GuilhermeO escritório estava cheio de fumaça, o ar pesado do cigarro que o JP insistia em acender mesmo sabendo que eu odiava. Ele e o João estavam ali, sentados na minha frente, falando sobre os números das vendas na boate. O dinheiro tava entrando, isso era claro, mas eu não conseguia parar de pensar que a gente podia ganhar mais. Muito mais.O João falava sobre as rotas, os fornecedores, e eu fingia que tava 100% concentrado. A verdade é que minha cabeça tava em outro lugar. Em algo maior, algo que poderia fazer a gente sair da zona de conforto e realmente lucrar de uma forma diferente. A boate era uma mina de ouro, mas eu via potencial em outro nível. Eu queria transformar aquilo num verdadeiro império. E pra isso, eu precisava pensar grande. FernandaEu tinha acabado de sair do banho, o vapor ainda tomava conta do banheiro enquanto eu me olhava no espelho. A toalha envolvida no meu corpo, os cabelos molhados pingando nos ombros, e minha cabeça cheia de pensamentos confusos. A roupa que eu tinha separado pro trabalho tava ali, dobrada em cima da cama. Simples, nada chamativo, do jeito que eu costumava usar. Mas a verdade é que eu não conseguia pensar no trabalho naquele momento. Meu celular vibrou na cabeceira da cama, me lembrando do que eu tava tentando evitar.Guilherme.Desde que ele tinha me pago a mais do que o combinado, aquela quantia me incomodava. Não que eu não precisasse do dinheiro, porque, sinceramente, eu precisava, e muito. Mas a maneira como ele fez aquilo... me deixava sem chão. O jeito que ele olhava pra mim, como se soubesse exatamente o poder que tinha sobre mim, como se soubesse que eu ia voltar. E ele tava certo.Suspirei, me sentindo ridícula por ainda estar pensando nele. Por que eu tava nessa? Eu Capítulo Quinze
FernandaO carro parou em frente à boate, e eu senti o mesmo arrepio de sempre percorrer a minha espinha. Não era a primeira vez que eu estava ali, mas a sensação de incerteza nunca desaparecia. A boate tinha algo sombrio, não pela aparência ou pelas luzes que piscavam, mas pelo que ela representava. Guilherme. Ele estava lá dentro, me esperando, e eu sabia que dessa vez seria diferente. Ou, pelo menos, ele queria que eu acreditasse nisso.Respirei fundo antes de sair do carro. A noite estava quente, o som abafado da música eletrônica escapava pelas paredes do prédio, misturando-se com o murmúrio das conversas lá dentro. Eu caminhei devagar até a entrada, tentando segurar o nervosismo que subia pela garganta, mas era inútil. Sempre que eu estava prestes a vê-lo, era como se meu corpo antecipasse tudo que ia acontecer, tudo que eu queria que acontecesse. E eu odiava, odiava como eu perdia o controle quando estava perto dele. Como o simples fato de saber que ele estava ali, esperando po
FernandaEu o puxei para mais perto, nossos lábios se encontrando novamente, e qualquer tentativa de lutar contra aquilo se desfez. Tudo o que eu havia ensaiado mentalmente, todas as dúvidas, o controle que achei que poderia manter, desapareceram no instante em que senti seu toque. Guilherme tinha esse poder sobre mim, um poder que eu odiava admitir, mas que se fazia presente em cada movimento que ele fazia. Eu já sabia que, naquele momento, não havia mais volta.Ele me pegou pela cintura com firmeza, me levantando como se eu não pesasse nada, e me colocou sobre a mesa. O ar parecia ter ficado mais denso. A sala, silenciosa, agora parecia testemunhar algo proibido, algo que só acontecia nas sombras. Minha mente estava confusa, cheia de pensamentos conflitantes, mas meu corpo já sabia o que queria. Não havia mais espaço para dúvidas.O toque de Guilherme era intenso, e cada beijo que ele me dava parecia incendiar algo dentro de mim. Minhas pernas se abriram instintivamente, como se meu
Guilherme Eu estava chegando em casa após uma noite intensa com uma morena incrível. Os momentos que passamos juntos ainda ecoavam em minha mente, mas eu precisava voltar à realidade. Assim que saí do carro, percebi dois jovens parados na portaria, claramente esperando por mim. Eu os reconheci de imediato - eram membros da minha equipe.Com um aceno casual, cumprimentei os rapazes e dei sinal para o porteiro liberar a entrada deles. Não havia necessidade de formalidades. Eles eram parte do meu círculo mais próximo, e eu confiava neles como confiava em mim mesmo.Subimos juntos no elevador, e durante o curto trajeto até meu apartamento, observei os olhares determinados nos rostos dos jovens. Eles tinham uma energia palpável, uma mistura de entusiasmo e respeito que eu sempre valorizava em meus homens. Era evidente que estavam prontos para o que quer que estivesse por vir.Ao chegarmos ao meu andar, a porta se abriu e entramos no apartamento. O ambiente luxuoso contrastava com a atmosf
GuilhermeDepois de expor minha decisão de expandir nossas vendas para uma boate, encarei JP e João, observando a confusão estampada em seus rostos. Era compreensível. Eles não esperavam essa reviravolta nos nossos planos, e eu entendia perfeitamente suas dúvidas.— Sim, é isso mesmo. — respondi, mantendo minha expressão séria. — Vou abrir uma boate, e será lá que vamos vender nosso produto.Os olhares de incredulidade dos jovens me atingiram, mas eu estava decidido a seguir adiante com minha ideia. Era arriscado, eu sabia, mas também era uma oportunidade única para expandirmos nossos negócios de uma forma completamente nova.— Mas você tem uma boate? — perguntou JP, ainda tentando processar a informação.— Não ainda. — admiti, — MAS vou abrir uma. E será a melhor boate da cidade.Expliquei-lhes minha visão para o empreendimento, detalhando os planos de transformar o local em um ponto de encontro exclusivo, onde a elite da cidade se reuniria para se divertir e, é claro, consumir noss
GuilhermeEnquanto eu caminhava pela boate, observando os clientes se divertindo e desfrutando da minha boate, meus olhos foram atraídos para uma mesa no segundo andar. Lá estava ela: uma bela morena, sentada sozinha, envolta em uma aura de mistério e elegância.Seus cabelos escuros caíam em cascata pelos ombros, destacando seus traços delicados e sua pele suave. Seus olhos, profundos e intensos, pareciam capturar a luz da boate, brilhando com um brilho sedutor que me deixou hipnotizado.Por um momento, parei no meu caminho, incapaz de desviar o olhar. Havia algo magnético nela, algo que me puxava para mais perto, me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Era como se o tempo tivesse parado e só existíssemos nós dois naquele momento.Com um impulso irresistível, fui até ela, precisava falar com ela. Porém, na mesma hora, parei quando vi um homem de terno se aproximando da mesa onde ela estava sentada. Estava recuando daquela mesa, mas, quando estava saindo, ouvi uma voz.― Ei? Ei, não est
FernandaO telefone continuava a tocar, e cada toque parecia ecoar pelo meu pequeno apartamento, enchendo o espaço com um som irritante e insistente. Eu sabia quem era – Miriam. E sabia exatamente por que ela estava ligando. O jogador com quem eu deveria ter passado a noite não estava satisfeito, provavelmente já tinha reclamado, e agora Miriam queria uma explicação.Eu me sentei na beira da cama, olhando para o telefone que ainda vibrava na minha mão. Podia sentir meu coração acelerado, e minha mente estava correndo, tentando encontrar as palavras certas para explicar a situação. Miriam não era uma pessoa fácil de lidar, e eu sabia que qualquer deslize na minha explicação poderia me colocar em sérios problemas.Finalmente, respirei fundo e decidi atender. ― Alô?― Fernanda, onde você está? O que aconteceu? ― A voz de Miriam era cortante e impaciente, como eu já esperava.― Estou em casa, Miriam. Houve um problema, eu não consegui... ― comecei a falar, mas ela me interrompeu imediata