palavras com cautela. Por um momento, pareceu que ele ia argumentar, mas então ele pareceu pensar melhor e se levantou abruptamente da mesa.
― Você não vai ouvir a última de mim ― ele murmurou, antes de se afastar em direção à saída.
Assim que ele se foi, eu me virei para a morena ao meu lado, preocupado com sua reação.
― Você está bem? ― perguntei, colocando minha mão gentilmente em seu ombro.
Ela assentiu, um sorriso grato brilhando em seus olhos.
― Obrigada por intervir ― ela disse, sua voz suave ― você é diferente da maioria dos homens que conheço.
Eu sorri, sentindo um calor reconfortante se espalhar dentro de mim.
― Você merece ser tratada com respeito ― eu disse sinceramente ― e eu farei de tudo para garantir isso enquanto estiver sob o meu teto.
― Agradeço mais uma vez por isso. Mas não posso ficar, meu acompanhante foi embora e não posso ficar. E não sei como vou pra casa… ― ela mencionou, estava pegando sua bolsa e levantando da mesa, se preparando para sair dali. No impulso, me levanto da mesa e ergo a minha mão até o seu braço, a segurando.
― Olha, você não precisa sair desse jeito. Pode ficar mais um pouco ― peço, depois me afasto, mas não tiro os olhos dela e continuo ― depois, chamo um Uber para levá-la pra casa. Mas fica mais um pouco. Pode desfrutar, é por minha conta, pode pedir qualquer bebida. ― ela me fita por um tempo, acho que está pensando se vai aceitar o meu convite.
Logo chega o João vindo na minha direção.
― Chefia, posso falar com o senhor?
― Agora não dá, depois você volta aqui ― me viro para dar atenção naquela morena linda, mas ele continua.
― Mas chefe… ― ele dá um passo, mas parou por conta daquela morena que ficou olhando para ele, depois desviou o olhar ― é importante. É sobre as vendas…
― Sim, isso eu entendi! Se não viu, estou ocupado, estou falando pra você voltar depois! ― determino para aquele menor, acabei alterando o meu tom de voz e lancei um olhar severo para ele.
Ele logo me obedeceu e se afastou, saindo de perto da mesa. Em seguida, volto minha atenção para ela, aceno para ela se sentar, me fita por um momento, mas não se senta.
― Acho melhor eu ir embora. Agora o senhor tem coisas importantes para resolver. Dá licença ― antes que eu diga alguma coisa, aquela mulher deu as costas e saiu da mesa. Não posso acreditar nisso! Fui atrás dela para tentar explicar ou convencê-la a ficar, mas quando cheguei lá fora, ela já tinha pego um táxi e foi embora. Que merda! E nem sei o nome dela.
Fernanda
Tinha acabado de chegar no meu apartamento. Bom, na verdade, um micro apartamento. Paguei a corrida com o último dinheiro que tinha na carteira. Ainda por cima, não consegui fazer o programa, a Miriam amanhã vai falar pra cacete por conta disso, já estou vendo.
Estava no meu quarto, sentada na beira da cama para tirar o sapato caríssimo que usei para ir nessa bendita boate que inaugurou hoje. Está certo que não gastei nada, o tal jogador mandou uma para ir bem vestida nessa ocasião. Vou esquecer isso, agora preciso de um banho e não quero lembrar dessa situação desagradável.
Quando estava indo para o banheiro tomar um banho para depois dormir, escuto um barulho que estava vindo do meu quarto. Parece o celular tocando. Quem está me ligando a essa hora? Que droga! Volto para o meu quarto, vou até a minha cama e minha bolsa estava sobre ela. Me jogo para pegar, tiro da bolsa e olho para tela do celular para ver quem era que estava me ligando. Puta merda! Não pode ser? É a Miriam! O que eu faço?
FernandaO telefone continuava a tocar, e cada toque parecia ecoar pelo meu pequeno apartamento, enchendo o espaço com um som irritante e insistente. Eu sabia quem era – Miriam. E sabia exatamente por que ela estava ligando. O jogador com quem eu deveria ter passado a noite não estava satisfeito, provavelmente já tinha reclamado, e agora Miriam queria uma explicação.Eu me sentei na beira da cama, olhando para o telefone que ainda vibrava na minha mão. Podia sentir meu coração acelerado, e minha mente estava correndo, tentando encontrar as palavras certas para explicar a situação. Miriam não era uma pessoa fácil de lidar, e eu sabia que qualquer deslize na minha explicação poderia me colocar em sérios problemas.Finalmente, respirei fundo e decidi atender. ― Alô?― Fernanda, onde você está? O que aconteceu? ― A voz de Miriam era cortante e impaciente, como eu já esperava.― Estou em casa, Miriam. Houve um problema, eu não consegui... ― comecei a falar, mas ela me interrompeu imediata
GuilhermeEstava terminando mais uma sessão intensa de malhação na academia. A sensação de suor escorrendo pelo meu corpo e a dor agradável dos músculos trabalhados me davam uma sensação de realização. O treino sempre foi uma forma de liberar o estresse, de focar minha mente e manter meu corpo em forma para enfrentar qualquer desafio.Saí da academia e comecei a caminhar em direção à padaria que ficava no caminho do meu apartamento. Era um lugar simples, mas tinha o melhor café e croissants de queijo e presunto que eu já tinha provado. Enquanto caminhava, meus pensamentos voltaram para a morena da boate, a mulher que eu tinha defendido do tal jogador na noite da inauguração.Sua imagem estava gravada na minha mente: aqueles olhos profundos e intensos, os cabelos escuros caindo em cascata pelos ombros, a forma como ela parecia tão vulnerável, mas ao mesmo tempo, tão forte. Desde aquela noite, eu não conseguia parar de pensar nela. Quem era ela? Por que estava ali? E por que aquele joga
FernandaEstava em casa, como sempre, esperando pela ligação da Miriam. A rotina já era familiar: Miriam me ligava, descrevia o próximo cliente, e eu me preparava para fazer o que fazia melhor. Era um trabalho que eu tinha aprendido a dominar ao longo dos anos, mas ainda assim, cada cliente era uma nova incógnita. Nunca sabia realmente o que esperar.O celular estava ao meu lado na cama, e eu o mantinha no modo vibratório para não me assustar quando a ligação finalmente chegasse. Enquanto esperava, meus pensamentos divagavam, mas eu tentava mantê-los focados no que precisava fazer. Havia uma espécie de ritual que eu seguia antes de cada encontro, um processo mental de preparação que me ajudava a separar a Fernanda real da Fernanda que o cliente encontraria.
FernandaEra mais um dia comum, ou pelo menos deveria ser. Acordei com a sensação incômoda de que algo estava errado, mas não conseguia identificar o quê. Como de costume, me preparei para mais uma noite de trabalho. O ritual de sempre: banho longo, a água quente lavando não só meu corpo, mas a tensão acumulada dos últimos dias. Passei as mãos pelos cabelos, deixando que eles caíssem soltos sobre meus ombros, enquanto minha mente vagava. Miriam não havia me dito quem seria o cliente dessa vez. O que não era comum, e sinceramente, isso me incomodava.Sempre fui detalhista, organizada, e gosto de saber com o que estou lidando. Mas Miriam, por algum motivo que ela não se deu ao trabalho de explicar, decidiu fazer mistério. Apenas me deu o endereço, sem maiores informações. E o pior de tudo? Eu sabia muito bem onde era esse tal endereço. A boate. A mesma boate onde, da última vez, tive o desprazer de sair com aquele jogador babaca, que achava que poderia me tratar como uma qualquer só por
GuilhermeEnquanto eu me sentava à frente de Fernanda naquela sala privada, percebi que o jogo havia começado antes mesmo que ela soubesse. Ela estava tentando entender o que estava acontecendo, talvez tentando decifrar as minhas intenções. Eu podia ver nos olhos dela aquela mistura de desconfiança e curiosidade. Era exatamente o que eu queria.A verdade é que, desde a primeira vez que a vi, naquela noite em que defendi-a daquele idiota de jogador, alguma coisa nela me chamou a atenção. Havia uma força por trás de sua beleza, algo que me fazia querer saber mais. E eu sempre conseguia o que queria. Era apenas uma questão de tempo.Ela estava impecável como sempre, o vestido preto ajustado ao corpo realçava sua
GuilhermeEstávamos no escritório, a porta fechada e a luz suave do abajur preenchia o espaço. O silêncio era quebrado apenas pela nossa respiração ofegante, entrecortada pelo som dos beijos intensos que trocávamos. Desde o momento em que nossos lábios se encontraram, ficou claro que não havia como voltar atrás. A atração entre nós estava no ápice, quase palpável no ar.Fernanda estava tão perto, seu perfume invadia meus sentidos e eu não conseguia pensar em mais nada além do toque de sua pele. Minhas mãos percorreram sua cintura, puxando-a ainda mais para perto. O calor do corpo dela contra o meu fazia com que o desejo aumentasse a cada segundo. Quando nossas bocas se separaram por um breve instante, pude ver no olhar dela o mesmo desejo
FernandaNão estava nos meus planos que seria ele o meu cliente, ainda mais com aquela proposta de eu ser eu mesma. Nunca trabalhei assim, sempre vestia o personagem pois fazia parte do meu trabalho, mas acabei cedendo. Não sabia explicar, mas aquele homem mexia muito comigo, sem contar que ele é bem gostoso.Ofegante, ainda me agarrava ao corpo dele, sentindo o calor da pele dele contra a minha. Estávamos exaustos, mas satisfeitos, e por um breve momento, parecia que o mundo tinha parado. Eu mantinha os olhos fechados, tentando recuperar o fôlego, enquanto um sorriso suave escapava dos meus lábios. Não era algo planejado, mas o que acabara de acontecer entre nós foi intenso, quase como se nossos corpos tivessem falado a mesma língua sem precisar de palavras.Sentia o peso do corpo de Guilherme ainda próximo do meu, sua respiração forte e acelerada ecoando pela sala silenciosa. Ele me observava, eu podia sentir seu olhar queimando minha pele, mas eu não abria os olhos. Talvez porque,
FernandaQuando o Uber finalmente parou em frente ao meu apartamento, eu ainda estava tentando processar tudo o que havia acontecido. Não era só sobre a noite em si, nem sobre o programa com Guilherme, mas o que veio depois – o dinheiro. Puta merda, aquilo estava além do que qualquer um já tinha me pago. Eu nunca vi tanto dinheiro assim de uma vez só.Desci do carro meio atordoada, ainda olhando a quantia. Contando mentalmente, parecia até um sonho. Ele tinha me dado o dobro do combinado. E por quê? O que ele queria dizer com isso? Talvez fosse só um gesto para garantir que eu voltaria... ou talvez fosse mais do que isso. Minha cabeça já estava rodando antes de abrir a porta do apartamento.Subi as escadas com pressa, o salto batendo com força no piso de cerâmica enquanto minha mente se embolava em suposições. Era sempre assim, né? A gente tenta se convencer de que controla a situação, mas aí surge um cara como o Guilherme, e a gente se pergunta se é mesmo isso. Porque ele, definitiva